Familia Comboniana 778 - Outubro de 2019

MÊS MISSIONÁRIO EXTRAORDINÁRIO

DIRECÇÃO-GERAL

Secretariado Geral da Missão

Línguas, Missão, Memória

O ano 2019 foi proclamado pela ONU como Ano Internacional das Línguas Indígenas. Além disso, o Papa Francisco quis que o mês de Outubro de 2019 fosse um Mês Missionário Extraordinário, para recordar o centenário da Carta Apostólica do Papa Bento XV, Maximum Illud (30 de Novembro de 1919).

Para celebrar estes dois acontecimentos, na casa generalícia de Roma, foi organizada uma exposição intitulada Línguas, Missão, Memória: o contributo dos Missionários Combonianos para o estudo e a preservação das línguas locais na sua obra de anúncio do Evangelho. O título e o subtítulo apreendem a sua intenção: fazer memória do empenho dos Combonianos no estudo e na tradução de textos em algumas línguas africanas. É precisamente a língua, de facto, o instrumento que exprime a riqueza da cultura de um povo e que é veículo indispensável para transmitir a mensagem evangélica.

A exposição será inaugurada a 10 de Outubro, festa de São Daniel Comboni, às 17h00. Dia 14 de Outubro, às 18h00, haverá uma conferência de apresentação da exposição, na qual tomarão parte o P. Claudio Lurati, ecónomo geral, Laura Fasciolo e Massimiliano Troiani, directores artísticos da exposição, o P. Venanzio Milani, director do Museu Africano de Verona, e o prof. Pierluigi Valsecchi, do Departamento de Ciências Políticas e Sociais da Universidade de Pavia. 

A exposição está dividida em seis secções: Gramáticas/dicionários, catecismos, textos de História Sagrada, textos litúrgicos, textos educativos e música. O objectivo é oferecer uma gama de textos traduzidos nas línguas locais, procurando descrever o seu grupo étnico, a posição geográfica e o autor quando se trata de gramáticas e dicionários.

Foram escolhidos alguns documentos representativos da maioria dos grupos étnicos em África, entre os quais os Combonianos trabalharam. Para dar uma visão verdadeiramente exaustiva do trabalho de tradução, estudo, catalogação, sistematização das línguas, deveriam ser expostos muitos outros documentos, como as gramáticas e os dicionários de outros combonianos que trabalharam na Etiópia, Moçambique, Sudão, Uganda, Quénia… catecismos e textos de história sagrada, etc. Além disso, não estão expostos os inumeráveis artigos e livros de etnologia e história que os missionários escreveram, a par de antologias de relatos, contos, provérbios, etc. que recolheram e catalogaram. Teria sido um trabalho enorme, a ponto de constituir um museu.

Mas estamos convictos que, não obstante os limites, o material exposto dê elementos suficientes para avaliar o enorme trabalho de estudo e de preservação das línguas locais por parte dos Missionários Combonianos, um contributo que se insere na grande epopeia missionária de anúncio do Evangelho e do Reino desde o Pentecostes até hoje.

Código Deontológico (CD)

Dia 10 de Outubro de 2019, festa de São Daniel Comboni, é publicado e entra em vigor o novo Código Deontológico (CD), que manteve o mesmo título do texto publicado em 2007: «Missionários Combonianos santos e capazes: orientações para o ministério e o cuidado fraterno das pessoas em algumas situações particulares».

Como se lê na Apresentação, a revisão teve em conta diversos factores, em particular os documentos da Igreja publicados recentemente sobre a matéria do Código.

As regras e as normas contidas no Código ajudam a prevenir comportamentos inadequados. Todavia, a lei não é por si só suficiente para nos manter fiéis à nossa vocação. Por isso, o CD quer ser, sobretudo, um convite forte à conversão, à fidelidade a Cristo e ao Evangelho, aceitando com alegria o caminho que o Senhor nos propõe, com liberdade e responsabilidade.

Por isso, todos os confrades são obrigados a conhecer e seguir as orientações do Código e a assinar o «formulário para a aceitação do Código Deontológico dos MCCJ», anexo ao CD.

Textos litúrgicos combonianos em espanhol

Com o decreto de 9 de Setembro de 2019, a Congregação para o Culto Divino concedeu a aprovação dos textos em língua espanhola do missal comboniano e das relativas leituras.

Uma vez que os textos aprovados não incluem todas as partes presentes e já aprovadas nas outras línguas, por ora não será possível imprimi-los.

Com um outro decreto da mesma data, a mesma Congregação concede aos Combonianos transferir de 8 para 9 de Fevereiro a memória facultativa de S. Jerónimo Emiliani para poder celebrar a 8 de Fevereiro a memória de Santa Josefina Bakhita.

O P. Angel Lafita tinha levado estes pedidos à Santa Sé em Março de 2016. O Instituto e, em particular, as províncias de língua espanhola estão muito gratas ao P. Angel pelo seu contributo.

Secretariado Geral da Formação (SGF)

Encontro em Roma

Dias 13 e 14 de Setembro de 2019, reuniram-se na Casa Generalícia em Roma os confrades membros do Conselho geral da Formação. É a segunda vez que o novo grupo se reúne a nível geral depois da unificação da Formação inicial e da Formação permanente num único Secretariado geral da Formação.

Os dois dias de encontro foram muito intensos e vividos num ambiente de fraternidade e de partilha das alegrias e dos desafios da formação nos diversos contextos culturais em que os Combonianos trabalham. Da agenda do encontro faziam parte, sobretudo, os seguintes três pontos: a atenção a dar aos promotores vocacionais e aos formadores relativamente à sua escolha, preparação e acompanhamento; a verificação geral da formação comboniana e, terceiro, a organização e a consolidação do orgânico do novo Secretariado unido a todos os níveis, procurando dar mais espaço e relevância à formação permanente. O próximo encontro está previsto para Fevereiro de 2020, também em Roma.

Os participantes no encontro foram os membros do SGF – P. John Baptist Opargiw (Secretário-Geral da Formação), P. Elias Sindjalim (Director do Centro de Formação Permanente), P. Sirto Stocchetti (Membro do Centro de Formação Permanente) e P. Fermo Bernasconi (Membro do Centro de Formação Permanente) – e os representantes continentais:
P. Fidèle Katsan (África francófona), P. Jude Eugene Burgers (África anglófona e Moçambique), P. Jésus Villaseñor  (América e Ásia), e
P. Karl Peinhopf (Europa).

«Saint Daniel Comboni, The man and his message»

Com a publicação deste livro, o Secretariado Geral da Formação quis recolher uma das sugestões da Assembleia Geral da Formação (Maia, 9-30 Julho 2017), a de colocar à disposição material útil para a formação nas diversas línguas e sobre os vários temas como a história comboniana, o carisma e a tradição. O objectivo é dar a possibilidade a todos de aceder, na própria língua, a esta memória histórica do Instituto.

O primeiro resultado deste empenho é, assim, este opúsculo, que sai neste mês de Outubro de 2019, graças à disponibilidade do P. David Kinnear Glenday, que organizou a tradução da pequena antologia de textos de Comboni, publicada em 2003, «Daniele Comboni. A servizio della Missione».

Trata-se de um instrumento precioso – que em inglês faltava – para transmitir os aspectos essenciais da pessoa, da história, da missão e do carisma do Fundador. Por isso, o livro será distribuído em todas as casas de formação, para que os confrades – em particular os mais jovens – possam conhecer melhor São Daniel Comboni e aprofundar o conhecimento do carisma comboniano. (P. John Baptist Opargiw).

Ordenações

P. Geraci Alessio (I)            Palermo (I)   14/09/2019

Obra do Redentor

Outubro    01 – 07 RCA                08 – 15 TCH       16 – 31 RSA

Novembro                   01 – 15 SS 16 – 30 T

Intenções de Oração

Outubro – Para que o mês missionário extraordinário querido pelo Papa Francisco possa despertar em todos os cristãos o entusiasmo pela missio ad gentes. Oremos.

Novembro – Por todos os missionários e missionárias que chegam ao fim dos seus dias: acolhei-os Senhor com o vosso abraço de Pai e que permaneçam para nós exemplo de doação e semente de novas vocações para a missão. Oremos.

Publicações

Enzo Santangelo, Fala-nos Pedro. Revelações misteriosas e confidenciais do primeiro Papa. Ed. O Recado, 2019. Este opúsculo é uma breve biografia do apóstolo Pedro que nos oferece – diz o autor na Apresentação – um maior conhecimento da missão libertadora de Cristo.   

ÁFRICA DO SUL

Encontro do Conselho sub-continental da Missão

Os participantes das nove províncias APDESAM no encontro do secretariado sub-continental da Missão, reuniram-se em Joanesburgo, de 10 a 13 de Setembro de 2019. Sete das nove províncias mandaram o seu secretário e duas enviaram um delegado: P. Arlindo Ferreira Pinto (representante de Roma), P. Mboka Ngere Faustin (Egipto-Sudão), P. Gaim Haileslassie (Eritreia), P. Masini Corrado (Etiópia), P. Schmidt Gregor Bog-Dong (Sudão do Sul), P. Ochola Robert Lukwiya (Uganda), P. Bitia Mbowaka Jean Paul (Quénia), P. Kasitomu James Milward (Maláui/Zâmbia), P. Crespim Cabral de Benfica Baraja (Moçambique),
P. Rojas Zevallos Ibercio (Africa do Sul) e P. Burgers Jude Eugene (provincial da África do Sul).

A assembleia realizou-se em três partes: na primeira parte, o P. Anthony Egan SJ falou da situação político-económica do continente africano e da Igreja católica e da importância do documento Ad Gentes (Vat. II) para o hoje e para o desenvolvimento da Igreja depois do Sínodo Africano e o documento Africa Munus.

Durante a segunda parte da assembleia, cada participante apresentou as actividades do secretariado da missão na sua província e a reestruturação efectuada depois das mudanças ocorridas nos Secretariados em Roma.

Na terceira parte da assembleia, foi o instituído o Conselho sub-continental da missão que tem a função de oferecer sugestões ao grupo dos provinciais da APDESAM. Foi escrito um esboço do estatuto e foram eleitos três membros que serão sempre escolhidos entre os secretários provinciais e que colaborarão com o superior provincial da APDESAM encarregado da missão, que actualmente é o P. Richard Kyankaaga.

Para os primeiros três anos foram escolhidos: P. Nyakundi Isaiah Sangwera, da Etiópia (em representação da região do Egipto-Sudão, Eritreia e Etiópia), P. Jean Paul Bitia, do Quénia (para a região do Uganda, Sudão do Sul e Quénia) e P. James Kasitomu, do Maláui/Zâmbia (para a região Maláui/Zâmbia, Moçambique e Africa do Sul). Como coordenador do Conselho foi proposto P. James Kasitomu.

DSP

Encontro dos confrades com menos de 50 anos

De 9 a 13 de Setembro, realizou-se em Nuremberga o encontro dos Combonianos com menos de cinquenta anos que trabalham na Europa.
A maior parte deles eram africanos.

Os combonianos são originários de 46 nacionalidades. As novas vocações actualmente provêm sobretudo da África, algumas da América e da Ásia, muito poucas da Europa, que até há poucos anos estava em primeiro lugar. Precisamente por isso, o Conselho Geral tinha proposto que a reflexão deste ano incidisse sobre a internacionalidade e a interculturalidade.

Por iniciativa da DSP, doze combonianos com menos de cinquenta anos, de oito nacionalidades, que trabalham em Portugal, Alemanha, Itália, Espanha e Polónia, reuniram-se na casa provincial de Nuremberga, para se conhecerem e partilharem as alegrias e os desafios que sentem nas comunidades e que são sobretudo internacionais, interculturais e intergeracionais.

Colocou-se a tónica sobre a interculturalidade como dimensão fundamental do Instituto que Comboni queria católico, não só italiano, espanhol e alemão.

Durante uma das reuniões, foi escutado um bom testemunho do P. Körber Markus Lorenz, alemão de 47 anos, que estudou Teologia em Roma e viveu onze anos em Tali (Sudão do Sul). O P. Markus defendeu que é muito belo viver juntamente com pessoas de culturas diferentes e que o assumir as culturas dos vários povos é edificante para o missionário.
O seu testemunho – desde há cerca de cinco anos está a lutar contra um cancro, que mudou radicalmente a sua vida – suscitou grande admiração entre os participantes.

Aproveitou-se a ocasião também para visitar Bamberga, a antiga casa provincial dos combonianos na Alemanha (fundada em 1920), actualmente casa para idosos e doentes.

ESPANHA

Encontro dos bispos combonianos

De 14 a 19 de Setembro, os bispos combonianos reuniram-se em Madrid, para o seu encontro, que se realiza a cada dois anos. No total, os bispos são dezanove e provêm de todo o mundo. Onze trabalham em diversas dioceses africanas, seis na América, um na Ásia e um na Europa. Sete são bispos eméritos que, contudo, embora não tendo grandes responsabilidades, continuam a estar activos porque sabem que o missionário nunca vai para a reforma e que, até ao último momento, será sempre uma testemunha do Ressuscitado. O objectivo principal do encontro é o intercâmbio pastoral de experiências e uma vez que os dezanove trabalham em situações pastorais muito diversas nos quatro continentes, o intercâmbio é para todos eles verdadeiramente enriquecedor. Estavam presentes também o Superior Geral, P. Tesfaye Tadesse Gebresilasie, e a Superiora Geral das Combonianas, Ir. Luigia Coccia.

Três dos bispos não puderam participar. Entre estes, D. Miguel Ángel Ayuso Guixot, criado cardeal no Consistório de 5 de Outubro e tornado assim o primeiro cardeal da história comboniana.

Além dos encontros formais, o programa incluía diversos outros eventos. Domingo, dia 15, uma celebração eucarística em grupos, em duas paróquias de Madrid – S. João Baptista e Santíssima Trindade – e na capela “Africa” dos Combonianos. Segunda-feira, dia 16, os bispos encontraram--se com o director nacional das POM de Espanha, P. José María Calderón. Terça-feira tiveram um encontro com a imprensa e, quarta-feira, visitaram a histórica cidade de Toledo, celebrando a Eucaristia com o arcebispo de Toledo, D. Braulio Rodríguez. Quinta-feira, dia 19, os docentes de Missiologia da universidade de Burgos, Eloy Bueno e Roberto Calvo, deram uma conferência intitulada «A missão ad gentes, paradigma da actividade da Igreja». No mesmo dia, os bispos receberam a visita do cardeal de Madrid, D. Carlos Osoro, vindo para os cumprimentar e almoçar fraternamente com os seus irmãos no episcopado.

Vista a feliz coincidência da realização em Madrid do Congresso Nacional das Missões (para o Mês Missionário Extraordinário), quatro dos bispos
– D. Juan José Aguirre, bispo de Bangassou (República Centro-Africana), D. Jaime Rodríguez Salazar, bispo emérito de Huánuco (Peru), D. Luis Alberto Barrera Pacheco, Bispo de Tarma, Junin (Peru) e D. Miguel Ángel Sebastián Martínez, bispo de Sarh (Chade) – participaram, na tarde de 19 de Setembro, numa mesa redonda do Congresso.

ITÁLIA

Economia civil e missão: «Transformar o sistema é possível»

Adquirir mais instrumentos de compreensão e de crítica da realidade socioeconómica e avaliar se o agir missionário está suficientemente equipado para enfrentar esta época de transição dominada pela economia financeira foram as directrizes seguidas pelo ateliê organizado em Florença (4-7 de Setembro) pelo Grupo europeu de reflexão teológica (Gert), que reuniu uma vintena de missionários combonianos provenientes de Itália, Reino Unido, Espanha, Portugal, Alemanha, República Democrática do Congo.

Entre os relatores, o economista Stefano Zamagni, ideólogo da economia civil (no passado mês de Março, o Papa Francisco nomeou-o presidente da Pontifícia Academia das Ciências Sociais); Michele Dorigatti, entre os fundadores da escola de economia civil e director da Fundação Don. Lorenzo Guetti; Gaetano Sabetta, docente na Faculdade de Missiologia da Pontifícia Universidade Urbaniana; Lorenzo Semplici, que lecciona Ética e Finança na Pontifícia Universidade Salesiana. Marco Bartoletti, empresário que aplica a economia civil, também deu o seu testemunho.

O P. Fernando Zolli, superior da comunidade comboniana de Florença e coordenador do Gert, explicou que «o laboratório é um ponto de partida que abre o caminho a outras ocasiões de aprofundamento e de confronto. Os Combonianos são chamados sobretudo a enriquecer a própria formação sobre estes temas, a avaliar qual o seu papel na transformação dos territórios onde operam e também a recalibrar os estilos de vida quer a nível pessoal quer comunitário. A nossa presença missionária deve continuar a manter viva a esperança da mudança de paradigma; mudança que permita vida em abundância para todos os pobres do mundo».

Combonianos: «100 anos em San Tomio» (Verona)

A comunidade de San Tomìo e os fiéis que frequentam esta igreja celebram este ano o centenário da presença dos Combonianos, em comunhão com a diocese e com o Instituto. Em Novembro de 1919, o Card. Bartolomeo Bacilieri, bispo de Verona, confiou aos «Filhos do S. Coração de Jesus» o serviço pastoral em San Tomìo (S. Tomé apóstolo), em pleno centro da cidade de Verona, na esquina entre a Piazza Erbe e a Via Mazzini-Via Cappello (onde se encontra a famosa «Casa de Julieta»).

A igreja de San Tomìo, uma das mais antigas da cidade (até ao século  iv), conheceu épocas de esplendor religioso como oratório, colegiada e paróquia, mas na época napoleónica foi encerrada e reduzida a sala de teatro. Resgatada em 1836 e benzida de novo como reitoria em 1842, é dedicada à Imaculada e a São Tomé, confiada ao clero diocesano, e em 1919 aos Combonianos. Receberam o encargo, em nome do Instituto, o P. Antonio Vignato, então vigário geral e assistente.

Em 1923 sucedeu-lhe o P. Ercolano Zanta, que foi reitor durante quase trinta anos.  A partir de 1945 o serviço pastoral enriqueceu-se com a instituição da adoração eucarística diurna; e a partir dos nos ’50 com a abertura de uma comunidade estável e um maior número de confrades sempre presentes para as missas e as confissões. Em 1954, o bispo Girolamo Cardinale, «considerado o modo louvável com que os Combonianos oficiam a igreja», concede-lhes «in perpetuo» a sua gestão pastoral.

Nos 100 anos de presença foram-lhe “destinados” cerca de setenta combonianos, padres e irmãos; além disso, várias dezenas de outros confrades ajudaram – e continuam a fazê-lo! – para cobrir ausências, por períodos breves ou ocasionais.

Os quatro confrades presentes hoje em San Tomìo consideram obrigatório fazer memória – com muita gratidão! – dos dons recebidos do Senhor e partilhados com o povo nestes 100 anos, graças à presença assídua e generosa de tantos confrades, jovens e idosos, que aqui empregaram anos preciosos da sua paixão missionária. Este percurso jubilar é cadenciado por algumas datas e eventos para os meses de Outubro e Novembro próximos. Três são os valores do serviço comboniano em San Tomìo:

1. A Eucaristia: celebram-se três Santas Missas diárias e a Adoração eucarística diurna;

2. O sacramento da Reconciliação: há sempre sacerdotes disponíveis para as confissões;

3. A Missão: que se partilha na pregação e nos encontros pessoais.

Por estes motivos os veroneses consideram San Tomìo um importante «pulmão espiritual da cidade».

A primeira celebração ocorreu na Casa, Mãe dia 24 de Setembro, com o lançamento de três eventos missionários: o Outubro extraordinário, o Sínodo para a Amazónia e o Centenário em San Tomìo, com as intervenções dos PP. Giulio Albanese e Romeo Ballan. Outras celebrações serão em Outubro-Novembro.

As iniciativas de Verona CCM

As actividades da comunidade do CCM de Verona já retomaram.
O Museu africano já difundiu os cerca de trinta laboratórios pelas escolas desde o pré-escolar à universidade. Como nos outros anos, esperam-se mais de seis mil estudantes participantes. São 60% dos visitantes do Museu. Além disso, de 5 de Outubro a 8 de Dezembro, será organizada uma mostra do conhecido artista, pintor e escultor queniano, Cyrus Kabiru, que transforma o lixo em óculos futuristas, que servem para ver de modo diferente. As mostras «Corpi Migranti» e «Minerali clandestini» tiveram boas requisições.

Também as salas Ásia, África e América Latina são muito requisitadas. Em Outubro, temos já 20 reservas para a noite. Sobretudo a grande Sala África é muito requisitada. De manhã é usada pelo Museu para os laboratórios, ao passo que de tarde e até noite alta é reservada para outras iniciativas. Aí se realizam as conferências dos «Martedì del Mondo». Até Dezembro estão previstos o filme «Rwanda», na abertura do Festival de Cinema Africano, o filme-documentário «Esilio, la passione secondo Lucano», as conferências do card. Pedro Barreto sobre o Sínodo da Amazónia e do card. Lorenzo Monsegwo sobre o Congo, em Novembro e o encontro com don Luigi Ciotti, em Dezembro. Na sala, além disso, são apresentados não poucos livros e viagens, a projecção dos filmes da secção «Viaggiatori&Migranti» do Festival de Cinema Africano, conferências sobre muitos temas, desde as leis relativas a migrantes ao problema da alimentação em África e não só, cursos para animadores para diversos eventos, como o Festival de Cinema Africano e as iniciativas do Centro missionário diocesano, cursos de preparação para professores da escola de italiano para migrantes, laboratórios teatrais, cursos de fotografia, encontros de espiritualidade, de problemas de mobilidade estudantil e também sindicais, de estudantes universitários, etc.

Foi interessante, em Setembro, o encontro de dois dias da embaixatriz do Gana com os ganeses de Verona e províncias limítrofes (mais de 500) para regularizar os seus documentos.

Tudo isto, além do trabalho normal de preparação dos números das revistas Nigrizia, PM e Missionari Comboniani, do calendário e dos cartões de boas festas, do acompanhamento das assinaturas, as campanhas da Opera del Buon Pastore, as primeiras comunhões e crismas, a imprensa e a expedição de boletins da província, de Família Comboniana, etc.

Estamos também empenhados a preparar a mesa redonda sobre a África durante o Festival da Doutrina Social da Igreja, que terá lugar em Verona, de 21 a 24 de Novembro.

QUÉNIA

P. Daniel Villaverde torna-se «ancião turkana»

Viver com pessoas pertencentes a povos e culturas diferentes da própria faz parte da vocação do missionário. Nem sempre é uma tarefa fácil, mas é sempre uma coisa maravilhosa e enriquecedora, sobretudo quando o povo que acolhe o missionário reconhece nele alguém que trabalhou para o seu bem. É o que viveu este Verão o comboniano espanhol P. Daniel Villaverde que trabalhou nas paróquias de Katilu e Lokori durante seis anos, de 1989 a 1995. A gente não o esqueceu. Assim, quando no mês de Julho visitou a zona acompanhando alguns jovens espanhóis do grupo Combojoven, teve uma bela surpresa: no final da eucaristia que estava a celebrar na paróquia comboniana de Lodwar, no dia 21 de Julho, inesperadamente, recebeu, com uma cerimónia muito simples, os atributos e os instrumentos do «ancião turkana».

O ancião turkana não tem qualquer poder político, mas representa um ponto de referência e é um conselheiro cuja palavra é sempre escutada antes de decisões importantes relativas à comunidade. Atribuir a uma pessoa o título honorífico de «ancião turkana» é uma coisa bastante rara, porque é necessário um amplo consenso sobre se a pessoa deu provas de ter contribuído para o bem da comunidade. O P. Daniel demonstrou ter estes requisitos pelo seu amor para com os Turkana, amor que demonstrou com os factos, em particular ajudando economicamente nos estudos muitos jovens – católicos, muçulmanos e protestantes – nos anos em que era pároco. E que o apoio da missão católica não tenha sido só para benefício pessoal prova-o o facto de estes jovens, agora adultos, ocuparem postos importantes na sociedade ou desenvolverem trabalhos úteis e a maior parte deles ter decidido permanecer na zona turkana para ajudar a sua própria gente.

PORTUGAL

Encontro de reflexão sobre a interculturalidade

Sete combonianos da província de Espanha e dez da província de Portugal reuniram-se, de 24 a 26 de Setembro, em Leiria (Portugal) para reflectir juntos, animados pelo P. Jeremias dos Santos Martins, Vigário Geral, e o Ir. Alberto Lamana, Assistente geral, que orientaram a reflexão partindo da demografia do Instituto e dos desafios da nova geografia vocacional.

O encontro – de formação permanente – começou com uma jornada dedicada ao estudo e à reflexão sobre a interculturalidade, tema do Instituto para 2019. A interculturalidade é um processo longo e difícil que traz nova vida ao Instituto e a novos estilos de comunicação entre os seus membros.

Os participantes partilharam experiências concretas de interculturalidade, que é sobretudo um encontro entre pessoas e grupos de culturas diferentes. Sublinharam que a intuição africana da UBUNTU (sou porque somos) é fundamental para a viver e afirmaram – para a promover – a urgência de uma maior internacionalização das províncias de Espanha e Portugal.

Dia 25 de Setembro teve início com a celebração eucarística no santuário de Nossa Senhora da Nazaré e uma visita à cidade. Depois do almoço, os participantes visitaram as Grutas da Moeda e concluíram a jornada no Santuário de Fátima, onde participaram na oração do Terço.

O último dia – 26 de Setembro – foi dedicado à partilha das informações sobre a vida das províncias e do Instituto por parte dos dois provinciais e dos membros do Conselho Geral.

Por último, os participantes agradeceram ao P. Jeremias e ao Ir. Alberto pela sua presença e contributo, avaliando o encontro como um momento útil e belo que ofereceu a todos um maior conhecimento interprovincial e decidiram partilhar com as respectivas comunidades as reflexões feitas durante as três jornadas em Leiria.

Este encontro «ibérico» realiza-se a cada dois anos e é parte do processo para uma maior comunhão entre as duas províncias combonianas, muitos similares entre si.

UGANDA

Daniel Comboni Vocational Institute

A partir do mês de Agosto de 2019 o «Centro Vocacional Daniele Comboni» tornou-se uma Escola Profissional habilitada a passar diplomas estatais. É um passo em frente muito importante para o desenvolvimento deste Centro. O Capítulo Geral de 1991 tinha sugerido criar Obras Significativas para os Irmãos, geridas por eles. A Província do Uganda apresentou então este projecto para Layibi, Gulu, que previa muitas possibilidades: universidade, centros médicos, institutos de ensino, etc. O Centro iniciou em Setembro de 1995 com uma dezena de postulantes sob a direcção do Ir. Pasqualino Artuso, mas a abertura oficial dá-se três anos depois, em Janeiro de 1998, quando quase todas as estruturas essenciais tinham sido ultimadas, tinham sido encontrados os instrutores competentes e tinha sido alcançado o número de alunos requerido. Nos anos seguintes, muitos jovens tiraram proveito desta escola técnica, que promoveu a indústria local e criou oportunidades de trabalho, tornando-se um dos melhores institutos vocacionais da toda a região que oferece cursos para o diploma nacional em Engenharia Civil, em Engenharia Mecânica e em Engenharia Eléctrica.

Apesar dos numerosos desafios que têm de enfrentar, os nossos Irmãos estão convictos que empreenderam a direcção certa para apoiar e preparar, mesmo do ponto de vista social, os futuros técnicos do Uganda.
(P. Konrad Tremmel, mccj)

O lamento da Criação

Nos dias 20 e 27 de Setembro, na paróquia de Matany, da diocese de Moroto (Uganda), foram organizados dois encontros de oração em sinal de solidariedade com toda a Igreja, especialmente com os jovens que estão a empurrar os governantes de todo o mundo para acções urgentes para travar as alterações climáticas. A iniciativa partiu do Ir. Günther Nährich que orientou a oração na capela do hospital. Participaram e equipa hospitalar, alguns pacientes e outras pessoas.

A Mãe terra está a tornar-se cada vez mais hostil para com os seus filhos por causa dos danos sofridos. Ainda que tenha continuado a dar sinais de alarme, ninguém a escutou. A Igreja, por meio do Papa Francisco, chamou repetidamente à acção, sobretudo os jovens que, como «geração da Laudato Si’, estão a organizar greves e orações pela criação.

A gravidade das alterações climáticas exige intervenções concretas e urgentes além de medidas para conter os danos. Por isso, a Igreja tem de encorajar e apoiar iniciativas tendentes a inverter o andamento actual. Existem iniciativas simples, como plantar árvores, reciclar o plástico e gerir bem os resíduos, e iniciativas mais importantes, como procurar reduzir a concentração de dióxido de carbono na atmosfera.

Um elogio deve ser feito aos Combonianos no Uganda que decidiram plantar árvores em Kakooge. E um obrigado também ao Ir. Günther pela oração organizada em Matany, que foi não só um gesto de solidariedade, mas também um modo para suscitar na gente a atenção para com a criação.

Rezemos pelos nossos defuntos

* A MÃE: Mary, do P. Szpara Adam Witold (A).

* O IRMÃO: Rudolf, do P. Georg Klose (DSP); Mark, do P. Marcello Monyo Romano (I).

* A IRMÃ: Lidia, do P. Pietro Ciaponi (U), Pilar, do P. José Rubio (E).

* AS IRMÃS MISSIONÁRIAS COMBONIANAS: Ir. M. Prassede Colombo, Ir. Teresa Salvina Rizzari, Ir. Ruth Veran Valencia Corozo, Ir. Laura Giuseppina Oleotti.