Comboni, neste dia

Durante viaggio di animazione missionario (1871), celebra nella cattedrale di Dresda
Al Mitterrutzner, 1877
La mia confidenza è nella giustizia dell’eterna Roma ed in quel Cuore divino che palpitò anche per la Nigrizia

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N° Escrito
Destinatário
Sinal (*)
Remetente
Data
721
P.e Arnold Janssen
0
Verona
1.10.1877
N.o 721 (686) - AO P.e ARNOLDO JANSSEN

AVR, 11499-11500



Verona, 1 de Outubro de 1877



Rev.do sr. A. Janssen,

Reitor da casa missionária de Steyl,



[4725]
Perdoe-me por ter deixado a sua carta tanto tempo sem resposta; as minhas muitas ocupações não me permitiram escrever-lhe antes. Mas prestei a máxima atenção ao seu apreciado escrito. Assim que espere-me dentro de 14 dias, então cumprirei seu desejo e abençoarei a casa juntamente com a capela. Além do mais, teremos ocasião de conversar tudo de viva voz.

Nos Sagdos. Corações de Jesus, de Maria e de José, seu af.mo



† D. Daniel Comboni

Bispo e vigário apostólico



Original alemão

Tradução do italiano






722
Assinaturas de missas
1
Paris
10.10.1877
N.o 722 (687) - ASSINATURA NO REGISTO DE MISSAS

ANDP, Livre d’or de la Basilique

«N. D. des Victoires» - Paris



10 de Outubro de 1877





723
Conferência
0
Paris
14.10.1877
N.o 723 (688) - CONFERÊNCIA

«Echo de N. D. Des Victoires» (Nov. 1877), pp. 345-353



Paris, 14 de Outubro de 1877



[4726]
Começou congratulando-se com a cidade de Paris por ter levantado no seu seio um trono a Nossa Senhora das Vitórias. Ela é realmente – diz o monsenhor – a Rainha desta capital e de toda a França. Dela partem todos os dias as graças inumeráveis que difundem a vida cristã na alma de seus filhos, felizes de se virem ajoelhar a seus pés.


[4727]
Mas esta influência não pára na França. Estende-se muito mais para além, por todo o universo. Se contemplarmos o Oriente, o Ocidente, as ilhas da Oceânia, a América, as costas da África, em toda a parte encontramos a influência de Nossa Senhora das Vitórias. Ela é a Rainha do mundo inteiro.


[4728]
E por minha parte – acrescenta D. Comboni -, eu venho pôr aos pés de N.a S.a das Vitórias os interesses de cem milhões de homens; venho pedir--lhe pela África Central, a mais abandonada do mundo, na qual ainda se não levantou o estandarte da fé.


[4729]
Venho interessar-vos pela sorte deste país que habita nas trevas da morte, a fim de que me ajudeis com as vossas orações a obter uma maravilhosa vitória sobre o Demónio, que lá reina soberano, para que estes pobres povos entrem, por sua vez, no rebanho do Divino Pastor.


[4730]
Depois desta introdução comovedora, D. Comboni deu-nos uma visão geográfica e histórica da sua missão.

O Vicariato Apostólico e histórico da África Central foi erigido mediante um breve de Gregório XVI a 3 de Abril de 1846. Os seus limites são: ao norte o Vicariato Apostólico de Trípoli; a este, o mar Vermelho nas costas da Núbia e os Vicariatos Apostólicos da Abissínia e dos Gallas; a sul, a região dos montes da Lua; a oeste, o Vicariato das duas Guinés e da Prefeitura do Sara.


[4731]
Este Vicariato tem, portanto, uma superfície maior que a da Europa. Abrange todas as possessões do quedive no Sudão, as quais ocupam um espaço como cinco vezes o da França. Compreende, além disso, alguns reinos submetidos a príncipes fiéis ao Islamismo.


[4732]
Porém, a parte mais extensa contém tribos árabes, nómadas e muçulmanas, inumeráveis tribos de povos feiticistas e muitos Estados independentes, a maior parte sujeitos às mais grosseiras superstições.

A população do Vicariato estima-se em cem milhões de infiéis, do que resulta que a Missão da África Central é a mais vasta e mais povoada do mundo. E também é a mais laboriosa e difícil.


[4733]
Monsenhor expôs-nos algumas das dificuldades com que se confronta cada dia o missionário naquelas terras. A primeira são as viagens. Uma vez passado o Egipto, que possui comboio e embarcações a vapor, é preciso servir-se de barcas e de camelos. Estes empregam 30 dias a atravessar o deserto até Cartum, centro da Missão.


[4734]
O missionário deve viajar sob uma temperatura de 60 graus, não tendo para saciar a sede mais que uma água rapidamente alterada pelo ardor do Sol e exposto a esse terrível vento do deserto, para se resguardar do qual dificilmente encontra uma árvore. Se os dias são perigosos, as noites são ainda mais por causa dos animais ferozes que são frequentes naqueles lugares.


[4735]
E quando depois de muitos meses de viagem o missionário chega pela primeira vez àquelas terras, não encontra nenhuma das coisas necessárias para a vida. Terá unicamente um tecto para se resguardar, quando ele mesmo o construir.


[4736]
Um segundo inimigo do missionário são as doenças perniciosas, as febres más que existem nesses climas abrasadores. Quantas vítimas já não provocou! Dos mais de 40 missionários que trabalharam naquela Missão entre 1846 e 1861, 36 morreram! Posteriormente estiveram lá 50 franciscanos durante dois anos e 22 deles pereceram igualmente, enquanto os restantes se retiraram sem esperança de fazer algo...


[4737]
Um terceiro obstáculo é o desconhecimento das línguas daqueles povos, as quais são tão numerosas como difíceis. Contam-se mais de uma centena e algumas delas não estão fixadas por escrito. Sem dificuldade se pode imaginar o que tem que custar ao missionário a instrução de um só indivíduo, quando ao prepará-lo para o baptismo deve instruí-lo nas verdades fundamentais da nossa santa religião. Como fazer compreender as belezas do culto católico a homens com os quais não se pode trocar os sentimentos?


[4738]
A esta dificuldade acrescenta-se outra para o missionário encarregado de instruir os infiéis: a necessidade em que se encontra de variar os seus métodos segundo os indivíduos que orienta. Alguns desenvolvem-se entre muçulmanos e há que separá-los deles, sob pena de vê-los perder a fé. Já se compreendem os pesados fardos que afligem o missionário obrigado a alimentar e albergar os meninos arrancados à infidelidade.


[4739]
Porém, entre todas as calamidades que fazem estragos nestes países, onde o Demónio reina como dono e senhor, não há nenhuma maior nem tão tremenda como a escravidão. Nós quereríamos que todos os nossos leitores tivessem ouvido os horripilantes pormenores que D. Comboni deu sobre esse triste facto.

É um erro crer que o comércio de negros já não existe. Foi abolido no papel, mas na realidade continua em vigor.


[4740]
Hoje realiza-se ainda este infame comércio como no passado. Traficantes de escravos bem armados em grupos com os meios de destruição que a indústria moderna põe nas suas mãos vagueiam pelas montanhas onde vivem dez, quinze mil negros, que não têm outras armas a não ser arcos e flechas. Matam muitíssimos deles e os outros, em massa, são levados prisioneiros pelos vencedores.


[4741]
Uma longa corda, atada ao seu pescoço, une-os entre si como os anéis de uma cadeia sem fim, enquanto os seus cruéis raptores, com o pau na mão, empurram-nos como um miserável rebanho até à terra onde os venderão a outros não menos desumanos. Nem vale a pena falar nos maus tratos de que são objecto ao longo do caminho através do deserto...


[4742]
Aqui também a Igreja Católica é a única com poder suficiente para destruir esse infame costume. O resgate dos escravos foi o objecto constante dos seus esforços. Desde que ela existe, nunca deixou de a combater e a combaterá sem descanso, respondendo assim, com os seus actos, às injustiças e às calúnias dos que a acusam de ser inimiga da liberdade.

Como se vê, grandes obstáculos esperam os missionários que penetram nessas regiões da África Central.


[4743]
Mas, apesar de tais dificuldades, os missionários estão cheios de ânimo. Não temem as privações, nem as doenças, nem a morte. Os seus precursores deram-lhes exemplo. Não se ficam atrás. D. Comboni é o primeiro que lhes traça o caminho a seguir. É um verdadeiro apóstolo, que faz tudo para todos para ganhar aquelas almas para Jesus Cristo.


[4744]
O seu palácio episcopal é, durante o Verão, um magnífico palmar cuja folhagem o protege muito insuficientemente dos ardores dos 68 graus. E construiu, segundo o luxo do país, um palácio para o Inverno, de barro. Sobre isto conta-nos uma pequena anedota.


[4745]
Enquanto ele edificava este palácio, uma grande seca persistente assolava a região. Os chefes foram visitá-lo e disseram-lhe: «Tu precisas de sol para a tua casa, mas nós precisamos de chuva para os nossos campos. Roga ao teu Deus que faça chover.» O bispo pôs-se a rezar com os seus missionários e suas Irmãs e ao terceiro dia sobreveio uma chuva torrencial. Os bons negros ficaram tão agradecidos que ofereceram três bois ao vigário apostólico.


[4746]
Resultados consoladores vieram estimular os esforços destes intrépidos operários do Evangelho.

Construíram numerosas igrejas em Cartum, na Núbia e no Korfofan. Além disso, fundaram na cidade de Cartum uma grande casa para as Irmãs de S. José da Aparição, de Marselha, a qual alberga uma escola, um orfanato e as obras inerentes. Outra ordem de Irmãs, chamadas Pias Madres da Nigrícia, vem em ajuda das primeiras para as necessidades da missão.


[4747]
Graças às medidas tomadas por D. Comboni, a mortalidade diminuiu sensivelmente entre os obreiros do Evangelho. Dois institutos construídos no Cairo acolhem os missionários e as missionárias, que neles se aclimatam e se preparam assim para o seu apostolado. Os resultados demonstraram a excelência deste tipo de noviciado. Em cinco anos, nenhum sacerdote europeu morreu pela dureza do clima; todos gozaram da melhor saúde, apesar das fadigas, das longas viagens e das privações a que tiveram que se sujeitar.


[4748]
Em vista dos resultados satisfatórios e reconhecendo que esta missão oferecia garantias de estabilidade, a Santa Sé deu-lhe um bispo, D. Comboni, que foi sagrada 12 de Agosto último. O Santo Padre ofereceu-lhe, por essa razão, um magnífico anel e uma cruz de enorme valor, o que fazia com que o santo bispo dissesse que Pio IX tinha oferecido à sua humilde pessoa uma prenda soberba.


[4749]
Esta rápida exposição mostra que, embora o Vicariato da África Central tenha seguido no princípio o caminho das provas, das lutas e dos sacrifícios que a Providência atribui a todas as obras santas, o futuro se apresenta muito esperançoso. A semente está lançada. A graça de Deus, as bênçãos do céu virão fecundá-la e fazê-la dar fruto.

Por isso, ao terminar, monsenhor suplicou-nos que elevássemos as nossas orações a N.a S.a das Vitórias.


[4750]
Orações pelo êxito desta obra e orações por uma missão que o próprio Soberano Pontífice chama a maior, a mais colossal, a mais humanitária de todas as que existem.



N.B. – Resumo de uma conferência de D. Comboni



Original francês

Tadução do italiano






724
Jean François des Garets
0
Paris
14.10.1877
N.o 724 (689) - A Mr. JEAN FRANÇOIS DES GARETS

APGL (1877) Afrique Centrale, 7



J. M. J.

Paris, 14 de Outubro de 1877



Senhor presidente,



[4751]
Como no próximo Novembro devo partir para o meu Vicariato com 15 pessoas dos meus institutos de Verona e 5 ou 6 Irmãs de S. José da Aparição (tinha pedido 10 delas há muito), suplico-lhe, senhor presidente, que me conceda o dinheiro necessário para a viagem de 20 missionários de ambos os sexos da Europa até à África Central.


[4752]
A superiora geral das Irmãs de S. José, para a viagem das suas Filhas, de Marselha até ao Cairo, incluindo a passagem gratuita nas Messageries, costuma passar-me uma factura de 120 francos por Irmã. Creio que este será o gasto que eu vou fazer para a deslocação das 15 pessoas dos meus Institutos de Verona até ao Cairo (via Nápoles), já que o comandante Mac-Mahon me concedeu a passagem gratuita para estes 15 missionários desde Nápoles até Alexandria.


[4753]
Do Cairo até Cartum e o Cordofão, economizando o mais possível, a viagem de cada missionário sai ordinariamente por 600 francos.

Portanto, a deslocação de 20 missionários e Irmãs da Europa até às estações centrais do Vicariato custar-me-á 14 400 francos.


[4754]
Rogo-lhe, pois, senhor presidente, que venha em meu socorro nesta grave necessidade da minha importante Missão.

Agradecendo-lhe muito e antecipadamente, tenho, senhor presidente, a honra de lhe chamar com profundo reconhecimento



Seu dev.mo servidor

† D. Daniel Comboni

Bispo e vigário apostólico da África Central



Original francês

Tradução do italiano






725
Petição afiliaç. Arcicon.
1
Paris
14.10.1877
N.o 725 (690) - AO DIRECTOR DA ARQUICONFRARIA

DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

ANDP



Paris, 14 de Outubro de 1877



Solicitação de apadrinhamento das missões do Vicariato.





726
Petição afiliaç. Arcicon.
1
Paris
28.10.1877
N.o 726 (691) - AO DIRECTOR DA ARQUICONFRARIA

DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

ANDP



Paris, 28 de Outubro de 1877



Solicitação de apadrinhamento dos institutos do Cairo.





727
P.e José Pennacchi
0
Verona
27.11.1877
N.o 727 (692) - A P.e JOSÉ PENNACCHI

APIME, v. XVI, 6, pp. 317-319



J. M. J.

Verona, Instituto Africano

27 de Novembro de 1877



Meu caríssimo amigo,



[4755]
Logo que cheguei a Verona, o que aconteceu ontem, encontrei a sua estimadíssima de 29 do passado mês e li o seu conteúdo. No princípio coincidimos nos pontos essenciais. Porém, necessito de consultar o em.o card.-prefeito, embora tenha a convicção de que em caso de estarmos de acordo consigo e com o Em.o Consolini, poder-se-ia começar imediatamente. O seminário do Príncipe dos Apóstolos não é uma ordem religiosa, mas tem o mesmo espírito que o meu instituto de Verona.


[4756]
Estou persuadido de fazer algo grato a Deus e à Santa Sé concedendo--lhe no meu Vicariato uma missão especial, independente de mim, uma vez que eu tenha experimentado por alguns anos os seus primeiros missionários na África Central. O senhor só tem que me mandar um número suficiente deles. Estamos de acordo nas ideias: o senhor conhece plenamente os meus objectivos e intenções.


[4757]
A minha única aspiração é fazer do melhor modo possível o máximo bem à África Central e salvar mais almas. Não tenho outro anseio senão que praedicetur Jesus Christus. Quaerite primum, etc. et haec omnia, etc. Os meios, o dinheiro pertencem ao haec omnia adiicientur nobis.


[4758]
Enquanto os seus missionários dependerem de mim no Vicariato, eu ocupar-me-ei de tudo: viagem, manutenção, etc. Quando se chegar a um oportuno desmembramento, então será o superior da nova missão desmembrada o que vai prover, não sem eu lhe indicar o caminho, a maneira e prestar-lhe a minha ajuda: et haec omnia. O senhor deve simplesmente dar à África a melhor gente de que dispuser: indivíduos de bom espírito, abnegação e desejosos de penar e morrer por Jesus Cristo e pelas almas.


[4759]
Dentro de duas semanas, sairei de Nápoles para Alexandria, tendo-me concedido o comandante Mac-Mahon passagem gratuita para 21 pessoas até ao Egipto. Portanto, dentro de pouco encontrar-nos-emos em Roma e acordaremos as linhas gerais e tudo. Reze, faça rezar, consulte o sapientíssimo cardeal Consolini, o qual conhece todas as coisas ocorridas e é homem que saberá levar-nos a fazer a vontade de Deus.


[4760]
Em segredo digo-lhe que encontrei aqui duas cartas de Leonardo Reghini, que lhe mostrarei. Os superiores devem saber tudo e eu jamais faço algo sem o acordo deles. Isto com toda a reserva.

Rogue (e saúde a todos da minha parte) por



Seu af.mo amigo

† Daniel, bispo e vig. apostólico



Ontem à tarde partiu para Roma o meu secretário, P.e Paulo Rossi. Fale com ele sobre os nossos projectos.






728
P.e José Pennacchi
0
Verona
29.11.1877
N.o 728 (693) - A P.e JOSÉ PENNACCHI

APIME, v. XVI, 6, pp. 325-328



J. M. J.



Verona, 29 de Novembro de 1877



Apreciadíssimo amigo,



[4761]
A sua cartinha de ontem deu-me dez anos de vida. Estou inteiramente com o seu projecto. Porém, estou até disposto a formar missões especiais para o seu seminário, ao qual quero tanto como ao meu, quando o senhor e o em.o card. protector o permitirem e o considerarem oportuno. A minha preocupação é favorecer o mais possível a infeliz Nigrícia, salvar o maior número de almas, governar e dirigir o apostolado da África Central, segundo o espírito e a vontade da Santa Sé e dos nossos queridos e venerados superiores gerais.


[4762]
Prepare-me, pois, toda a gente que puder e dê-me, depois, todos aqueles que já estejam dispostos, como P.e Leonardo, o diácono e outros. Basta que tenham a sua aprovação. Se lhe parecer, aos que estiverem para vir comigo, conceda-lhes só uma semana de tempo para visitar as suas famílias, já que entre a semana compreendida entre a Imaculada Conceição e o dia 15 deveremos zarpar de Nápoles num barco das Messageries francesas. Coragem, meu caríssimo, verdadeiro e eterno amigo.


[4763]
Aos que vierem, diga-lhes que levem consigo tudo aquilo tiverem de medicina, história natural, botânica, física, pomadas, remédios, etc. Na África há que criar tudo e precisa-se de tudo. E tudo se transporta grátis de Nápoles a Alexandria. Se vir o meu secretário, diga-lhe que P.e Squaranti, meu reitor, pensa sobre o projecto como o senhor e como eu. Nisto está a inspiração de Deus; eu chegarei a Roma aí pelo dia 10; a minha primeira visita será a si e ao seminário Mastai, cenáculo de apóstolos africanos.


[4764]
Não disperse missionários pelas cinco partes do mundo. Dê-os, por muito tempo, à África Central e acabe vindo também o senhor... O Coração de Jesus seja o nosso centro de comunicação. Dê lembranças a P.e Leonardo.



Tuissimus † Daniel






729
P.e José Pennacchi
0
Verona
29.11.1877
N.o 729 (694) - A P.e JOSÉ PENNACCHI

APIME, v. XVI, 6, pp. 329-332



Verona, Instituto Africano

29 de Novembro de 1877



Meu caríssimo,



[4765]
Quanto mais penso sobre o que me escreveu a respeito de me dar missionários do seu seminário com a ideia de mais tarde se lhes confiarem até missões separadas e desmembradas do imenso Vicariato da África Central (dando-se a circunstância de que o Seminário Mastai não é uma ordem religiosa, mas, como o meu, é formado por sacerdotes verdadeiramente desejosos de salvar almas, sem “camilianadas”), quanto mais penso, digo, mais me agrada o projecto. O seminário de Verona e o romano Mastai devem ser irmãos e ajudar-se mutuamente com verdadeiro zelo fraterno.


[4766]
Disponha de mim como lhe aprouver. Porém, se quer um conselho, insisto em que com missões na Austrália, na China, na Albânia, na Índia e na América tirará poucos frutos. Convém ao decoro e honra do ilustre seminário Mastai, único de Roma para tal objectivo, que assuma missões de verdadeiros infiéis: o próprio de um seminário apostólico é que se encarregue de missões apostólicas. Pois bem, as missões mais apostólicas são as da África Central, difíceis, laboriosas, perigosas, cheias de almas infelizes, gloriosas.


[4767]
Temos cem milhões de infiéis para ganhar para Cristo. Ali deixaremos a pele; mas, unidos em grupos compactos, ganharemos aquelas para a Igreja. Acaso S. Pedro e S. Paulo não deixaram a pele em Roma para a conquistar? Foi o seu sangue o que fez de Roma a rainha do universo. Dê-me 25 missionários (5 por ano) e eu crio-lhe um magnífico Vicariato, a desmembrar do meu, pondo à frente dele um bispo e vigário apostólico mastaiano e isto em cinco anos. Dê-me outros 15 em três anos e eu crio-lhe em três anos um segundo Vicariato.


[4768]
Morreremos, mas o nosso sangue será semente de cristãos. Em suma, quanto mais penso diante de Deus, mais convencido me encontro de que a melhor maneira de que o seminário de Via Mastai 18 pode desenvolver a sua acção e levar assim justificadamente o título de apostólico é que renuncie (ao menos por uns anos) a toda a missão na Ásia, América ou Austrália, passando a trabalhar na África sob a minha jurisdição provisória, até poder constituir nesse meu colossal e imenso Vicariato uns vicariatos separados, sob a direcção de outros tantos bispos ou prefeitos apostólicos do seu seminário.


[4769]
Pense, reflicta e fale sempre sobre o assunto com o seu sapientíssimo card. Consolini. Tenho em perspectiva conferir aos seus muitas estupendas missões, depois de uns anos de exercício apostólico sob a minha direcção. Medite e reze. Devemos expulsar o Demónio da África Central, onde agora impera. Eu estarei no interior africano dentro de três meses. Oh!, se pudesse levar para lá comigo alguns dos seus! Mac-Mahon deu-me 21 passagens gratuitas até Alexandria.


[4770]
P.e Leonardo parece-me um bom elemento. Ajudemo-nos reciprocamente. Não sei se compreende bem a minha ideia, mas eu estou convencido de que sim. Agora dê-me missionários. Dentro de pouco, venha o senhor mesmo e dou-lhe um vicariato duas vezes maior que a Itália. Não pense nos meios. Nas barbas de S. José há milhões, que nos terá que dar. O que nós queremos são almas, a glória de Deus e morrer por Cristo.



Tuissimus

† Daniel Comboni



Quanto lhe escrevo, fique só entre o senhor, o Em.o card. Consolini e mim até à minha chegada a Roma.






730
Cón. J. C. Mitterrutzner
1
Verona
3.12.1877
N.o 730 (695) - AO CÓN. JOÃO C. MITTERRUTZNER

ACR, A, c. 15/77



Verona, 3 de Dezembro de 1877



Breve bilhete.