Familia Comboniana 773 - Abril de 2019

DIRECÇÃO-GERAL

NOTAS GERAIS – Consulta de Março-Abril de 2019

1. Nomeações

P. Medina Martinez Guillermo de Jesus foi nomeado membro do Conselho de Economia por três anos a partir de 1 de Janeiro de 2019.

P. Latorre foi confirmado membro do Conselho de Economia por outros três anos a partir de 1 de Fevereiro de 2019.

P. Manuel Ferreira Horta foi confirmado conselheiro técnico para a revisão das contas do Conselho de Economia por um outro triénio a partir de 15 de Março de 2019.

P. Manuel Augusto Lopes Ferreira foi nomeado director do Studium Combonianum a partir de 1 de Maio de 2019.

P. De Iaco Cosimo foi nomeado Procurador-Geral a partir de 1 de Julho de 2019.

2. Consultações e eleições

O CG convida todos os confrades a acompanhar com grande espírito de discernimento o processo de consultações para a nomeação dos Superiores de Circunscrição. Isto exige de cada confrade um empenho de oração pessoal e comunitário, consultações e diálogos sinceros entre confrades.

O serviço de animar, coordenar e organizar a nossa vida nas nossas circunscrições requer de quem é chamado a este serviço capacidades intelectuais e organizativas, mas, sobretudo, uma vida de fé profunda, um sentido forte de pertença ao nosso Instituto e à missão, capacidades de relações sadias e humanas com os confrades, capacidades de escuta, de empatia e de decisão para o bem comum.

3. Outubro 2019: Mês Missionário Extraordinário

O centenário da Carta apostólica Maximum Illud deu o ensejo ao Papa Francisco para proclamar o mês de Outubro de 2019 como Mês Missionário Extraordinário. O Papa faz votos que este mês possa «despertar mais a consciência da missão ad gentes e retomar com um novo ímpeto a transformação missionária da vida e da pastoral» (Carta ao Card. Filoni). Além disso, o Mês Missionário Extraordinário coincidirá com o Sínodo especial para a Amazónia que se celebrará em Roma e em cuja preparação alguns confrades estão a participar activamente. Estamos certos de que cada Circunscrição celebrará este Mês do modo mais oportuno, apesar de este ano ser dedicado à interculturalidade e as Circunscrições terem planificado diversas actividades sobre tal tema.

O Secretário-Geral da Missão, para celebrar este Mês Extraordinário, propôs a todas as Circunscrições duas actividades: 1) enviar uma ou duas entrevistas (na forma de breves vídeos de 3/4 minutos) em que se responde à pergunta: Porque é ainda necessária a missão ad gentes hoje no contexto onde te encontras? e 2) escrever algumas reflexões e/ou experiências de vida vivida sobre a missão ad gentes. Estes contributos serão publicados nos nossos sites. Confiamos que os superiores de circunscrição e os secretários da missão encorajem os confrades a realizar estas propostas.

4. Solidariedade com as vítimas do ciclone Idai em Moçambique, Malauí e Zimbabué

As crónicas relataram-nos a tragédia de centenas de vítimas e de milhares de famílias que perderam casa, bens e colheitas por causa do ciclone e das cheias ao longo do rio Zambeze. Algumas comunidades combonianas estão presentes nas zonas em que a violência das chuvas ceifou mais vítimas. Também a sede da nossa comunidade da Beira e a das Irmãs Combonianas foram gravemente danificadas. O Papa Francisco, no passado dia 20 de Março, chamou a atenção da comunidade internacional para o sucedido: «Nestes dias, grandes inundações semearam lutos e devastação em diversas regiões de Moçambique, do Zimbabué e do Malauí. A essas caras populações exprimo a minha dor e a minha proximidade. Confio as muitas vítimas e as suas famílias à misericórdia de Deus e imploro conforto e apoio para quantos foram atingidos por esta calamidade».

O CG aprecia a iniciativa tomada por algumas províncias de ajudar economicamente as vítimas e decide destinar uma soma significativa que será confiada às Províncias combonianas de Moçambique e do Malauí-Zâmbia, que terão o cuidado de utilizá-la a favor da população mais atingida por esta tragédia. O convite a tomar iniciativas concretas de solidariedade é estendido a todas as circunscrições do Instituto. O Economato Geral está à disposição para facilitar o envio das ajudas recolhidas.

Assinalando a consistência da ajuda recolhida até final de Abril, permitir-se-á às províncias de Moçambique e do Malauí-Zâmbia programar e organizar melhor a intervenção.

5. Regra de Vida

Como tinha sido programado, a comissão restrita (dois secretários e o coordenador) para a Revisão da Regra de Vida reuniu-se em Roma de 4 a 8 de Março. O P. Markus Körber, um dos secretários, por motivos de saúde não pôde participar; para o seu lugar veio o P. Benito De Marchi.

A comissão pôde constatar que a maior parte das circunscrições enviou à comissão algumas observações e sugestões para eventuais correcções à Regra de Vida. Recebeu também algumas propostas enviadas pelos confrades a título pessoal. Numerosas foram as observações tomadas em consideração e transcritas em forma de textos alternativos por parte da comissão. Continuaremos a receber, até à data estabelecida (15 de Maio), os trabalhos daquelas circunscrições que por razões diversas não puderam ainda enviar as suas propostas.

O coordenador da comissão central, P. Victor-Hugo Castillo Matarrita, entregou ao Conselho Geral todo o trabalho feito nestes dias. Ao mesmo tempo acolheram a proposta de envolver, a este ponto do caminho, os secretariados-gerais para que, cada um no seu sector, trabalhe sobre os elementos fundamentais que deveriam ser incluídos nos textos da Regra de Vida. Este trabalho deverá ser novamente enviado à comissão até 15 de Maio.

Para a reunião prevista para 10 a 15 de Junho, a comissão central espera poder contar com um esboço que compreenda todas as propostas sugeridas pela base. Será um documento de trabalho para a comissão que o partilhará, por sua vez, com os consulentes Combonianos.

6. A importância de um discernimento feito em conjunto sobre a idoneidade dos nossos Escolásticos/Irmãos em formação inicial

O Conselho Geral notou que estão a aumentar os casos de tensão e de sérias divergências entre os Superiores de Circunscrição e os Formadores no discernimento sobre a idoneidade de Escolásticos/Irmãos em formação inicial. Esta dificuldade aumentou pela falta de recíproca e contínua comunicação entre os interessados, com o resultado de que os Formadores manifestam grandes problemas no caminho dos candidatos só no fim do escolasticado/CIF. Em alguns casos, o discernimento dos Superiores de Circunscrição e dos Formadores chega a conclusões opostas. Para corrigir esta situação, o Conselho Geral convida todos os confrades interessados a:

– Pôr em prática quanto é estabelecido pela nossa Ratio Fundamentalis n. 490 que fala da importância de um discernimento feito em conjunto por parte dos superiores maiores e dos formadores; do frequente e regular intercâmbio de informação sobre o caminho formativo dos candidatos; do dever dos formadores de assinalar atempadamente as autoridades competentes qualquer grave dificuldade dos candidatos para que sejam enfrentadas em conjunto e pontualmente com um espírito de diálogo e discernimento aberto e claro; do peso a dar às avaliações e às sugestões dos formadores.

– Evitar interferências e dissensões que criam tensões nocivas ao ambiente formativo.

O Conselho Geral seguiu de perto alguns escolásticos/Irmãos que tiveram de interromper o seu caminho formativo por causa de certas faltas pessoais. O Instituto sofre com isso e, por isso, o Conselho Geral insiste também sobre a responsabilidade de todos os confrades para promover o bem e o caminho formativo dos nossos candidatos em formação inicial e para apoiar a reputação das nossas comunidades e do nosso Instituto perante a Igreja, a sociedade e as autoridades locais.

7. Vademécum

Na Consulta de Outubro de 2018 o Conselho Geral aprovou o «Vademécum para a gestão de algumas situações relativas aos membros do Instituto». Este instrumento foi traduzido nas línguas oficiais do Instituto e está à disposição de todos, apesar de ser particularmente útil aos Superiores de Circunscrição que devem enfrentar as situações canónicas relativas aos membros do Instituto. Este Vademécum era parte do Directório da Direcção-Geral e era indicado como «situações particulares dos Confrades». O CG decidiu separá-lo do resto do Directório antes de mais porque estas normas são para todos e não só para a Direcção-Geral e, em segundo lugar, para oferecer aos provinciais um instrumento prático para dar os passos essenciais nas situações tratadas. O CG pede a todos que estas normas sejam conhecidas, seguidas e aplicadas na justiça e na caridade.

8. Código Deontológico

A aprovação da versão actualizada do Código está prevista para o próximo mês de Junho, depois de o Conselho Geral ter tomado conhecimento dos resultados das reuniões do Santo Padre com os presidentes das conferências episcopais de todo o mundo e com alguns membros dos institutos religiosos.

9. Ano Comboniano

No próximo dia 19 de Setembro terá início a 19ª edição do Ano Comboniano de Formação Permanente (ACFP). Os confrades inscritos são catorze, oito dos quais não falam italiano; por isso chegarão a Roma três meses antes para o estudo da língua. Nas precedentes edições tomaram parte um total de 314 confrades. Esta iniciativa de formação permanente é fruto da decisão do Capítulo Geral de 1991, confirmada pelo Capítulo de 1997 e definida pelo Capítulo de 2003 como “parte integrante do caminho formativo de cada Comboniano” (n. 62.2) depois de 10-15 anos de serviço missionário. O ACFP oferece a cada participante uma oportunidade privilegiada para reler a sua experiência de missão através de um encontro mais profundo com Deus, consigo mesmo, com S. Daniel Comboni e com os confrades, para um serviço missionário renovado.

10. Noviços finalistas e sua destinação

Este ano há 31 noviços finalistas nos nossos noviciados: 13 em Cotonou, 8 em Lusaca, 6 em Xochimilco e 4 em Nampula, entre os quais dois candidatos Irmãos. As primeiras profissões religiosas estão previstas para 4 de Maio em Cotonou (Benim) e em Lusaca (Zâmbia), para 11 de Maio em Xochimilco (México) e para dia 25 de Maio em Nampula (Moçambique).

Em diálogo com os formadores, os Superiores de Circunscrição e o Secretário-Geral da Formação, o Conselho Geral destinou estes finalistas aos diversos Escolasticados/CIF: 2 em Cape Coast, 3 em Casavatore, 6 em Kinshasa, 2 em Lima, 7 em Nairobi; 5 em Pietermaritzbug, 4 em São Paulo, 1 no CBC de Nairobi e 1 no CIF de Bogotá. Por origem, 25 neo-professos provêm da África, 5 da América e 1 da Ásia. O Instituto acolhe com alegria estes candidatos que o Senhor nos dá e acompanha-os com a oração.

11. JPIC na Formação

O Fórum Social Comboniano 2018 tinha proposto introduzir o tema da JPIC na formação. O Secretário-Geral da Formação e o Secretário da Missão encontraram-se para ver como implementar este projecto. A orientação é criar material que será utilizado nas casas de formação. Por isso, é oportuno que os formadores e os responsáveis da JPIC de cada Circunscrição dêem o seu contributo para a elaboração deste material. O P. Daniele Moschetti, o Ir. Alberto Parise e o P. Fernando Zolli constituem a comissão que preparará um primeiro esboço. Apresentarão uma proposta de temas, que será depois partilhada para ser enriquecida. O CG vê a importância deste tema que responde a uma clara orientação capitular para continuar a aprofundar a missão comboniana no campo da JPIC.

12. Viagens e empenhos do CG

P. Tesfaye Tadesse G.

28 de Abril – 1 de Maio:     seminário residencial em Ariccia (ao SEDOS)

5 – 19 de Maio:    Exercícios Espirituais aos confrades da NAP

P. Jeremias dos Santos Martins

16 de Abril – 8 de Maio:     Visita a RSA

17 – 29 de Maio:  em Portugal

P. Pietro Ciuciulla

7 – 11 de Abril: no Líbano

15 – 24 de Abril:  na Sicília

27 de Abril – 8 de Maio:     no Togo-Gana-Benim

11 – 20 de Maio:  em Nairobi

P. Alcides Costa

8 – 21 de Maio:    visita ao México

29 Junho – 10 Agosto:        em Lima e no Brasil

Ir. Alberto Lamana Cónsola

29 de Abril – 2 de Maio:    em Pesaro para o encontro dos Irmãos

20 – 25 de Maio:  em Layibi (U) para a assembleia Irmãos APDESAM

27 – 31 de Maio:  na Maia (P) para o encontro Mass Media

Ordenações sacerdotais

P. Luna Sánchez Jonathan Alejandro (PE)     Lima (PE)     16/03/2019

Obra do Redentor

Abril               01 – 15 CN             16 – 30 EC

Maio               01 – 15 ET             16 – 31 I

Intenções de oração

Abril – Para que a celebração da paixão e da ressurreição de Jesus cure e reúna os povos de todas as culturas e lhes dê a força de superar as barreiras que dificultam a sua pacífica convivência. Oremos.

Maio – Para que a mulher seja sempre mais consciente da sua especificidade e riqueza e possa participar plenamente na vida e na liderança da Igreja. Oremos.

Publicações

Mateus Bziobkowski, L’opzione preferenziale per i poveri nella luce della vita e testimonianza de Ezechiele Ramin, dissertação para a licenciatura em Teologia da Vida Cristã, Direcção moral, na Pontifícia Faculdade de Teologia da Itália Meridional, Secção San Luigi, Nápoles, Ano Académico 2017-2018. Acompanhado pela afirmação «interrogante» de Jesus – bem-aventurados os pobres – diante da qual «fiquei muitas vezes perplexo», o ex-escolástico Mateus explica na introdução a sua decisão de dedicar o trabalho ao tema da pobreza, às pessoas pobres que o acompanharam, aos santos e a quantos escolheram dedicar-se aos pobres tendo como guia o Papa Francisco.

Enzo Santangelo, A Mulher que mudou a História, Alô Mundo, São Paulo, Fevereiro de 2019. O autor imagina que Maria relate várias etapas da vida da sua Família, da cidade de Nazaré até à vinda do Espírito Santo e, como se sublinha na Apresentação, obediente às normas emanadas pelo Concílio, teve o cuidado de evitar quer os falsos exageros, quer uma excessiva estreiteza de espírito.

Adriana e Gianfranco Caporossi, Irmã Maria Rosa Venturelli, Un’avventura di solidarietà, Roma 2019. «O nosso desejo – dizem os autores no Preâmbulo – era escrever a história da Acse e do amor pela África e os jovens do P. Renato Bresciani, de uma perspectiva de colaboradores ontem e responsáveis da obra hoje». O seu trabalho, explicam, foi um trabalho de entrevistas, longos telefonemas e trechos de documentos, reproduzidos fielmente, em sequência temporal, com os sentimentos e as experiências de quem viveu ao lado do P. Bresciani naqueles anos extraordinários.

Martina Spadoni, Le bambine soldato accolte dalla St Monica Girls’ Tailoring Centre: studio della resilienza svilupata, Universidade de Bolonha Alma Mater Studiorum. Esta tese de licenciatura em Ciências de Enfermagem e Técnicas Neuropsiquiátricas e Reabilitativas é «fruto de uma viagem empreendida para conhecer de perto a história destas crianças-soldados, vítimas da guerra civil», depois do encontro (ocorrido em Itália) da autora com a Irmã Rosemary Nyirumbe, directora da escola, e «com a sua história de relações tecidas com as crianças… vozes não ouvidas durante demasiado tempo e que têm a função de mexer com as nossas consciências».

BRASIL

Estado de Roraima: contradições e desafios

Roraima, actualmente, é um lugar de contradições e desafios que o contexto político desfavorável, nacional e internacional, apresenta à missão comboniana.

Quase metade da população de Roraima é indígena. Os povos Macuxi, Wapichana, Turepang, Wai Wai, Patamona e Ianomâmi estão muito bem organizados. Vários indígenas são profissionalmente qualificados e preparados: médicos, enfermeiros, advogados, muitos professores com instrução superior.

Todos os povos indígenas, assim como nós Combonianos, estão muito preocupados com as declarações e as primeiras acções do governo federal do Brasil. O presidente declarou que nenhum centímetro de terras será destinado à comunidade indígena e aos afro-descendentes.

A nossa comunidade comboniana assiste uma região já reconhecida oficialmente como terra indígena, mas também uma outra ainda não reconhecida, tida na mira por muitos fazendeiros instalados nas proximidades.

Nós empenhamo-nos – e isso faz parte da nossa pastoral – juntamente com a pastoral indigenista de Roraima, na defesa dos direitos dos indígenas e na salvaguarda dos seus territórios.

Nestes dias, está a aumentar a violência na fronteira entre Venezuela, Colômbia e Brasil. As organizações e os movimentos sociais de Boa Vista seguem com apreensão estes factos e estão a organizar-se com base nos diversos cenários possíveis. O facto que mais nos preocupa é a decisão do Grupo de Lima de aumentar ulteriormente as medidas de embargo comercial em relação à Venezuela.

Entretanto, nos últimos meses continuou o fluxo dos migrantes através da fronteira com o Brasil. A maior parte deles permanece durante muito tempo em Boa Vista.

Iniciámos a colaborar com a assistência aos venezuelanos nos lugares de acolhimento da cidade, também em apoio dos indígenas Waraos; mas agora estes lugares de acolhimento são administrados pelo exército e não temos a possibilidade de entrar.

A Caritas está a fazer um serviço precioso pelos migrantes: o projecto «Caminhos de Solidariedade» facilita o fluxo dos migrantes em direcção ao interior do Brasil, com o apoio de diversas dioceses e paróquias do país, dispostas a acolher venezuelanos por um período de inserção de dois a quatro meses. É um sinal importante de solidariedade e de esperança.

A comunidade comboniana oferece assistência espiritual e suporte sanitário e está disponível para as emergências. Pusemos à disposição também a nossa casa e construímos duas pequenas divisões e uma casa de banho que já serviram para acolher, por um breve período, alguns venezuelanos.

CONGO

Visita do P. Tesfaye e do Ir. Lamana

O P. Tesfaye Tadesse, Superior Geral, e o Ir. Alberto Lamana, Assistente Geral, fizeram uma verdadeira «maratona» para visitar a imensa província comboniana de um vasto país, a República Democrática do Congo, onde os Combonianos chegaram em 1963. A visita realizou-se em dois tempos.

O primeiro, de 29 de Janeiro a 16 de Fevereiro, começou na zona oriental do país, palco de abusos e violências de todo o género, com uma insegurança em contínuo aumento. O P. Tesfaye e o Ir. Alberto visitaram os confrades de Butembo, onde se encontra também o postulantado dos Irmãos e a propedêutica. Participaram depois na assembleia provincial, que se realiza a cada dois anos, em Kisangani, que é também sede do postulantado para os candidatos ao sacerdócio. O P. Tesfaye presidiu à missa inaugural da nova capela do postulantado, visitou as comunidades e dialogou com os confrades do lugar e com os Leigos Missionários Combonianos. Domingo, 10 de Fevereiro, celebrou a missa na paróquia Malkia wa Mashaidi, administrada pelos Combonianos.

O segundo tempo da visita realizou-se de 26 de Fevereiro a 8 de Março, na região de Kinshasa. À sua chegada, o P. Tesfaye foi recebido pelo superior provincial, P. Joseph Mumbere. Em Kinshasa há quatro comunidades. A casa provincial é também sede da revista Afriquespoir. Depois de se ter encontrado pessoalmente com cada confrade, o Padre Geral visitou a comunidade de Bibwa, com a paróquia de Notre Dame du Bon Secours e, dia 1 de Março, a comunidade de Kimwenza com a paróquia da Divina Misericórdia, confiada aos combonianos desde 2015, ano da sua erecção. Segunda-feira, 4 de Março, o P. Tesfaye visitou o escolasticado Bienheureux Isidore Bakanja, no município de Kintambo. Na missa conclusiva conferiu o leitorado e o acolitado a alguns escolásticos.

ITÁLIA

O jubileu da Acse

Continuam as iniciativas para o Jubileu da Acse. Dia 28 de Fevereiro, realizou-se um encontro na sala capitular dos Combonianos de Via Lilio, onde em 1969 o Capítulo decidiu oficialmente o empenho pelos imigrantes.

O tema do encontro foi «Que saúde hoje para os migrantes?». Participaram nada menos que seios relatores, médicos empenhados com os imigrantes. Particular relevo foi dado ao Dr. Giuseppe Teofili, director do departamento odontológico da Acse.

Dia 25 de Março, na grande igreja de Santo Inácio de Loyola, também em Roma, foi muito participado o encontro sobre o tema «o acolhimento que regenera». Intervieram o P. Alex Zanotelli e Domenico lucano, presidente da Câmara de Riace. Introduziu o encontro D. Paolo Lojudice, bispo auxiliar de Roma e secretário da Comissão Episcopal da Conferência Episcopal Italiana para os Migrantes. Moderador do evento foi o P. Venanzio Milani, presidente da Acse.

Laboratório da JPIC em Pesaro

A comissão de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) da província italiana realizou, de 18 a 20 de Março de 2019 em Pesaro, o laboratório sobre o tema «Pesquisa de alguns instrumentos de análise da realidade e a viragem da encíclica Laudato si’ para uma conversão ecológica».

Onze comunidades combonianas estavam representadas por uma vintena de missionários que trabalham neste sector. O trabalho foi facilitado por Francuccio Gesualdi, director do Centro «Novo Modelo de Desenvolvimento» que, na manhã do primeiro dia, traçou as chaves de leitura das duas crises que o nosso mundo atravessa: a político-económica e a ecológica. Durante a noite, o P. Zanotelli partilhou a sua leitura sapiencial dos sinais dos tempos.

Na noite de 19 de Março, o P. Filippo Ivardi, recentemente regressado do Chade, partilhou a importância do diálogo e o envolvimento dos jovens cristãos e muçulmanos em Abeché, com iniciativas de promoção do bem comum para a gente das aldeias.

O P. Daniele Moschetti sublinhou a importância da inserção em situações de conflito como no Sudão do Sul e do tratamento das feridas das pessoas – mesmo as psicológicas – que precisam de acompanhamento e de regeneração.

Por fim, o P. Claudio Zendron pôs em destaque o drama do povo venezuelano.

Na manhã do dia 20 de Março, partindo da encíclica Laudato si’, o P. Domenico Guarino ajudou a assembleia a compreender a importância da conversão ecológica.

Os participantes apreciaram muito este laboratório. Para os novos confrades chegados à Província, foi uma ocasião para compreender melhor a complexidade da realidade a tomar em consideração para a missão em Itália. Muito apreciada foi também a participação dos dois postulantes da comunidade de Pádua.

MOÇAMBIQUE

Abertura do ano académico no Postulantado comboniano

A 9 de Março foi inaugurado o ano académico 2019 no Postulantado comboniano de Matola. A missa de abertura foi presidida pelo superior provincial, P. António Manuel Bogaio Constantino, e concelebrada pelos confrades da zona sul. O P. Constantino, depois e ter ouvido o pedido de entrar no Postulantado por parte de 13 jovens, deu-lhes as boas-vindas. Estes jovens vão juntar-se aos 15 postulantes que iniciam o segundo ano.

Na homilia, o provincial exortou os postulantes e a assembleia a confiar sempre no Senhor que é aquele que sacia na aridez da nossa vida e dá novo vigor ao nosso corpo e recordou que a chamada à vida missionária é uma iniciativa de Jesus.

Como gesto visível da admissão ao Postulantado, entregou a cada um dos novos postulantes a «Carta Educativa» e deu a todos um terço para pedir a Nossa Senhora a perseverança na vocação.

Ao ofertório, os fiéis das várias paróquias de Matola levaram géneros alimentares para apoiar nas necessidades da comunidade dos missionários. Entre os presentes encontravam-se também antigos seminaristas combonianos, o grupo «amigos de Comboni», o «Grupo Comboni» da comunidade de Santa Josefina Bakhita e vários convidados. Antes da missa, todos os presentes tiveram um encontro com os formadores.

Depois da celebração eucarística, a festa prosseguiu no jardim do seminário, onde se partilhou o almoço, alegrado pela música e danças.

O ponto da situação

A passagem do ciclone Idai, com ventos que atingiram entre os 120 e os 220 quilómetros por hora, e as chuvas intensas, deixaram na cidade da Beira e nos arredores um cenário de destruição nunca antes visto na história de Moçambique. Em pouco tempo a cidade transformou-se numa cidade fantasma: destruição por toda a parte, casas, hospitais e igrejas destruídas, árvores derrubadas, centrais eléctricas e telefónicas abatidas.

Na cidade de Chiveve, um blackout atingiu 95% dos edifícios; só o aeroporto local foi poupado e foi ali que encontrou abrigo a gente do local e os estrangeiros vindos para ajudar. Os bairros periféricos de Munhava, Muchatazina, Vaz, Chota, Ndunda além da destruição das casas, sofreram também inundações.

A única via de comunicação foi interrompida pela fúria das águas dos rios Pungue, Búzi e Muda e dos seus afluentes, que extravasaram causando o pânico nos distritos de Dondo, Búzi, Nhamatanda e Chibabava na província de Sofala. Também a Beira ficou isolada pela queda de um dique em Dondo, que fez ceder a Estrada N.º 6, recentemente reaberta e a única via que liga às outras cidades. Os habitantes da Beira ficaram completamente isolados durante uma semana. Começavam a escassear os géneros de primeira necessidade e continuava a chover.

A comunidade internacional vinda em socorro decidiu transferir para a Beira a população dos distritos circunstantes; para isso foram preparados alguns centros de alojamento em vários pontos da cidade.

Os dados relativos às zonas atingidas são ainda incertos. Sabemos que foram destruídas 3140 salas de aula frequentadas por 90 756 alunos; 19 730 casas destruídas. Os mortos na zona são mais de 500. Não se conhece ainda o número dos desaparecidos.

Quanto a nós, Combonianos, na Beira, trabalhamos na zona suburbana de Chota, onde vivem mais de 70 mil pessoas. 270 famílias tiveram a casa destruída e 170 precisam com urgência de alimentos e de géneros de primeira necessidade. Num primeiro momento, a nossa intervenção será de apoio a estas famílias.

Numa segunda fase, ajudá-las-emos a reconstruir as suas pequenas casas e a construir uma pequena escola e um centro juvenil paroquial: o que existia antes tinha sido construído com um material frágil e foi completamente destruído pelo ciclone. Queremos que este centro dê novamente a estas crianças, aos adolescentes e aos jovens atingidos e que tenha uma estrutura sólida e resistente. Desejamos também actuar num programa de educação sanitária e nutricional para as mães.

Na zona de Chota, cerca de 200 pessoas foram afectadas pela cólera, mas o número poderá aumentar. Em breve começará uma campanha de vacinação. O bairro está sob máximo alerta. A doença é outra preocupação imediata. Quinze dias depois do ciclone, as águas estagnadas e os charcos são fonte de incubação dos mosquitos que provocam esta doença.