Noticiário mensal dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus
DIRECÇÃO-GERAL
Nomeação dos vice-provinciais e vice-delegados
Mais uma vez lembramos que, na sua primeira reunião de 2005, os novos conselhos provinciais e de delegação terão de eleger os vice-superiores provinciais e os vice-superiores de delegação. Planifique-se este encontro por forma a que «os resultados das eleições possam ser comunicados ao superior geral e ao seu conselho para confirma-ção» antes do fim de Janeiro. Enviar a informação ao secretário-geral.
Assembleia geral dos provinciais e delegados
Como já foi anunciado, a assembleia geral dos provinciais e delega-dos realiza-se no Cairo (Egipto), de 13 a 27 de Fevereiro de 2005.
Pede-se aos provinciais e delegados que cheguem ao Cairo pelas 18 horas de 13 de Fevereiro. O programa da assembleia será proxima-mente enviado aos interessados.
Secretaria-Geral
O Pe. Giuseppe Sandri, secretário-geral, e o Pe. Enrico Redaelli, seu assistente, agradecem a todos os provinciais/delegados que deixam o cargo a colaboração e a comunhão que nos proporcionaram nestes últimos anos. Auguramos-lhes um frutuoso apostolado no futuro. Obri-gado também aos provinciais/delegados confirmados no seu cargo. Empenhemo-nos para que a colaboração entre nós melhore cada vez mais. Aos novos provinciais e delegados prometemos a nossa plena cooperação.
Exprimimos também o nosso mais sincero reconhecimento a todos os confrades que contribuíram para a redacção da Família Comboniana, das cartas do Conselho-Geral e de outros documentos, e àqueles que colaboraram na tradução destes documentos nas diversas línguas. Precisamos sempre da vossa comunhão e ajuda. Estamos certos de que a vossa disponibilidade para este importante contributo, que torna mais eficaz a comunicação entre nós, irá continuar também no futuro.
Anuário Comboniano 2005
A partir do dia 1 de Fevereiro iniciar-se-á o trabalho de preparação para a impressão do Anuário Comboniano 2005. Até essa data tendes tempo para nos enviar mudanças, correcções e sugestões a serem inseridas no texto final.
O secretário-geral está a actualizar diariamente no seu computador o programa a partir do qual o Anuário Comboniano será impresso. Por isso, logo que haja mudanças, é um dever fazê-las chegar até ele da maneira mais rápida possível.
Renovamos igualmente o apelo aos confrades que ainda nunca man-daram uma fotografia sua à secretaria-geral, tanto pessoalmente como através dos seus provinciais/delegados, para iniciarem o novo ano com um acto de generosidade a este respeito. Esperamos pelas suas fotografias em formato passe.
Renovamos um outro apelo, já anteriormente repetido, aos provinciais, delegados e superiores locais que ainda o não fizeram para manda-rem sempre ao secretário-geral uma linda e útil fotografia a cores das nossas casas.
Secretariado-Geral da Economia
Assembleia continental dos ecónomos da Europa
De 22 a 27 de Novembro realizou-se em Coimbra (Portugal) a assem-bleia continental dos ecónomos da Europa, seguido de um encontro técnico. Foi um encontro interessante, com todos os aspectos positi-vos: acolhimento caloroso, tempo bom, convívio fraterno e partilha fru-tuosa. Os diferentes temas propostos foram analisados e adquiriram uma conotação mais pormenorizada.
A noção de Património Estável está, de modo especial, a passar de uma intuição um tanto nebulosa de um fundo contra os receios do fu-turo para uma concepção mais serena e racional de construção do futuro em bases essenciais e responsáveis.
A responsabilidade individual e provincial dominou também a reflexão feita sobre as indicações fornecidas pelos Documentos Capitulares 2003 nos números 101-104, para se colocar cada vez mais ao serviço da missão.
O caminho iniciado pelo nosso Instituto, com a reflexão sobre a Ratio Missionis, também teve o seu espaço na assembleia dos ecónomos, que partilharam as suas ideias e concepções de serviço à missão através dos meios materiais.
Orçamento 2005
Em relação ao Fundo dos Escolasticados/CIF e ao da Assistência aos Doentes, o contributo pedido às províncias e delegações fica igual ao do ano passado.
Ano Comboniano de Formação Permanente (ACFP) no México
Há três meses que iniciámos o nosso caminho neste nono ACFP, o quinto realizado no México. Como é tradição, a abertura do curso foi feita com toda a solenidade na Basílica de Nossa Senhora de Guada-lupe, onde fomos muito bem acolhidos.
O curso realiza-se na casa provincial de Xochimilco. Tanto a província do México como a comunidade da casa provincial receberam-nos de braços abertos e estão a fazer todos os possíveis para que possamos realizar o curso da melhor maneira. Embora provenhamos de locais muito diferentes, sentimo-nos realmente à vontade e podemos expe-rimentar a veracidade da famosa frase mexicana de que «esta casa é vossa».
Este ano os participantes são 19, provenientes de todos os recantos do mundo, tanto como terra de origem como de missão. A diversidade e riqueza pode ser já constatada ao abrirmos os nossos passaportes: italianos que trabalharam no Uganda, Peru ou Chade; portugueses vindos da África do Sul, Moçambique e Brasil; congoleses do Sudão; beninenses e peruanos da Rep. Centro-Africana; equatorianos da Etiópia; espanhóis das Filipinas, Peru, Congo e Chade; costa-riquenhos do Uganda; mexicanos de Moçambique e Equador... Sem contar os três membros da equipa coordenadora (Pe. José Manuel Hernández Casillas, Pe. Siro Stocchetti e Ir. Guillermo Casas Rosell). Uma Babilónia que se transforma num belo grupo, pronto à partilha e ao enriquecimento recíproco.
A manhã é dedicada aos relatórios e aos seminários sobre os temas mais diversos: desde o conhecimento de si e da experiência de Deus, até à realidade mexicana ou à história dos nossos antepassados du-rante o período do Madhi no Sudão, passando pelos cuidados com o corpo e com a saúde. A tarde é dedicada ao estudo, à reflexão pesso-al e ao acompanhamento personalizado, tanto espiritual como psico-lógico. O sábado fica livre e no domingo ajudamos nas paróquias dos arredores, o que nos permite partilhar a nossa experiência missionária com a população que nos recebe.
Uma vez por mês (e sempre que a ocasião se apresente) damos um passeio turístico-cultural para conhecermos a história, a cultura e a realidade do México. Felizmente, há entre nós pessoas do local que nos servem de «cicerones» nos lugares que visitamos. E nem o des-porto nos falta. Até temos à disposição as infra-estruturas desportivas da Cruz Azul, uma equipa da Série A do futebol mexicano, sobretudo a piscina com monitores e tudo o resto.
Não obstante a diversidade, o clima que reina entre nós é óptimo. Es-tamos divididos em pequenos grupos de comunicação de vida; grupos de quatro ou cinco confrades que se reúnem uma vez por semana para terem a possibilidade de uma partilha mais pessoal e aprofunda-da, o que não impede uma partilha mais alargada nas celebrações li-túrgicas ou nos encontros comunitários que realizamos duas vezes por mês.
O objectivo principal deste ACFP é que cada um possa encontrar-se a si mesmo, a sua própria realidade, a sua própria experiência... A expe-riência vivida que cada um apresenta é a matéria-prima para aquilo que aqui fazemos. Poder-se-ia dizer que a prioridade, a trave mestra do curso é esta experiência pessoal que cada um faz. Isso permitir-nos-á regressar em breve à nossa missão, ou ao nosso novo destino, com energias renovadas e com o corpo e o espírito em plena forma (Pe. José Manuel Hernández Casillas).
Nomeações
P.e Teresino Serra. Em carta de 22 de Novembro de 2004, Sua Emi-nência o Card. Ângelo Sodano, secretário de Estado, notificou que Sua Santidade João Paulo II nomeou o Pe. Teresino Serra para mem-bro da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e das So-ciedades de Vida Apostólica. Parabéns!
O Ir. Eigner Johann (DSP) foi nomeado membro da Comissão Restri-ta para a Ratio Missionis.
Pe. Cerezo Ruiz Daniel (A) e Ir. Cruz Reyes Joel (EC) foram nome-ados membros da Comissão Alargada para a Ratio Missionis.
Votos perpétuos
Esc. Kakwata Séraphin (CN) Roma (I) 18.12.2004
Esc. Longba Godefroy-Médard (CA) Roma (I) 18.12.2004
Esc. Mehari Abraha Iskias (ET) Roma (I) 18.12.2004
Esc. Naranjo Alcaide Jorge Carlos (E) Roma (I) 18.12.2004
Obra do Redentor
Janeiro 01-07 A 08-15 C 16-31 BNE
Fevereiro 01-15 BS 16-28 CA
Intenções de oração
Janeiro – Para que, atraídos pelo amor de Cristo Bom Pastor e se-guindo o exemplo de São Daniel Comboni, possamos assumir com coragem e criatividade os novos desafios da missão. Oremos.
Fevereiro – Para que toda a Família Comboniana, vivificada pela ins-piração do Fundador, acolha com gratidão a diversidade dos dons e a interculturalidade, e viva com renovada paixão e coragem a graça da missão. Oremos.
BRASIL NORDESTE
Prémio Nacional para os Direitos Humanos
No dia 9 de Dezembro, quinta-feira, o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia, Brasil, recebeu o Prémio Nacional para os Direitos Humanos 2004, pelas actividades realizadas na luta contra o trabalho escravo.
A presidente do Centro, Cármen Bascarán, e o secretário executivo, António José Ferreira Lima, receberam o prémio no Palácio do Planal-to, em Brasília, às 9.00 horas, das mãos do Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva.
O Centro de Defesa recebeu do Governo federal 10 mil reais e uma estatueta, em reconhecimento do trabalho desenvolvido por este or-ganismo, que coordena o Forem (Fórum de Erradicação do Trabalho Escravo) no Maranhão.
«Estamos satisfeitos com este reconhecimento nacional pelo trabalho que realizámos ao longo destes oito anos. Acreditamos que, com um objectivo claro e metas definidas, conseguiremos resultados satisfató-rios no nosso estado», afirma António Filho.
Concorreram ao prémio, juntamente com o Centro, a Organização In-ternacional do Trabalho (OIT), a ONG Repórter Brasil (de São Paulo), o Tribunal Regional do Trabalho e o Grupo Móvel do Ministério do Trabalho (de Brasília). Todos desenvolvem uma luta contra o trabalho escravo no Maranhão.
O Centro de Defesa enviou denúncias contra o trabalho escravo ao Ministério do Trabalho, acolheu trabalhadores em fuga dos latifúndios e deu apoio à actividade de grupos de fiscalização.
Para o delegado regional do Trabalho no Maranhão, Ubirajara do Pin-daré, o prémio é muito importante, porque vem reforçar a luta para ex-tirpar o trabalho escravo. «O Centro de Defesa de Açailândia é uma das entidades mais operantes no país na luta contra esta praga e tem todos os motivos para ser reconhecida com o prémio nacional.» Pin-daré também assistiu à entrega do prémio.
Após quase nove anos de trabalho para acabar com o trabalho escra-vo, vemos que o Governo do Brasil reconhece o nosso esforço!
Este prémio é importantíssimo para todos nós, se pensarmos que ain-da há um ano tínhamos de escutar na televisão, na rádio e lermos na imprensa frases de «certos elementos» que afirmavam que nós inven-távamos esta história do trabalho escravo para nos aproveitarmos dela!
Estamos satisfeitos e queremos que o saibais, porque, de uma forma ou doutra, todos vós e muitos outros, de quem não sabemos onde mo-ram, nos ajudastes nesta luta. Obrigado, em nome de todos os jovens, dos homens e mulheres que, após terem passado pelo Centro de De-fesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia, começaram a acreditar que vale a pena viver a vida! (Cármen Bascarán)
CARTUM
Visita ao Darfur de D. António Menegazzo
De 26 de Novembro a 15 de Dezembro estive em visita pastoral no Darfur. Visitei, sobretudo, as três paróquias de Nyala, El Fasher e El Daein. Pude visitar também Jeneina, que confina com o Chade, onde temos uma capela que serve igualmente de centro. Os catequistas tomam conta deste centro, enquanto um sacerdote, vindo de El Fasher ou Nyala, o visita de tempos a tempos.
A situação com que deparei é trágica. Visitei os campos de refugiados nos arredores das três cidades. Pude observar a sua grande exten-são, as tendas brancas que abrigam as famílias e o evidente sofrimen-to por toda a parte, não obstante a presença de muitas organizações internacionais.
Nós assistimos os refugiados através da Caritas local (Diocesan Su-dan Aid) e em colaboração com a Cordail holandesa. Distribuímos tendas, comida e outras coisas de que têm necessidade extrema.
A paróquia de Nyala, confiada aos missionários combonianos, ajuda sobretudo os prófugos que não querem ir para os campos de refugia-dos e que, por isso, não têm direito ao auxílio prestado pelas outras organizações. Com a assistência dos salesianos, comprámos uma casa que confiámos às Irmãs de Santa Antida para ser utilizada como refúgio para raparigas. A Cordail holandesa está também a estudar um projecto para um centro vocacional para rapazes.
Não obstante os acordos de Abuja entre o Governo e os rebeldes, os recontros prosseguem diariamente. Há janjaweed por todo o lado. Os sacerdotes não podem visitar os diversos centros e as comunidades para assistir os catequistas e os cristãos no ministério. As organiza-ções sediadas na zona também correm riscos nas suas deslocações.
Consegui ir de Nyala para El Fasher e Jeneina e, de regresso a Nyala, também a Daein, mas viajando unicamente em aviões das Nações Unidas.
Devido à insegurança, os produtos que se vendem nos mercados tor-naram-se escassos e caros. Os camiões que transportam mercadorias de Cartum são poucos, pois há o perigo constante de serem assalta-dos e roubados ao longo do caminho.
De um ponto de vista meramente humano, não acreditamos que a paz esteja para breve. Os encontros entre o Governo e os rebeldes pros-seguem, mas mesmo que conseguissem outros acordos, temos dúvi-das de que eles sejam depois respeitados.
EGIPTO
Para um melhor conhecimento do mundo islâmico
O Pe. Giuseppe Scattolin publicou junto do Institut Français d’Archéologie Orientale (IFAO), Cairo, a edição crítica dos poemas de um grande sufi egípcio, ‘Umar Ibn al-Farid († 1235), com o título The Diwan of Ibn al-Farid. É um válido contributo ao conhecimento, tanto deste poeta místico (sufi), em particular, como da mística (sufismo) is-lâmica, em geral.
Este trabalho foi entendido, antes de mais, como uma obra de «incul-turação», isto é, de conhecimento profundo da cultura do povo em que vivemos, neste caso o islão, que representa mais de 90 por cento da população egípcia. Desta forma apresentamo-nos como um interlocu-tor válido a nível da cultura, propondo também uma visão mais crítica e aberta dela. Este trabalho está a suscitar interesse nos ambientes culturais egípcios, e está a abrir muitas portas para encontros e troca de impressões.
Espera-se que sirva para dar um contributo positivo no campo do diá-logo inter-religioso e intercultural. Este campo é um compromisso mui-to sério com o mundo islâmico e um dos pontos mais importantes para abrir caminhos de encontro e diálogo com ele. Espera-se também que este trabalho encoraje outros confrades a empenharem-se para um encontro com o mundo islâmico baseado num conhecimento sólido e científico dele, para superar desta forma muitos preconceitos recípro-cos.
EQUADOR
Segundo Simpósio Missionário
Para não perder a memória do caminho feito por ocasião das celebra-ções da canonização dos nossos fundadores (Daniel Comboni e Ar-nold Janssen), quisemos igualmente reviver, este ano, a experiência destinada a criar uma comunhão entre nós e estimular a vida religiosa e a Igreja equatoriana a abrir-se à missão ad gentes. Por isso, na ma-nhã de 17 de Novembro reunimo-nos, com as famílias missionárias dos combonianos e dos verbitas, para reflectir nas conclusões do últi-mo CAM/Comla e em preparação ao próximo, que se realizará aqui no Equador. O lema do simpósio foi «A missão nova primavera para a evangelização».
Examinámos os aspectos positivos e negativos do documento, para depois podermos apresentar os nossos contributos à Igreja local e à vida religiosa e envolver-nos mais profundamente. À tarde, com base nos documentos, reflectimos, com outros institutos, sobre temas como o martírio, a humildade e a pobreza, e comprometemo-nos a prosse-guir estes encontros nos anos vindouros.
A encerrar, houve um momento bem preparado e participado de ora-ção missionária. Terminámos mergulhando as mãos em taças cheias de lama como sinal missionário do «sujar as mãos» na nossa realida-de e inculturar assim sempre mais a nossa mensagem.
Semana Cultural Afro em San Lorenzo
Por ocasião da celebração do ano de preparação aos 50 anos de pre-sença na paróquia, a comunidade comboniana de San Lorenzo orga-nizou uma Semana Cultural Afro, de 22 a 27 de Novembro. O lema da Semana era: «Aquilo que não se conhece não se ama: ama a tua cul-tura para amares o teu povo e acreditares em ti mesmo».
Participaram neste evento 232 alunos e 200 professores, desde as escolas superiores às pré-primárias. As conferências, a cargo do pá-roco, Pe. Cláudio Zendrón, de alguns professores de San Lorenzo e da equipa de Pastoral Afro, de Guayaquil, abordaram vários temas li-gados à história, à cultura e à realidade actual do povo afro-equatoriano, suscitando grande interesse. Em particular, resgatámos o exemplo e a herança dos nossos antepassados, os quais – entre peri-gos e sofrimentos – continuaram a sonhar e a lutar pela liberdade. So-nhar, em certo sentido, significa preparar o futuro dos nossos descen-dentes: se o povo afro é hoje livre, é porque os nossos antepassados sonharam com a liberdade durante muitos séculos; pelo que são os sonhos dos nossos antepassados que nos dão a vida e a liberdade. Como educadores, temos, por conseguinte, de encorajar os sonhos dos nossos jovens, sonhos que sejam coerentes com a tradição que herdámos.
Infelizmente, constatou-se que, nas escolas de San Lorenzo, quase não se fala da história e da cultura do povo afro. Por isso, a maioria dos professores empenharam-se em falar destes temas com os alu-nos e apreciaram muito os desdobráveis e os CD preparados pelo Centro Afro, de Guayaquil, que vão utilizar nas escolas.
No fim, um aluno da escola técnica agradeceu esta Semana Cultural, e afirmou: «Ficámos a saber muita coisa, que ignorávamos, da nossa cultura.» Por seu turno, os professores exprimiram o desejo de repetir esta experiência, incluindo nela as escolas das zonas rurais.
Encontro Nacional de Pastoral Juvenil Afro
De 19 a 21 de Novembro realizou-se em Guayaquil o Encontro Nacio-nal de Pastoral Juvenil Afro sobre o tema «A festa como proposta polí-tica alternativa», proposto pela equipa de Pastoral Juvenil Afro, de Guayaquil. Participaram mais de 50 jovens vindos de Guayaquil, Ori-ente, Chota, Quito, Esmeraldas e San Lorenzo.
Este encontro tinha como finalidade o reforço da identidade dos jo-vens afro e, por isso, temos duas fontes, os dois pilares da nossa espi-ritualidade: a Bíblia, que nos mostra o rosto de Deus, e a cultura que os nossos antepassados nos legaram em herança.
Propusemos uma pesquisa, em base à Bíblia e à tradição do povo afro, sobre a festa. Desde sempre a festa e a dança se mostraram um elemento constitutivo da espiritualidade e da identidade cultural, políti-ca e religiosa do povo afro. Os valores que, na perspectiva da Palavra e da nossa tradição, se vivem na festa podem tornar-se a base de uma espiritualidade e de uma proposta política alternativa.
A maioria dos jovens estava de acordo quanto ao facto de hoje se ter perdido o significado tradicional da festa afro como momento de co-munhão e de verdadeiro encontro entre as pessoas; ao mesmo tem-po, porém, exprimiram o desejo de se empenharem em fazer nova-mente da festa um momento de partilha de tudo: comida, sonhos, in-quietações e esperanças. Na tradição afro, a festa é também o lugar onde, através da alegria, do canto e da dança, podemos resgatar a riqueza das nossas expressões culturais, a nossa criatividade, a nossa sagacidade, etc. A festa foi aquilo que permitiu ao povo afro resistir a uma cultura de morte e conservar a própria identidade.
Quanto à Palavra, sublinhámos como Jesus utilizou as festas para fins pastorais, considerando-as, por um lado, um espaço de missão e de evangelização; por outro, um lugar onde se experimenta a se vive a vida plena que Ele veio anunciar. A festa celebrada em conjunto é a forma que Deus quer para que os homens se relacionem entre si.
Celebrações dos 50 anos de presença no Equador
Preparando-nos para as celebrações oficiais dos 50 anos de presença no Equador, começámos a motivar e animar a Igreja local, a província e os benfeitores.
Par além de um busto em miniatura de Comboni, executado por um artista local, publicámos seis livros:
– O primeiro sobre os pioneiros desta experiência missionária: «Los que abrieron caminos realizadores de un sueño: ejemplos de entre-ga», do Pe. Alberto Doneda, que recolhe o testemunho de 15 combo-nianos que trabalharam no Equador.
– Para a formação de líderes, sobretudo dos «missionários afro»: «El rostro negro de Dios: una lectura de la Bíblia desde el Pueblo Afro», e «La Danza de amor: una propuesta política alternativa desde la espiri-tualidad del Pueblo Negro», do Ir. Alberto Degan.
– No campo da Justiça e Paz: «Vino a anunciar la paz: la noviolencia evangélica y sus implicaciones misioneras», do Ir. Alberto Degan; so-bre a doutrina social: «El valor de lo humano: elementos básicos para una pastoral encarnada», do Ir. Joel Cruz Reyes.
– Finalmente: «Con pasión y audacia: historia de los Misioneros Com-bonianos en Equador», uma história divulgativa da província.
Preparámos dois programas para a rádio: «50 años de presencia: una mirada a la historia» e «Una provocación para el futuro» e a exposição missionário-vocacional em nove quadros. Estamos a organizar o pró-ximo Congresso Juvenil Nacional, que se realizará em Esmeraldas, e outras actividades para os benfeitores e as comunidades em que tra-balhamos. Para qualquer encomenda, dirigir-se à casa provincial.
ITÁLIA
40.º aniversário do assassínio do Pe. Remo Armani
A 28 de Novembro realizou-se em Agrone (Trento) a comemoração do assassínio do Pe. Remo Armani, ocorrido em Paulis (hoje Isiro), no Congo, a 23 de Novembro de 1964.
A cerimónia foi organizada pelo Comité Pe. Remo Armani, formado por um grupo de jovens da zona que organizam momentos culturais e de informação sobre temas referentes à mundialidade.
Às 10 horas houve a santa missa, celebrada pelo Pe. Elvio Cellana, superior da comunidade de Trento, que, no início da oração dos fiéis, ligou o Advento com o sacrifício do Pe. Remo, sublinhando a radicali-dade da vocação cristã, à qual nos apelam as palavras de Isaías e de João Baptista, nossos mestres durante este tempo.
O Pe. Gianni Nobili, superior da comunidade de Limone, fez a homilia centrada no significado da vocação à missão que levou o Pe. Remo a sacrificar a vida pelos outros. Concelebraram o Pe. Luigi Parisi, o pá-roco local, Pe. Gianpaolo e um sacerdote ancião admirador do Pe. Remo. Estiveram presentes igualmente os irmãos Virgínio Manzana e Roberto Moser.
Após o almoço oferecido pelo comité a 50 convidados, fez-se a co-memoração oficial, às 14.30, na sala da Câmara, a abarrotar de gente. O Ir. Manzana, que viveu com o Pe. Remo nos anos 50 na zona de Mupoi, Sul do Sudão, comovido, sublinhou o zelo apostólico e o carác-ter bonacheirão do Pe. Remo, pelo que todos o queriam na sua co-munidade.
O comité havia preparado um vídeo de 45 minutos, com testemunhos dos padres Luigi Parisi e Italo Gheno, também eles companheiros de missão do Pe. Remo, e do seu irmão e das duas irmãs. Estes, não obstante a idade avançada, souberam descrever, com a argúcia pró-pria dos montanheses, como era significativa a presença de um missi-onário comboniano na família e a capacidade que a sua lembrança teve e tem para manter unidos os parentes e a população da terra.
Como o Pe. Nobili havia revelado na homilia, não resta senão rezar para que algum dos jovens presentes, atraídos pela figura do Pe. Remo, se decida a tomar o lugar por ele deixado vago.
Medalha de prata para o Pe. Tarcisio Pazzaglia
No dia 30 de Novembro celebrou-se, em Florença, a «Festa della Tos-cana» para recordar o aniversário da abolição da pena de morte e da tortura no Grão-Ducado (1786). Para sublinhar esta festa regional, no dia 29 de Novembro, segunda-feira, na Pinacoteca do Instituto degli Innocenti, o presidente do conselho regional da Toscana, Nencini, con-feriu a medalha de prata a oito «homens e mulheres que pouco apa-recem nas páginas dos jornais», que dedicam a sua vida «para que os direitos das crianças não sejam apenas sancionados mas também postos em prática». O Pe. Tarcisio Pazzaglia, ao receber a condeco-ração, quis recordar todos os combonianos que trabalham no Uganda neste lento e fatigante processo de crescimento da Igreja e dos africa-nos ugandeses, onde as crianças de hoje são aquelas que farão a his-tória do Uganda e da África de amanhã.
A Palavra que há em ti
O livro do Pe. Justino Martinez Pérez, Historias para vivir, foi traduzido e publicado pela EMI com o título La Parola che è in te – Legge la Bi-bbia a partire dalla vita (pp. 192, 10,00 euros) para vincar as dimen-sões de proximidade e de força transformante da Palavra de Deus. Com este livro, o Pe. Justino diz-nos que nós combonianos podemos oferecer uma nova leitura da Bíblia às comunidades de origem. A Bí-blia sobressai como um livro que nos fala de comunhão, de abertura, de solidariedade. Não de muros, mas de pontes. Quatro imagens ori-entam a compreensão deste texto: a Bíblia como álbum de família, ci-dade maravilhosa, raios X e fermento do bolo. O livro divide-se em 30 capítulos de fácil leitura pessoal e de grupo. Quem lê a Bíblia, conclui o Pe. Justino, descobre a própria identidade, as próprias raízes e a própria missão. Um livro novo para nós e para as pessoas com quem convivemos. Uma prenda das jovens igrejas às igrejas de antiga tradi-ção.
PERU-CHILE
Pe. Jaime Rodríguez Salazar, bispo de Huánuco
O Santo Padre nomeou bispo de Huánuco (Peru) o Pe. Jaime Rodrí-guez Salazar, mccj, administrador diocesano da mesma diocese e pá-roco da paróquia de San Pedro.
O Pe. Jaime Rodríguez Salazar nasceu em La Luz, diocese de Zamo-ra, no estado de Michoacan (México), a 15 de Junho de 1939. Ainda novo entrou no Instituto dos Missionários Combonianos, em Sahuayo, onde fez o liceu. Prosseguiu os estudos filosóficos no seminário com-boniano da Cidade do México, de 1960 a 1962. De 1962 a 1966, já membro do Instituto dos Missionários Combonianos, foi transferido para o escolasticado da Casa-Mãe de Verona, e frequentou os cursos de teologia do seminário diocesano «Studio Teológico San Zeno». Fez a profissão perpétua no Instituto dos Missionários Combonianos em Verona, a 9 de Setembro de 1965, e foi ordenado sacerdote em Roma a 3 de Julho de 1966.
Após a ordenação sacerdotal desempenhou os seguintes cargos: for-mador e depois superior no seminário comboniano menor de Guadala-jara, Jalisco, México (1966-1973); conselheiro provincial (1970-1973); actividade pastoral no Malawi-Zâmbia (1973-1978); superior provincial do México durante dois triénios (1978-1984); formador e superior no escolasticado de Lima (1984-1992); serviço pastoral na paróquia de San José em Pozuzo, diocese de Huánuco (1992); mestre dos novi-ços no noviciado de Calamba, Filipinas (1993-1996) e pároco da pa-róquia de San Pedro na diocese de Huánuco (desde 1996). A 22 de Setembro de 2003 foi eleito administrador diocesano de Huánuco (Osservatore Romano, 16.12.2004).
50.º aniversário de profissão religiosa
A 8 de Dezembro de 1954, o Ir. Kuno Stösser emitiu a primeira profis-são religiosa ao serviço da Igreja e, um ano mais tarde, era destinado à província do Peru-Chile. Passaram-se 50 anos desde essa data e o Ir. Kuno passou-os quase todos no Peru, vivendo-os fielmente na evi-dência do serviço quotidiano.
A 8 de Dezembro de 2004, numerosos representantes da comunidade de Lima e outros vindos de longe reuniram-se na casa provincial de Monterrico para felicitarem o Ir. Kuno e para agradecerem a Deus pelo bem que ele fez durante todos estes anos de vida. Após um almoço especial, às cinco da tarde foi celebrada a missa, presidida pelo pro-vincial, Pe. Conrado Franco Lorenzo, e concelebrada por um grande número de sacerdotes, e a participação de numerosas religiosas e amigos. No fim, o Ir. Kuno proferiu, comovido, algumas palavras evo-cando a sua primeira travessia em direcção à América, vindo da Ale-manha, sua terra natal: «Neste momento, sinto no meu coração uma chama de gratidão. Gratidão a Deus e a todas as pessoas boas que Ele colocou no meu caminho e que me ajudaram a ser aquilo que sou.» Obrigado, Ir. Kuno, pelo teu testemunho de fidelidade e de per-severança na vida missionária.
Rezemos pelos nossos defuntos
* O PAI: Aldo do Pe. Giovanni Nobili (I).
* A MÃE: Giuseppina de Pier Paolo Monella (U); Senangbe Agbon-gbe do Pe. Fidèle Katsan Fodagni (BNE).
* O IRMÃO: Giuliano do Pe. Silvano Gattardi (SS); Wendelin do Pe. Andreas Thorwarth (DSP); Hermann do Pe. Herbert Oberhofer (DSP).
* A IRMÃ: Ângela do Pe. Giuseppe Frigerio
Familia Comboniana n. 616