Noticiário mensal dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus
DIRECÇÃO-GERAL
Ordenação episcopal de D. Camillo Ballin
O Cardeal Crescenzio Sepe, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, conferiu a ordenação episcopal a D. Camillo Ballin, MCCJ, novo Vigário Apostólico do Koweit e Bispo titular de Arna. A cerimónia teve lugar no dia 2 de Setembro na Catedral da Sagrada Família, no Koweit.
Foram co-sagrantes D. Giuseppe de Andrea – que poucos dias antes, a 27 de Agosto, tinha renunciado ao cargo de Núncio Apostólico no Koweit, Iémen, Bahrein, Qatar e de Delegado Apostólico na Península Arábica – e D. Francis Micallef, OCD, Vigário Apostólico emérito do Koweit. Concelebraram também D. Paul Hinder, OFM, Cap., Vigário Apostólico da Arábia; D. Bernardo Gremoli, OFM Cap., Vigário Apostólico emérito da Arábia; D. Giacinto-Boulos Marcuzzo, bispo de Nazaré (Terra Santa) e D. Paul Dahdah, OCD, Vigário Apostólico de Beirute dos Latinos (Líbano). Entre os concelebrantes encontravam-se o P. Giuseppe Sandri, secretário-geral, e o P. Claudio Lurati, superior da delegação do Egipto, dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus; D. Lorenzo Piva, Oficial da Congregação para a Evangelização dos Povos; o P. Robert Paul, OCD, Definidor Geral dos Carmelitas Descalços; D. Francis Jamieson,
D. Arnaldo Catalan, os combonianos P. Francesco Giacomo Debertolis e P. José Arellano Hernández, e o clero do Vicariato.
O P. Giuseppe Sandri, na qualidade de representante do Superior Geral, leu a Bula de nomeação do bispo Ballin que, antes da nomeação para Vigário Apostólico do Koweit, era Director do Centro para os Estudos Árabes e de Islamologia, Diálogo com o Islão e Ecuménico (Dar Comboni) no Cairo (Egipto).
Milhares de pessoas participaram no rito. Entre estas, as três irmãs religiosas e o irmão de D. Ballin com a esposa, amigos e o Ir. Tarcisio Soardi vindos de Itália. A celebração, muito bem organizada, contou com uma activa e impressionante participação dos fiéis.
No dia precedente, o Cardeal Crescenzio Sepe tinha visitado as três florescentes escolas dirigidas no Koweit pelos Salesianos, pelas Irmãs do Rosário de Jerusalém e pelas Irmãs do Carmelo Apostólico de Mangalor.
Desejamos a D. Camillo Ballin um frutuoso apostolado no Koweit, onde residem só 800 mil cidadãos (muçulmanos) comparativamente a 1.700.000 imigrados de numerosos países, como Índia, Filipinas, Sri Lanka, Egipto, Palestina, Líbano. Os católicos são cerca de 150 mil.
Secretariado-geral para a Economia
Assembleia Continental Americana
De 22 a 27 de Agosto realizou-se em Bogotá (Colômbia) a Assembleia Continental para Ecónomos Provinciais e de Delegações de acordo com o programa de actuação das directrizes dadas pelo Capítulo Geral de 2003 em matéria económica. O encontro foi precedido por dois dias de conversações com o ecónomo-geral sobre questões técnicas, a fim de resolver e clarificar problemas e temas de interesse provincial.
A assembleia – na qual participaram todos os ecónomos, excepto os da DCA e da Ásia devido à substituição rotativa dos titulares que impossibilitou os novos substitutos estarem presente – enfrentou a totalidade dos temas sugeridos pelo Capítulo Geral de 2003 com a preocupação de conferir um contexto americano à reflexão. De facto, para além das opções técnicas escolhidas e propostas aos superiores provinciais e delegados, dominou a perspectiva de uma América que cresce no seio do Instituto com a sua presença vocacional e a busca de um estilo próprio de missionariedade comboniana, com propostas de auto-suficiência económica ligadas à animação missionaria, à simplicidade de vida e a opções locais de novo estilo.
Em vista de um tempo não muito distante em que a presença europeia e norte-americana será muito enfraquecida, com a relativa diminuição de apoio económico, procuraram-se algumas linhas fundamentais de resolução. O património imobiliário foi visto como o alicerce sobre o qual se pode apoiar a acção missionária da comunidade provincial: dispor de uma casa comboniana em boas condições sem ter de depender de outras instituições dá o mínimo de serenidade e segurança para o futuro. Convictos de que é precisa a colaboração de todos para o bom andamento da economia provincial, a opção pelo fundo comum parece ser uma via obrigatória para manter a coerência da missionariedade vivida comunitariamente. As principais vias a aprofundar, indicadas pelos ecónomos, foram portanto: património imobiliário, fundo comum e auto-suficiência continental. Surgiu a necessidade da formação de ecónomos «americanos» que sejam capazes de gerir o futuro. A economia quer permanecer «um importante sector da vida humana e missionária» (DC’03, 101).
Especializações
O P. Lorenzo Frattini obteve com summa cum laude o título universitário de «Licenciatura em Teologia com especialização em Doutrina Social da Igreja», no Pontifício Instituto Pastoral «Redemptor Hominis» da Pontifícia Universidade Lateranense. O título da tese é: «La pastorale sociale della Chiesa come evangeliz-zazione, l’esperienza di una parrocchia centrafricana». O texto está disponível na Internet no endereço:
http://mio.discoremoto.virgilio.it/lorenzofrattini
Profissão perpétua
Esc. Indacochea Quimis Pedro Jimmy (EC) Borbón (EC) 11.07.2005
Ordenações sacerdotais
P. Jovilla Nolasco Jr. Robiso (A) Majayiay (RP) 08.08.2005
P. Naranjo Alcaide Jorge Carlos (E) Madrid (E) 03.09.2005
P. Zarantonello Daniele (I) Favaro Veneto (I) 10.09.2005
Obra do Redentor
Outubro 01 – 15 P 16 – 31 RSA
Novembro 01 – 07 SS 08 – 15 TC 16 – 30 T
Intenções de oração
Outubro – Para que possamos anunciar o Evangelho em atitude de profunda e respeitosa escuta dos valores e das experiências religiosas concretas dos povos que servimos. Oremos.
Novembro – Para que São Daniel Comboni abençoe os candidatos e as candidatas, os jovens missionários e missionárias da Família Comboniana, para que, com a sua criatividade e entusiasmo, contribuam para a renovação e contextualização do carisma nas novas realidades. Oremos.
Publicações
«Con la Missione nel Cuore», biografia do P. Luciano Fulvi, 112 páginas, com fotografias a preto e branco e capa a quatro cores. Pode-se pedir ao P. Giovanni Vedovato, comunidade comboniana de Lucca. O preço é de € 6,00.
«Una Vita per il Sudan», biografia do P. Elvio Cellana, 180 páginas, com fotografias a preto e branco, capa a cores e apresentação do Superior Geral. Pode pedir-se ao superior da Casa Mãe de Verona. O preço é de
€ 6,00.
ÁSIA
Teimosia evangélica
«Agradeço ao Senhor pela unidade, a abertura e o espírito de diálogo que encontrei entre vós… Espero e peço que possais continuar com o mesmo entusiasmo, coragem e teimosia evangélica… aquela teimosia que encontramos em Comboni. O Senhor, estou certo, continuará a mandar-nos sinais para nos indicar a sua vontade e os seus projectos.» Estas palavras, tiradas de uma breve mensagem enviada à delegação da Ásia pelo Superior Geral, logo após a sua recente visita às comunidades de Taipé e Macau com o P. Tesfamariam Ghebrecristos Woldeghebriel, sublinham o significado dos dias que passaram connosco, de 25 de Agosto a 7 de Setembro, para conhecer melhor a missão comboniana na China.
Em Taipé, de 25 a 29 de Agosto, puderam visitar quer a comunidade católica, servida pelos confrades na paróquia de Jen Ai, quer o projecto Fen Xiang que diz respeito à China continental e é apoiado pela Delegação. O encontro com o arcebispo de Taipé permitiu interessantes aprofundamentos sobre a situação da Igreja na China Continental, sua terra de origem e onde se desloca regularmente em visita. Um serão agradável foi passado com os superiores dos outros Institutos missionários que trabalham em Taipé: Jesuítas, Missionários dos Scheut (Coração Imaculado de Maria), de S. Vicente, Camilianos e Verbitas.
Durante os primeiros três dias em Macau, de 30 de Agosto a 3 de Setembro, deu-se «o encontro chinês» da Delegação, no qual todos os confrades que trabalham pela China se reuniram juntamente com o
P. Teresino, o P. Tesfamariam e o Conselho de Delegação para avaliar os últimos seis anos e programar o futuro. O trabalho de preparação efectuado pelas comunidades antes da visita, ajudaram-nos muito a exprimir-nos com suficiente clareza sobre uma série de problemas importantes, como o futuro estabelecimento das nossas comunidades, o desenvolvimento do nosso trabalho na China Continental e a questão do acompanhamento e formação dos candidatos do Instituto. O Conselho de Delegação espera chegar a decisões sobre estes pontos, depois de dialogar com os confrades em causa, no seu encontro de Novembro, em Macau.
Na segunda parte da visita, fizeram-se os encontros pessoais com os confrades da zona, a visita ao bispo local e a oportunidade de conhecer a realidade desta pequena mas importante parte da China. O P. Teresino, de facto, passou o seu último dia de permanência a visitar a China Continental.
Entretanto, enquanto o Superior Geral regressava a Roma passando por Taipé – tinha visitado as comunidades das Filipinas no ano passado –, o P. Tesfamariam deslocou-se a Manila onde pôde ver de perto o trabalho desenvolvido pelos confrades no sector vocacional e formativo – encontrou-se com os postulantes – e a revista «World Mission».
Na mensagem acima referida, o P. Teresino descreve a sua visita como «graça e dom». A delegação, por sua parte, esta grata a ele e ao P. Tesfamariam pela sua presença, as suas sugestões e o encorajamento a prosseguir no caminho empreendido.
CÚRIA
Workshop em Montecucco
De 12 a 14 de Setembro de 2005 teve lugar em Montecucco (Roma) o primeiro workshop sobre a Ratio Missionis, organizado pela comunidade da Cúria e animado pelos padres Fernando Zolli e Danilo Cimitan, com a ajuda do P. Lorenzo Frattini como secretário.
A participação foi óptima e a metodologia de trabalho conduziu a uma partilha fraterna muito profunda que os participantes apreciaram.
O workshop tratou dois temas: «Quem somos e como vivemos» e «Que fazemos e como trabalhamos», seguindo o método do ver, julgar e agir.
Na conclusão do workshop os participantes combinaram um segundo encontro para meados de Novembro a fim de continuar a reflexão e a partilha encetada nestes três dias.
CARTUM
Primeiras licenciaturas
Em Outubro, o Colégio Comboni de Cartum desenfornou o primeiro grupo de licenciados em ciências do computador. Sobre 27 que haviam iniciado o curso há quatro anos, 17 conseguiram terminá-lo com sucesso. Dos outros, alguns foram para o estrangeiro para continuar os estudos; uma rapariga faleceu num acidente de viação há algumas semanas e oito estudantes – quase a metade – deixaram o curso por terem encontrado um trabalho. Com esta licenciatura, os nossos estudantes poderão certamente encontrar um bom emprego.
IN PACE CHRISTI
Ir. Duilio Beltrami (28.02.1927- 26. 08. 2005)
A vocação do Ir. Duilio encontra as raízes na sua família profundamente cristã e na Acção Católica que, graças ao pároco P. Bertolani, estava muito activa na sua paróquia e era nutrida por uma intensa vida sacramental pelo que, nos jovens, o dom total de si à Igreja era visto como uma consequência natural da formação religiosa. O Ir. Duilio teria desejado entrar para o Seminário, mas as dificuldades económicas da família impediram-no.
Durante o serviço militar – que fez na Cecchignola de Roma – teve todo o tempo necessário para avaliar melhor a sua vocação. No termo do serviço militar já tinha decidido tornar-se Irmão nos Missionários Combonianos.
Aos 22 anos deixou a família e entrou no noviciado de Gozzano onde estava o P. Giovanni Giordani como mestre de noviços. Desde logo, mostrou-se maduro e por isso foi escolhido para ser enviado para Monroe, nos Estados Unidos juntamente com o Ir. Natale Magistrelli, onde se estava a afirmar um novo noviciado comboniano sob a direcção do
P. Febo Chiodi. Aqui, a 8 de Dezembro de 1952, solenidade da Imaculada, emitiu os votos temporários. Depois do noviciado, permaneceu aí mais algum tempo à frente da cozinha.
Em 1953, regressou à Itália e aí permaneceu até 1960. Neste período foi destinado à administração das revistas e secção de assinaturas de Verona.
Em1960, foi para Campala, no Uganda, como encarregado da casa. Devido à sua pouca saúde, só pôde ficar um ano. Regressou novamente a Verona onde permaneceu de 1961 a 1964, como encarregado da portaria e do telefone, mas tinha também de preparar as refeições para os confrades que chegavam fora de horas ou que tinham de sair antes da refeição comum, e o Ir. Duilio nunca se esquivou a isso. Entretanto, abriu a casa comboniana de EUR (Roma) e o Ir. Duilio foi enviado para lá como porteiro e telefonista.
Em 1971, tentou uma vez mais o caminho da África, num primeiro tempo no Uganda (1971-1974) com o cargo de procurador da diocese de Gulu, um trabalho que o empenhava muito porque as missões a servir eram numerosas. Depois passou para Nairobi, no Quénia, como responsável da casa (1974-1975). Em 1975 estava de novo em Roma, encarregado da tipografia. De 1982 a 1983 foi encarregado do departamento de viagens e de 1983 a 1987 desempenhou o cargo de procurador diocesano em Awassa, na Etiópia. E aqui terminou a sua experiência africana.
Em 1987, encontramo-lo novamente em Roma como encarregado da tipografia na Cúria Generalícia. Manteve este cargo até à morte, com intervalos para consultas em Verona e noutros hospitais para se tratar.
Durante a missa exequial, o P. Arnaldo Baritussio sintetizou a espiritualidade do Ir. Duilio sublinhando algumas notas da sua vida. Inspirando-se na festa de S. João Baptista que se celebrava naquele dia, o P. Arnaldo salientou a fidelidade de Deus e a fidelidade do Ir. Duilio em realizar o projecto do Senhor. Esta fidelidade tornou-se testemunho, dom de vida pelo Reino.
A segunda nota destacada pelo P. Baritussio foi o amor pelo Instituto através do amor às pessoas. Identificava a história do Instituto com a história dos confrades.
Terceira nota: 24 anos na tipografia. Desempenhou o serviço com competência, rigor, disponibilidade e precisão, sem entrar na rotina nem no sentido de propriedade. Sentia-se um operário do Reino, sempre pronto a executar aquilo que lhe era pedido.
«Vivemos durante algum tempo juntos no noviciado – escreve o P. Picotti – mas não tenho recordações significativas desse período. Ao contrário, tive com ele muitos encontros em Roma por razões de trabalho. Quantas fotocópias fez! Quantos fascículos encadernou! No seu múnus de serviço de secretaria preparou milhares de opúsculos para os diversos Capítulos Gerais, assembleias, comissões que se sucederam ao longo desses anos. E fez sempre este trabalho com diligência e competência. Só o representante que lhe fornecia o papel para imprimir sabe quantos quintais lhe passaram pelas mãos e pelas máquinas por ele manejadas.
Alguém poderá dizer que o Ir. Duilio opunha dificuldades a quem lhe pedia algum serviço, mas eu posso afirmar, com verdade, que sempre o achei disponível e pronto a satisfazer as solicitações e, em casos urgentes, mesmo fora do seu horário de trabalho.
Poderia certamente dizer-se que, por vezes, parecia resmungar perante algumas situações da Cúria Generalícia: mas era o amor que tinha pelo Instituto a fazê-lo reagir assim. De resto acabava por aceitar todas as decisões e colaborava plenamente. Sempre me admirou o facto de ele trabalhar, por vezes, apesar das frequentes indisposições e lancinantes dores de cabeça.
Gostaria ainda de recordar a caridade que mostrava para com a nossa idosa colaboradora Emma Matassoni: ia buscá-la para a missa diária e depois ia levá-la novamente a casa. Para mim, foi um confrade com quem tive uma verdadeira amizade e que estimei como autêntico missionário comboniano.»
A 31 de Julho de 2003 inicia o diário dos seus internamentos nos vários hospitais. A sua história começa com estas palavras: «Diário de uma bela aventura… Parto de Roma para umas felizes férias em Fai della Paganella. Sonho com nascentes de água, passeios no bosque, escaladas nas montanhas…
Sábado 2 de Agosto, em helicóptero, sou internado no hospital de Trento por insuficiência cardíaca e total ausência de respiração. Perdi a consciência e só acordei novamente na sala de reanimação. Depois de 12 dias tenho alta e posso ir para Fiorano para um período de convalescença…»
A 26 de Agosto de 2005, às 15.00 horas, o Ir. Duilio terminou a sua aventura terrena. Estava a fazer a sesta após o almoço no hospital de Negrar onde se encontrava internado, quando uma senhora que assistia o seu marido no mesmo quarto se apercebeu que o Ir. Duilio fez duas profundas respirações. A senhora chamou o pessoal sanitário e os enfermeiros, mas já não havia mais nada a fazer. O Ir. Duilio tinha deixado este mundo.
Depois do funeral na Casa Mãe, a urna foi transladada para Fiorano (Modena) onde reside a sua família.
O Superior Geral, P. Teresino Serra, que se encontrava em visita à Ásia, escreveu: «Não esperávamos uma notícia tão abrupta e dolorosa. Agora cabe-nos dar uma resposta de fé e de agradecimento pela pessoa do Ir. Duilio. Tinha partido de Roma com grande serenidade e com o desejo de regressar ao seu trabalho. Deus dispôs de outro modo. Certamente o Ir. Duilio nos ensinou o amor à missão e ao Instituto. A sua sensibilidade falou-nos da importância da atenção à pessoa.
A sua sinceridade ensinou-nos a beleza da transparência. O seu sorriso quis dizer-nos que o mais importante é estar felizes na vida. Agradecemos a Deus pelo serviço precioso e silencioso do Ir. Duilio em tantos anos passados na via Luigi Lilio.»
Ir. Johann Bachmann (25.12.1917-17.09.2005)
O Ir. Johann Bachmann nasceu no dia de Natal de 1917 em Monguelfo, Val Pusteria (Itália). Em 1939, pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial, entrou para os Missionários Combonianos, na comunidade de Milland (Bressanone) a fim de se preparar para o serviço da missão como irmão missionário. Foi o último candidato a emitir, a 29 de Junho de 1941, os votos temporários, porque a guerra já tinha começado. De facto, o noviciado permaneceu encerrado durante todo o tempo do conflito. O Ir. Jo-hann, entretanto, permaneceu em Milland e a 29 de Junho de 1947 consagrou-se ao Senhor, emitindo os votos perpétuos.
O Ir. Johann trabalhou depois, durante 31 anos, nas herdades das nossas casas primeiro em Milland, depois em Mellatz e em Ellwangen. Em 1972, foi transferido para a pequena casa de estudo para os MFSC, em Roma (Viale Vaticano 50), onde, durante dez anos, se dedicou à jardinagem e à gestão da casa.
Foi em Roma que teve a oportunidade de revelar o seu talento artístico que até então os superiores mal tinham notado. Aqui, de facto, o Ir. Johann tinha mais tempo para dedicar à escultura e à pintura e podia encontrar inspirações sem conta. Apreciava particularmente as imagens da natividade. Este seu dote já se tinha manifestado em criança, quando apascentava as ovelhas e as cabras na sua terra e se divertia a reproduzi-las.
Depois do período em Roma, o Ir. Johann passou três anos em Neumarkt-Oberpfalz, onde, mais uma vez, teve a possibilidade de mostrar o seu talento artístico.
Em 1986, o seu desejo de ir para a missão foi finalmente satisfeito. Obteve licença de ir para o Peru mas, por causa da idade, a licença era só por um ano ad experimentum. Como a experiência se revelou positiva, permaneceu aí durante 16 anos. Escreveu: «Não estou nada arrependido de ter vindo para aqui, apesar do espanhol só entrar na minha cabeça enferrujada com dificuldade, mas entra.»
Em Lima pôde desfrutar verdadeiramente do seu talento e sentiu-se um verdadeiro missionário, porque podia anunciar o Evangelho através da sua criatividade artística. Era como se no Peru tivesse iniciado para ele uma nova vida. De facto, em muitas igrejas e lugares missionários, podemos admirar as suas obras de pintura e escultura: é verdadeiramente um prazer observar essas imagens que retratam tão fielmente a realidade. «Nas capelas e na minha oficina sinto-me como no paraíso», escreveu uma vez ao superior do DSP, sua província de origem.
Em 1995, teve um infarto do qual nunca se refez completamente. Assim, em 2000, teve de voltar para Ellwangen, para o Centro de Idosos e Doentes para os confrades do DSP. Permaneceu um longo período no hospital, onde foi necessário também amputar-lhe um pé. Foi um período difícil da sua vida, com um longo processo de reabilitação e de adaptação a esta nova fase da sua existência. Por fim pôde regressar para Ellwangen, para a casa que tinha frequentemente retratado nas suas obras. O Ir. Jo-hann tinha amadurecido espiritualmente. No seu rosto, aparecia muitas vezes um sorriso traquina, apesar do sofrimento e das provações da vida. Apagou-se serenamente a 17 de Setembro de 2005.
Em Abril de 1997 tinha escrito de Lima: «Apercebo-me agora como é doloroso e árduo o peso da idade e da doença que grava sobre os nossos ombros. Todavia, não me desagrada agarrar-me à cruz que nos indica a pátria eterna por mim tão desejada.»
Na sua vida religiosa o Ir. Johann teve de enfrentar numerosas provações, como a incompreensão, ao longo de anos, pelas suas qualidades artísticas. Mas soube reagir a estas provações com grande maturidade espiritual. A sua confiança na grande realidade do Eterno correspondia àquela fé interior que manteve sempre viva no seu desempenho missionário. Que o Senhor o torne partícipe da festa do céu. (P. Georg Klose)
Ir. Agostino Stocco (01.06.1936-26.09.2005)
O necrológio do Ir. Agostino Stocco surgirá no próximo número de «Família Comboniana».
Oremos pelos nossos defuntos
* O PAI: Palmiro, do P. Davide De Guidi (MO).
* A MÃE: Maria, do P. Vincenzo Todesco (PE); Rosália, do Ir. Karl Josef Kolb (DSP); Amabile, do P. Luigi Marini (DCA).
* O IRMÃO: Antonio, do P. Cesare Pegoraro (T); Haile, do P. Sebhatleab Ayele Tesemma (ER); Giovanni, do P. Antonio Benetti (LP); Josef, do Ir. Vitus Schatzer (DSP); Licínio, do P. Sante Cordioli (BS); Luc Yongole, do Ir. Richard Andama (MZ); Yohannes, do P. Tipo Deng Amayldh Paolino (TC).
* A IRMÃ: Rosa, do P. Herbert Oberhofer (DSP).
* AS IRMÃS MISSIONÁRIAS COMBONIANAS: Emma Maria Dolci; Achillea Arnaboldi; M. Beniamina Pagani.
Tradução: Madalena F. Pereira; paginação: «Além-Mar» - Calç. Eng. Miguel Pais, 9 - 1249-120 LISBOA
Familia Comboniana n. 624