Familia Comboniana 792 - Janeiro de 2021

DESEJAMOS A TODOS UM BOM ANO NOVO

DIRECÇÃO-GERAL

NOTAS GERAIS

Consulta de Dezembro 2020

1. Nomeações

P. Hategek’Imana Sylvester é nomeado ecónomo do escolasticado de Nairobi a partir de 1 de Janeiro de 2021.

P. Opargiw John Baptist Keraryo é nomeado formador no escolasticado de Pietermaritzburg, RSA, a partir de 1 de Janeiro de 2021.

P. Alberto de Oliveira Silva é nomeado membro da equipa do Centro de Formação Permanente em Roma a partir de 1 de Janeiro de 2021.

Ir. Dimanche Godfrey Abel é nomeado superior do CIF de Bogotá, Colômbia, a partir de 1 de Janeiro de 2021.

P. Gian Battista Moroni é nomeado padre-mestre, ad interim, do noviço Giuseppe Mantegazza na comunidade de Lecce, Itália, a partir de 1 de Janeiro de 2021.

P. Chmiel Sebastian Jerzy é nomeado assistente ecónomo geral em Roma a partir de 1 de Janeiro de 2020

Nomeações para o Studium Combonianum

Para o trabalho do Studium Combonianum o CG nomeou os seguintes:

1. Conselheiros: P. Jeremias dos Santos Martins, P. De Iaco Cosimo, P. Prandina Piergiorgio e P. Boscaini Aurelio.

2. Membros do Comité Científico: Ir. Parise Alberto, P. Weber Franz, Sr. Maria Vidale, P. Naranjo Alcaide Jorge Carlos, P. Castello Danilo, P. Furioli Antonio, Ir. Cruz Reyes Joel, Ir. Dzinekou Yawovi Jonas,
P. Mumbere Musanga Joseph, P. Aguilar Sánchez Víctor Manuel, P. Villarino Rodríguez Antonio, P. José Joaquim Luis Pedro, P. Fernando Domingues, P. Mbuthia Simon Mwaura, P. Scattolin Giuseppe, P. Giupponi Benedetto, P. González Fernández Fidel, Ir. Degan Alberto, P. Tibaldo Mariano, P. Ndjadi Ndjate Léonard e P. Kanyike Edward Mayanja.

O CG agradece a todos os confrades que durante anos serviram como conselheiros e como membros do comité científico.

2. Curso de Renovamento

Por causa da situação da pandemia de COVID-19 e da dificuldade para alguns em obter o visto para Itália, foi cancelado o Curso de Renovamento em Roma de Janeiro a Maio de 2021. Se algum dos que deviam participar e que podem vir a Itália quiser fazer um caminho pessoal de alguns meses, o CIF oferece esta possibilidade. Os interessados podem combinar isso com o P. Fermo Bernasconi.

3. Ano Comboniano

Recorda-se a todos os superiores de circunscrição que em 2021 haverá o Ano Comboniano de Formação Permanente. Cada um deve ver na sua circunscrição os que deveriam participar e entrar em contacto com o
P. Fermo Bernasconi para as orientações e saber quando devem chegar a Itália para o estudo da língua.

4. Economia

A assembleia geral dos ecónomos começou por videoconferência; depois pediu-se aos ecónomos de circunscrição para responder a alguns questionários. As suas respostas deverão chegar até ao fim de Janeiro de 2021. O CG convida os conselheiros de circunscrição, juntamente com os seus ecónomos, a tomar a devida atenção às perguntas sobre a gestão da doença na sua circunscrição e sobre os sistemas de reforma dos
vários países em que estamos presentes. Estas temáticas têm grande relevância e requerem o discernimento da circunscrição para não vir um dia a deparar-se com graves dificuldades.

5. Fórum Social Comboniano

O CG agradece à Comissão da Família Comboniana, encarregada de preparar o Fórum sobre a ministerialidade social, pelo webinar, realizado nos dias 4 e 5 de Dezembro passado. Esperamos que o segundo webinar, que terá lugar dias 5 e 6 de Março de 2021, tenha o mesmo sucesso na organização e participação. A realização do encontro em Roma, previsto para 3-7 de Julho de 2021, continua a estar condicionada pela evolução da pandemia. Portanto, será preciso avaliar a sua realização mais à frente.

6. Caminho em direcção ao Capítulo

No nosso caminho em direcção ao Capítulo, devemos tentar concluir as eleições o mais rápido possível, também dos substitutos. O CG enviará uma carta aos superiores de circunscrição e seus conselhos para os ajudar a preparar as suas relações ao Capítulo. Em Fevereiro de 2021, o CG nomeará a Comissão pré-capitular e enviará uma carta aos delegados. Prevê-se um encontro do grupo de trabalho com o facilitador do Capítulo. O CG, por fim, recorda a todos que devem responder ao Questionário.

7. Fórum para a partilha sobre o Capítulo

O CG recorda que existe um fórum aberto para a partilha de opiniões pessoais que podem contribuir para enriquecer a reflexão do Capítulo. Para este fim foi criado um e-mail: capitulo2021@comboni.org. O material que aqui aparecer será depois apresentado à comissão pré-capitular.

8. Cúria: A comunidade da Cúria lamenta a triste perda do seu superior, P. Celestino Prevedello, levado pela COVID-19. As mensagens dirigidas ao superior da comunidade de Roma serão, por ora, geridas pelo P. Jeremias dos Santos Martins, juntamente com o vice-superior, P. Torquato Paolucci.

9. Partilha dos bens

O CG agradece a todas as circunscrições que em 2020 enviaram contributos extraordinários para as necessidades da Direcção-Geral do Instituto. Um particular agradecimento à NAP pela generosa contribuição, como sempre. Ao mesmo tempo, o CG convida aqueles que ainda não o fizeram e desejam fazê-lo a enviar o seu contributo extraordinário. Obrigado.  

Ordenações sacerdotais

P. Biseka Guerlain J. (CN); Kinshasa (RDC); 05/12/2020

P. Moindi Polycarp Ntabo (KE); Nairobi (KE); 08/12/2020

P. Ng’ang’a Joseph Githua (KE); Nairobi (KE); 08/12/2020

P. Boosuuro Maaso-E. Pius (T); Aneho (TG); 12/12/2020

P. Dansou Ayawovi A. A. Achille (T); Aneho (TG); 12/12/2020

P. Dossavi Sitou M. (Charlemagne) (T); Aneho (TG); 12/12/2020

P. Amuzu Kofi (Abraham) (T); Aneho (TG); 12/12/2020

P. Badou Ifédoun Ephrem Judicaël (T); Dassa-Zoumé (BEN); 12/12/2020

Obra do Redentor

Janeiro 01 – 15 A; 16 – 31 BR

Fevereiro 01 – 15 C; 16 – 28 EGSD

Intenções de oração

Janeiro – Para que a fé em Cristo nos estimule a todos a permanecer unidos e a aliviar o impacto da pandemia especialmente entre os mais pobres. Oremos.

Fevereiro – Para que consigamos conduzir toda a pessoa ao encontro de Cristo através de gestos de amor e de perdão. Oremos.

PANDEMIA DE CORONAVÍRUS
SITUAÇÃO NAS PROVÍNCIAS

África do Sul

Na Província mais de dez confrades e escolásticos tiveram Covid-19;
alguns, porém, nunca fizeram o teste. Estamos gratos por a maior parte deles terem estado assintomáticos ou com sintomas ligeiros. A nossa Assembleia provincial foi, num primeiro momento, adiada e por fim cancelada. Um bom número de confrades cancelou os seus programas de viagem para tratamentos médicos, férias e até ordenação sacerdotal, enquanto outros não puderam regressar à África do Sul.

O país está a viver oficialmente a segunda vaga da pandemia, com oito mil casos por dia. A Igreja está a passar por dificuldades financeiras por causa de tantos meses sem celebração eucarística, depois, com um máximo permitido de 50 pessoas e agora, 250 no interior e 500 ao ar livre (obviamente de acordo com as dimensões do espaço). As paróquias em geral têm dificuldades porque recebem pouco dinheiro ou nenhum das oferendas. O maior desafio que a Igreja tem de enfrentar é fazer com que as pessoas voltem às celebrações eucarísticas.

No final de Julho de 2020, a África do Sul estava no quinto lugar no mundo por casos de Covid-19. Cinco meses depois, embora o país esteja ainda em estado de emergência, estamos ao nível de confinamento 1, onde quase todas as restrições foram suspensas. O uso das máscaras, a desinfecção das mãos e dos espaços e o distanciamento físico ainda são obrigatórios. O número de mortos notificados – 21 500 – é relativamente baixo face a outros países, embora estas estatísticas sejam postas em questão (neste período foram registados 40 000 «óbitos naturais» a mais relativamente a outros anos). A percentagem de recuperação é elevada, diz-se superior a 90%, e o número total de casos é agora superior a 785 000. Em algumas regiões do país, infelizmente, grande parte da população ignora o respeito das medidas recomendadas. A África do Sul está ainda entre os primeiros 20 países no mundo no que toca aos contágios registados.

Foi anunciado um pacote de ajudas económicas de R500Bn (32 mil milhões de dólares) para ajudar os privados, as empresas e garantir os equipamentos e os suprimentos médicos e os pacotes alimentares necessários.

Brasil

A situação em Novembro

Infelizmente, a pandemia deixou marcas de dor e de luto na Família Comboniana no Brasil. Em Setembro, faleceram, com poucos dias de intervalo, contagiados pelo vírus, o P. Carlos Bascarán (79 anos), e o
Ir. Amine Abrahão (78 anos).

Agradecemos pelo dom da saúde no resto da Província e pela rápida recuperação dos confrades da comunidade de Santa Rita e de outras, onde foram contagiadas algumas pessoas.

A propagação do vírus no país ainda é muito elevada e a sua evolução é imprevisível, inclusive perigos da segunda vaga, agravados pela falta de orientação e de restrições por causa do recente período de campanha eleitoral.

O conselho provincial recomendou a todos os confrades, sobretudo aos de risco, muita prudência e atenção.

Actualizações em Dezembro

O Brasil continua a ser o segundo país no mundo com maior número de mortes por covid, depois dos Estados Unidos. Não é por acaso que a gestão de ambos os presidentes destes países tenham sistematicamente negado o perigo representado pela pandemia, sem implementar políticas de prevenção e dando prioridade à campanha eleitoral e à manutenção do ritmo de consumo, para não sacrificar a economia local.

No Brasil, no fim de Novembro, tínhamos chegado a 173 000 mortos: foram particularmente atingidas as grandes cidades do sudeste, São Paulo e Rio de Janeiro, as principais cidades da Amazónia, sobretudo Manaus, e as regiões interiores mais isoladas, onde foram atingidas especialmente as comunidades indígenas. A perda dos líderes e dos guias espirituais indígenas é incomensurável, se considerarmos a sabedoria e a autoridade moral que eles representam no seu serviço: a morte de cada um deles é comparável a uma biblioteca que ardeu.

DSP

A crise causada pelo coronavírus tem o mundo inteiro nas mãos e como DSP sentimo-nos unidos às províncias que perderam confrades por
causa do vírus. Na DSP, graças a Deus, não tivemos ainda nenhum confrade afectado pelo vírus. Alguns confrades tiveram de fazer quarentena porque um ou outro funcionário ou alguma pessoa com quem estiveram em contacto no desempenho do seu ministério tinham testado positivo. Outros não puderam receber tratamentos médicos ou submeter-se a intervenções cirúrgicas porque os hospitais deram prioridade aos doentes covid, adiando tais intervenções.

Todavia, uma vez que a idade média da nossa província é de 75 anos e mesmo alguns confrades mais novos com outras doenças que se enquadram-se no grupo de «risco», todos os confrades reduziram consideravelmente os seus contactos fora das comunidades. Ellwangen, que entre outras coisas também alberga os nossos confrades mais idosos e necessitados de cuidados, foi encerrada desde o início da crise e não está acessível. O estado de espírito dos confrades varia de pessoa para pessoa. Alguns não querem mais socializar, outros lamentam muito as restrições e gostariam de correr um risco maior para estar próximos das pessoas. Alguns, um pouco mais avançados em idade, que antes eram
capazes de dar assistência pastoral em algumas capelas, agora estão inactivos.

A assembleia provincial, que realizámos online, demonstrou que podemos permanecer em contacto e ter intercâmbios a nível provincial, mesmo para lá das fronteiras nacionais da Áustria, Alemanha e Itália.

Hoje, ao contrário do início da crise, apesar das restrições, os nossos padres podem desenvolver o seu trabalho nos vários ministérios e as missas são permitidas com algumas condições. Esperamos que as pessoas aceitem as restrições durante o período natalício de modo a que a situação melhore.

Etiópia

Na Província, só ultimamente os testes covid-19 detectaram alguns casos positivos: o Esc. Biruk testou positivo dia 13 de Novembro de 2020 quando se preparava para apanhar o avião no dia seguinte para ir para Casavatore; ontem deu negativo e terá de fazer o teste novamente antes de partir. De Nairobi chegou a notícia de que os nossos escolásticos, Abebayehu e Habtamu, e o P. Abraham Hailu, que está ali para a conclusão dos seus estudos, também deram positivo.

Alguns confrades, que estiveram em contacto com positivos, tiveram de fazer o teste assim como alguns LMC de regresso da Europa, e houve quem tivesse de fazer quarentena.

Estas e outras notícias, como a morte de alguns confrades no Uganda e a preocupação, na casa provincial, com o P. Seyum, levou-nos a ter muita atenção e a agir com prudência. As maiores dificuldades foram os adiamentos das chegadas e partidas, não só para quem tinha de ir de férias, como também para os novos escolásticos, obrigados a permanecer no Uganda até ao fim de Agosto, depois da sua primeira profissão.

Há muita incerteza quanto a iniciativas e eventos, ao ponto de a Província ter cancelado a Assembleia de Abril e um encontro previsto para 27 de Outubro, por ocasião da celebração da Jornada Comboniana.

Tudo isto, no entanto, não impediu a participação no retiro de Agosto e alguns encontros, como aquele para a nomeação, dia 29 de Setembro, do P. Juan González Núñez para Administrador Apostólico do Vicariato de Hawassa.

Nas missões de Gumuz, no noroeste, as actividades desenvolveram-se com bastante regularidade, como os votos perpétuos de Gurmesa e a sua ordenação diaconal, em Gilgel Beles; a sua ordenação sacerdotal terá lugar na sua paróquia natal, entre o dia 20 e 25 de Janeiro de 2021.

Os contínuos ataques na zona de Gumuz, que levaram à evacuação da missão de Gublak em 21 de Outubro e à guerra de secessão desencadeada a 4 de Novembro, não estão relacionados com o coronavírus, mas, infelizmente, aconteceram no mesmo período.

O que é que o bom Deus ainda preparará para esta sua Missão?

Itália

Situação em Novembro

Infelizmente, a província está a viver um momento muito difícil por causa da Covid-19. Durante a segunda vaga, o vírus apareceu em várias comunidades (Florença, Castel Volturno, Venegono) sem causar muitos danos. Mas quando, apesar de todas as precauções, o contágio entrou na comunidade de Castel d’Azzano, muitos dos confrades idosos não foram capazes de sobreviver às complicações provocadas pelo vírus, causando uma infausta série de falecimentos que ainda continuam. De momento, o CP está empenhado em gerir a situação de grave emergência, oferecendo apoio aos confrades que estão directamente envolvidos. Quando a situação tiver voltado à normalidade o CP, juntamente com a CANAM, fará um balanço detalhado sobre o que aconteceu. De momento, é importante enfrentar a emergência com paciência e fé. No final do ano, os confrades desta comunidade mortos por covid são, infelizmente, cerca de quinze.

Portugal

Em Portugal, até hoje (fim de Novembro) tivemos apenas um confrade contagiado, na comunidade da Maia, e nenhum contágio entre as pessoas que trabalham nas casas da província.

O confrade contagiado apercebeu-se imediatamente da situação, con
tactou o seu médico e ficou em auto-isolamento, no quarto, mesmo antes de fazer o teste. Com a chegada do resultado positivo do teste, a comunidade activou imediatamente, durante duas semanas, o «Plano de contingência» mccj-pt, previamente preparado pela Província, e seguiu rigorosamente as indicações das autoridades sanitárias. A casa foi encerrada, sem pessoal de serviço, foi encerrada a secretaria, suspensas as celebrações comunitárias (liturgia das horas e missa). As refeições, confecionadas por um dos confrades, eram feitas individualmente, em horários diversificados, etc. Depois de duas semanas, o confrade estava curado e foi possível retomar o ritmo normal.

Na Província, as viagens entre as comunidades e também os contatos dos confrades com as suas famílias limitam-se ao estritamente necessário. As reuniões são todas feitas via zoom. Os eventos com público foram cancelados ou feitos online. A Assembleia provincial, em Setembro, realizou-se de forma mista: presencialmente, para os mais novos, e via zoom para os idosos.

Nas comunidades, não obstante alguns momentos de tensão, o ambiente tornou-se gradualmente mais tranquilo e sereno. (P. Fernando Domingues, mccj)

Quénia

A covid-19 causou o caos em todo o mundo. O estilo de vida a que estávamos habituados foi bruscamente interrompido. Milhares de pessoas cederam ao inimigo invisível chamado Coronavírus. O mundo está agora a tratar as feridas económicas infligidas por este contágio. O Quénia não foi poupado.

A 19 de Dezembro de 2020, as estatísticas oficiais sobre a Covid-19 indicavam que o Quénia tinha feito o teste a 1 003 493 de pessoas. Os casos confirmados foram 94 151, os casos activos 16 959, os óbitos 1633 enquanto 75 559 pessoas tinham recuperado. Estas estatísticas baseavam-
-se nos testes visados, portanto é difícil avaliar todo o alcance da infecção no Quénia cuja população é de cerca de 53 milhões de pessoas. Aqui, um teste custa cerca de 44 euros. A grande maioria das pessoas não se podem permitir pagar esta soma. Por conseguinte, os que têm sintomas ligeiros não procuram sequer saber se estão contagiados. Não é exagero afirmar que, de momento, não sabemos se estamos na primeira, na segunda ou na terceira vaga. De qualquer modo, continuamos a seguir as linhas de orientação e as formalidades emitidos pelas autoridades competentes. Para os quenianos, a situação é de cansaço, medo, mas também de esperança.

Depois de tantos meses, os briefings diários das autoridades sanitárias aos meios de comunicação são agora enfadonhos, notícias para passar à frente. Este estado de «letargia» consumiu também os nossos confrades. As mais cansadas são as nossas comunidades formativas: postulantado, escolasticado e CIF. Foi um tormento para eles: podeis imaginar os
jovens confinados durante meses.

O medo intensificou-se em Outubro, quando na vizinha provincial ugandesa diversos confrades que conhecemos apanharam o vírus e alguns morreram. Naquele momento, o vírus pareceu-nos verdadeiramente real e próximo. Tivemos de exortar-nos uns aos outros a ser mais severos. No escolasticado, a um dado momento, o número de positivos chegou aos 31. O desafio não era tanto o de estar doentes, mas organizar a vida conjuntamente e manter um espírito optimista. Damos graças a Deus que o período de isolamento tenha terminado e que agora estão livres do vírus. Aqueles que foram hospitalizados também já tiveram alta.

Tudo somado, o vírus não afectou muito o Quénia, graças também à resposta imediata do Governo com medidas de contenção como bloqueios, recolher obrigatório, saneamento e uso obrigatório das máscaras. Além disso, a vacina também aumenta o nosso optimismo. Não sabemos quando as vacinas chegarão a África, mas são certamente um sinal de esperança.

Estamos todos afectados pelas consequências económicas da Civid-19. Sentimo-nos chamados a ser mais próximos das pessoas e a acompanhá-las. Muitos nas nossas missões dirigem-se a nós a pedir ajuda. Com a graça de Deus e a solidariedade humana vamos certamente vencer
isto. (P. Radol Austine Odhiambo)

WEBINAR

A caminho do Fórum sobre a Ministerialidade Social

Em preparação do Fórum da família comboniana sobre a ministerialidade social, que se realizará em Roma de 3 a 7 de Julho de 2021, adiado duas vezes por causa da pandemia, foi realizado, a 4 e 5 de Dezembro passado, um webinar, uma etapa importante, à qual se seguirá uma outra, fixada para 5-6 de Março de 2021, para recolher a riqueza do caminho feito, aprofundar os conteúdos e começar a traçar linhas de acção para uma missão sempre mais atenta às expectativas dos pobres e aberta à mudança de paradigma (AC 2015, n. 12).

Dia 4 de Dezembro foram convidados dois leigos, Luca Moscatelli, biblista, e Stella Morra, teóloga, os quais, a partir da sua investigação e do seu papel na comunidade académica, pastoral e eclesial, indicaram de forma magistral o lugar por onde começar e o objectivo a atingir para uma ministerialidade social.

Para Luca Moscatelli, é necessário partir daqueles que estão «fora», do mundo como lugar teológico, onde colher a presença do Espírito de Jesus que está em acção. É a partir de fora que chegam as surpresas e de onde nos chega a salvação. A missão sempre sublinhou a importância de «ir em direcção a» enfatizando o «nós»; talvez seja necessário sublinhar também o «partir de» «deles»: das periferias existenciais diria o Papa Francisco; dos mais pobres e abandonados diremos nós na tradição da família comboniana.

A teóloga Stella Morra explicou-nos que no encontro com o outro é importante articular bem a trilogia: fé, cultura e Igreja. De facto, na tarefa da evangelização é necessário tomar a peito a cultura do outro como nos ensina o magistério da Igreja (EG 115 e GS 53).

Na ministerialidade social, Stella Morra sublinhou que o missionário pode incorrer no risco da imprecisão, da fraqueza, do exagero, mas recordou que não podemos nem devemos correr o risco do gnosticismo, do pelagianismo nem o de desfigurar o significado autêntico e integral da missão evangelizadora. Pode-se correr o risco de oferecer a misericórdia sem condições, mas não podemos correr o risco de opor-nos à plena liberdade do amor com que Deus entra na via de cada pessoa. (P. Fernando Zolli, mccj)

ÁSIA

World Mission recebe dois prémios

A revista World Mission venceu o prémio para o melhor artigo com a rubrica Defending the Most Defenseless (Em defesa dos mais indefesos) de Tony Magliano e recebeu um reconhecimento especial pela longa metragem escrita pelo arcebispo Gilbert Garcera, intitulado Transmitir a fé aos jovens no Prémio dos Meios de Comunicação Católicos (CMMA) dia 19 de Dezembro de 2020, em Manila.

Com o tema «Para que tu possas dizê-lo aos teus filhos e netos (Êxodo 10, 2). A vida torna-se história», a cerimónia deste ano realizou-se virtualmente por causa da proibição de grandes ajuntamentos para prevenir a difusão do coronavírus.

Nos últimos anos, as publicações combonianas das Filipinas têm vencido diversos prémios e reconhecimentos pelos seus artigos nas várias categorias.

O CMMA (Catholic Mass Media Award) foi fundado em 1978 pelo falecido arcebispo de Manila, cardeal Jaime L. Sin, para prestar homenagem a «quantos servem a Deus através dos media».

CONGO

Ordenação sacerdotal

Desde há algumas semanas, os cristãos da Paróquia de Nossa Senhora do Bom Socorro de Bibwa aguardavam com alegria a visita pastoral do Cardeal Fridolin Ambongo Besungu, Arcebispo Metropolita de Kinshasa, que se realizou sábado, 6 de Dezembro de 2020. Nesta ocasião, o nosso confrade Guerlain Biseka Joachim foi ordenado sacerdote e o P. Elio Farronato celebrou, com a comunidade paroquial, o quinquagésimo aniversário da sua ordenação sacerdotal.

Na celebração eucarística, presidida pelo Cardeal, participaram os cristãos da paróquia de Nossa Senhora do Bom Socorro e os das paróquias vizinhas. O Cardeal convidou o P. Guerlain a ser a resposta aos sofrimentos das gentes, especialmente dos congoleses, e a seguir o modelo de São Daniel Comboni, que aceitou deixar a sua Itália natal e dar a sua vida pelos povos africanos, que vivem ainda no sofrimento e na escravatura. Pediu-lhe também para não ter medo perante o fardo que o Senhor lhe confia, mas de repor n’Ele a sua confiança.

O P. Léonard Ndjadi, superior provincial do Congo, agradeceu ao
P. Guerlain por ter aceitado dar a sua vida a Deus no Instituto dos Missionários Combonianos e pela sua perseverança durante os catorze anos da sua formação desde a propedêutica até ao sacerdócio. Depois, apresentou à assembleia duas postulantes missionárias combonianas, que se preparam para ir para o noviciado de Namugongo, no Uganda, uma leiga comboniana de Kisangani, um irmão e cinco sacerdotes combonianos, entre os quais Guerlain Biseka, que se preparam para ir para novas missões em África, Europa e América Latina. Nesta ocasião, o P. Léonard anunciou o envio do P. Guerlin para a missão no Peru. Por fim, pediu ao Cardeal para dar a sua bênção a estes missionários e aos fiéis para rezarem por eles para que a sua missão seja frutuosa. (Ir. Lwanga Kakule)

DSP

Sessenta anos de profissão perpétua

O Ir. Kuno Stösser celebrou o seu sexagésimo aniversário de profissão perpétua dia 8 de Dezembro de 2020, na comunidade de Ellwangen.
O Ir. Kuno pertence à província peruana e agora passa as suas férias em parte com os seus familiares na região da Selva Negra, em parte na comunidade de Ellwangen. Por causa das restrições do coronavírus, só dois confrades de Nuremberga, que trabalharam no Peru durante muitos anos e queriam acompanhá-lo nesta jornada memorável, uniram-se à comunidade para celebrar com o Ir. Kuno o seu jubileu. O P. Josef Pfanner, também antigo missionário peruano, que presidiu à celebração eucarística, resumiu o longo trabalho missionário do Ir. Kuno que trabalhou na vinha do Senhor ao longo de 68 anos.

Depois da sua formação religiosa e profissional, em 1954 partiu para o Peru e iniciou o seu trabalho na nova paróquia de Mirones/Lima, que pouco antes tinha sido confiada aos Combonianos de língua alemã. Havia muito trabalho a fazer na igreja e na casa residencial. Em 1958 foi transferido para Tarma para a nova prelatura confiada aos Combonianos. Também ali muito trabalho o esperava na residência paroquial e, sobretudo, na igreja durante as muitas celebrações pré-conciliares.

Cedo, porém, o Ir. Kuno teve de assumir tarefas completamente novas, como a construção de edifícios nas dioceses de Tarma e Huánuco. Não tinha experiência neste campo, mas a boa formação de base e o seu interesse por qualquer trabalho ajudaram-no a tornar-se um bom construtor. A sua primeira obra foi o seminário de Tarma. Seguiu-se um centro para a formação de catequistas e a residência paroquial de Huassawuassi. Por fim, coroou a sua actividade em Tarma com a construção do santuário de Muruhuay. Em 1973 foi encarregado de construir a catedral de Huánuco segundo o projecto de um arquitecto suíço.

Em 1979, o Ir. Kuno participou como delegado do Peru no Capítulo da reunificação em Roma. Foi depois transferido para a DSP e destinado à comunidade de Bamberga. Depressa, porém, chamaram-no de novo de volta ao Peru porque o novo bispo de Huánuco, D. Anton Kühner, mccj, tinha muitos projectos para ele: a construção da casa episcopal e da igreja e da residência dos missionários Monfortinos.

Em 1984 mudou-se para Lima para construir a casa do Postulantado Comboniano. Desde então, permaneceu na casa provincial de Monterrico e até hoje, não obstante os seus 90 anos, desenvolve preciosos serviços como o acolhimento dos hóspedes e de muitas pessoas à procura de ajuda material e também o serviço telefónico. No novo ano espera regressar ao Peru. Esperamo-lo também nós e desejamos-lhe ainda muitos anos na sua segunda pátria.

Para ele vão os nossos melhores votos e a nossa gratidão pelo seu exemplo de missionário e religioso e pelos muitos serviços desenvolvidos ao longo de 60 anos para o bem dos confrades e da missão.

ITÁLIA

Acse: uma interessante iniciativa e as outras actividades

A empresa Ospedaliera-Universitaria Policlinico Umberto I, em parceria com o Inail e a Universidade La Sapienza, delineou o projecto PROTECT, que tem o objectivo de tutelar a saúde dos refugiados e dos migrantes com um rastreio à zona cabeça-pescoço que examina rosto, olhos, nariz,
boca, orelhas e garganta.

Para a sua realização no Lazio, apresentaram-se nada menos que 53 associações e organizações. Entre estas, encontra-se a Acse. De Maio do ano passado a Dezembro de 2020 (excepto os períodos de confinamento) fizeram-se globalmente cerca de 2100 intervenções em outras tantas pessoas. Destas, cerca de 700 foram feitas na sede da Acse. Em segundo lugar encontra-se Medihospes Staderini com 130/150 intervenções e em terceiro lugar Il Mondo Migliore com pouco mais de 100.

Os encontros da Acse são feitos duas vezes por mês com a participação de cinco ou seis médicos e uma trintena de migrantes.  É um serviço
óptimo e muito apreciado.

A par disto, os outros serviços da Acse, graças ao louvável empenho de voluntários e sócios, prosseguem sob diversas formas, não obstante a pandemia. O ambulatório de dentista consegue atender uma vintena de pessoas todas as semanas. Em tempos normais as intervenções eram quase o dobro. Os médicos e os assistentes são louváveis e corajosos pelo seu empenho. O ambulatório utiliza duas novas poltronas.

Os cursos de italiano e inglês são ministrados online, à excepção de duas turmas de italiano que são presenciais, com a devida segurança. São frequentadas por uma centena de estudantes. Os cursos de informática começam em Janeiro: temos cerca de quinze inscritos. Poderão usufruir da sala remodelada com computador e outros instrumentos móveis, fornecidos pela Migrantes da CEI. Também o ateliê de corte e costura, está a funcionar presencialemente. O serviço de Posto de Emprego, Assistência Jurídica e Estudantes Universitários opera online. A distribuição dos alimentos, que se desenvolve todas as quintas-feiras, viu o multiplicar-se dos utentes. Quase 30% a mais. Um sinal de que, infelizmente, a pobreza e as necessidades das pessoas aumentam. Até agora temos conseguido dar alguma coisa a todos, graças ao Banco alimentar, às Irmãs Guanelianas e também ao Esmoler do Papa, Card. Konrad Krajewski.

Para conhecer melhor as actividades e a situação da Acse pode-se abrir o site renovado e ampliado: www.Acsemigranti.org. (P. Venanzio Milani)

QUÉNIA

Ordenações sacerdotais

Não obstante a pandemia, os Combonianos do Quénia assistiram à ordenação sacerdotal do P. Polycarp Moindi e do P. Joseph Ng’ang’a, na paróquia católica de Santa Teresa, Kiangunu, na arquidiocese de Nairobi. Estavam presentes um bom número de fiéis, a família comboniana, sacerdotes e religiosos. O cardeal Njue, arcebispo de Nairobi, presidiu à celebração eucarística e ordenou os nossos dois confrades.

No seu habitual sentido de humor e alegria, o cardeal exortou os neo-
-ordenados a não olhar nunca para trás e a viver uma vida de oração e de empenho como missionários. Depois, dirigiu palavras de gratidão e de encorajamento aos pais dos dois novos sacerdotes.

O P. Austine Radol, superior provincial, fazendo eco dos sentimentos do cardeal, pediu aos pais, aos familiares, aos amigos e às paróquias dos novos sacerdotes para continuarem a apoiá-los. Também anunciou que o P. Polycarp foi destinado à Província do Togo-Gana-Benim e o P. Joseph irá para o Equador. (P. Andrew Bwalya)

RCA

Notícias

A Província está a atravessar um momento de grande preocupação. As eleições presidenciais foram realizadas em 27 de Dezembro num clima inflamado porque alguns grupos de rebeldes e outras forças ocultas queriam impedir a sua realização. Houve confrontos em diversas localidades do país, sobretudo em Yaloké, Bossangoa, Kagabandoro, Bouzoum. Um grupo numeroso de rebeldes ocuparam Boda e o exército, a polícia e a guarda fugiram em direcção a Mbaiki e Bangui. Até agora os rebeldes não fizeram mal à população de Boda, mas limitaram-se a saquear a prefeitura e o comissariado.

Nos primeiros dias de Janeiro de 2021 a cidade de Bangassou caiu nas mãos de um grupo de rebeldes (mercenários e gente do Níger).

Em Bangui a situação está calma, mas correm rumores e teme-se que os rebeldes cheguem também aqui para semear desordem e impedir as eleições. (P. Everaldo de Souza Alves MCCJ)

TOGO-GANA-BENIM

2020: um ano de abundância de vocações para o TGB

Dia 12 de Dezembro de 2020, na catedral de Aného/Togo), foi celebrada uma bela missa de ordenação de dez novos sacerdotes dos quais seis diocesanos e quatro missionários combonianos: P. Abraham Amuzu,
P. Achille Dansou, P. Charlemagne Dossavi e P. Pius Boosuuro. A cerimónia começou às 9 horas com uma numerosa participação de fiéis e sacerdotes, sempre no cumprimento das medidas da covid-19.

Na sua homilia, D. Isaac Jogues Gaglo, bispo da diocese de Aného, retomando a encíclica de São João Paulo II, Ecclesia de Eucharistia vivit, sublinhou que o sacerdócio ministerial tem como origem e plena realização a eucaristia e recomendou aos neo-sacerdotes a celebração diária da Eucaristia, a oração da Liturgia das Horas, a devoção por Maria e pelos santos, a celebração do sacramento da reconciliação. Por fim, convidou-
-os a tornarem-se servos, como Cristo, e pediu aos participantes para rezarem com fervor pelos novos sacerdotes e pelo clero em geral.

Lembramos que no mesmo dia, em Dassa-Zoumé, em direcção ao norte do Benim, teve lugar uma bela e sentida cerimónia de ordenação presbiteral de um outro comboniano, a primeira nesta diocese, P. Ephrem Badou.

A ordenação do P. Pius Boosuuro, originário da diocese de Wa (Jiraapa), no Norte do Gana, e do P. Ephrem Badou, originário da diocese de Dassa-Zoumé, Benim, são para nós combonianos sinais concretos da eficácia do nosso testemunho missionário e, sobretudo, do nosso trabalho de animação missionária também em zonas da Província onde não estamos estabelecidos.

A Província é feliz de ter podido dar ao Instituto a à Igreja nove novos sacerdotes.