No Evangelho deste domingo, São Mateus (28, 16-20) fala-nos do Pai, do Filho (Jesus) e do Espírito Santo. Por isso, neste domingo, somos convidados a reflectir sobre este grande mistério da Santíssima Trindade: um só Deus, mas em três pessoas, uma unidade trina. Em poucas palavras, celebramos o Amor de Deus.

Isto é, “quando falamos da Santíssima Trindade, referimo-nos ao imenso Amor que é Deus e há em Deus. A Santíssima Trindade é este Amor eterno, inesgotável, que une, desde sempre, as três pessoas divinas: o Pai, que enviou ao mundo o Seu Filho; o Filho, que Se entregou ao Pai por todos nós; e o Espírito Santo, que é o Amor transbordante do Pai e do Filho derramado em nossos corações”. Como poderíamos ser felizes, se nos amássemos uns aos outros como Deus nos ama! Bom domingo!

Em tudo o que existe, está impresso o nome da Trindade!

Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos.
Mateus 28,16-20

Hoje celebramos a solenidade da Santíssima Trindade. Experimentámos a ação salvadora do Pai, do Filho e do Espírito Santo durante os períodos da Quaresma e da Páscoa. Neste domingo, depois do Pentecostes, a Igreja convida-nos a contemplar esta ação amorosa das três pessoas individuais em Deus na sua unidade e sinergia. “Esta festa é como um oásis de contemplação, depois da plenitude do Pentecostes.” (P. Angelo Casati).

A Santíssima Trindade é uma festa relativamente recente. Foi introduzida no calendário litúrgico no século XIV e atribuída ao domingo seguinte ao Pentecostes, considerado o domingo mais adequado, tendo em conta que a Trindade se revelou plenamente com a descida do Espírito Santo. Não estamos a celebrar uma verdade do catecismo, encerrada numa formulação dogmática, nem um mistério enigmático. É uma realidade viva, bela, surpreendente, que está no centro da boa nova do Evangelho e que São João resume na afirmação: “Deus é amor” (1Jo 4,8).

A Trindade não é uma festa particular a ser celebrada uma vez por ano, mas é o coração e a raiz da vida cristã. Celebramo-la na Eucaristia, que tem tudo a ver com a Trindade. Além disso, é a expressão máxima da vocação do cristão, do seu modo e estilo de vida. Teilhard de Chardin fala de “amouriser le monde”, “amorisar” o mundo!

O caminho para a fé na Trindade

Todos os cristãos professam a fé na Trindade: “Deus é um só em três pessoas”. Não encontramos esta definição de Deus na Bíblia e as primeiras gerações de cristãos não usavam a palavra Trindade. O primeiro a empregá-la (“Trinitas”) foi Tertuliano, um Padre da Igreja (+240). Não se trata, evidentemente, de uma invenção, mas do fruto da sua meditação sobre a Sagrada Escritura. Não faltam alusões a esta verdade de fé no Novo ou Segundo Testamento. Na conclusão do Evangelho de Mateus, que a liturgia nos propõe para hoje, encontramos a fórmula trinitária mais explícita de toda a Sagrada Escritura: “Ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.” (Mt 28,16-20). Outra encontra-se na saudação final da segunda carta de São Paulo aos Coríntios: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós.” (2 Coríntios 13,14).

O Antigo ou Primeiro Testamento foi um percurso lento e progressivo de experiência e conhecimento de Deus que conduziu o povo de Israel à profissão de fé num Deus único. Encontramos esta fé maravilhosamente formulada na primeira leitura de hoje: “Considera hoje e medita em teu coração que o Senhor é o único Deus, no alto dos céus e cá em baixo na terra, e não há outro.” (Deuteronómio 4). Podemos imaginar como poderia ser escandaloso, neste contexto, que Jesus se proclamasse Filho de Deus e falasse da pessoa do Espírito Santo. Os primeiros cristãos foram de facto audazes ao dar início à fé na Trindade, que só seria claramente formulada no século IV. Só uma convicção profunda, recebida através do ensinamento e do testemunho de Jesus, os poderia ter levado a tal ousadia.

Do exterior à intimidade de Deus

A inteligência humana pode chegar à unicidade de Deus (monoteísmo) através da reflexão e da filosofia. É possível a todos chegarem a Deus através da sua epifania na criação. Em contrapartida, só a fé em Jesus nos conduziu à trindade das pessoas no Deus único, pois “a Deus, ninguém jamais viu: o Filho único, que é Deus e está no seio do Pai, foi ele que o revelou”. (João 1,18). Não se trata, porém, de um conhecimento teórico ou dogmático, de pouca ou nenhuma utilidade, mas de uma introdução na intimidade de Deus, de uma imersão no imenso e surpreendente mistério de Deus. Dietrich Bonhoeffer escreve: “Não nos interessa um divino que não faça florescer o humano!

Hoje vivemos projectados para o mundo e para o universo, desejosos – com razão – de conhecer os mistérios do cosmos e da vida. Mas poucos estão interessados em mergulhar no Mistério por excelência! A humanidade sempre procurou conhecer o “cosmos” que traz dentro de si: “Conhece-te a ti mesmo!”. E, apesar dos progressos espantosos das ciências, continuamos a ser um enigma para nós próprios. Só a abertura a Deus e ao seu Mistério pode revelar o homem a si mesmo!

Este Mistério é a chave para compreender toda a realidade. Bento XVI disse: “Em tudo o que existe está num certo sentido gravado o “nome” da Santíssima Trindade, porque todo o ser, até às últimas partículas, é um ser em relação, e assim transparece o Deus-relação, transparece por fim o Amor criador. Tudo deriva do amor, tende para o amor e se move impelido pelo amor, naturalmente com diferentes graus de consciência e de liberdade.” (Angelus 7/6/2009).

A Trindade, uma exigência do amor

Se, por um lado, o mistério da Trindade é difícil de compreender, porque entra em conflito com a nossa lógica, por outro lado poderíamos dizer que é fácil de compreender, porque é uma exigência do próprio amor. Um Deus unipessoal seria solipsista, como poderia ser amor? Um amor de dois poderia tornar-se um amor de reciprocidade, um amor especular, em que os dois amantes se espelham um no outro. Continua a ser um amor imperfeito. É necessário um terceiro que encarne a diversidade e que obrigue o amor a dois a sair da lógica da reciprocidade para integrar o diferente.

Deus criou o homem “à sua imagem e semelhança” (Génesis 1,26-27), todavia o ícone da Trindade não é o casal, mas a família, isto é, o casal fecundo que acolhe “o outro”, que sai da lógica especular. Deus é Família. Neste sentido, é preocupante a atual tendência crescente que se verifica de excluir a possibilidade de ter um filho, seja por constrangimento sociológico, económico ou laboral, seja por opção do próprio casal. A procriação diz algo sobre Deus. A natureza traz em si uma marca trinitária.

“A forma perfeita de comunhão, que é o símbolo de toda a comunhão, é o “três”. […] O cristão deve ter o número três como número sagrado: “A minha fé é três, a minha vida é três”… Porque a fé não é uma coisa e a nossa vida é outra. A nossa vida é “três”. Para nós, o número “três” é o objetivo, é aquilo por que temos de lutar. A nossa vida torna-se uma vida pobre e inacabada se não experimentarmos o amor do ‘três’”. (Cardeal José Tolentino de Mendonça).

Exercício diário de oração para a semana
1. Fazer o sinal da cruz no início do dia, com uma consciência especial de o viver em nome da Trindade. E no fim do dia, antes de nos abandonarmos ao sono, repeti-lo como uma imersão no infinito Mar de Amor.
2. Repetir frequentemente ao longo do dia, como o respiro do coração, a doxologia:
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
3. Rezemos com Santa Catarina de Sena:
“Trindade eterna, sois como um mar profundo, no qual quanto mais procuro, mais encontro; e quanto mais encontro, mais cresce a sede de vos procurar. Vós sois insaciável; e a alma, saciando-se no vosso abismo, não se sacia, pois permanece com fome de Vós, sempre mais desejosa de Vós, ó Trindade eterna, desejando ver-Vos com a luz da vossa luz.

P. Manuel João Pereira Correia mccj
Verona, Maio de 2024

Festa da Santíssima Trindade
Marcel Domergue sj

Os primeiros cristãos mostraram uma audácia muito grande, ao darem início à fé na Trindade. Digo «dar início», porque foi preciso muito tempo, até que esta fé encontrasse a sua fórmula definitiva. Ela ia contra o senso comum e parecia estar reinventando o politeísmo. Muitos cristãos, muitas vezes, nem se lembram da Trindade, quer dizer, de Deus em Si mesmo. Quando imaginamos Deus como uma espécie de super-homem infinitamente poderoso, ou como uma força à qual nada pode resistir, estamos em plena regressão, de volta a imagens espontâneas e primitivas do divino. Foram necessárias todas as Escrituras bíblicas para nos fazer passar do Deus solitário e monolítico ao Deus «sociedade», ao Deus comunhão, ou seja, ao Deus que em si mesmo é amor. Esta generosidade interna é que tornou possível a criação, a menos que se considere esta conforme o modelo artesanal, do oleiro moldando a argila, imagem que a Bíblia utiliza, explora e ultrapassa. O Novo Testamento é que nos dará a última revelação. As Escrituras, no entanto, não fazem contas: não lemos nelas, jamais, que «Deus é três». A Trindade veio até nós de uma reflexão dos primeiros séculos do cristianismo.

Deus Pai, Filho, Espírito

Em nossos textos, não encontramos de fato esta formulação, de «um Deus em três pessoas». Vemos, no entanto, serem nomeados muitas vezes o Pai, o Filho e o Espírito. Dentre muitos outros textos, podemos citar 2 Coríntios 13,13, que reúne os três em uma só fórmula: «A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós!» São três «Pessoas» que se fazem apenas Um. Em São João, ouvimos Jesus dizer muitas vezes: «O Pai e eu somos Um.» João 14,9-10 recapitula bem todos estes textos. Filipe pede que Jesus lhe mostre o Pai e Jesus responde: «Tu não me conheces, Filipe? Quem me vê, vê o Pai… Não crês que estou no Pai e o Pai está em mim?» Quanto ao Espírito, Ele é o sopro mesmo de Deus, a realidade pela qual Deus se comunica. O que irá soprar aos discípulos não será a sua própria palavra. Enviado pelo Pai em nome do Cristo, «o Espírito Santo vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que vos disse» (versículo 26). O Sopro traz a Palavra e se faz um só com ela. É um pouco o que acontece conosco, quando falamos. O envio do Filho e do Espírito de filiação até aos homens é, portanto, o que está na base da reflexão eclesial sobre a Trindade. O «dogma» é, antes de tudo, a experiência dos primeiros cristãos, dos primeiros crentes. É bom que se diga imediatamente que o fato de se fazer uma conta e dizer «Ele é Três» não é desprovido de significado. A ideia que fazemos de Deus se transformou.

Tudo é relações

A origem de tudo o que existe, e que chamamos de Deus, é relações. Não como se fossem seres já existentes e que, num segundo tempo, estabelecessem pontes entre si. Não! A «substância» de Deus é, se podemos dizer assim, relação, intercâmbio. Resulta daí que o universo inteiro, feito à sua imagem, é também relações. Não poderia jamais dizer «eu» se não tivesse à minha frente um «tu» de quem me distinguir. Temos aí, pois, a diferença entre as pessoas. Mas onde está a unidade necessária à nossa semelhança divina? Pois bem, quando o Espírito se faz presente, todos os «Eu» se tornam um «Nós» e formamos um só corpo, construído em nossas diferenças. Somos, nós mesmos, relações. O que há em nossos músculos vem-nos do sol, dos sais minerais, da água e do fogo. E tudo isto nos foi dado pela relação de nosso pai e nossa mãe. O que há em nossa inteligência nos vem em primeiro lugar do contato com os nossos pais e, em seguida, da linguagem, das nossas leituras, do ensinamento recebido e da cultura na qual nos banhamos. Só existimos por causa destes liames e entrelaçamentos que mantemos com os outros. Com referência a Deus, dizemos Pai, Filho e Espírito. É preciso repetir que estas são palavras que não devem ser tomadas em seu sentido habitual: elas ultrapassam infinitamente tudo de que podemos ter experiência.
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A Trindade Santa
Raymond Gravel

Cada ano, após Pentecostes, desde o século XIV, nós celebramos a festa da Trindade Santa: a festa de Deus, o Deus único e trino, o Deus em pessoas… Eis a grande revelação que Cristo nos trouxe: o Ser de Deus é o Amor em estado puro. Então, Deus não poderia fazer outra coisa senão amar. De fato, o amor não existe se não for movimento, reciprocidade, dom, acolhida, relação e comunhão. Na história, Deus não cessou de se revelar e ele continua a fazê-lo hoje, pois se é Deus ele não pode ser e não pode existir mais que como Fonte de Amor, o amor criado que dá a vida, que se multiplica, que se expande e nos faz descobrir sempre mais Deus.

Para falar em Deus, precisamos defini-lo como relação, dom, partilha, comunicação, intercâmbio, comunhão. A única maneira de alcançar a totalidade é necessariamente três pessoas em Deus, porque o Amor tem isto de particular: é preciso que exista um terceiro: “O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês” (Jo 15,12). O Amor não volta àquele que ama; se dá a outro, daí seu crescimento e a sua fecundidade. Também, o Amor não se fusiona; ele estabelece uma relação interpessoal. É o que faz dizer ao padre francês Léon Paillot: “Deus, nosso Deus é essencialmente relação, intercâmbio. Mas é preciso uma terceira pessoa para que todos os Eu se tornem um Nós”.

Não podemos falar de um Deus Pai sem que haja uma relação de amor com um dos filhos gerados por ele. E se não houvesse nada além do que o Pai e o Filho, poderíamos pensar que eles se bastariam a se próprios: o Pai dá a vida e o Filho a recebe… Porém, isso faria um Deus limitado, centrado em si próprio. E, portanto, diz o teólogo Gérard Sindt: “Deus, na Bíblia, tende ao descentramento de si próprio, e é o Espírito que é o operador. Ele é a fecundidade operacional de Deus, a sua feminidade e a sua maternidade. A feminidade, ela própria, é experiência de Deus”. E Gérard Sindt acrescenta: “Quando se fala de pessoas em Deus, é sempre o Espírito que é mais difícil de atingir. Ele representa aqui a terceira pessoa, isto é, nós”. Nós estamos envolvidos, portanto, do mistério de Deus, da Trindade. Também, para que haja comunhão, é preciso três pessoas; se não houvesse mais do que duas, seria simplesmente uma relação. Assim, o Espírito assegura a fecundidade do Amor do Pai ao seu Filho que partilha conosco.

Mas o que nos dizem as três leituras de hoje sobre Deus?

1. Deuteronômio 4,32-40: Estamos no Antigo Testamento, a Antiga Aliança, e o autor do Deuteronômio se maravilha diante deste Deus diferente dos outros deuses; não é uma força escura ou impessoal como os outros deuses: Deus está, juntamente, longe e perto: “Javé é o único Deus, tanto no alto do céu, como aqui em baixo, na terra” (Dt 4,39). Ele fala ao homem (Dt 4,33) e ele se escolheu um povo (Dt 4,34). Essas duas coisas fazem parte da sua singularidade. Poderíamos ter pensado que Deus é incomunicável, que o mundo dos homens e o mundo de Deus não se encontram nunca, que eles não falam a mesma língua… Mas não! É tudo o contrário: com Deus existe uma comunicação possível, uma proximidade admirável, e não morremos! (Dt 4,33). Deus liberou seu povo da escravidão (Dt 4,34), e ele quer a felicidade dos seres humanos que ele escolheu (Dt 4,40).

Esse antigo texto do Deuteronômio não conhecia certamente o Deus Trino tal como o conhecemos hoje e que foi definido pela Igreja do século IV. Mas já podemos entrever sinais da Trindade, nos versículos 35-38, que o lecionário infelizmente cortou na liturgia deste domingo: fala-se da Palavra, do Verbo (segunda pessoa da Trindade), e do Fogo, do Espírito (terceira pessoa da Trindade). É uma antecipação do Deus relação e comunhão, tal como hoje é confessado.

2. Romanos 8,14-17: Na sua carta aos Romanos, São Paulo nomeia as três pessoas em Deus, sem mesmo conhecer o conceito da Trindade. Além do mais, ele nos integra na família trinitária: “Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rom 8,14). É o Espírito que segura o vínculo entre Deus e nós; ele nos tira dos nossos medos e das nossas escravidões, e nos faz reconhecer Deus como Pai (Rom 8,15). Além disso, diz São Paulo, nós somos como Cristo: “E se somos filhos, somos também herdeiros: herdeiros de Deus, herdeiros junto com Cristo” (Rom 8,17). E São Paulo acrescenta: “uma vez que, tendo participado dos seus sofrimentos, também participaremos da sua glória” (Rom 8,17). Mas atenção para não cair na teologia do martírio como necessidade de salvação! O que São Paulo quer dizer é que nas nossas experiências humanas de libertação e de sofrimento, nós somos como Cristo; assemelhamo-nos a ele. Assim como ele, nós também devemos assumir a nossa condição humana até o fim, isto é, até a morte, para ressuscitar como Cristo.

É evidente que no momento em que São Paulo escreve a sua carta, a perseguição cristã fazia parte do programa. Mas, hoje, como não é mais o caso, nós não devemos inventar silícios, como parecem propô-lo algumas correntes conservadoras cristãs. Nós não devemos levar mais do que os silícios que a vida nos impõe: os nossos limites humanos, as nossas capacidades, a doença, o sofrimento e a morte. A Sexta-Feira Santa precede sempre o Domingo de Páscoa. Foi o caso de Jesus de Nazaré e será o caso para nós também.

3. Mateus 28,16-20: Em nenhum lugar da Bíblia nós encontramos uma fórmula trinitária tão explícita e elaborada como no final do Evangelho de Mateus, onde assistimos ao envio missionário dos apóstolos, na noite da Páscoa: “Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28,19). Segundo os exegetas, essa fórmula se constituiu na liturgia do batismo, no final do século I. Isso não quer dizer que o evangelista Mateus conhecia o Deus Trino como o conhecemos hoje; ele utiliza simplesmente o nome de Deus, revelado na história, como um Pai, por Jesus Cristo seu Filho, no Espírito de Cristo que nos habita. Devemos salientar que para Mateus o batismo não está reservado a um povo em particular; ele é universal: “todos os povos” (Mt 28,19).

A missão consiste, então, em batizar, em fazer discípulos. Não aderindo a uma doutrina, mas sim entrando numa comunidade de fé que se enraíza em Deus, pelo Espírito Santo que nos habita. É evidente que a pessoa que ensina é importante, mas ele diz respeito aos mandamentos que Cristo nos deu: “ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês” (Mt 28,20)… Porém, de fato, estes mandamentos se resumem num só: “Amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês” (Jo 15,12). O nosso Amor deve ser fecundo, voltado aos outros, para que ele produza frutos, e que ele revele outros rostos do Deus Amor, outras pessoas em Deus, pelo Espírito Santo. Apesar das dúvidas que surgissem e que persistissem sobre Deus, da parte desses próximos (Mt 28,17), Cristo nos confirma a sua presença, pois ele mora em nós pelo seu Espírito: “ensinando-os a observar tudo o que ordenei avocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20).

Concluindo, eu gostaria simplesmente de propor a vocês esta bela reflexão do exegeta francês Jean Debruynne sobre o evangelho desse domingo: “Trata-se de fazer discípulos e fazer discípulos não é recrutar mão de obra ou procurar aderentes. Antes de qualquer coisa, trata-se de ir. Ir é partir, é sair. É ser livre. Ir é o contrário de estar fechado na verdade, e prisioneiro dos seus princípios. Ir é caminhar para a frente, e não de ré. Ir é um sinal de confiança. Vá! É uma decisão. Trata-se de aprender a guardar os mandamentos e não guardá-los na geladeira. O único mandamento é amar!”.
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Uma comunhão de amor e de vida
Enzo Bianchi

É a chamada festa da Trindade, fixada pela Igreja no primeiro domingo depois de Pentecostes: não é o memorial de um evento da vida de Cristo, mas sim uma confissão e uma celebração dogmática devida aos concílios de Niceia (325) e de Constantinopla (381). Na verdade, a na Bíblia, nunca se encontra a palavra Trindade, fórmula dogmática, mas, ao contrário, há a revelação de Deus como Pai, da Palavra feita carne, Jesus, o Filho de Deus, e do Espírito Santo de Deus, a força através da qual o Pai e o Filho atuam na história. Somente nós, católicos, ao contrário dos outros cristãos, em obediência à intenção da Igreja, celebramos essa festa escutando os textos bíblicos nos quais encontramos a palavra de Deus, que nos revela o grande mistério da Tri-unidade de Deus.

O trecho do Evangelho é tirado dos “discursos de despedida” de Jesus, que já foram encontrados várias vezes no tempo da Páscoa, aqueles que ele dirigiu aos discípulos antes da sua gloriosa paixão. Quem fala é o Jesus glorioso do quarto Evangelho, Senhor do mundo e da Igreja no seu hoje; fala aqui e agora à Igreja, explicando-lhe que ele, já ressuscitado, está vivo junto de Deus e em Deus, como Deus. Ele já prometeu que não vai deixar órfãos aqueles que nele creem (cf. Jo 14, 18) e, portanto, que vai lhes enviar o Espírito Paráclito, advogado de defesa (cf. Jo 14,15-17,26; 15, 26-27; 16, 7-11); ele convidou os fiéis a terem fé nele e os advertiu sobre o mundo no qual eles ainda vivem, preanunciando-lhes hostilidade e perseguição (cf. Jo 14, 27; 16, 1-4.33), mas declarando também que o Príncipe deste mundo foi vencido por ele para sempre (cf. Jo 12, 31; 14, 30; 16, 11).

Jesus, que ensinou os seus discípulos durante anos e que, no quarto Evangelho, demora para lhes deixar os seus últimos desejos, em certo ponto deve confessar: “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora” (literalmente: “carregá-las”). Jesus também experimentou o desejo de comunicar muitas coisas, mas se deu conta de que o outro, os outros não são capazes de compartilhá-las, de compreendê-las, de carregá-las dentro de si. Em toda relação – experimentamos isso cotidianamente – a assiduidade provoca um crescimento de conhecimento, a escuta e as palavras trocadas permitem uma maior comunicação com o outro, mas às vezes encontramo-nos diante de limites que não podem ser superados. O outro não pode compreender, não pode acolher o que é dito, e até o fato de lhe comunicar verdades pode se tornar imprudente, às vezes inoportuno. Manifesta-se o limite, uma barreira que também pode fazer sofrer, mas que deve ser aceita. Pelo contrário, é necessário não só se submeter a ela, mas até chegar à rendição: não se pode nem se deve comunicar mais…

Não havia dificuldade em se expressar por parte de Jesus, mas sim a incapacidade de recepção por parte dos discípulos. Mas Jesus lança o seu olhar sobre o tempo depois de si, com fé-confiança e com esperança: “Hoje vocês não entendem, mas amanhã entenderão”. Por quê? Porque ele sabe que a vida e a história também são reveladoras; que, vivendo, chega-se a entender o que simplesmente escutamos; que é com aqueles com quem caminhamos que se compreendem mais profundamente as palavras que nos são confiadas. Pode-se dizer – parafraseando um famoso ditado de Gregório Magno – que “a palavra cresce com quem a escuta”, com aqueles que a trocam com os outros, com aqueles que a meditam junto com outros, com aqueles que sabem escutar a vida, os eventos, a história.

O caminho do conhecimento nunca acaba, o itinerário rumo à verdade não tem um termo aqui na terra, porque só no além da morte, no face a face com Deus, conheceremos plenamente (cf. 1Cor 13, 12).

Essa verdade dá à fé cristã um estatuto que nem sempre temos em mente. Isto é, devemos prestar mais atenção aos eventos de Jesus e dos seus discípulos, lendo-os não apenas como fatos do passado, mas também como traços sobre os quais caminhamos ainda hoje. A nossa fé não é estática, não nos é dada de uma vez por todas como um tesouro a ser zelosamente conservado, mas é como um dom que cresce nas nossas mãos.

Dizendo essas palavras, Jesus certamente também entrevia entre os seus discípulos o perigo de querer conservar o que tinham conhecido como um caixão fechado, como um museu, em vez de permitir que as suas palavras percorressem as estradas do mundo e os séculos da história crescendo, enriquecendo-se no encontro com outras palavras, histórias, culturas.

Sim, a verdade que nos foi entregue progride em profundidade e em extensão, e em muitos aspectos a Igreja de hoje, como a de ontem, conhece aquilo que é essencial para a salvação; mas a Igreja de hoje conhece mais e compreende o próprio Evangelho de modo mais aprofundado. Não é o Evangelho que muda, mas somos nós hoje que o compreendemos melhor do que ontem – como dizia o Papa João XXIII –, melhor até do que os Padres da Igreja.

Mas esse crescimento da compreensão não ocorre por meio de energias que estão em nós, não é uma aventura do espírito humano, mas é um caminho “guiado” pelo dom do Ressuscitado, o Espírito Santo: “Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade”. Temos um guia no tempo em que Jesus não está mais entre nós da mesma maneira que ele caminhava ao lado dos seus nas estradas da Palestina. Estamos nas estradas do mundo, entre os povos, no meio dos pagãos, como “viandantes e peregrinos” (cf. Hb 11, 13, 1Pd 2, 11): não estamos sozinhos, não somos órfãos, sem orientação. Eis o dom de Jesus ressuscitado, o Espírito Santo, “seu companheiro inseparável” (Basílio de Cesareia), que agora se tornou o nosso companheiro inseparável.

O Espírito é luz, é força, é consolação e nos guia: doce luz quando é noite, brisa que refresca no calor, força que sustenta na fraqueza. Nós, buscadores da verdade nunca possuída, percorremos o nosso caminho, mas o Espírito Santo nos dá a possibilidade de ir além do conhecimento da verdade adquirida, através de inícios sem fim.

E que fique claro que essa compreensão não está dentro de uma dimensão intelectual, gnóstica, mas é conhecimento experimentado por toda a nossa pessoa; e a verdade que buscamos e perseguimos não é uma doutrina, não são fórmulas ou ideias, mas é uma pessoa, é Jesus Cristo que disse: “Eu sou a verdade” (Jo 14, 6).

Mas o Espírito Santo não é uma força, um vento que vem de onde quer e vai onde quer, mas é o Espírito de Cristo, nunca dissociado de Jesus. Quando o Espírito está presente e nos fala de Jesus, é como se o próprio Jesus nos falasse e, desse modo, ele nos fala de Deus, porque, depois da ressurreição, não se pode mais falar de Deus sem olhar e conhecer a Jesus, seu Filho que o narrou (cf. Jo 1, 18) com palavras de homem e com a sua vida humaníssima.

As palavras de Jesus sobre o Espírito Santo, portanto, na realidade, indicam-nos o Pai, Deus, porque o Pai e o Filho têm tudo em comum: o Filho é a Palavra emitida pelo Pai, e o Espírito é o Sopro de Deus que permite emitir a Palavra. É desse modo que João, através das palavras de Jesus, nos acompanha para entrever o nosso Deus como Pai, Filho e Espírito Santo: um Deus que é intimamente comunhão plural, um Deus que é comunhão de amor, um Deus que, no Filho, se uniu à nossa humanidade e, através do Espírito Santo, é constantemente criador dessa comunhão de vida.

Ao ler ou redizer essa página do Evangelho, porém, fiquemos atentos para não transformá-la em um tratado de doutrina, em uma espécie de enigma, em uma fórmula matemática desconhecida… Se essa é uma verdade, verifiquemo-la anunciando-a aos “pequeninos”, àqueles que estão desprovidos de instrumentos intelectuais, aos pobres. Somente se eles a entenderem, escutando-a a partir dos nossos lábios, isso significa que nós também entendemos alguma coisa; caso contrário, estamos no engano de aristocratas gnósticos que creem que veem e, em vez disso, estão cegos (cf. Jo 9, 40-41), creem que conhecem e, em vez disso, permanecem ignorantes, creem que confessam a fé e, em vez disso, estão ligados à doutrina.

O Evangelho é simples, é para os pequeninos, é uma realidade escondida aos intelectuais e aos eruditos (cf. Mt 11, 25; Lc 10, 21): não o tornemos difícil ou mesmo enigmático, digno de estar em uma estela de pedra e incapaz de entrar no coração de cada pessoa. Imprimindo sobre nós o sinal da cruz, dizemos o nosso desejo e compromisso de crer com a mente, com o coração e com os braços, isto é, com aquilo que operamos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
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A forma perfeita da comunhão
José Tolentino Mendonça

Queridos irmãs e irmãos
Celebramos hoje a grande solenidade da Santíssima Trindade. Muitas vezes, o mistério da Santíssima Trindade é expresso numa linguagem filosófica que mais parece um daqueles problemas insolúveis da matemática. Como é que Deus é único e ao mesmo tempo é trino? Como é que Deus é uma única natureza em três pessoas distintas? Como é que se articula a singularidade e a unicidade de Deus com esta tripartição de Deus pela pessoa do Pai, pela pessoa do Filho e pela pessoa do Espírito Santo?

É sem dúvida um mistério. E nós temos de aceitar que o mistério é mistério. Sentimos isso muitas vezes na nossa vida: que a nossa razão toca apenas a fímbria, a borda do manto de um mistério que é muito maior do que a nossa razão e do que a nossa própria existência. O mistério de Deus está para lá daquilo que podemos pensar, dizer, medir, calcular, compreender. Deus é também incompreensível, Deus é também incognoscível, Deus também é secreto, é segredo, é silêncio.

É importante abraçarmos isso, sem medo e sem suspeita. É importante abraçarmos isso com amor e com confiança, abraçarmos o que não entendemos, mas abraçarmos. Porque, o homem não é a medida de todas as coisas e a nossa pequena razão não é a chave de entendimento para o Universo. Nós somos apenas fragmentos, partículas, pequenas existências. Aquilo a que somos chamados é a contemplar, a aceitar, a buscar uma relação. Porque uma coisa é compreender, outra coisa é conseguir uma relação.

Nós temos isso até porque o mistério vem ao nosso encontro. Temos a possibilidade de construir uma relação de confiança, de fé, de amor com uma realidade, uma verdade que é tão maior do que nós e que nós nunca conseguiremos abarcar, esgotar completamente nos nossos conceitos, nas nossas definições. Deus é, por isso, incognoscível, está para lá, por detrás, tão para lá das nossas imagens e das nossas palavras.

Porventura, o discurso verdadeiro sobre Deus é um discurso negativo. Negativo no sentido de: sem atributos, sem imagens. É, como diz a tradição cristã, um discurso despido de qualquer imagem ou sinalização. A teologia negativa é a teologia dos místicos, é dizer: “Deus é o que eu não sei. Deus é um não sei quê. Deus é um silêncio. Deus é uma presença que eu não consigo descrever.”

A aceitação disso acaba por ser uma coisa muito grande na nossa vida, dá-nos também um sentido muito grande da nossa própria realidade e faz-nos aceitar a nossa pobreza com uma grande liberdade, com um grande desprendimento.

Mas Deus, sendo difícil de entender, é muito fácil de entender. Há que dizer, também nesta solenidade da Santíssima Trindade, que o mistério da Santíssima Trindade é fácil, é fácil. Qualquer um de nós pode chegar lá, qualquer um de nós pode entendê-lo. Porque se Deus é amor, Deus não pode ser uma solidão, tem de ser uma comunhão. Se Deus é amor, Deus não pode estar sozinho, porque se nós dizemos que a nossa vida é amor, não podemos estar sós. Temos de ser nós, tem de haver o eu, e tem de haver outras coisas, outras pessoas, outras existências, outras formas na nossa própria vida.

E quantas formas há de haver? A forma perfeita da comunhão, aquela que é o símbolo de toda a comunhão é o ‘três’. Porque nós podemos amar-nos a nós próprios e é um dever, e é uma arte que temos de aprender a vida inteira, amarmo-nos a nós mesmos, mas o amor que dedicamos a nós próprios é um amor incompleto, é um amor que precisa de outro amor, precisa de outra complementaridade.

E encontramos isso no ‘dois’, quando amamos o outro. Quando o amante, o amigo realizam essa forma de amor, de amizade. Isso é uma forma de encontro, é uma forma de amor, é uma forma de plenitude que é fundamental. Porque todo o coração aspira por esse lugar que há no coração do outro. E essa busca do amor, a busca da amizade, a busca de uma relação privilegiada faz parte das ânsias mais profundas do nosso coração. De maneira que é muito natural que o ‘um’ anseie pelo ‘dois’. Mas, ao amor do ‘dois’ é sempre um amor especular, é um amor que é uma espécie de espelho, é o amor onde me revejo, é o amor onde eu procuro uma retribuição, onde eu procuro uma equivalência, uma reciprocidade, uma paridade. Essas são as características do amor do ‘dois’.

Então, o amor do ‘dois’ ainda é incompleto. O amor do ‘dois’ só se completa quando é capaz de integrar o ‘três’. E o ‘três’ traz outras coisas para dentro do amor e torna a comunidade do amor uma comunidade perfeita, uma comunidade parecida à Trindade. Porque o outro é o estranho, é o diferente, é aquele que não entra na relação de reciprocidade ou de paridade, mas que eu acolho numa forma de radical hospitalidade, de radical amor. E quando nós somos capazes de integrar o terceiro, então nós sabemos o que é o amor.
Hoje as nossas sociedades vivem a recusar o terceiro. Nós vemos, por exemplo, com os imigrantes. Nós somos cidadãos, temos os nossos papéis, os nossos impostos, está tudo bem. Mas quem não tem papéis, e é mulher, e é homem, e está sobre esta terra, como é que faz? O que é que vai ser dele? Nós temos uma dificuldade muito grande de integrar o ‘três’, aquilo que outro mais outro significa. Temos essa dificuldade na nossa vida concreta.

Por exemplo: muitas vezes reduzimos a família a um clube de egoísmo. Esgotamos o nosso amor na nossa família. Isso é tão pobre, tão pobre. Porque uma mãe que é só mãe dos seus filhos é tão pouco mãe. E um pai que é só pai dos seus filhos é tão pouco pai. E um irmão que é só irmãos dos seus irmãos é tão pouco irmão.

Se nós não somos capazes de aliar terceiros, três, nós não sabemos o que é o amor trinitário. Sabemos o que é o amor a dois, não sabemos o que é o amor trinitário. E o amor trinitário é este amor misterioso, este amor maior, este amor que me leva para lá das minhas fronteiras, para lá até daquilo que eu preciso, deste dar e deste receber. O ‘três’ faz do amor um jogo completamente diferente, que é um jogo de hospitalidade gratuita. Amar por amar, ponto final.

E esse é o amor de Deus, é o amor de Deus. Este amor que nós temos de contemplar, adorar e fazer dele a chave da nossa vida. Um cristão tem de ter o número ‘três’ como o número sagrado.

S. Cecília (há uma escultura belíssima dela, é uma das grandes peças do barroco) foi degolada e ela está vendada. Naquele momento da degolação ela está a fazer a confissão de fé. E a confissão de fé é fazer ‘três’, ‘três’.

Se nós não somos capazes de fazer ‘três’, de dizer: “A minha fé é ‘três’, a minha vida é ‘três’.”… Porque a fé não é uma coisa e a nossa vida é outra. A nossa vida é ‘três’. Para nós o número ‘três’ é o objetivo, é aquilo por que nós temos de lutar. A nossa vida fica uma vida pobre e inacabada se nós não experimentamos o amor do ‘três’: a capacidade do amar por amar, da hospitalidade gratuita, ir além do amor (que é a nossa obrigação e a nossa felicidade e tudo) mas buscar um outro amor. Aquele amor que nos obriga a andar pelas ruas e a acolher os pobres, aquele amor que nos ajuda a acolher mais um, a integrar mais um na nossa vida, na nossa mesa, no nosso trabalho, no nosso dinheiro, no nosso tempo.

Esse é o amor de Deus. Todos são o amor de Deus. Mas esse ‘três’ dá-nos uma medida muito exata daquilo que é a Santíssima Trindade.

Queridos irmãos, a Santíssima Trindade não é um conceito filosófico que lembramos uma vez por ano, a Trindade é a nossa forma de viver, é o nosso estilo de viver. Um cristão, se tem de morrer por alguma coisa tem de morrer por ‘três’, por ‘três’, por este amor que é um amor trinitário, e que representa aquilo que a nossa vida pode ser na sua plenitude.

José Tolentino Mendonça, Domingo da Santíssima Trindade
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