Noticiário mensal dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus
DIRECÇÃO-GERAL
Novo Conselho Geral
Superior-Geral (21.10.2009): P. Sánchez González Enrique
Assistentes Gerais: P. Odelir José Magri (vigário-geral), P. Pelucchi Alberto, P. Tesfaye Tadesse Gebresilasie e Ir. Giusti Daniele Giovanni.
Os trabalhos do XVII Capítulo Geral
O Capítulo Geral terminou, iniciamos o Capítulo!
Não se pode negar que, na conclusão que teve, o XVII Capítulo Geral (Ordinário Especial) do Instituto foi “especial”. Uma conclusão que se prolongou, de facto, ao longo de dois dias: emoldurada entre a Eucaristia solene presidida pelo P. Enrique Sánchez González, novo superior-geral, na noite de quinta-feira 22 de Outubro, e a da noite seguinte. Entre as duas celebrações, o último dia foi empregue na aprovação em sede dos Documentos Capitulares e da Carta de saudação a todos os confrades, nos agradecimentos e na resolução de alguns aspectos logísticos.
Duas eucaristias em que se puderam apreciar as homilias simples, mas espiritualmente ricas, do novo superior-geral, como também as palavras de parabéns e de despedida, com alguns conselhos preciosos, deixadas pelo P. Teresino Serra ao novo Conselho Geral. Para além de agradecer ao próprio P. Teresino e aos membros do Conselho Geral cessante, o P. Enrique quis sublinhar a positividade de um capítulo que se desenvolveu num clima sereno de discernimento e de oração, e sobretudo em humildade e atitude de escuta, na consciencialização de ser apenas instrumento de que Deus se serve para realizar o Seu Plano. «Chegados com grande expectativa – sublinhou o superior-geral – demo-nos conta de que nem tudo aquilo que se deseja se realiza. Muitos, porventura, sonhavam com um Plano que revolucionasse o rosto do Instituto. Na realidade, tratar-se-á de pôr em acção, com humildade, algumas decisões que exigirão coragem e fé por parte de confrades, comunidades, províncias e continentes.» Uma tarefa que o novo Conselho Geral pretende assumir trabalhando “em equipa”. O P. Enrique expressou também o seu agradecimento pelos colaboradores escolhidos como seus estreitos assistentes: o P. Odelir José Magri, nomeado seu vigário, que garante continuidade com a precedente direcção geral; o P. Tesfaye Tadesse Gebresilasie, sinal da partilha de responsabilidade por parte da África, o P. Alberto Pelucchi, testemunha dos novos desafios das províncias da Europa e o Ir. Daniele Giovanni Giusti, louvável secretário do capítulo e animador das instâncias dos Irmãos combonianos. Com humorismo subtil, o P. Enrique concluiu a homilia afirmando: «Pelo que de bom conseguirmos fazer como Conselho Geral, poderemos todos alegrar-nos. Mas pelo que não correr como desejamos, não se voltem para nós, mas (erguendo o dedo na direcção da imagem bronzeada de São Daniel Comboni) para ele, que é o verdadeiro pai e protector do Instituto e é garante da nossa fidelidade e actividade».
Trabalho e celebrações
As semanas que precederam as eleições do novo Conselho Geral foram de intensa actividade, quer em grupos de trabalho quer em sede capitular. O clima em que se trabalhou foi muito construtivo, sobretudo porque, embora na transparência e com a devida paixão, todos se mostraram dispostos a ouvir-se e a compreender-se. A atenção às diferentes sensibilidades devidas ao cenário dos capitulares, mais “sarapintado” que no passado, representou, por vezes, um desafio notável, mas uma experiência positiva – quer nos trabalhos quer nas celebrações comuns (quase em cada dia se celebraram aniversários, datas natalícias, onomásticos ou festividades particulares) – foi a percepção quase física da presença de São Daniel Comboni e a recordação das suas palavras: «Julgai as coisas não com o miserável prisma dos interesses humanos, mas segundo o puro olhar da fé.» De sublinhar que se entrou com este espírito na “primeira leitura” em sede dos textos dos grupos de trabalho sobre os temas da Ratio Missionis, em providencial coincidência com o início oficial dos trabalhos do 2.º Sínodo dos Bispos para a África. Com os participantes no Sínodo, colocámo-nos em comunhão, quer física quer interiormente, tomando parte em bom número, enquanto capitulares, na solene Eucaristia de abertura presidida, domingo, dia 4 de Outubro, por Bento XVI.
A sessão de segunda-feira, dia 5 de Outubro, iniciou, portanto, com a comum invocação do Espírito e tendo bem presente as palavras de Jesus: «Quem de entre vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro para calcular a despesa e ver se tem com que a concluir?» (Lc 14,28).
Uma experiência privilegiada de partilha “comboniana” tivemo-la no dia 10 de Outubro, depois de um tríduo de preparação, em comunhão com todos os confrades do Instituto, ao recordar o nosso fundador na sua festividade. Como nos recordou naquele dia na homilia Dom Giuseppe Franzelli, graciosa visita juntamente com Dom Menghesteab Tesfamariam, sentimo-nos unidos também a todos os bispos reunidos no sínodo africano. Dom Franzelli quis sublinhar que os capitulares, mais ainda que no passado, congregados de todos os continentes, diferentes por proveniência, idade, formação, cultura e pertença étnica, constituem a incarnação do sonho de Comboni hoje. Mil vidas a oferecer pela missão e um rosto sempre diversificado, demonstrando que a missão é verdadeiramente católica.
Os trabalhos prolongaram-se ao longo da semana, concluindo com o debate dos últimos dois temas prioritários: Formação e Governo do Instituto. No dia 12 de Outubro, depois da festividade de Comboni, o trabalho em grupo foi sobre outras quatro temáticas de relevo escolhidas em sede: Animação Missionária, Formação Permanente, Idosos e Doentes, e Economia. Tinham tido um bom resultado nos textos-base apresentados em “primeira leitura”. A celeridade com que se tinham aprovado os textos permitiu tratar outros assuntos importantes, entre os quais uma apresentação do empenho comboniano na Ásia por parte dos delegados provenientes do continente, com realce sobre as perspectivas de empenho na China. Os capitulares mostravam simpatia e interesse por esta recente abertura (este ano celebra-se o 20.º aniversário da chegada dos combonianos à Ásia) e o sentido de esperança e de fé no futuro da nossa presença no continente, onde a Igreja oficial afirmou que deve concentrar-se o esforço de evangelização no terceiro milénio.
Prioridades identificadas
Concluídos os trabalhos de grupo e a aprovação em plenário das alterações aos textos-base, passou-se a identificar uma lista de prioridades e propostas presentes neles. A partir de um elenco de 152 sugestões surgidas dos documentos, os capitulares votaram cinco prioridades por cada tema principal (Identidade, Espiritualidade, Missão, Formação e Governo…) e três por cada temática associada (Animação Missionária, Formação Permanente, Idosos-Doentes e Economia). Entre estas foram depois escolhidas por cada tema principal as duas votadas por maioria, e por cada tema associado, aquela com maiores preferências, num exercício que reduziu a 14 as prioridades a considerar no Plano que o Conselho Geral deverá definir e pôr em acção. Relativamente às prioridades estabelecidas pelo capítulo podem-se sintetizar assim:
1. Relativamente à Missão: rever as nossas presenças em cada continente, consolidar e promover novas aberturas e comunidades de fronteira;
2. Quanto à Identidade: necessidade de fazer uma leitura aprofundada dos resultados da Ratio Missionis e de promover uma reflexão sobre o estilo de vida das nossas comunidades;
3. Acerca da Espiritualidade: escolher um tema anual de espiritualidade para todo o Instituto, propondo ao mesmo tempo o discernimento como método na formação permanente e na animação;
4. Sobre a Formação de Base: garantia de maior preparação aos formadores e aos promotores vocacionais, quer a nível geral quer de cada um dos continentes;
5. Em relação ao Governo do Instituto: redefinir os critérios para erigir novas Províncias, uma reflexão acerca da unificação de Circunscrições e um relançamento da coordenação continental;
6. Relativamente à Economia: continuar o processo de actuação do Fundo Comum Total;
7. Sobre a Formação Permanente: a criação, em colaboração com outros Institutos, de duas comunidades de acompanhamento, uma na África e outra nas Américas;
8. Acerca dos Idosos e Doentes: preparação e destinação do pessoal necessário para a assistência dos confrades em causa;
9. Quanto, por fim, à Animação Missionária: inserção plena nas Igrejas locais, com as quais elaborar programas de animação conduzida “conjuntamente” e redacção de uma Carta da Animação Missionária em cada Circunscrição.
Eleições
Dia 20 de Outubro: chegou-se ao momento cimeiro do capítulo com o começo do discernimento para a eleição do superior-geral e do seu conselho. Dedicou-se meio dia à oração e retiro espiritual, em que nos tinha sido recordado o modo como Jesus entendia o serviço da autoridade: «Ora, se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Na verdade, dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também» (Jo 1-15). Depois de um intercâmbio de ideias em vários grupos para definir o perfil das pessoas com as qualidades e o carisma adequado para conduzir o Instituto no próximo sexénio, passou-se a sondagens e votações… Alguém, em relação ao novo superior-geral, tinha sugerido com uma ponta de bom humor: «Asseguremo-nos de que tenha também algum defeito!» Agora que conhecemos nomes e rostos do novo Conselho Geral, trata-se de construir com eles aquela comunhão de intenções que certamente auspicia para nós São Daniel Comboni.
Podemos concluir que, embora não tendo provocado subversões radicais no Instituto, o XVII Capítulo Geral constituiu uma experiência de grande partilha, comunhão e intercâmbio de experiências de vida, um encontro na variedade dos carismas e, inegavelmente, na composição de rostos que expressaram a incrível riqueza humana, missionária e carismática assumida pelo Instituto. Os membros do novo Conselho Geral são o retrato mais evidente de tudo isto. Que, por intercessão do fundador, o Senhor nos conceda – como nos convidam a fazer na carta de saudação aos confrades o superior-geral e os seus assistentes – a fé e a coragem necessárias para transformar em vida e opções concretas quanto foi reunido nos documentos capitulares, para nos tornarmos pessoalmente naqueles que realizam o capítulo no seu quotidiano. (P. Giuseppe Cavallini)
Os capitulares às populações da RD Congo
Os Missionários Combonianos, reunidos em Roma vindos dos vários continentes para o XVII Capítulo Geral, desejamos manifestar a nossa solidariedade com as populações do Norte e do Sul do Kivu e da Província Oriental da República Democrática do Congo. Mais uma vez, denunciamos a situação trágica em que se encontram vários milhões de Congoleses que pagam o preço mais elevado pelo prolongamento do conflito que continua a fazer vítimas inocentes e já provocou inaceitáveis destruições durante longos anos de guerra.
Grupos armados, que incluem, de um lado, as Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (Fdlr), no Norte e no Sul do Kivu, e, do outro, os rebeldes do grupo Lord’s Resistance Army (LRA), de Joseph Kony, na Província Oriental e na fronteira com o Sudão e a República Centro-Africana, continuam a infestar a região. As franjas mais débeis da população são as mais vitimizadas. Denunciamos os raptos de crianças para as fileiras dos rebeldes e impressiona-nos o aumento da violência contra as mulheres.
Dirigimo-nos aos organismos da Comunidade Internacional, particularmente às Nações Unidas e ao Parlamento Europeu, para que sintam a responsabilidade de salvaguardar a vida e os direitos das populações inocentes e actuem para que sejam tomadas todas as medidas necessárias para dar uma solução definitiva a esta situação, que se tornou insustentável. Deve ser feita toda a pressão sobre os governos ocidentais, para que actuem no sentido de fazer parar esta catástrofe que devasta o Nordeste do Congo. O facto mais deplorável é que os abusos e esta tragédia aconteçam debaixo dos olhos de quem deveria proteger a população civil.
O que os bispos congoleses escreviam, há um ano, continua de uma actualidade trágica: «Esta é uma guerra feita para encobrir o saqueio das riquezas minerais do país, onde 70% dos seus 60 milhões de habitantes vive com menos de um dólar ao dia. As consequências são enormes: milhares de mortos, populações obrigadas a migrar internamente, crianças e jovens obrigados a entrar como soldados nos grupos armados… Um drama humanitário, a desenrolar-se sob os nossos olhos, que não nos pode deixar indiferentes. Não à guerra e ao saqueio dos recursos naturais!» (Documento de 13 de Novembro de 2008).
A situação não mudou nem depois dos acordos de Goma entre os grupos armados, em Janeiro de 2008, na presença dos Capacetes Azuis e dos facilitadores europeus e americanos. A diplomacia revelou-se impotente para resolver esta situação. Como missionários, a trabalhar há dezenas de anos nestas regiões tocadas pelo conflito e sendo testemunhas oculares destas violências, sabemos que na raiz desta guerra está, em última análise, um plano de espoliar o país dos seus recursos, em que as partes envolvidas agem como longa manu dos interesses das potências económicas do Ocidente e do Oriente.
Nestas últimas semanas, aos males causados pelo conflito, acrescentou-se uma epidemia de cólera que já causou centenas de vítimas. Por causa da insegurança, os serviços sanitários não puderam ter acesso às áreas afectadas pela epidemia.
Renovamos o nosso apelo à Comunidade Internacional, para que, com base nas normas do Direito Internacional, dê uma resposta ao desejo de paz das populações da República Democrática do Congo que continuam a ser vítimas da guerra (Roma, 30 de Setembro de 2009).
SEGUNDO SÍNODO PARA A ÁFRICA
Extractos de uma carta circular de Dom Giuseppe Franzelli
«Eis-me em Roma, de 4 a 25 de Outubro, com mais de 240 bispos reunidos juntamente com o Papa, para um intenso intercâmbio de experiências, debates, oração e discernimento na tentativa de individuar vias e meios concretos para construir a paz, restabelecer a justiça e reconciliar um continente ferido por demasiadas divisões.
Pessoalmente, o meu pequeno contributo ao sínodo sinto-o e vivo-o precisamente em continuidade com a tentativa comboniana de dar voz à África. Faço-o insistindo na importância de um uso mais corajoso e coordenado dos meios de comunicação social. Trata-se, antes de mais, de difundir melhor e com mais eficácia em todo o continente a boa nova do Evangelho, a única capaz de instaurar verdadeiramente reconciliação, justiça e paz duradouras.
Das 15 emissoras de rádio católicas na época do primeiro sínodo africano (1994), passamos agora para as 163, em 32 países do continente. Temos também uma em Lira: Rádio-Wa, isto é, “A Nossa Rádio”. Desde há algum tempo, aos domingos à tarde, falo à minha gente dos problemas, esperanças e iniciativas da Igreja de Lira. Para lá de assegurar uma melhor comunicação e comunhão no interior da Igreja e do continente africano, o uso coordenado e em rede dos meios de comunicação à nossa disposição poderia e deveria permitir-nos fazer ouvir com maior pujança ao mundo a voz da verdadeira África. Estou convencido de que fazer missão hoje significa também dar voz à África e à sua gente: aos mais de 100 mil imigrados, em grande parte africanos, que ontem marcharam pacificamente pelas ruas de Roma para pedir que sejam tratados com o respeito devido a cada ser humano, mas também aos sete jovens cristãos crucificados no Sul do Sudão há pouco tempo pelos rebeldes do LRA no silêncio e indiferença quase total da nossa imprensa. No fundo, também esta carta circular é uma pequena tentativa de comunicar e partilhar convosco o dom e o dever da missão. Um instrumento de comunhão e uma ponte com a África.»
Especializações
O P. Lorenzo Frattini (CA), a 14 de Outubro de 2009, concluiu o Mestrado em Teologia Pastoral, na Pontificia Università Lateranense, com a defesa da tese «Os direitos humanos na Igreja centro-africana: desafios e oportunidades» obtendo a classificação máxima, Summa cum Laude (90/90). Apresentamos-lhe as nossas felicitações.
Profissões perpétuas
Esc. João Dinis João (MO) Nampula (MO) 10.10.2009
Esc. Muhindo Nzoli Innocent (CN) Tete (MO) 10.10.2009
Ordenações sacerdotais
P. Szpara Adam Witold (PO) Warszawa (POL) 24.10.2009
Obra do Redentor
Novembro 01 – 07 SS 08 – 15 TC 16 – 30 T
Dezembro 01 – 15 U 15 – 31 CN
Intenções de oração
Novembro – Para que os nossos irmãos e irmãs defuntos, que nos precederam nas canseiras da missão, nos ensinem a dar a nossa vida pela Causa de Deus. Oremos.
Dezembro – Pelos nossos familiares, benfeitores e amigos que nos acompanham na nossa missão: para que o Senhor abençoe a sua fé e o seu amor à nossa vocação. Oremos.
ÁSIA
Mais uma vez o prémio CMMA à World Mission
O prestigioso prémio Catholic Mass Media Awarda (CMMA), chegado à sua XXXI edição, foi mais uma vez entregue à World Mission (WM). De facto, pelo terceiro ano consecutivo, a nossa revista distinguiu-se como a melhor publicação local para a comunidade/paróquia.
Mais de 50 produções de multimédia, individuais e institucionais, foram examinadas entre os projectos multimédia orientados para os valores mais altos no país. O CMMA, segundo o seu secretariado, este ano recebeu 537 entradas para 47 categorias nos sectores Imprensa, Rádio, Televisão, Publicidade, Cinema, Música, Estudantes do CMMA e Internet.
A World Mission encontrava-se também entre os finalistas para a categoria do Melhor Artigo Especial em prosa com o título «A Missão em Diálogo», uma reportagem preparada pelo editor, P. José António Mendes Rebelo, sobre o Movimento Silsilah para o Diálogo, movimento fundado em Mindanau, há 25 anos, pelo missionário do PIME P. Sebastiano D’Ambra. Mas venceu um artigo publicado no Philippine Daily Inquirer, intitulado «A vida é uma coisa maravilhosa», a história da estrela do cinema de acção, agora falecido, Rudy Fernandez e da sua luta contra o cancro.
A cerimónia de atribuição do prémio, realizada a 14 de Outubro no auditório do seminário de S. Carlos de EDSA Guadalupe, em Makati City, foi presenciada pelo arcebispo de Manila, o cardeal Gaudêncio Rosales, presidente honorário do CMMA, na presença do núncio apostólico nas Filipinas, Mgr. Edward Joseph Adams, que fez um discurso sobre o tema «Promover uma cultura de respeito, diálogo e amizade na era digital».
A World Mission sente-se honrada com esta distinção – sinal da sua elevada qualidade, pela qual recebeu amplos louvores – e dedica o prémio a todos aqueles que, com o seu apoio e generosidade, contribuíram para a sua produção e difusão.
CARTUM
Cartum: Exercícios espirituais para grupos vocacionais
No termo de uma caminhada iniciada em Janeiro de 2008, e que cativou um bom número de rapazes e raparigas, o clube vocacional da Província organizou um curso de exercícios espirituais de cinco dias para aqueles que mostraram interesse em relação à vocação comboniana. Os exercícios realizaram-se na antiga casa das Irmãs no Comboni College. Os participantes foram doze, oito da zona de Cartum-Omdurman e quatro de Kosti. As raparigas eram oito e quatro os rapazes. Os animadores foram os próprios promotores vocacionais: o Ir. Angtele, o P. Yousif William Idris El Tom e o P. Jorge Carlos Naranjo Alcaide.
Os exercícios ajudaram estes jovens a fazer uma síntese pessoal do seu percurso vocacional e a abrir-se mais à escuta de Deus. A resposta foi generosa e encorajadora. Para alguns deles inicia agora uma segunda etapa que servirá para os introduzir no conhecimento do carisma comboniano, acompanhado de um empenho sério de vida cristã que inclui serviços concretos em relação aos outros.
Wau: o hospital militar foi restituído à Igreja católica
No dia 24 de Setembro, o imóvel ocupado pelos militares e usado como hospital militar foi devolvido à Igreja católica. Na cerimónia de entrega tomou parte uma multidão de várias centenas de pessoas, incluindo o governador do Estado de Westtern Bahr El Ghazal, juntamente com ministros e personalidades de topo.
O bispo Mons. Rudolf Deng expressou a sua satisfação pelo regresso à Igreja da propriedade do hospital que tinha sido tomado à força para uso militar, em 1958. O bispo acrescentou que sempre auspiciou esta restituição, alimentando a esperança de que o hospital pudesse estar ao serviço de toda a população. O prelado anunciou que a diocese pretende iniciar o mais rapidamente possível os trabalhos para as necessárias adaptações.
Interveio também um representante da comunidade islâmica para expressar o desejo de que todas as propriedades confiscadas a entidades religiosas durante a guerra civil sejam restituídas aos seus legítimos proprietários.
Raga: ataque do LRA na zona de Boro Medina
Bora Medina, uma aldeia em Bahr el Ghazal, diocese de Wau, foi atacada pelo LRA na quarta-feira, dia 21 de Outubro.
Segundo se apurou, um grande número de homens armados entraram no centro da aldeia enquanto ainda era escuro e chovia. O balanço do ataque foram três civis e três polícias mortos e vinte e uma pessoas dispersas, para além do saque. Boro Medina é uma sucursal (out-station) da Paróquia de Raga, onde se encontram os combonianos P. Eugénio Caligari, P. Paul Annis, Ir. Tarcisio Soardi e Ir. Martin Nicolas Ramirez.
Há cerca de um mês tinham circulado vozes de que o LRA poderia passar pela zona de Raga na sua marcha em direcção ao Darfur e ao Chade, o seu verdadeiro destino. É difícil prever a próxima manobra, mas a população voltou a viver na incerteza e no medo.
EQUADOR
Quito: reunião dos Irmãos
No dia 13 de Outubro, realizou-se em Quito a reunião de Irmãos da Província do Equador. O Ir. Joel Cruz Reyes falou-nos da fraternidade cristã como ponto de referência central para a vocação do Irmão. Partindo da constatação de que nos países «desenvolvidos» – devido ao grande número de filhos únicos – está quase a desaparecer a experiência de ter um irmão, e que esta tendência, a pouco e pouco, está a penetrar também na América Latina, o Ir. Joel sublinhou a importância de testemunhar uma fraternidade que vá para lá das diferenças sociais e raciais, uma fraternidade que parta da sequela de Jesus que atrai e contagia. Deste ponto de vista, devemos acolher reciprocamente os nossos dons e testemunhar uma comunhão de vida e de bens. Este tipo de fraternidade põe em questão uma sociedade baseada na legitimação da desigualdade.
Seguidamente, o Ir. Godfrey-Abel Dimanche deteve-se sobre a formação que se está a dar aos candidatos a Irmãos do nosso Postulantado. Actualmente, os dois postulantes Irmãos estão a estudar Ciências Religiosas na Universidade Católica.
No debate foi sublinhada a necessidade de dar aos candidatos – seja a Irmãos seja ao sacerdócio – alguns instrumentos de metodologia missionária, insistindo sobre o conceito de continuidade. É importante que a formação ajude a ultrapassar uma possível atitude de protagonismo e de “messianismo individual”: “evangelizar como comunidade” significa entrar em comunhão, não só com os que estão presentes naquele momento na comunidade, mas também com aqueles que nos precederam e com aqueles que virão depois de nós.
Num terceiro momento, tentou-se definir algumas características gerais do Irmão comboniano. Pareceu-nos que a característica principal consiste em ser um apóstolo-pastor em âmbito secular, fora do templo. Naturalmente, este âmbito pode variar de lugar para lugar.
Por fim, propôs-se que tais encontros, para todos os Irmãos que trabalham na Província, se façam anualmente. O tema proposto para o encontro do próximo ano é «Formação humana e dimensão social da vocação do Irmão». Em vista deste encontro, cada um dos Irmãos presentes preparará um pequeno fascículo sobre um tema de formação e promoção humana. Estes opúsculos estarão à disposição da Província como contributo específico dos Irmãos e como material de formação para os responsáveis.
ITÁLIA
Exercícios em Limone
As comunidades dos combonianos e combonianas de Limone oferecem para 2010 dois cursos de exercícios espirituais só para Combonianos e Combonianas, sobre o tema: «Ter os olhos fitos em Jesus Cristo»
(O Mistério de Cristo no rosto de Comboni). Anunciam-no com tempo, em atenção àqueles que, das missões, estão a programar as suas férias na pátria. As datas propostas estão relacionadas com as duas celebrações combonianas anuais. O primeiro curso, em italiano, será de 15 de Março, segunda-feira, à noite, a sábado, 20 de Março, ao meio-dia. O segundo curso, em inglês, irá de 10 de Outubro, domingo, à noite, a sábado, 16 de Outubro, ao meio-dia. Para as inscrições, usar o endereço de correio electrónico danycastello@hotmail.com.
Capitulares em Peregrinação a Limone
No dia 26 de Setembro, um grupo de 26 capitulares, conduzidos pelo
P. Alberto Pelucchi, provincial da Província italiana, deslocou-se à terra natal do fundador. Chegaram à noite, depois de terem feito uma breve paragem em Verona. Na manhã seguinte, o grupo guiado pelos padres da casa teve a oportunidade de ser introduzido na história e geografia dos lugares combonianos carregados de recordações e de valor simbólico. Todos captaram um sentido de sacralidade que fala ao coração para lá de qualquer expressão verbal. Ouvir Comboni contar em primeira pessoa a sua paixão por África no «percurso multimédia» foi um momento emocionalmente envolvente.
O ponto culminante da visita, porém, foi a celebração da Eucaristia na capela da casa natal. Sobre o início das leituras daquele domingo: «O Senhor… falou a Moisés; tomou o espírito que estava sobre ele e difundiu-o sobre os setenta…», foi construída a mensagem que a comunidade de Limone entregou ao Capítulo Geral. A alusão do texto litúrgico e a aplicação ao acontecimento que se celebra em Roma era fácil e imediata. A mensagem foi acompanhada por gestos de carácter simbólico. O superior entregou aos capitulares uma cópia da primeira redacção do «Plano» (conservada nas «cartas de família» e doada pelo engenheiro Eugénio Comboni aos Combonianos a 14 de Setembro de 1964 por ocasião do centenário) e um círio com o rosto de Comboni e com Limone em pano de fundo. Ao almoço, todos saborearam uma pequena garrafa de «limoncello» contrabandeado como «espírito do fundador». O superior anunciou que a próxima visita que Limone está à espera é a da nova direcção geral, para que ganhe inspiração e força no início do seu mandato.
As Universidades, lugar de cooperação com a África
«As universidades, laboratórios não apenas do saber mas também e sobretudo do agir libertador, devem poder exercer um papel basilar na cooperação ajustado à sua natureza de universitas». É a mensagem
– publicada por Zenit – difundida no encerramento do congresso, que teve entre os seus membros organizadores o Instituto Dar Comboni, do Egipto. O congresso terminou sábado, 10 de Outubro, e teve por tema «Para uma nova cultura do desenvolvimento na África: o papel da cooperação universitária».
Na iniciativa, organizada pelo departamento diocesano para a pastoral universitária do vicariato de Roma, tomou parte também o Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano e contou com a presença de Mons. Jean-
-Louis Bruguès, secretário da Congregação para a Educação Católica. Os participantes no congresso afirmaram que «a comunidade internacional está à procura de soluções e estratégias para sair da crise» que atingiu sobretudo o continente africano.
Foi assim reafirmada a necessidade de novas relações estratégicas para o futuro, e, neste sentido, as universidades poderão ser parte integrante «nos processos de idealização, planificação e actuação, não apenas das iniciativas, mas também das políticas relativas à própria cooperação». Nesta fase, por conseguinte, foi decidida a constituição de um comité permanente para a Cooperação Inter-universitária Itália-África. Será depois instituído um fundo a favor dos ateneus africanos e, a cada dois anos, será organizado um congresso de estudo da cooperação universitária Itália-África. Também contribuir-se-á junto das universidades africanas presentes no encontro para a criação de uma «Caixa para a Cooperação», qual «fundo permanente e estável para uma rápida concretização das várias iniciativas cooperativas em termos de pesquisa científica, actividades culturais e actividades didácticas ordinárias ou extraordinárias».
Sínodo africano, ocasião para ouvir a África
Durante o decorrer do sínodo africano, a Província comboniana italiana, através do Secretariado da Evangelização e Animação Missionária (SAME), empenhou-se em seguir os trabalhos sinodais, e, juntamente comos outros institutos missionários (CIMI), os movimentos de voluntariado (FOCSIV, Operação Colomba), a Federação da Imprensa Missionária (FESMI), a imprensa católica (UCSI), o Movimento Juvenil Missionário de MISSIO, muitos missionários e homens e mulheres de boa vontade e operadores de paz na sociedade civil, promoveram um Observatório sobre o Sínodo, com a finalidade de ouvir a voz da África – os dramas e as esperanças – e fazê-la ecoar nas comunidades, nas Igrejas particulares e na sociedade civil da Itália e da Europa.
O sínodo africano foi, de facto, entendido como acontecimento eclesial que não concerne apenas à África, mas ao conjunto de toda a Igreja.
As opções e as perspectivas da grande reunião, que se realizou em Roma de 4 a 25 de Outubro, procuraram dar respostas para o caminho da justiça, paz e reconciliação na África e a reincidência sobre as responsabilidades dos outros continentes, antes de mais da Europa e da América.
A iniciativa do Observatório foi muito apreciada e seguida, porque criou uma rede de participação e fez com que o mundo dos media se interessa-se pela África, sempre ausente nos grandes cabeçalhos dos jornais e na ribalta só para salientar as guerras, os genocídios, a fome e a miséria, esquecendo as potencialidades deste continente e o empenho para resolver os dramas e os conflitos, muitas vezes ditados e alimentados por antigas potências coloniais ou potências emergentes, como a China.
Desde o congresso, organizado no dia 1 de Outubro, no Palácio Valentini, sede da Província de Roma, até ao último encontro do Observatório, a 23 de Outubro, para fazer um primeiro balanço, o percurso teve momentos relevantes, como por exemplo o encontro com os teólogos africanos Barthélemy Adoukonou, Léonard Santedi, Teresa Okure e Bénézet Bujo, os quais sublinharam que a reflexão teológica acompanha a procura da justiça e da paz no continente.
O encontro com os padres sinodais provenientes da região dos Grandes Lagos – Dom J. Baptist Odama (Gulu-Uganda), Dom G. Franzelli (Lira-Uganda), Dom Eduard Hiiboro Kussala (Yambio-Tombura-Sudão) e o P. Joseph Mumbere (RDCongo) – sublinhou a importância do caminho da justiça e da reconciliação através de uma rede local que envolva os vários Estados, Igrejas, conferências episcopais, em coligação com a rede global. O encontro significativo com o cardeal de Dakar, sua eminência Théodore A. Sarr, e o bispo da Mauritânia, M. Albert Happe, sublinhou a importância do diálogo com o Islão e do empenho em promover uma cultura de paz.
Muito participada foi a celebração de acolhimento e de oração, no dia 12 de Outubro, na paróquia de Traspontina, onde Dom Bressan, bispo de Trento e encarregado da Conferência Episcopal Italiana para a linha missionária e a cooperação entre as Igrejas, juntamente com o P. Gianni Sesena, director nacional de MISSIO, acolheram uma delegação de dez padres sinodais guiada pelo bispo Mons. E. Djitangar, arcebispo de Sahr (Chade) e secretário especial no sínodo africano.
Todas as iniciativas, os comunicados de imprensa, as reflexões e as propostas de acção foram reunidas e documentadas na MISNA, um portal onde todos puderam acompanhar diariamente o andamento do sínodo.
Às iniciativas promovidas na capital, é preciso acrescentar muitas outras que foram organizadas pelas nossas comunidades, como por exemplo em Rebbio de Como, Verona, Lecce, Nápoles, Florença, em sinal de comunhão com as Igrejas da África e de empenho missionário no território, para que cresça cada vez mais a consciência missionária num cenário mundial, em que a missão é cada vez mais caracterizada pela reciprocidade e pela procura da justiça, paz e reconciliação para toda a humanidade, tal como sublinhou Dom Odama «estamos, de facto, todos no mesmo barco».
NAP
A nova comunidade católica africana de São Daniel Comboni
A Província da América do Norte está há vários presente no Canadá em vários centros, desenvolvendo um trabalho de pastoral e de promoção missionária e vocacional. A actual comunidade comboniana tem a seu cargo, desde 2005, a paróquia de São José, em Kitchener, no Estado de Ontário. A paróquia está a transformar-se numa comunidade particularmente voltada para a missão.
No dia 4 de Outubro, estes confrades participaram numa Missa para inaugurar a fundação da comunidade católica africana de São Daniel Comboni na paróquia de Santo Alfonso, em Windsor. O bispo auxiliar, Dom Robert Anthony Daniels, presidiu à Eucaristia, concelebrada pelo decano, quatro sacerdotes diocesanos, dois sacerdotes africanos (um proveniente do Congo e o outro dos Camarões), emprestados à diocese, e por dois combonianos, os padres John James Fraser e Brian Joseph Quigley. Estava presente também o Ir. Jerome Clifford Charbonneau, comboniano nativo de Windsor e actualmente residente em Trinity Village Care Centre, em Kitchener, especialmente orgulhoso pelo acontecimento que se celebrava.
Em sinal de solidariedade, uma dúzia de pessoas da comunidade sudanesa de Kitchener acompanharam-nos a Windsor para a ocasião. Estes são paroquianos da nossa igreja de São José, onde o P. Nicholas Mauro Iko, sudanês, celebra a missa também em árabe para a comunidade africana.
Desde há uns tempos sabemos que os africanos, em especial os sudaneses, têm uma grande devoção a São Daniel Comboni, pelo que não ficamos surpreendidos se as novas comunidades de imigrados africanos se colocam sob a sua protecção. O bispo, falando de São Daniel Comboni, recordou aos presentes os numerosos obstáculos que teve de enfrentar para introduzir a fé na África. Falou do método inclusivo de Comboni de convidar à missão homens e mulheres, religiosos e leigos, dos vários países europeus, para fazer parte da sua obra de evangelização. Exortou os africanos de Windsor a serem sinal de unidade e a formarem uma só comunidade africana, ainda que proveniente de mais de dez países.
A Missa, celebrada em inglês, foi animada pelo coro que entoou belos cânticos em pelo menos seis línguas africanas. A presença de muitas crianças, a colorida procissão de entrada e a animada oferta dos dons mostraram a energia criativa de uma Igreja vivaz e jovem. Depois da celebração da Eucaristia, todos – visitas e membros da comunidade – foram convidados a uma delicioso refresco preparado pelas senhoras da comunidade. Os combonianos de Kitchener estão orgulhosos de fazer parte desta renovação das comunidades africanas no Canadá.
PERU-CHILE
Os Combonianos deixam Pozuzo
Os Missionários Combonianos chegaram a Pozuzo (do lado de lá da cordilheira dos Andes) em 1938, para dar assistência espiritual aos colonos alemães e sul-tiroleses, chegados a este canto do Peru já a partir de 1858. Iniciou, assim, o primeiro campo de apostolado dos Combonianos fora de África. Durante 71 anos, muitos missionários de língua e cultura alemã, mas também de outras nacionalidades, trabalharam nesta paróquia que tem características muito diferentes das outras da diocese de Huánuco, à qual pertence juridicamente.
A paróquia foi entregue à diocese no domingo 27 de Setembro, na presença do bispo de Huánuco, Dom Jaime Rodríguez Salazar, comboniano, que presidiu à Eucaristia e à cerimónia de entrega, como se costuma dizer. Como representante dos Combonianos estava presente o P. Pedro Juan Quilla Torres, membro do conselho provincial, visto que o provincial se encontrava em Roma para o Capítulo Geral. O P. Hans Wörner, o último pároco comboniano de Pozuzo, também participou na cerimónia de entrega da paróquia.
Para o bispo, a herança deixada pelos combonianos, na maioria alemães, é o seu grande amor a Jesus Cristo e, em particular, aos pobres, amor que levou a comunidade cristã a ser capaz de se solidarizar com as necessidades dos outros.
Convívio com as famílias dos nossos missionários
No dia 8 de Outubro, tradicionalmente dia feriado no Peru, teve lugar o encontro anual dos familiares dos combonianos peruanos. O encontro teve lugar no Postulantado e foi para todos uma experiência muito positiva. Os 45 participantes ficaram connosco até às quatro horas da tarde. Depois de uma dinâmica de integração, animada pelos jovens postulantes, o P. Pedro Percy Carbonero Mogollón, chegado recentemente do Chade e novo superior da comunidade formativa, partilhou a sua experiência, apresentando a realidade missionária que viveu nos seus nove anos de serviço missionário na África. Alguns combonianos peruanos, que trabalham em diversas partes do mundo, enviaram cartas de saudação e com informações que foram lidas durante o encontro da manhã.
A Eucaristia, celebrada ao meio-dia por todos os sacerdotes presentes, foi presidida pelo P. Florentino Lafuente Hernandez, na qualidade de representante do P. Rogelio, que se encontrava em Roma para o Capítulo Geral. Partilhámos também um almoço e alguns momentos de descontracção, tendentes a favorecer a unidade de todas as famílias presentes. A cada grupo familiar foi oferecida uma lembrança e todos se despediram com o desejo de voltar a ver-se, a fim de continuar a crescer como família comboniana e colaborar com mais frequência e mais bem no anúncio do Evangelho.
SUL DO SUDÃO
A missão de Nyamlell celebra bodas de diamante
Dia 1 de Outubro, mais de 5000 fiéis celebraram os 75 anos de fundação de Santa Teresa de Nyamlell, no Bahr el Ghazal Setentrional, no Sudão.
Jovens provenientes dos quatro condados e dos 35 centros da missão de Nyamlell chegaram em grande número e formaram uma procissão que desfilou durante uma hora até chegar ao local da celebração da Missa nas margens do rio Lol.
As celebrações de Santa Teresa de Nyamlell contaram com a presença de Dom Cesare Mazzolari, bispo de Rumbek, ladeado por sacerdotes, Irmãs, uma multidão imensa e também pelas autoridades civis e religiosas, incluindo o governador Paul Malong.
Dom Mazzolari, na homilia, disse que a época de ouro da evangelização de Nyamlell coincidiu com a chegada de dois missionários combonianos, P. Micchael Donald Barton e P. Raymond Pax, coadjuvados por uma comunidade de religiosas da Indonésia. Em oito anos, eles conseguiram restaurar a igreja, a casa da comunidade comboniana e a das religiosas, as escolas primárias e secundárias e o dispensário médico.
Acrescentou que os primeiros 30 anos da missão, ou seja, de 1934 a 1964, foram o período da sementeira e da transformação de Nyamlell num dos três principais centros de educação no Sul do Sudão, juntamente com Kwajok e Mayom Abun, agora chamado Thiet. Recordou os primeiros 16 pioneiros combonianos – padres, Irmãos e Irmãs – que serviram Nyamlell durante este período.
Salientou que a expulsão de todos os missionários estrangeiros em 1964 e a lei contra os missionários inauguraram um período de 30 anos que foi marcado pelo martírio, por ódio à fé, do comboniano Barnaba Deng e do santo catequista cego Joseph Ayom. Foi um obscuro mas heróico período de isolamento e de sobrevivência da fé, graças à inquebrantável coragem e fidelidade de catequistas corajosos e de pais cristãos que perseveraram na fé.
Paul Malong, governador do Bahr El Ghazal ocidental, exortou os fiéis a continuarem a frequentar a Igreja e a encontrarem sempre nela o verdadeiro manancial de paz interior e de reconciliação comunitária.
As celebrações do jubileu de diamante de Nyamlell atingiram o auge com a apresentação de uma bênção papal ao P. Barton a toda a comunidade cristã, aos catequistas e ao pessoal missionário, pela sua fidelidade à Igreja de Deus e pelo seu empenho na evangelização.
No domingo, 4 de Outubro, Dom Mazzolari deslocou-se de barco a Marial Baai para dedicar a Escola Comboni e a capela de São José, que funciona também como Centro de Actividades de Santa Catarina, na missão de Aweil, na zona oriental. Esta é a primeira capela estável construída na região onde se encontram as três paróquias e é o primeiro edifício religioso construído depois de 1950, ou seja, depois que os Irmãos combonianos erigiram as três igrejas paroquiais que agora existem. A capela foi construída por um operário do Quénia, com a ajuda de trabalhadores locais, na maioria mulheres.
A bênção destes edifícios, na presença de uma multidão imensa, encerrou as celebrações do jubilei da paróquia e da evangelização entre os Dinka Malual, o grupo mais numeroso da tribo Dinka. Nyamlell foi a segunda missão, depois de Kwajok, fundada entre os Dinka.
TOGO-GANA-BENIN
Toko-Toko: uma data a não esquecer
O dia 1 de Outubro será uma data importante na história da pequena comunidade cristã e da aldeia de Toko-Toko, no Norte do Benin, diocese de Djougou. Quatro bispos, entre os quais o arcebispo emérito de Cotonou, 60 sacerdotes, desta diocese e de outras dioceses vizinhas, 50 religiosas e várias centenas de fiéis reuniram-se durante a manhã para celebrar com uma festa ao estilo africano a consagração da nova igreja, dedicada a São Tammaro. Trata-se da primeira igreja consagrada na diocese a seguir à catedral.
Durante a cerimónia foram também ordenados dois novos sacerdotes. Com estes, o número dos sacerdotes nativos da jovem diocese de Djougou sobe para 17. A nova igreja foi construída tendo em vista o futuro, uma vez que Toko-Toko, encruzilhada de populações e culturas, está destinado a ser um centro importante. De sublinhar, além disso, que a pequena comunidade cristã vive a sua fé num ambiente de maioria muçulmana e que a construção da nova igreja foi possível graças à ajuda de uma família e da paróquia-basílica de São Tammaro, na Campania (Itália).
São Tammaro é um africano do século v, ao que parece, da “escola” de Santo Agostinho. Durante a perseguição do rei bárbaro Genserico, que destruiu muitas comunidades da África Setentrional, Tammaro e outros 12 companheiros, todos sacerdotes, foram metidos num barco e deixados è deriva, sem outro apoio para além da fé. Miraculosamente, a pequena embarcação chegou a terra, numa zona não muito distante de Nápoles. Imediatamente, os sacerdotes norte-africanos dedicaram-se a evangelizar a zona. Seguidamente, Tammaro foi eleito bispo, e parece ter morrido em idade avançada, em 490, em odor de santidade. Hoje, no lugar onde viveu, ergue-se uma basílica em sua honra e a sua devoção perdura em toda a zona.
Nós, Combonianos, chegámos a Toko-Toko em Dezembro de 2008, realizando assim o sonho da Província do Togo-Gana-Benin de trabalhar no Norte do Benin, em ambiente muçulmano. A 24 daquele mês, Dom Paul Vieira fundou a paróquia.
Perante a grandiosidade da nova igreja, o pároco, dirigindo-se ao bispo no dia da consagração, disse: «Senhor bispo, nós, combonianos, rezaremos e trabalharemos para que os bancos da igreja se encham um dia de novos cristãos; mas sobretudo pediremos ao Espírito Santo que seja Ele a trabalhar dia e noite para que o nosso sonho se realize, se esta for a Sua vontade».
NA PAZ DE CRISTO
P. Alessandro Pizzi (19.07.1939 – 05.10.2009)
P. Giovanni Fenzi (13.07.1946 – 16.10.2009)
P. Alberto Ferri (05.09.1935 – 16.10.2009)
Rezemos pelos nossos defuntos
* A MÃE: Ignacia, do P. Antonio Álvarez Gómez (M); Felipa, do P. Cristobal Conde Hernández (M); Margarita, do P. Rafael González Ponce (M); Cesaltina, do Ir. Francisco José Ribau Amarante (P).
* O IRMÃO: Mirko, do Ir. Aldo Benetti (E); Alessandro, do P. Pietro Premarini (NAP); Renzo, do P. Francesco Giacomo De Bertolis (KH); P. Lorenzo, do P. Bernardo Grigiante (†).
* A IRMÃ: Cesarina, do P. Mario Negrini (I).
* AS IRMÃS MISSIONÁRIAS COMBONIANAS: Ir. Mary Naughton, Ir. Delia Montrasio; Ir. Marinella Ottolini.