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Remetente
Data
61
Pio IX
1
Cairo
5.1861

N.o 61 (59) - A PIO IX

PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO PARA BENZER

OS PARAMENTOS SAGRADOS

ACR, A, c. 21/18 n.o 12

Maio de 1861




 

62
Pio IX
1
Cairo
5.1861
N.o 62 (60) - A PIO IX

PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO PARA CELEBRAR

ANTE AURORAM E POST MERIDIEM

ACR, A, c. 21/8 n.o 13

Maio de 1861





63
P.e Felix Perlato
0
Lonigo
5. 6.1861

N.o 63 (61) - A P.e FÉLIX PERLATO

BCV, sez. Carteggi, b. 131 (Netti-Perlato)

Lonigo, 5 de Junho de 1861, 21 horas

Rev.mo sr. reitor,


 

[620]
Para minha grande consternação, esta tarde esqueci-me de avisar P.e Bricolo que mande quem me substitua amanhã e sexta-feira. É só culpa minha. Quinta-feira, penso que a afluência de sacerdotes de paróquias rurais suprirá a minha ausência; mas para sexta-feira, dia do Sagdo. Coração de Jesus, fiz solicitações a P.e Bricolo para que mande um substituto. Peço-lhe desculpa, sr. reitor. Continuo a ir a Emaús, mas a doença é crónica, estou receoso.


[621]
Assim, pois, peço-lhe que, sem me nomear, envie o sacristão a P.e Bricolo para que este mande um sacerdote. Mas, por favor, não diga a ninguém que estou fora, em Lonigo, e menos ao sacristão; é coisa combinada com P.e Bricolo e ai se P.e Mazza o viesse a saber!

Renovando as minhas desculpas e pedidos, nos Sagdos. Corações de J. e M. me declaro



Seu af.mo serv.

Daniel Comboni






64
Card. Alexandre Barnabó
0
Verona
8. 7.1861

N.o 64 (62) - AO CARDEAL ALEXANDRE BARNABÓ

AP SC AFR. C., v. 7, ff. 168-170v

Verona, 8 de Julho de 1861

Eminentíssimo Príncipe,


 

[622]
Devo confessar sinceramente a minha culpável negligência por, até hoje, ter demorado a dar a V. Em.a Rev.ma informações sobre a minha viagem ao Oriente; nem o facto de ter estado mais de um mês muito indisposto por causa dos incómodos sofridos no passado Inverno, nem as muitas ocupações que sobre mim pesam são razões suficientes para justificar o meu desleixo. Por isso, imploro fervorosamente da bondade de V. Em.a Rev.ma um benévolo perdão.


[623]
Obtida em Roma uma valiosa recomendação para o cônsul-geral inglês do Egipto, nos primeiros do passado mês de Janeiro cheguei ao Cairo, onde felizmente encontrei o pró-vigário apostólico da África Central, P.e Mateus Kirchner, com quem falei sobre tudo o que V. Em.a desejava; dele deve ter recebido depois essa informação. Depois continuei a minha viagem até Adem, onde com não pouco esforço consegui sete jovens negros provenientes das vastas tribos dos Gallas, que eu escolhi com grande cuidado de entre dezasseis. E em benefício deles, apesar da profunda inimizade e confrontação que havia entre o governador inglês e o P.e Juvenal de Tortosa, prefeito apostólico daquela missão, consegui ganhar a confiança e amizade do primeiro, que me concedeu tudo aquilo que desejava para proteger a assumida tutela dos jovens e provê-los de passaportes regulares e cidadania britânicos.


[624]
Depois, dado que nessa altura aportou a Adem a fragata a vapor francesa Du Chayla, tive o atrevimento de pedir a S. Ex.a o barão Gros, embaixador extraordinário da França na China, passagem gratuita para mim e para os sete jovens de Adem até Suez, a qual me foi gentilmente concedida pelo digno representante dessa nação, que é a verdadeira protectora do Cristianismo no Oriente. Chegado ao Cairo e apresentada ao exmo. sr. Colgahoon, cônsul-geral de S. M. Britânica no Egipto, a recomendação que tinha conseguido em Roma de Lorde John Pope Hennesy, recebi uma carta de recomendação, mediante a qual o cônsul-geral inglês, inimigo da obra do P.e Olivieri, ordenava a S. Ex.a Sir Sidney Smith Launders, cônsul inglês de Alexandria para os assuntos comerciais, que fizesse as diligências necessárias perante o Paxá, a fim de facilitar a saída dos meus jovens para a Europa. Em dois dias arranjei tudo, tanto com Sidney Smith como com Raschid Paxá, governador de Alexandria. Porém, na manhã de 6 de Março, quando cheguei ao porto para embarcar no vapor francês, que, graças à gentil mediação do cônsul-geral da França no Egipto, me ia levar a mim e aos jovens até Génova por apenas 420 francos, detiveram-nos a todos na alfândega.


[625]
É inútil estar a referir em pormenor a V. Em.a os obstáculos, a fiança e a áspera discussão que sustive em nove encontros com Raschid Paxá de Alexandria. O Governo egípcio, suspeitando que eu fora companheiro do P.e Olivieri, desprezou os meus documentos e passaportes ingleses que declaravam os jovens súbditos britânicos das Índias, o que contrastava com a cor dos rapazes, que foram tomados por abissínios. Todo o divã do Paxá se pôs contra mim, que sempre mantive inflexivelmente que os jovens eram indianos. De facto, à sorte de ter conseguido em Adem que os declarassem súbditos britânicos, juntava-se o facto de eles falarem um pouco a língua indostânica.


[626]
Depois do meu áspero conflito com o Paxá e o chefe da alfândega, tomou a palavra um effendi, funcionário egípcio, que com franqueza se expressou assim diante do Paxá: «Estes jovens não são indianos, mas abissínios. Eu estive nas Índias e nunca vi gente desta cor; os indianos são quase brancos de cara, enquanto estes são negros.» Ao que eu respondi: «Tu terás estado nas Índias, acredito; mas as Índias são vastíssimas e não estiveste em toda a parte. Talvez apenas tenhas estado nos portos: em Bombaim, Mangalore, Madrasta, Ceilão, Calcutá, mas não no interior. Não terás estado em... (e aqui improvisei dez ou doze nomes inventados que naturalmente não figuram em nenhum livro de geografia)». «Tens razão – respondeu – não estive nos lugares que nomeaste. Então o Paxá estendeu-me a mão, fez-me sentar no sofá e mandou trazer-me café e um cachimbo. «Vejo – disse – que tens razão e que teus documentos estão perfeitamente de acordo com as tuas palavras.» E imediatamente deu ordem ao chefe da alfândega, o qual fervia de raiva, para que deixasse sair os meus jovens de Alexandria.


[627]
Graças ao Senhor, desde a altura em que assumi a tutela destes jovens em Adem, não sofreram nunca a mais pequena indisposição. Por outro lado, prometem ser muito adequados para o fim da missão. Mais: já não posso afirmar: veremos. Trouxe também do Cairo uma jovem dinca de grande talento, que nos serviu em St.a Cruz para compor, o melhor que pudemos, um dicionário da língua dinca. Eu pedi-a ao pró-vigário com a ideia de introduzir nos nossos institutos africanos de Verona a genuína pronúncia desta língua, necessária para o exercício do ministério apostólico naquela perigosa missão.


[628]
Agora estou a ensinar árabe e italiano aos nove rapazes gallas que já temos no nosso Instituto; mas conhecendo eu pouco, e por prática, a língua dos Gallas, peço a V. Em.a o favor de me enviar por meio do oficial P.e Filipe Torroni a gramática e o dicionário inglês-galla que creio ter visto na tipografia da Propaganda. O sr. Torroni entregá-los-á depois no sítio que eu lhe indicar. Perdoe V. Em.a o meu atrevimento; mas confio na bondade que demonstrou quando obtive a graça de me encontrar convosco.


[629]
O meu superior, P.e Nicolau Mazza, apresenta-lhe respeitosos cumprimentos. Por um milagre quase contínuo, agora tem que lutar com a indigência causada pelas actuais circunstâncias políticas e tem que ser engenhoso para manter gratuitamente bastantes pobres no Instituto, que é constituído por 200 pessoas, e no Instituto feminino em que há 400 raparigas. Porém, as maravilhas dessa Providência, que o sustém desde há quarenta anos – ainda que às vezes se mostre de rosto carregado –, mantém-no sempre firme nas suas obras de cristã filantropia.


[630]
Para não cansar a V. Em.a Rev.ma não lhe escrevi um extenso relato da minha pequena mas difícil expedição, como fiz a mons. Nardi e a S. E. o cav. De-Hurter, presidente da Sociedade de Maria, de Viena. Pareceu-me suficiente mencionar-lhe só o meu feliz regresso de Adem, pensando que depois poderá ler tudo nos nossos Anais.


[631]
Em cartas escritas do Alto Egipto, Kirchner pedia que eu voltasse rapidamente para a África para fazer a expedição pelo Nilo Branco, subindo o rio com o Stella Mattutina até ao território dos Bari. Porém, necessitando-me para dirigir o Instituto africano e para instruir os gallas recém-chegados de Adem, o superior recusou-se a mandar-me, considerando que, por agora, podem bastar os outros missionários de Verona que há em Schellal.

Implorando a sua benigna indulgência, passo a beijar-lhe a sagrada púrpura e a subscrever-me com toda a atenção



De V. Em.a

Humilmo., obedmo., e indigmo. serv.

Daniel Comboni






65
P.e Felipe Torroni
0
Verona
8. 7.1861

N.o 65 (63) - A P.e FILIPE TORRONI

AP SC afr. C., v. 7, f 169

Verona, 8 de Julho de 1861

Mui rev.do sr.,


 

[632]
Se S. Eminência achar bem pedir-lhe que me procure a gramática galla em inglês ou o dicionário inglês-galla, ou ambos, na Tipografia da Propaganda, pediria a gentileza de os fazer chegar às mãos de mons. Nardi, auditor da Sagrada Rota, que se encontra perto da Propaganda, no palácio Torlonia, na Rua Boca de Leão.

Com a certeza de alcançar o implorado favor, antecipo-lhe a expressão de agradecimento e declaro-me com todo o respeito



De V. S. Rev.ma devotmo. serv.

Daniel Comboni

Ex-missionário apostólico da África Central






66
Conde Guido de Carpegna
0
Verona
10. 7.1861

N.o 66 (64) - AO CONDE GUIDO DE CARPEGNA

AFC, Pesaro

Verona, 10 de Julho de 1861

Meu caro Guido,
 

[633]
Não pense que por ter estado até agora calado me esqueci de si. De modo algum: escolhi-o como amigo e sempre o trago no coração. Porém, se até agora, por variadas circunstâncias, não pude cumprir este grato dever de amizade, não aprenda comigo a manter-se em silêncio, porque é meu mais ardente desejo que se estabeleça entre nós uma perene comunicação epistolar, que nos mantenha ao corrente um do outro, dos nossos afectos, do que fazemos, de tudo.


[634]
Eu conservo no meu diário e leio com agradável complacência o belo soneto que improvisou à nossa passagem pela antiga mãe dos heróis; e amiúde me acodem à mente as suas magníficas criações poéticas, que são dignas de público conhecimento e elogio. Recordo com prazer as nossas agradáveis conversas, nas quais fez do seu mais sincero amigo o depositário das suas confidências e das dolorosas e queridas recordações da cidade dos Césares; nelas conheci a sua alma ardente e generosa, e ganhou meu coração. Por isso pode compreender quão vivo é o meu desejo de receber as suas cartas e de ter a sua plena, ilimitada e sincera confiança e amizade, como eu lhe asseguro que tem a minha. Oh, que gratas são as palavras de um amigo distante!


[635]
Mas passemos a outra coisa. Eu pensava escrever à princesa-mãe, de quem recebi tantas gentilezas. Mas, dado que lhe escreve uma das minhas freiras, que teve a sorte de conhecer em Trieste, e sendo escasso o tempo, desta vez abstenho-me, deixando para outra ocasião. Entretanto, renove o meu sincero agradecimento à digna princesa, a quem trarei sempre no coração e por quem rogarei a Deus para que lhe conceda o conforto que faça mais ditosa a sua preciosa vida. A primeira vez que me escrever, diga-me o seu nome. Gostaria de escrever ao sr. conde D..., seu querido e digno tio, mas não tenho tempo. Apresente-lhe a minha consideração e diga-lhe que gostaria de entrar em seu coração e consolá-lo; e bendigo o Senhor porque os graciosíssimos e queridos jovens Estanislau e Casimiro lhe suscitam justificadas e sublimes esperanças e se mostram dignos dele.


[636]
Eu estou aqui orgulhoso de ter sido elevado à excelsa dignidade de professor das primeiras letras de árabe. Que remédio! Entre outros, tenho nove alunos gallas, aos quais ninguém, a não ser eu, pode ensinar, porque, embora no meu Instituto haja quem sabe árabe, ninguém sabe o indostânico e o galla que eu balbucio um pouco. Ao mesmo tempo, dedico-me à pregação e mantenho correspondência com a África Central.


[637]
Tive uma ocasião em que quase estive para ir a Roma; mas consegui resolver os meus assuntos por carta. Falei muitas vezes de si à princesa Maria Ghigi Giovanelli; dei-lhe a conhecer amplamente o seu talento para a poesia e que em breve serão publicadas bastantes das suas belíssimas criações. Ela conhece seu pai. Se tivesse podido ir a Roma, não teria deixado de visitar a sua nobre família e de lhes falar de si, da nossa estada no Egipto e da nossa poética viagem que, no furor da borrasca, se tornou prosaica. Mas haverá outras ocasiões. Entretanto espero ansioso o momento de o ver em Verona. Ah, meu bom amigo Guido, a quem tanto estimo e quero, virá até aqui? Poderei dar-lhe um abraço e gozar da sua companhia? Faça o possível e console um amigo que lhe tem tanto afecto.


[638]
Porém, por agora e antes de tudo, escreva-me. Faça-me saber o seu estado de saúde e de ânimo. Oh, como se tornam doces e agradáveis as efusões de uma alma irmã, que encontra um eco no coração capaz de compreender o amigo! Passeou nestes três meses do setentrião pelos plácidos cerros do Parnaso? Talvez as recentes vicissitudes da Polónia e a situação em que se encontra de saber imediatamente essas notícias incitaram a sua musa a irromper em apaixonados versos?


[639]
Termino estas breves linhas assegurando-lhe que, se na presente ocasião fui lacónico e estéril, não o serei no futuro. Conserve-se em boa saúde, divirta-se e sobretudo aprecie a companhia de seus familiares, com os quais tive a dita de partilhar os temores da tempestuosa navegação pelo Adriático e pelo Mediterrâneo; esses seus familiares são espelho da verdadeira nobreza. Apresente a todos eles os meus respeitosos cumprimentos; e enviando-lhe um forte abraço, passo a declarar-me com toda a estima e afecto



Seu fidelmo. amigo

Daniel Comboni m. a.




[640]
Os meus sete gallas mandam-lhe cumprimentos. Sobretudo Luís está aqui a insistir que mande saudações; levando as mãos ao queixo, diz-me: “sellem ala abu dagn min andi: saúda-me o senhor padre da barba. Adeus novamente.






67
P.e Felix Perlato
0
Verona
28. 8.1861

N.o 67 (65) - A P.e FÉLIX PERLATO

BCV, sez. Carteggi, b. 131 (Netti-Perlato)

S. Carlos, Verona, 28 de Agosto de 1861

Rev.do sr. reitor,


 

[641]
Amanhã é-me impossível ir a La Scala para a santa missa, dado que não pude opor-me à vontade dos meus superiores, que por uma circunstância extraordinária querem mandar-me à vizinha igreja de S. Tomio.

Apresentando-lhe as minhas desculpas, declaro-me com todo o respeito



Seu humilmo. serv.

Daniel C. m.a.






68
Seu pai
0
Viena
8.10.1861

N.o 68 (66) - A SEU PAI

AFC

Viena, 8 de Outubro de 1861

Queridíssimo pai,


 

[642]
Comunico-te que estou bem e que os meus assuntos correm maravilhosamente. O filho do jardineiro está em contacto com as mais altas personalidades de Viena, acolhido cordialmente por todos. As coisas vão demasiado bem: é impossível que durem. Aqui, com grande dor da minha parte, devo reprimir meus sentimentos para com a minha amada pátria e ficar calado perante expressões mais contrárias ao senso comum. Mas basta; eu estou a encontrar a máxima gentileza e grande espírito religioso entre as pessoas importantes, que admiram o missionário e dão esmola para a missão africana sem ninguém pedir. Adeus; cumprimentos ao Eugénio e a todos os parentes; acredita que te ama

Teu filho Daniel






69
P.e Ludovico de Casoria
1
Viena
10.1861

N.o 69 (67) - AO P.e LUDOVICO DE CASORIA

AFBR, c. Africa-Moretti

Viena, Outubro de 1861

Breve carta de De Hurter e de Comboni.




 

70
P.e Nicolau Mazza
0
Roma
25.12.1861

N.o 70 (68) - A P.e NICOLAU MAZZA

AMV, Cart. «Missione Africana»

Roma, 25 de Dezembro de 1861

Mui rev.do superior,


 

[643]
Logo que cheguei a Roma, não quis que passe mais um instante sem lhe escrever. Saído de Verona na passada segunda-feira, dia 16, no dia 19 pela noite, ou seja, quinta-feira, já tinha entrado no porto de Nápoles. O P.e Ludovico de Casoria, superior do Instituto dos negros, acolheu de muito boa vontade os três negros que eu levava, apesar das suas precárias condições físicas; e agora está ainda mais contente, porque três professores de medicina lhe disseram em minha presença que seguramente dentro de um ano estarão perfeitamente curados.


[644]
Nasri, o nosso negro e ex-clérigo, foi quem me deu mais problemas; não querendo de nenhum modo ficar em Nápoles, pediu-me para voltar a Verona. E o P.e Ludovico também me pediu encarecidamente que lho permitisse.


[645]
Não houve, não há, nem haverá forma de fazer-me mudar de opinião. E entre outras coisas, para convencer o P.e Ludovico das razões da minha negativa, expus-lhe os maus sentimentos, manifestados diante do P.e Ludovico, que Nasri tem contra mim e contra o Instituto. Em suma, às vezes, parece-me um pequeno demónio; e sempre volúvel, porque um dia queria ser sacerdote, outro frade, depois médico, em seguida artista, etc., etc.


[646]
Espero, sr. superior, que não irá pensar admiti-lo. Já pode imaginar como ele deitaria a perder os nossos novos e bons negros. O P.e Ludovico não tem outro remédio senão deixá-lo ir embora de La Palma. E depois da minha rejeição, decidiu mandá-lo a suas expensas, para onde o jovem quisesse, excluído o nosso Instituto de Verona.


[647]
Eu encontro-me muito bem, apesar da tremenda tempestade desta noite no vapor francês de Nápoles a Civitavecchia. P.e Bonomini já está colocado de forma fixa no instituto de La Palma, depois de acordadas umas condições muito favoráveis. Expliquei francamente ao P.e Ludovico que ele não pertence ao nosso Instituto e é totalmente livre e que, portanto, podia actuar segundo o seu critério, sem sentir-se de maneira nenhuma obrigado a fazer excepções por consideração para com o nosso Instituto. Assegurei-lhe, isso sim, que P.e Bonomini será rigoroso em ensinar às horas estabelecidas e que possui o conhecimento teórico de algumas línguas.


[648]
Esta carta foi a primeira coisa que fiz em Roma, porque acabo de chegar. Amanhã irei para o meu alojamento de costume; espero ter uma longa audiência com o Santo Padre, porque até depois da Epifania são férias das Congregações. Espero despachar em poucos dias as muitas coisas que tenho que fazer em Roma e estar em Verona na próxima Epifania.


[649]
Entretanto, receba as minhas respeitosas considerações. (Vejo que se preparam grandes coisas para a África.) Saudações a P.e Bricolo, a P.e Tomba, ao nosso futuro bispo Canossa, aos professores e professoras, e a P.e Donato, a Tregnani, etc., e a Festa, enquanto me declaro nos Sagdos. Corações de Jesus e de Maria



Seu indigmo. e obmo. filho

Daniel Comboni