Noticiário mensal dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus

DIREÇÃO-GERAL

Assembleia Intercapitular

Em setembro, em Roma, terá lugar a Assembleia Intercapitular:

2 de setembro: abertura

21 de setembro: encerramento

22 de setembro: partida

«Não é apenas um encontro do Conselho Geral com os provinciais e os secretários. É o encontro de todos. A Intercapitular é a Assembleia de toda a Família Comboniana. Queremos confiar este momento da nossa vida como Instituto a São Daniel Comboni a fim de que nos acompanhe e nos ilumine na prossecução da sua obra missionária. Convidamos todos os membros do Instituto a acompanhar esta assembleia com a oração».

Profissões perpétuas

Ir. Chacón Huamán César (PE)

Lima (PE)

29.06.2012

Esc. Ghebrezghiabiher W. Kidane (ER)

Asmara (ER)

04.08.2012

Esc. Tewoldeberhan Nayir Berkay (ER)

Asmara (ER)

04.08.2012

Ordenações sacerdotais

P. Munketalingi E. Jean-Marie Noël (RDC)

Idiofa (RDC)

22.07.2012

Obra do Redentor

Setembro        01 – 15 NAP   16 – 30 PE

Outubro          01 – 15 P        16 – 31 RSA

Intenções de oração

Setembro – Para que a Assembleia Intercapitular dos combonianos reforce em nós a paixão pela missão, o empenho na animação missionária e nos ajude a encontrar novas vias para realizar a nossa missão. Oremos.

Outubro – Para que o exemplo de São Daniel Comboni, grande animador missionário, inspire toda a Família Comboniana a desenvolver o ministério da animação missionária para ajudar as Igrejas locais a abrir-se à missão ad gentes, à solidariedade e cooperação entre as Igrejas. Oremos.

BRASIL DO SUL

Celebração dos 60 anos da chegada dos Combonianos ao Brasil

No dia 14 de Junho passado, os Missionários Combonianos celebraram com a arquidiocese de Vitória os 60 anos da sua chegada ao Brasil. Foi na arquidiocese de Vitória, na paróquia da Serra Sede, que chegaram os primeiros Combonianos em 1952.

D. Luiz Mancilha Vilela, Arcebispo Metropolitano, presidiu à celebração eucarística, acompanhado de D. Wladimir Lopes, Bispo Auxiliar de Vitória, e de D. Aldo Gerna, Bispo emérito de São Mateus, e dos padres combonianos: Alcides Costa, superior provincial, Melzani Egidio, Elio Savoia, Riganti Aurelio, Wellington Alves de Sousa e Robinson de Castro Cunha. Esteve presente a Irmã Nilma do Carmo de Jesus, superiora provincial das Missionárias Combonianas do Brasil, além de vários outros religiosos e religiosas. Os paroquianos da paróquia de São José Operário em Carapina também estiveram presentes.

Dom Luiz Vilela disse que os Missionários Combonianos influenciaram muito esta Igreja para que se tornasse missionária e que estava felicíssimo por esta presença na sua Arquidiocese.

Dom Aldo Gerna, no Estado há 55 anos, referiu que “os Combonianos nasceram para a África, mas encontraram no Brasil uma ‘África não geográfica’ e a presença de muitos povos negros e excluídos”. Dom Aldo afirmou que o carisma de Comboni se encarnou no trabalho missionário no Brasil. Ele disse que muitos foram os frutos do trabalho missionário comboniano, sendo que um destes frutos é a Diocese de São Mateus, com as suas paróquias e o seu clero jovem.

Por fim, Padre Alcides agradeceu a presença de todos e pediu a Deus para que conceda aos combonianos a graça de poderem continuar a colaborar com a Igreja local da Arquidiocese de Vitória por muitos anos. O Superior Geral, P. Enrique Sanchez G., e o seu Conselho enviaram uma mensagem de agradecimento para a ocasião.

A Província comboniana do Brasil do Sul realizou já várias actividades para comemorar os 60 anos e escolheram este ano como um ano vocacional, estando a organizar para o efeito semanas de oração pelas vocações nas paróquias. No próximo dia 1 de Novembro, farão uma romaria comboniana a Aparecida do Norte. Romeiros de todas as paróquias combonianas do Brasil juntar-se-ão em Aparecida para celebrar juntos os 60 anos.

Prémio em defesa dos direitos humanos

O P. Saverio Paolillo, director da Rede de Assistência Integral às Crianças e aos Adolescentes (REDE AICA), membro da Pastoral dos Menores e do Conselho Estatal dos Direitos Humanos, recebeu a 15 de agosto, na sede do Parlamento do Estado do Espírito Santo, no Brasil, a medalha Orlando Bonfim Júnior atribuída a personalidades que se distinguem pelo seu empenho na defesa e promoção dos direitos humanos.

COLÔMBIA

Experiência de bairro em Novo Milénio (Tumaco)

Escrevo-vos do centro da cidade, quando estamos a viver um dos piores momentos no nosso bairro. Sempre tínhamos ouvido falar de violência e morte noutras zonas da cidade mas, desde há algumas semanas, temo-las entre nós. Nos últimos meses vários pequenos grupos de jovens subsidiados por grupos armados vieram viver para o bairro e circulam armados.

Certo dia um dos grupos roubou algumas caixas de cerveja do camião que andava a fazer a distribuição. Chegou a polícia e prendeu dois deles. No dia seguinte o camião chegou com dois polícias. Os jovens desarmaram-nos e mataram-nos levando consigo as suas armas. Desencadeou-se o fim do mundo: um helicóptero sobrevoou durante horas todo o bairro com as metralhadoras apontadas sobre as pessoas, várias embarcações de guerra patrulhavam a zona da costa enquanto centenas de agentes da polícia circulavam armados pelo bairro, insultando as pessoas, revistando as casas, levando os jovens para demonstrar que estavam a conseguir resultados. O chefe da polícia declarou, à rádio, que todo o bairro era cúmplice porque não denunciava a presença destes grupos armados, quando todos sabem que muitos dos funerais da cidade são precisamente de pessoas que no dia anterior tinham denunciado alguém às autoridades. A polícia levou consigo cerca de quinze jovens, alguns dos nossos grupos juvenis, procurando obrigá-los a confessar…

No dia seguinte os polícias mataram um homem que, segundo eles, era o líder de um dos grupos armados: as pessoas dizem que ele se tinha rendido mas mesmo assim assassinaram-no. A partir desse momento, durante todo o dia, grupos de polícias e soldados circulam pelo bairro com as armas apontadas (dada a cor das suas fardas – comentam alguns de nós – calcula-se que decidiram fazer do nosso bairro uma «zona verde»), depois, às seis da tarde, chegam dois camiões cheios de polícias que passam a noite rondando o bairro e frequentemente ouvem-se tiroteios. Certa noite às nove horas, seis polícias abordaram-me com a pistola em punho perguntando-me quem era eu, o que fazia e aonde ia. Quando lhes respondi, não acreditavam e continuavam a observar-me ameaçadores, até que passaram duas pessoas que me cumprimentaram em alta voz «boa noite padre». Os polícias, então, baixaram as armas e pediram desculpa.

As pessoas sentem muito medo e às sete da tarde as ruas estão desertas. Muitos já não querem participar nos nossos encontros comunitários que habitualmente são precisamente àquela hora.

Que fazer nesta situação? Fomos à rádio e pedimos ao chefe da polícia para retratar-se das ofensas feitas à gente do bairro. Alguns dias depois pediu desculpa pela rádio. Um domingo, organizámos uma festa da paz, convidando pessoas de outros bairros a vir solidarizar-se connosco. Canções, mensagens de paz, danças, teatro, poesias… A mulher do presidente da câmara colaborou oferecendo os microfones, as cadeiras e uma tenda para proteger do sol. O Bispo participou e comentou o texto do Génesis sobre Caim e Abel: «O sangue espalhado pelo chão grita ao céu… sou porventura eu responsável pela vida do meu irmão?». Eu comentei o sonho de Isaías (2): «Dias virão em que não haverá mais guerra e as armas serão transformadas em instrumentos de trabalho, de progresso e de paz». Vieram muitas pessoas de fora para manifestar solidariedade, mas a maioria da gente do bairro permaneceu fechada em casa com medo de ser vista ali ou de possíveis tiroteios durante a festa que foi, por sua vez, muito bonita e serena e deu um ar de alívio a todos os presentes.

Estamos a procurar incutir coragem e esperança nas pessoas, continuando a propor os encontros de fim de tarde em pequenas comunidades e pequenas acções de solidariedade e de paz. Domingo, no fim da Missa, fomos em procissão à entrada do bairro para afixar uma faixa com a inscrição «o nosso bairro é um bairro que quer a paz». Sábado as comunidades do bairro farão um gesto de voluntariado, indo limpar os passeios à entrada do bairro, que estão cheios de ervas. Pequenos gestos que ajudam as pessoas a não cederem à tentação de se isolar e de se fechar em casa. Eu estou bastante tranquilo. Sei que o facto de ser sacerdote e estrangeiro me dá muito mais segurança relativamente ao resto das gentes. (P. Francesco Nascimbene, julho de 2012)

CONGO

Igreja local aberta ao mundo

Na República Democrática do Congo a diocese de Butembo Beni tem um lugar importante. Estendida por uma superfície de 45.000 km2, esta diocese do Kivu tem uma população de dois milhões e meio de habitantes, dois terços dos quais são católicos. As paróquias são 48, os sacerdotes diocesanos 210, os sacerdotes religiosos 190, os irmãos religiosos 75 e as religiosas 460. Perante esta «florescente» situação, os Missionários Combonianos escolheram Butembo para fundar aí uma comunidade de animação missionária e promoção vocacional. Na mesma casa, há uma vintena de jovens que fazem a sua primeira experiência de formação com o ano propedêutico.

No âmbito da sua actividade de animação missionária, os confrades propuseram ao Bispo, D. Melchisédech Sikuli, assegurar os retiros anuais dos sacerdotes diocesanos. Por isso, de 3 a 14 de julho, o P. Tonino Falaguasta Nyabenda permaneceu duas semanas em Butembo, para orientar os exercícios espirituais a dois grupos de sacerdotes diocesanos (150 ao todo), no seminário maior de filosofia de Vuhira. O P. Tonino insistiu na «sequela Christi» segundo o Evangelho de Marcos. O discípulo de Jesus ouve a chamada, aproxima-se de Cristo para uma experiência de comunhão e depois é enviado em missão. Também os sacerdotes de Butembo, enquanto discípulos de Jesus, devem sentir-se «missionários» e responsáveis pela evangelização do mundo.

O País está ainda em perigo

No decurso da última reunião da Conferência Episcopal da República Democrática do Congo, de 2 a 8 de julho passado, os Bispos expressaram as suas preocupações pela situação do País, perante o ataque de forças negativas e a guerra que desde há meses grassa no leste do País. Assim, a 6 de julho publicaram uma mensagem dirigida às autoridades, ao povo congolês, aos responsáveis das Nações Unidas e de outras organizações internacionais. «A guerra que alastra no norte e no sul de Kivu – afirmam os Bispos – deixa-nos profundamente consternados… É a demonstração do plano de balcanização posto em prática relativamente ao nosso país». Através desta estratégia de insegurança, provocada pela guerra, e de instabilidade, pretende-se chegar a desbaratar algumas regiões do Congo para as oferecer ao Uganda e ao Ruanda, ou então para criar um estado independente. Tudo isto, para permitir saquear os recursos naturais desta parte oriental do país. De facto o norte, o sul do Kivu e uma parte da província oriental são regiões ricas em produtos agrícolas, em água e em recursos minerais como ouro, coltan, petróleo, gás, etc. Uma riqueza que, para os congoleses, é uma sorte mas também uma desgraça.

«Os Bispos – continua a mensagem – estigmatizam com firmeza este plano de balcanização. Censuram publicamente os seus protagonistas. Condenam firmemente a retomada da guerra no Kivu. Exprimem o seu apoio aos sacrifícios dos soldados congoleses e à diplomacia por defender a integridade territorial da República Democrática do Congo». Por este motivo foi escolhida uma data, o dia 1 de agosto, dia feriado e dia dos pais, para organização algumas iniciativas com o objectivo de sensibilizar os congoleses para o perigo em que incorre a sua pátria. E para rezar a fim de obter «uma paz autêntica e duradoira».

DCA

Diaconado na Guatemala

No passado dia 14 de julho, na comunidade da Casa Comboni, na Cidade de Guatemala, foi ordenado diácono Oscar Aníbal Najarro Morales, pela imposição das mãos de D. Rodolfo Mendoza, bispo auxiliar da arquidiocese. Oscar Aníbal, originário de El Salvador, terminou os estudos de Teologia no escolasticado de São Paulo, Brasil, e a partir de janeiro de 2011 encontra-se na Cidade de Guatemala para o período de serviço pastoral, primeiro na paróquia de Nuestra Señora del Milagro, entregue ao clero local em dezembro passado, e depois na comunidade de animação missionária de Casa Comboni, onde colabora na pastoral vocacional. É o terceiro comboniano de El Salvador.

Na celebração diaconal tomou parte também o Superior Geral, P. Enrique Sánchez G., e quinze sacerdotes, mais de 250 pessoas, entre as quais cerca de quarenta familiares e conterrâneos vindos de El Salvador.

Exercícios espirituais

De 12 a 21 de julho, o P. Enrique Sánchez G. orientou os exercícios espirituais dos membros da delegação; estavam presentes 32 combonianos. Foi um momento de autêntica espiritualidade comboniana, com celebrações litúrgicas enriquecidas com textos de São Daniel Comboni. O P. Enrique conseguiu criar um clima de silêncio e de oração e as suas reflexões espelhavam a intensa experiência que o Instituto está a fazer nas diversas latitudes. Foi como entrar em sintonia com todo o Instituto e conseguir rezar pelas várias situações. Obrigado, P. Enrique, por nos ter tornado participantes desta rica experiência espiritual.

60 anos de sacerdócio do P. Gianmaria Piu

Domingo, 22 de julho, aproveitando a presença de quase todos os confrades da delegação, celebrámos os 60 anos de sacerdócio do P. Pietro Gianmaria Piu, com a participação de 1200 pessoas no auditório Juan Pedro Pini (comboniano pioneiro nestas terras) da Cidade de Guatemala. O evento tinha sido preparado com meses de antecedência e a colaboração de vários grupos eclesiais; para além dos combonianos, havia uma dezena de sacerdotes diocesanos num total de 40 concelebrantes. Foi toda uma manhã de festa, com uma reflexão missionária do P. Giuseppe Moschetta sobre a nova evangelização e outra do P. Enrique Sánchez G. sobre o ser missionários hoje, sobretudo em algumas situações em que o Instituto está presente. Houve a participação da Estudiantina Monteflor e do grupo teatral Renacer, com uma ópera sobre a vida do P. Piu, para além da projecção de um vídeo-testemunho, também sobre a sua vida. Além disso, para comemorar o acontecimento, foi efectuada uma especial publicação.

A cerimónia, autêntico encontro de animação missionária, terminou com um almoço para 200 pessoas enquanto aos restantes participantes foi oferecido um rico «tamal» preparado pelas paróquias às quais pertencemos e onde o P. Piu é muito estimado.

EQUADOR

Um acontecimento que une Quito a El Obeid

O Equador é um país onde cultura, história, arte, passado e presente se fundem numa realidade existencial que marca tanto o calendário litúrgico como a vida de uma inteira nação. Solenidades e celebrações religiosas como a Semana Santa, os Corpus Domini, o Rosário da Aurora, Novenas e Procissões nos muitos santuários em honra de uma longa série de Nossas Senhoras: das Mercês, do Carmo, do Quinche, do Cisne, do Rocio e da Paz… movimentam milhões de peregrinos de todas as nacionalidades, um rio de gente que celebra e transmite a fé e a sua identidade com tradições pré-colombianas, incas, kitcwa e cristãs. O Equador foi o primeiro país no mundo a ser consagrado ao Sagrado Coração de Jesus, com decreto assinado pelo presidente Gabriel García Moreno, um acontecimento espiritual, histórico e político, celebrado na catedral de Quito a 25 de março de 1874. Para recordar o acontecimento, a Basílica do Voto Nacional em Quito esteve no centro das celebrações da semana que se concluiu a 17 de junho de 2012 com a jornada de oração pela pátria equatoriana.

Cerca de seis meses antes daquela consagração, a 14 de setembro de 1873, em El Obeid, Sudão, Daniel Comboni tinha consagrado ao Sagrado Coração o Vicariato Apostólico da África Central.«Escrevi depois ao Santo Padre Pio IX para que me conceda que na sexta-feira depois da oitava do Corpus Domini, Sagrado Coração dulcíssimo de Jesus, em todo o Vicariato da África Central seja festa de preceito e seja celebrado com duplo de primeira classe com oitava; mas ainda não obtive resposta… Parece que o Santo Padre tenha acordado uma tal graça à República do Equador na América, postulantibus aquele Presidente e o Arcebispo de Quito: espero por isso que se acordará também a esta minha esquecida parte do mundo africano equatorial, que continua desde há tantos séculos entre as sombras da morte». Nesta carta de março de 1874 ao bispo de Brescia, o acento no pedido do presidente García Moreno mostra um Comboni bem informado. Sudão e Equador, Comboni e García Moreno: dois países e dois homens em continentes diferentes, unidos por um mesmo acto de fé.

É interessante também observar que cerca de 80 anos depois, a 2 de abril de 1955, chegaram a Quito, para iniciar uma nova missão comboniana, dois sacerdotes e um irmão «Filhos do Sagrado Coração de Jesus»!

Encontro continental da pastoral afroamericana em Guayaquil

De 16 a 20 de julho realizou-se em Guayaquil o XII Encontro Continental da Pastoral Afroamericana (EPA). Os delegados, cerca de 200, reflectiram sobre o tema «A pastoral afroamericana e das Caraíbas e o documento de Aparecida: desafios e esperanças na Igreja e na sociedade». Logo depois, de 21 a 22 de julho, realizou-se o Segundo Encontro dos combonianos que trabalham com os Afrodescendentes (o primeiro encontro tinha sido, também em Guayaquil, em 2010).

A escolha de Guayaquil como sede do XII Encontro não é casual: era em Guayaquil que faziam escala os navios de escravos na sua viagem para Lima (Peru) e foi em Guayaquil que São Martinho de Porres (religioso dominicano filho de mãe afroamericana) viveu durante algum tempo cuidando dos doentes e ajudando os necessitados.

O EPA (Encontro de Pastoral Afroamericana) nasceu em 1980 da intuição e paixão de dois combonianos: D. Enrico Bartolucci e P. Rafaello Savoia para favorecer uma pastoral para a população de descendência africana, coordenando o trabalho com todos os que trabalhavam com as populações afro da costa do Pacífico, sobretudo no Equador, Colômbia e Panamá. O EPA hoje inclui todas as nações com populações de afro-descendentes, dos Estados Unidos até ao Brasil e é uma realidade já reconhecida a nível eclesial.

ERITREIA

Profissão Perpétua e Diaconado

A comunidade da Delegação reunida em Asmara teve no mês de agosto duas jornadas de alegria e de acção de graças. Os dois escolásticos finalistas Tewoldeberhan Nayr Berkaay e Ghebrezhiabiher Woldehawariat Kidane fizeram a sua Profissão Perpétua no Instituto a 4 de agosto na igreja paroquial de Kidane Mehret, na zona Sembel, na periferia de Asmara, onde desde junho de 2008 se iniciou um escolasticado de inserção, porque os jovens eritreus não podem sair do país antes dos 50 anos. A profissão foi preparada com um tríduo de animação na mesma paróquia com orações e reflexões de padres e irmãs combonianos eritreus. Depois da santa Missa da profissão foi distribuído o pequeno-almoço a todos os presentes no átrio da igreja e ao meio-dia teve lugar o almoço com a presença de D. Menghesteab Tesfamariam, religiosos e sacerdotes, familiares e amigos sob um daz (toldo) muito bem decorado no átrio do próprio escolasticado. Os membros do coro, envergando os seus vistosos trajes, vieram alegrar o almoço com os seus cânticos.

No mesmo dia, o P. Estifanos Helafu Weldeghiorghis, animador do escolasticado, celebrou o 10º aniversário da sua ordenação sacerdotal: o Senhor concedeu-lhe ver neste dia o primeiro grande resultado do seu trabalho e também isso aumentou a alegria da celebração.

No dia seguinte, 5 de agosto, Tewoldeberhan e Ghebrezghiabiher receberam a ordenação ao Diaconado pela imposição das mãos de Mons Menghesteab na catedral de Kidane Mehret. O bispo na sua breve homilia recordou que o diaconado indica serviço e não deve ser nunca tomado como um poder alcançado. Depois da santa Missa da ordenação foi distribuído o pequeno-almoço (chá e pão) a todos os presentes segundo o costume local. O almoço foi preparado e servido no refeitório e espaços adjacentes da casa dos padres do Comboni College, onde se encontra a residência do Superior de Delegação. Presente D. Menghesteab e também D. Zekarias Yohannes, bispo emérito de Asmara, todos os padres da Delegação presentes na Eritreia, um numeroso grupo de irmãs combonianas, familiares, amigos e outros convidados.

A última ordenação sacerdotal de um comboniano eritreu, o P. Tesfaab Bekit Sliman, verificou-se a 21 de janeiro de 2007. É portanto justificada esta grande festa que nos dá a esperança de ter em breve outras duas ordenações sacerdotais em apoio da delegação Eritreia no seu isolamento.

ITÁLIA

Encontro dos Leigos Missionários Combonianos da Europa

Setenta e cinco Leigos Missionários Combonianos (LMC) da Europa, com 15 crianças suas, oito combonianos e duas combonianas reuniram-se em Verona, na casa das Irmãs, de 2 a 8 de agosto. Provinham de Itália, Espanha, Alemanha, Portugal e Polónia. O tema escolhido era: «Sobre os passos de São Daniel Comboni».

Entre os vários relatores, o P. Corrado Masini, provincial de Itália, encorajou-os a «colocar a missão no centro de tudo, a vivê-la em cada dia e a abraçá-la para sempre». O leigo Alberto de la Portilla apresentou a história do movimento desde as suas origens e, mais em pormenor, todo o percurso feito na Europa. O P. Arlindo Pinto acentuou a importância de que o movimento tenha «uma visão, uma estrutura e uma sólida formação». O P. Joaquim Valente apresentou o tema «São Daniel Comboni e os Cenáculos de Apóstolos». A Ir. Elisa Kidané falou de Comboni como de «um homem que soube dialogar com a África e os Africanos». Federico Veronesi (com a sua experiência no Brasil) e o P. Lino Spezia (com a sua experiência no Uganda e Quénia) responderam à pergunta se hoje ainda faz sentido partir, dizendo: «Sim, se se deseja partilhar a vida com os pobres e os últimos».

Os LMC puderam visitar Limone sul Garda e regressaram às suas casas renovados e encorajados a prosseguir o seu serviço na Igreja e na missão.

Área verde dedicada a D. Mazzolari

A Administração camarária de Brescia decidiu intitular a D. Cesare Mazzolari a área verde que se encontra a norte da rua XXV de Abril. D. Mazzolari, nascido em Brescia em 1937, faleceu a 16 de julho de 2011, ceifado por indisposição quando celebrava a santa Missa. Era bispo de Rumbek (Sul Sudão), empenhado desde há 30 anos na missão em África equatorial.

Adriano Paroli e Fabio Rolfi, presidente e vicepresidente da câmara de Brescia, juntamente com toda a Administração camarária, decidiram dedicar este parque citadino à memória «de um homem que dedicou a vida aos necessitados. D. Cesare Mazzolari levou a sua acção de caridade a uma zona geográfica desde sempre palco de pobreza extrema e graves conflitos. Ganhou a estima de toda a população do Sul Sudão batendo-se com todas as forças para que se ouvisse a voz de uma comunidade que pedia simplesmente a sua autodeterminação e o respeito dos direitos fundamentais dos povos» (Rádio Vera).

D. Mazzolari recordado também em Rumbek

Otimismo e esperança no futuro marcaram a cerimónia religiosa que se realizou em Rumbek para recordar D. Cesare Mazzolari, bispo da cidade do Sul Sudão, falecido há um ano. Foi assim que se exprimiu à MISNA o padre Bosco Ochieng, director da emissora diocesana Radio Good News.

«A praça em frente à catedral – relatou o padre Ochieng – estava repleta de fiéis vindos para prestar homenagem a D. Mazzolari, um grande homem que tanto fez para o renascimento do Sul Sudão e que permanece no coração de todos».

D. Mazzolari tinha chegado ao Sudão dois anos antes de rebentar a guerra civil, combatida entre 1983 e 2005. A sua morte, causada por uma indisposição repentina quando celebrava a Missa, deu-se uma semana após o nascimento de um Estado do Sul independente de Cartum. «As datas são a última confirmação da força da ligação entre o bispo e a sua gente, alicerçada no ensinamento da paz, da comunhão e do perdão», disse à MISNA o padre Fernando Colombo, administrador da diocese de Rumbek, que ontem presidiu à Missa de sufrágio.

MOÇAMBIQUE

Jovens combonianos encontram-se em Tete

Sete sacerdotes e dois escolásticos que chegaram recentemente para trabalhar na província comboniana de Moçambique encontraram-se, como todos os anos, na cidade de Tete, de 11 a 15 de Junho passado. O P. Giorgio Giboli, responsável pela formação permanente, orientou o encontro. Houve tempo para conversar e partilhar ideias, para rezar, para se conhecerem mutuamente e para um pouco de lazer.

Entre outros, os subsídios usados para a reflexão e o estudo em grupo foram: o texto do P. Manuel João Pereira Correia “Vicissitudes da Palavra em Missão”; do jesuíta Michel Rondet “Crescimento Espiritual”; e de Frei Carlos Mesters “Leitura Orante da Palavra de Deus”.

Avaliando o encontro, o P. Juan Diego Calderón Vargas disse: “O encontro foi muito positivo. Para nós, jovens, foi também motivador visitar as comunidades de Chitima e Marara, onde trabalham dois missionários combonianos de grande experiência. Junto com eles, apreciamos o dom da vocação missionária comboniana nestas terras de Moçambique”.

No dia 14 de Junho, celebraram juntos a festa do S. Coração de Jesus. A Eucaristia foi presidida pelo Bispo da Diocese de Tete, D. Inácio Saure. Segundo o P. Juan Diego, o Bispo “animou-nos para vivermos a nossa vocação missionária movidos pelo amor que brota do coração de Cristo. Neste sentido, como é tradição entre os Combonianos, renovámos os nossos votos e celebrámos a graça dos 55 anos – dos quais quase 30 passados em Moçambique – de sacerdócio do comboniano P. Renato Rosanelli”.

Inauguração da nova Casa do Postulantado

Na Festa do S. Coração de Jesus, 15 de Junho, toda a família comboniana presente em Maputo se reuniu na Matola, Moçambique, para celebrarmos este dia tão importante para todos nós.

Este ano, então, tinha uma motivação especial. Depois de mais de um ano de construção da Casa do Postulantado, finalmente, tivemos a alegria de a inaugurar. Pelas 15 horas, tivemos um encontro de formação, orientado pelo Superior Provincial, P. José Luís Rodríguez López.

Em seguida, participámos na bênção solene, presidida pelo Superior Provincial, que invocou a bênção de Deus para esta casa de formação dos futuros missionários combonianos de Moçambique. Mais tarde celebrámos a Eucaristia de modo muito solene, agradecendo a Deus o dom que nos fez de poder levar a cabo esta obra, com a ajuda económica da Direcção Geral e de algumas Províncias combonianas. Agradecemos também por 24 Postulantes que continuam o seu discernimento vocacional a caminho do ideal missionário comboniano.

Visita do P. Tesfaye e do Ir. Daniele a Moçambique

A 6 de agosto teve início a visita do P. Tesfaye Tadesse e do Ir. Daniele Giusti à Província comboniana de Moçambique. Depois de um primeiro encontro com os confrades da comunidade de Maputo no Postulato de Matola, a visita continuou em Tete. Nesta cidade os Combonianos estão encarregados da paróquia de periferia dedicada aos Mártires do Uganda em Matundo, um subúrbio da cidade além do grande rio Zambeze. A partir de Tete os nossos confrades encarregam-se também da distante paróquia histórica de Marara. A visita teve o seu momento mais rico de significado no encontro realizado em Chitima (cerca de 120 km de Tete em direção à fronteira com o Zimbabué, inteira zona de primeira evangelização). Para aqui confluíram todos os confrades para um encontro de recíproco conhecimento e de consideração das instâncias ligadas à evangelização da zona e ao quadro mais amplo do Instituto.

Dia 24 de agosto teve lugar o encerramento do Ano da Memória em Carapira, diocese de Nacala, com a celebração do 20º aniversário da morte do Ir. Alfredo Fiorini.

PERU-CHILE

Ordenação diaconal

Domingo, 27 de maio, dia de Pentecostes, foi celebrada a ordenação diaconal de Désiré Koguapa Buhendwa. Originário de Bukavu, no Congo, Désiré chegou ao Peru em 2010 para o serviço missionário e, depois de ter aprendido o espanhol, foi destinado à comunidade de San Martín de Pangoa, na selva peruana. Permaneceu ano e meio nesta comunidade trabalhando activamente com a população.

O bispo, D. Gerardo A. Zerdin, na sua homilia, exortou Désiré a apreciar e a valorizar a vocação e a chamada do Senhor e o facto de pertencer a um Instituto como o dos Missionários Combonianos. Acrescentou que os tempos da Igreja estão a mudar e que chegou a hora do continente africano. Actualmente, a Igreja africana está a afirmar-se porque se estão a lançar boas bases na evangelização destes povos. O resultado é dado pelas numerosas adesões à Igreja, no continente, através do baptismo e um grande número de vocações sacerdotais e religiosas. A presença de Désiré no meio de nós é um sinal dos frutos e da maturidade da Igreja africana que envia missionários para todo o mundo.

Na cerimónia estavam presentes alguns amigos de Lima, a comunidade comboniana de Pangoa, o provincial, alguns combonianos da província e naturalmente todos os fiéis de Pangoa. Encontrava-se também uma conterrânea de Désiré, uma congolesa que vive no Peru. A título de curiosidade recordamos que em San Ramón, uma fracção de Pangoa, há uma comunidade de irmãs missionárias do Sagrado Coração de Jesus. Cada uma delas provem de um continente diferente (Papua Guiné, Coreia, Alemanha e Peru). Podemos precisamente afirmar que com a cerimónia da ordenação diaconal de Désiré, estando representados todos os continentes, se repetiu a experiência do Pentecostes.

Votos Perpétuos

O Ir. César Chacón Huamán, originário de Cerro de Pasco, entrou no postulantado comboniano em 2000 e fez a primeira profissão religiosa em Huánuco em 2005. Permaneceu no CIF de Nairobi até 2008. Depois foi destinado à DCA, onde trabalhou na promoção vocacional até ao final de 2011. Sexta-feira, 29 de junho, solenidade de São Pedro e São Paulo, emitiu os votos perpétuos na casa provincial de Monterrico-Lima. Houve uma grande participação das comunidades combonianas de Lima, de alguns Leigos Missionários Combonianos, dos seus familiares e amigos. O P. Luís Alberto Barrera Pacheco, provincial, exortou o Ir. César a doar-se inteiramente à missão, seguindo o exemplo de São Daniel Comboni. Foi uma cerimónia intensa mas ao mesmo tempo simples. As ofertas foram levadas ao altar pela família do Ir. César, a indicar simbolicamente a sua oferta de César à Igreja e à missão.

50 anos de vida sacerdotal

Durante a mesma celebração foram recordados também os cinquenta anos de vida sacerdotal do P. Albin Grunser. Ordenado sacerdote a 7 de junho de 1962, encontra-se no Peru desde 1965. Dedicou grande parte da sua vida sacerdotal a Tarma ensinando na escola de San Ramón. Por ocasião deste aniversário quis dedicar um mês a Tarma, ajudando pastoralmente a comunidade de Palca.

Carta de solidariedade com a população de Cajamarca

Por ocasião das festividades nacionais, o boletim Chasqui da paróquia comboniana «Cristo Misionero del Padre», de Lima, publicou uma Carta sobre os conflitos que atingem o País, inclusive a capital, causados pela exploração mineira que não só não trazem verdadeiros benefícios ao povo peruano como se tornou numa verdadeira ameaça para o ambiente. A carta é assinada por P. Florentino Lafuente Hernández, P. Renzo Pallaro, P. Lorenzo Díez Maeso e P. Juan Armando Goicochea Calderón. É a resposta das preocupações pastorais dos missionários perante uma situação que continua a matar e a maltratar a natureza, dom de Deus para todos os seus filhos.

PORTUGAL

Assembleia de Formação de Base e de pastoral vocacional

De 2 a 14 de Julho, decorreu na Maia, Portugal, a Assembleia Europeia sobre a Pastoral Vocacional Juvenil e a Formação de Base dos Missionários Combonianos na Europa. Estiveram presentes no encontro 15 combonianos (vindos da Alemanha, Espanha, Itália, Polónia e Portugal), o superior provincial coordenador do sector, P. Alberto de Oliveira Silva, e o secretário-geral da formação, P. Opargiw John Baptist Keraryo.

A primeira semana da Assembleia foi dedicada à formação permanente dos promotores vocacionais e dos formadores. Orientados pelo Dr. Luís Leal do Secretariado da Juventude do Porto e pelo padre comboniano Siro Stocchetti, os representantes europeus reflectiram sobre a realidade da juventude hodierna na Europa e sobre o caminho de acompanhamento e de formação utilizado pelos Combonianos.

Os participantes apreciaram as apresentações feitas e com abertura e espírito de missão partilharam ideias e experiências pessoais, procurando juntos os melhores caminhos para ajudar os jovens que estão em contacto com os Combonianos.

Esta Assembleia vem no seguimento de outras que tiveram lugar recentemente, a nível dos continentes africano e americano – Nairobi (África inglesa), Kinshasa (África francesa) e Bogotá (Américas) –, e que tiveram os mesmos objectivos e versaram sobre os mesmos temas.

Rezemos pelos nossos defuntos

*   O PAI: Grisom, do P. John Bosco Mangeni Nambasi (U); Agbo Robert, do Ir. Latevi Akouete Pierre-Fourrier Mawulikplim (T); Julius Apechu Lutwey do P. John Kennedy Onoba (KE); Antonio, do Ir. Artur Fernandes Pinto (P); Cesare, do P. Mario Porto (KE); Ramón, do P. Miguel Navarrete (M); Vinicio, do P. Mario Fugazza (I).

*   A MÃE: Clara, do Ir. Gino Fregonese (I).

*   O IRMÃO: Alois, do Ir. Vitus Schatzer (DSP); Antonio, do Ir. Elia Dalla Fontana (I).

*   A IRMÃ: Irmã Gabriella, do Ir. Pietro Martin (I); Gemma, do P. Ugo Toninello (†).

*   AS IRMÃS MISSIONÁRIAS COMBONIANAS: Ir. Costanza Maria Belotti, Ir. Candidangela Filippi; Ir. Gemma Palumbo; Ir. Chiarapia Dalessandro; Ir. M. Marta Citterio; Ir. Carina De Angeli.