Noticiário mensal dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus
DIRECÇÃO-GERAL
Comissão Preparatória do Capítulo Geral
O Conselho Geral, na Consulta de 30 de Junho de 2008, nomeou a «Comissão Preparatória» do Capítulo Geral. Os membros são: P. Tesfaye Tadesse Gebresilasie, P. Cerezo Ruiz Daniel, P. Converset John Michael, P. Sánchez González Enrique, P. Filippi Giuseppe, Fr. Giusti Daniele Giovanni.
A Comissão encontrar-se-á em Roma de 3 a 7 de Novembro de 2008.
Arquivo Comboniano
O Conselho Geral, durante a Consulta de Junho, designou novos membros e confirmou outros:
Conselho de direcção: Director: P. Joaquim José Valente da Cruz (Presidente Studium Combonianum); Secretário: P. Antonio Furioli; Tesoureiro: P. Claudio Lurati; Conselheiros: P. Fabio Carlo Baldan (Vicario Geral), P. Piergiorgio Prandina (Arquivista Geral), P. Romeo Ballan, P. Fernando Domingues, P. Alois Eder, P. Pietro Ravasio.
Comité científico: Dom. Camillo Ballin, P. Reinhold Baumann, Ir. Aldo Benetti, P. Carmelo Casile, P. Danilo Cimitan, P. Mario Cisternino, P. John Michael Converset, P. J. Antonio Fraile, P. Jorge Oscar García Castillo, P. Benedetto Giupponi, P. Fidel González Fernández, P. John Ikundu, P. Fidèle Katsan, P. Palmiro Mileto, P. Gianpaolo Pezzi, P. Francesco Pierli, P. Ayele Sebhatleab, P. Hailé Tesfaghiorghis, D. Mario Trebeschi, P. Josef Uhl, P. Bervian Vanderlei, P. Giovanni Vantini, P. Franz Weber.
Secretariados Gerais
Secretariado Geral da Economia
Assembleia Continental dos Ecónomos e Procuradores da América e Ásia
Todos os Ecónomos e Procuradores da América e da Ásia reuniram-se em Pesaro de 11 a 13 de Setembro de 2008 para uma Assembleia Continental em preparação da Assembleia Geral que teve lugar na semana seguinte. Analisaram a economia comboniana no continente e do ponto de vista das exigências e opções locais nossas e da Igreja. Em particular, foi dada uma certa importância ao tema da ética em economia, ajudados pela presença e intervenções do Dr. Riccardo Milano, expoente de Banca Ética.
As moções sublinharam as várias exigências surgidas, particularmente a necessidade de uma aturada formação para os ecónomos, o empenho em continuar o caminho para a realização do Fundo Comum Provincial, o empenho em utilizar o dinheiro não só a favor da Missão, mas também utilizando instrumentos e caminhos consonantes com a ética cristã e solidários com os objectivos humanitários que estão ligados às populações com quem partilhamos o nosso caminho de fé.
Assembleia Geral dos Ecónomos e Procuradores Provinciais e de Delegação
Estavam presentes em Pesaro 43 confrades representantes de todo o Instituto de 16 a 25 de Setembro. De sublinhar que a quase totalidade dos participantes eram europeus, apenas um era americano, do México. A nova geração de africanos e americanos falta neste sector. É verdade que, talvez, primeiro temos de ter superiores de província e de delegação de outros continentes, mas é urgente preparar a passagem de testemunho, não se pode improvisar de um dia para o outro.
O P. Teresino Serra introduziu os trabalhos, esquematizando a situação com dois quadros: «Como qualquer Instituto, temos algum faraó com as suas pirâmides e os seus escravos. Mas temos sobretudo confrades que partilham os seus cinco pães e dois peixes com todos. Permaneçamos então na lógica do partilhar. Recordemos as palavras de Comboni: ‘São incríveis as dificuldades e incómodos que esta missão proporciona. Mas talvez nós tenhamos mais probabilidades, porque somos mais pobres’ (E 207-208)».
Os diversos temas tratados cadenciaram as jornadas: a situação económica e social continental, a economia e a ética, a economia e o carisma comboniano, os projectos de evangelização, o património estável e o directório geral para a economia.
Foram duas as orientações das intervenções: a coerência ética do nosso agir económico e a programação do futuro. Em ambos os casos confrontamo-nos com a sociedade exterior, que pode julgar o nosso agir baseando-se nos critérios da vida da gente e com os confrades do Instituto, aos quais propomos um caminho para o futuro e pedimos que sem empenhem connosco a percorrer este caminho.
Resultaram daí três documentos: a revisão do Directório Geral da Economia e 25 moções (estes primeiros dois pontos a submeter à aprovação do Conselho Geral) para além da apresentação de princípios e aplicações de uma economia comboniana segundo a recente tradição comboniana, desde a Regra de Vida até aos Documentos Capitulares de 2003 (a apresentar à Comissão Preparatória do Capítulo Geral de 2009).
As moções manifestaram as preocupações dos ecónomos sobre os seguintes assuntos (em ordem de sensibilidade): os Projectos – os Doentes e os Idosos – a Formação de Base – os investimentos – a Formação dos Ecónomos – o uso do sítio www.comboni.org – o Código Deontológico – a preparação de Subsídios económicos – o Fundo Comum Total.
A Assembleia foi positiva para o caminho do Instituto e da sua missão: foi uma manifestação concreta da unidade da missão comboniana no mundo.
Primeiras Profissões
Esc. Ladu Peter Alphonse Loro Cartum 09 de Outubro de 2008
Esc. González Santafé Alejandro Bogotá 10 de Outubro de 2008
Esc. Ivardi Ganapini Filippo Pádua 10 de Outubro de 2008
Obra do Redentor
Novembro 01 – 07 SS 08 – 15 TC 16 – 30 T
Dezembro 01 – 15 U 15 – 31 CN
Intenções de Oração
Novembro – Para que o testemunho de vida das nossas irmãs e irmãos defuntos nos estimule a dar-nos sem reservas à missão de Deus. Oremos.
Dezembro – Pelos nossos pais e famílias que nos acompanham na nossa vocação e missão: para que Cristo o Emanuel lhes conceda abundância de bênçãos. Oremos.
Publicações
O P. Antonio Furioli publicou um interessante livro sobre São Giustino de Jacobis, com o significativo título «Evangelho e testemunho», edições S. Paolo, páginas 560, preço 19,00 €. O livro pode ser pedido à comunidade de S. Pancrazio. Transcrevemos parte da anotação na capa: «Giustino tornou operativa, na sua vida, a espiritualidade missionária da Igreja. O seu exemplo há-de reconduzir-nos à relação fundamental com Jesus Cristo e com o Espírito Santo, verdadeiros protagonistas da missão. Giustino é um dos exemplos mais interessantes e conseguidos de inculturação na África do século XIX».
O P. Vincenzo Santangelo, no quinto aniversário da canonização do nosso Fundador, publicou o seu quinquagésimo livro «Daniel Comboni, a ousadia de um santo», Editora Ave Maria de São Paulo, Brasil, páginas 224. É uma entrevista ao santo fundador, que responde às perguntas com trechos dos seus numerosos escritos. O prefácio é do P. Alcides Costa, provincial do Brasil Sul. Um dos objectivos é despertar nos jovens o desejo de abraçar o ideal comboniano.
CARTUM
Campo de refugiados de Kalma
A incursão do exército no campo de refugiados de Kalma em finais de Agosto marcou sem dúvida uma aceleração na escalada da violência.
O campo de Kalma é o maior campo de refugiados internos de todo o Sul do Darfur e um dos maiores de todo o Darfur. Alberga cerca de 90.000 refugiados, pertencentes a diversos grupos étnicos. Trata-se de gente fugida das zonas de guerra que vive quase exclusivamente da ajuda internacional. O campo encontra-se entre Nyala e a pequena cidade de Bileil, encostada à linha-férrea que liga as duas localidades.
A 25 de Agosto passado, cerca de sessenta veículos carregados de soldados do governo circundaram o campo para o limpar, assim diziam, das armas que os rebeldes aí escondiam. Os residentes reagiram e derivou daí uma verdadeira batalha, que durou dois dias. No final, os mortos eram 35 (há quem aponte mais) e os feridos muito mais numerosos.
Os mais graves foram transportados para o hospital de Nyala com a ajuda dos Médicos Sem Fronteiras que têm, no campo, um posto médico. Foram precisas mais de duas semanas para que o campo voltasse a uma certa normalidade.
No campo de refugiados o serviço da ordem está confiado às forças da United Nations African Mission in Darfur (UNAMID), os soldados das Nações Unidas encarregados de monitorizar a paz (e mais frequentemente a guerra) entre as forças no campo. Quando, naquele dia, as tropas circundaram o campo de Kalma, as forças da UNAMID ficaram a observar, porque essa é a sua função. Observar para depois relatar. Depois dos factos, limitaram-se a dizer que a reacção do governo tinha sido desproporcionada.
O ataque ao campo de refugiados de Kalma marcou o início de uma série de outros factos, ligados entre si.
Desvio de um avião de passageiros
Dia 27 de Agosto, enquanto ainda se combatia em Kalma, um grupo de rebeldes do Darfur desviou na Líbia um Boeing 737, partido de Nyala com 87 passageiros a bordo e 8 membros da tripulação. Os autores do desvio disseram que o seu objectivo era o governador do Darfur Sul, Ali Mahmud, acusado de estar por trás do ataque ao campo de Kalma, e que devia partir naquele avião. O governador, ao contrário, tinha aproveitado, por caso, a partida num outro avião alguns minutos antes e assim escapou ao atentado. Parece que, desde então, não voltou a Nyala.
Abate de um avião militar e de um helicóptero
No dia seguinte, 28 de Agosto, os rebeldes do Sudan Liberation Army (SLA), um dos grupos armados mais fortes do Darfur, anunciaram ter abatido um avião espião do governo sudanês na área de Jebel Marra. Um mês depois, a 29 de Setembro, um helicóptero usado pela UNAMID foi abatido perto do campo de refugiados de Kalma. Pelo menos dois dos soldados da UNAMID a bordo perderam a vida. Nenhum grupo rebelde do Darfur reivindicou a autoria do sucedido (para não criar inimizades com a UNAMID) mas o dedo é apontado contra eles. E o facto é tomado como pretexto pelas forças governamentais para provar que nos campos opera gente armada associada aos rebeldes.
Atentado ao ministro da agricultura
Por fim, a 30 de Setembro, houve um atentado contra o ministro da agricultura, Omar al Fur, que representa o SPLA no seio do governo regional: o Comprehensive Peace Agreement atribui ao SPLA 10 por cento dos postos nos governos regionais. O facto aconteceu a cerca de uma hora de caminho de Nyala, na estrada para Ka’s. Os autores não foram identificados, mas é opinião corrente de que terão sido as milícias Janjaweed ou outras milícias ligadas ao governo. A investigação não está a cargo da polícia mas do SPLA.
Conclusão
Há uma clara deterioração da situação. As tropas da UNAMID, que deveriam chegar a 26.000 unidades, são ainda cerca de 9.000 e, substancialmente, trata-se daquelas que operam sob a autoridade da União Africana. Mudou apenas o nome (fala-se de «Hybrid forces» em vez de «African Union Forces») e a cor do capacete (agora verde). Independentemente do número, as tropas da UNAMID, na prática, demonstraram-se irrelevantes.
A insegurança reina não apenas em Kalma, mas também em Nyala.
As pessoas desaparecem e as autoridades não se preocupam sequer em investigar. Em Nyala, tornou-se perigoso até mesmo passear durante a tarde. Os carros dos privados deixaram de circular, especialmente se do tipo que poderia servir aos rebeldes para as suas operações e aos ladrões para chegar até à fronteira com o Chade e vendê-los.
Os Combonianos trabalham na paróquia de Nyala com três padres e um irmão. A actividade pastoral está circunscrita à cidade. Bileil, que está a dois passos de Kalma, é a única out-station onde os missionários oferecem a Missa dominical. Visitá-la torna-se cada vez mais difícil por causa dos postos de bloqueio que se multiplicam e do risco de cair vítima de balas em circulação disparadas pelas forças armadas contrapostas ou por bandidos desconhecidos.
COLÔMBIA
Tumaco: campanha comboniana a favor da vida
Tumaco é uma pequena cidade portuária do sul da Colômbia, não muito distante de São Lourenço (Equador). Habitada por cerca de 95% de descendentes dos afro, é, para a Colômbia, símbolo de periferia geográfica e marginalização social. Na periferia desta cidade trabalham os Combonianos com uma dupla presença. O P. Gordon Paul Rees e o Ir. Claudio Pietro Parotti vivem numa pequena casa arrendada no bairro onde procuram organizar uma paróquia viva que possa ser, para a zona, um farol de luz evangélica. No mesmo território desta paróquia vivem também o P. José Luís Foncillas Bernáldez e o P. Francesco Nascimbene que procuram individualizar novos modos de evangelização, partindo de um trabalho diário de serviço concreto e significativo à gente. Os dois grupos formam uma única comunidade: rezam e reflectem juntos dando o seu melhor para que o Evangelho seja vida para os milhares de pessoas que vivem nos bairros da paróquia em condições de extrema pobreza, em todos os sentidos do termo.
Uma das maiores preocupações da comunidade, desde há tempos, é o elevado índice de violência: não só os numerosos homicídios, mas também a violência entre as paredes domésticas, a exploração, os abusos, etc.
Como fruto da reflexão e da oração, baseadas na situação concreta, a comunidade decidiu lançar uma «campanha a favor da vida», difundindo em todo o bairro opúsculos, camisolas, CD com canções sobre a vida, anúncios radiofónicos, etc. Mais de uma centena de pessoas já se ofereceram para ser «missionários da vida» e ir de casa em casa propor um mote simples mas muito incisivo: «Queremos a vida em abundância», parafraseando a frase do Evangelho de João (10,10). A campanha será efectuada de Outubro ao Natal e os confrades têm já a impressão de ter posto em acção uma iniciativa que terá um grande impacto nos bairros. A actividade evangelizadora sai do templo e difunde-se pelas ruas e pelas casas, como a água salutar no sonho de Ezequiel.
Bogotá: profissão religiosa
Dia 10 de Outubro, toda a família comboniana de Bogotá celebrou a festa de São Daniel Comboni, durante a qual o jovem Alejandro González Santafé fez a primeira profissão religiosa. A sua família, numerosa e unida, estava presente e acompanhou-nos na festa. Antes dele, tinha feito a profissão religiosa Jorge Benavides e Jáider Pinzón. Os três frequentaram o noviciado em Huánuco e agora iniciam os estudos de teologia em Lima e em São Paulo. A promoção vocacional na Colômbia encontra algumas dificuldades, mas começam-se também a ver alguns frutos de óptima qualidade. Os encarregados estão a trabalhar com bom espírito e método. Confiamos os seus esforços ao Senhor da messe.
Cali: nova presença
O dia de São Daniel Comboni foi celebrado de modo muito especial pela comunidade comboniana de Cali. Transferimo-nos para uma pequena casa da diocese, anexa a uma pequena igreja surgida num dos bairros mais pobres da cidade. O objectivo é viver ao lado dos pobres, como foi decidido na assembleia de delegação em Janeiro passado. Com esta proximidade, será possível descobrir que tipo de evangelização é necessário e que tipo de animação missionária é possível fazer na arquidiocese. Pedimos a São Daniel Comboni que guie a comunidade nesta nova «aventura» missionária com a sua capacidade de amor e de audácia apostólica.
DSP
Uma festa de solidariedade comboniana
A festa da solidariedade comboniana já se tornou uma tradição: é o terceiro ano consecutivo que se celebra em Josefstal em proximidade da festividade do nosso Fundador. Os confrades prepararam a celebração com os paroquianos de Josefstal, apresentaram-na como um acontecimento de informação sobre algumas nações e os seus povos, e sobre o empenho dos nossos confrades e Leigos Missionários Combonianos que aí trabalham. Desta vez, concentrou-se nos povos do Togo, Peru e África do Sul.
A festa, que durou dois dias, desenvolveu-se dentro e fora da igreja e deu à gente de Josefstal a oportunidade de se encontrar entre si, partilhar e conhecer melhor a realidade e a cultura de outros povos.
A celebração da liturgia foi confiada ao decano da zona, o P. Pius Angstenberger, que foi também estudante no Seminário Menor de Ellwangen. A sua paróquia fez a geminação com a de Mt. Ayliff na África do Sul.
Na sua homilia sublinhou que Deus sabe como utilizar os talentos da gente e que é necessário actualizar o nosso modo de fazer missão.
Um século de presença em Graz-Messendorf (Áustria)
Passaram cem anos desde que, por causa da instabilidade política no Sul Tirolo e da precariedade da nossa casa de Brixen-Milland, o Instituto sentiu necessidade de abrir, em 1908, uma comunidade na Áustria. Desde então os Combonianos viveram e trabalharam em Graz-Messendorf.
Nos inícios, a casa era um centro importante da província de língua alemã, mas a partir de 1997, o velho edifício alberga refugiados africanos. Em 2001 foi concedido o uso de algumas salas a Missio Styria. Isso ofereceu-nos a oportunidade de fazer animação missionária no sudeste da Áustria, em cooperação com a Missio. Dois confrades fazem apostolado (missionário) na zona. Um outro confrade acompanha os nossos amigos e benfeitores. Deste modo, a nossa casa respira ainda ar missionário.
A celebração do jubileu durou dois dias, de 10 a 12 de Outubro, e teve o seguinte lema: «Ide, ensinai e tratai com consideração qualquer país». Quis-se, deste modo, sublinhar a importância do respeito e da aceitação recíproca. Para além dos momentos de debate, o tema foi apresentado também com uma exposição de belas fotografias tiradas pelos missionários, «pioneiros de Deus», ao longo dos últimos 100 anos. A exposição foi preparada pelo director da Missio Styria e pelos seus colaboradores.
Um outro momento saliente, preparado com esmero, foi a celebração eucarística de acção de graças que teve lugar no domingo de manhã, 12 de Outubro, presidida pelo bispo emérito de Styria, Dom Johann Weber. Este acontecimento demonstrou, mais uma vez, que também em Messendorf há muito boa gente desejosa de cooperar em celebrações deste género.
EGIPTO
Kuwait: notícias de Dom Camillo Ballin
Uma «Casa Comboni» no Kuwait
A cerca de 20 km da capital do Kuwait há uma cidade, Abbassiya, habitada por muitos milhares de indianos e outros asiáticos católicos. Muitos deles estão ilegais e portanto não podem vir à catedral. Nesta situação, os nossos fiéis são muitas vezes vítimas dos vários grupos protestantes, pentecostais e do Islão. Sobretudo em caso de problemas familiares, os pentecostais apresentam-se em casa e convidam a família para as suas reuniões. Em caso de morte de algum membro da família, acorrem para fazer longos momentos de oração na casa do defunto e gradualmente atraem a si toda a família. Que fazer? Arrendei dois apartamentos inter-comunicantes e organizei-os para receber aí três sacerdotes: dois carmelitas indianos e um siro-malankara, diocesano, que chegará em breve. Estes valentes sacerdotes estão ali, sem igreja e sem paróquia. Disse-lhes que se encontram numa real e autêntica missão, em que se inicia do… nada! A quem dedicar esta nova comunidade? Pareceu-me muito oportuno que nos dirigíssemos a um grande missionário e sugeri São Daniel Comboni. Foi aceite de imediato. Um quadro de Comboni sobressai em casa, um desdobrável está à disposição para os que vão visitar os sacerdotes. Segunda-feira, 13 de Outubro (por motivos de ordem prática tivemos de mudar a data), à noite, juntamente com todos os sacerdotes do Vicariato e com o Núncio, faremos uma celebração da Palavra com os textos da solenidade de São Daniel Comboni. Os sacerdotes chamaram aquela casa de «Comboni House». Dei a Comboni 5 anos de tempo para nos arranjar um terreno e uma igreja. Se não nos obtiver será removido!
Congresso UEAI
O P. Giuseppe Scattolin participou no 24º Congresso da União Europeia de Arabística e Islamologia (UEAI), que se realizou em Lipsia de 24 a 28 de Setembro, e deixou-nos um breve resumo.
«Os Congressistas da UEAI reúnem de dois em dois anos professores e estudiosos do mundo arabo-islâmico provenientes de todas as universidades europeias. Este ano, eram cerca de 160. São momentos em que se apresentam as pesquisas feitas nos diferentes campos da arabistica e islamologia, e também momentos de partilha e debate.
Creio que, para nós missionários, é muito importante estar ao corrente de estudos que tocam de perto um mundo com o qual estamos em contacto permanente. É útil ouvir as várias leituras de tal mundo, leituras muitas vezes distantes do nosso ponto de vista. Tudo isto nos ajuda a ultrapassar os preconceitos que mais ou menos ainda temos e a encontrar caminhos novos de encontro e de colaboração. É preciso dizer também que nestes congressos se nota uma crescente presença de estudiosos muçulmanos ‘europeus’ (isto é que ensinam nas universidades europeias). É um facto novo. Como observei outras vezes, a presença especificamente católica é infelizmente sempre muito limitada.
Para mim, é a sexta vez que participo nos Congressos da UEAI e comunico as minhas pesquisas sobre a mística islâmica, o Sufismo, encontrando sempre muito apreço e interesse. Desta vez apresentei uma pesquisa feita no Cairo, ao preparar um estudante muçulmano para o seu diploma sobre a mística islâmica. Apresentei um místico muçulmano, não muito conhecido, mas que tem uma importância bastante relevante na formação da tradição mística do Islão.
Através da participação estabelecem-se conhecimentos, relações e colaboração com muitos estudiosos do mundo islâmico. Tais relações serão sempre úteis no trabalho de diálogo e confronto com o mundo islâmico».
ERITREIA
Abertura oficial do escolasticado de Asmara
A 11 de Outubro, o escolasticado de Asmara foi aberto, provisoriamente, na paróquia de Sembel Kidane Mehret. A delegação arrendou uma casa para uso dos escolásticos numa zona pobre da cidade, respeitando os valores e os critérios de «inserção». Para a cerimónia de abertura tivemos uma celebração eucarística, durante a qual o P. Sebhatleab Ayele Tesemma, superior da delegação, apresentou a carta do Superior Geral que permite abrir o «escolasticado provisório». Na homilia, o P. Sebhat sublinhou que, apesar das limitações impostas pela situação, a delegação e o formador, P. Estifanos Helafu Weldeghiorghis farão o seu melhor para dar aos escolásticos os valores da internacionalidade e inculturalidade. Entretanto rezamos para que a situação do país possa melhorar e os nossos escolásticos consigam seguir o normal caminho de formação no Instituto.
Os três escolásticos frequentam o Colégio Teológico de Asmara gerido pelas três Eparquias e por Institutos religiosos. O estudante Irmão, Yemane Teclit Woldeghiorghis, pertence à comunidade do escolasticado mas frequenta a escola do Instituto de Estudos Religiosos, gerido pelos Irmãos de La Salle. O escolástico Woldemichael Meskel Frezghi, que já terminou o curso teológico, encontra-se na missão de Fode para a sua experiência missionária.
Na cerimónia de abertura estavam presentes alguns confrades, a provincial das Irmãs Combonianas com o seu conselho, o pároco de Sembel Kidane Mehret e amigos. A delegação deseja aos escolásticos e ao P. Estifanos um caminho de formação rico de frutos.
Num acontecimento afim, três candidatos iniciaram oficialmente o noviciado a 27 de Setembro, solenidade da Santa Cruz para a liturgia Geez. Na celebração participaram também quatro candidatas noviças das Irmãs Combonianas. O rito teve lugar no nosso Seminário Menor de Dekameré, após a celebração da Palavra. A delegação deseja aos noviços e ao seu padre-mestre, Tesfaghiorghis Hailè Berhane, as bênçãos do céu.
Expulsão de quatro missionários estrangeiros
Dia 2 de Outubro o gabinete para os Assuntos Religiosos informou, por telefone, o secretário geral do Secretariado Católico que o governo tinha ordenado que quatro missionários católicos estrangeiros (dois sacerdotes e duas religiosas) deixassem o país. Na segunda-feira seguinte o gabinete para as Imigrações convocou três deles (o quarto estava fora do país para férias) e, sem lhes entregar qualquer documento, disse-lhes que tinham de abandonar o país dentro de sete dias. Na segunda-feira à tarde uma delegação enviada pelos bispos apresentou-se no gabinete para as Imigrações e no dos Assuntos Religiosos para apresentar as suas reclamações. Três destes missionários têm em seu poder uma licença de residência que termina no próximo ano (entre Fevereiro e Setembro).
Em ambos os gabinetes lhes foi dito, pelos encarregados, que tinham recebido ordens e não estavam autorizados a dizer de quem ou porquê. Apenas repetiam que era simplesmente a implementação de uma política do governo que nunca tinha sido posta em prática. No gabinete dos Assuntos Religiosos procuraram acalmar a delegação dizendo que era uma política que se aplicava a todas as religiões, e não apenas à católica. Semelhantes retóricas não convenceram ninguém.
Os bispos escreveram uma carta dura, pedindo para anular a decisão. Duas semanas depois ainda não tinham recebido resposta, enquanto o gabinete para as Imigrações tinha pedido aos quatro missionários para devolver a licença em seu poder e deixar o país. Os bispos pediram uma ordem por escrito, mas isso foi recusado.
Estamos convictos de estar perante mais uma manobra para enfraquecer a Igreja e isolá-la do resto do mundo. É provável que esta política venha a ser aplicada também a outras denominações religiosas. Estamos no entanto convictos de que o verdadeiro objectivo é o de minar a Igreja Católica
NAP
Celebrando a festa de São Daniel Comboni
O tema da celebração da festa de São Daniel Comboni no Centro Missionário Comboniano em Cincinnati, que durou uma semana inteira, foi: «a Missão vivente!». A gente acorreu durante toda a semana para visitas guiadas ao museu e, a 10 de Outubro, houve uma belíssima Missa em honra de São Daniel. O ponto central das boas-vindas e da introdução do P. Pietro Ciuciulla foi a herança de São Daniel. O provincial, P. Luigi Gasparini, durante a homilia disse que esta herança é hoje transmitida pelos membros da família comboniana: precisamente, «a Missão vivente».
Depois da Eucaristia, houve uns momentos para um refresco e um intercâmbio de recordações, seguidos de uma vivaz e aplaudida exibição de um grupo de bailarinos peruanos, paroquianos de São Carlos. A paróquia hispânica que é servida pelo P. William Jacob Jansen e pelos seus assistentes: P. Ochoa Gragián Jorge Elias e o escolástico Mário Alberto Pacheco Zamora.
Também a comunidade de Kitchener, no Canadá, celebrou a festa do Fundador juntamente com amigos, benfeitores e membros da comunidade paroquial de St. Joseph, servida pelos Combonianos. O coro da paróquia cantou durante a Missa celebrada pelos confrades da comunidade e pelo P. Juan Montoya, pároco da comunidade hispânica.
Depois da Missa, houve «o partir do pão» à volta da mesa. Depois do almoço, Don Toomey Vanspall, com a esposa Bernadette, falaram da sua experiência como Leigos Missionários Combonianos no Quénia e no Uganda. Don, Bernadette e os seus dois filhos, Anna e Joseph, são membros activos da paróquia de St. Joseph. O salão, onde se realizou o almoço, foi decorado pelos jovens da paróquia: pintaram um estandarte, prepararam uma mostra sobre a vida de São Daniel Comboni, expuseram cartazes missionários e livros de animação missionária. Houve também uma extracção de prémios para alguns trabalhos artesanais do Malawi.
Além disso, celebrámos o octogésimo aniversário do P. Denis Francis Wilkinson entre cânticos e bolos. O sucesso do serão deveu-se ao talento das muitas pessoas que se reuniram para celebrar o carisma do Fundador e o trabalho dos Combonianos.
PERU-CHILE
Piscina «Joseph Schmidpeter»
A 13 de Março de 1969, o P. Lorenz Unfried, Comboniano do ramo alemão, foi nomeado bispo auxiliar de Arequipa: isto marcou o início da nossa presença na cidade branca. Pouco tempo depois, assumimos a responsabilidade da paróquia do Espírito Santo no distrito de Alto Selva Alegre, onde trabalhámos durante vários anos. Chegado o momento de partir, no mais puro estilo comboniano, entregámo-la ao clero diocesano e abrimos uma comunidade no distrito de Nueva Independencia, uma zona ainda mais necessitada do que a precedente.
No passado dia 4 de Outubro, a câmara de Alto Selva Alegre inaugurou uma piscina municipal olímpica, dedicada a «Joseph Schmidpeter», Missionário Comboniano que gastou grande parte da sua vida nesta missão e que a gente recorda com grande apreço. Na cerimónia estavam presentes as autoridades civis, o P. Lorenzo Díez Maeso e o P. Jakob Wellenzohn, da comunidade comboniana de Arequipa.
Um momento de intensa emoção deu-se durante a bênção, ao ouvir, em ligação telefónica, a voz do P. Joseph que agradecia pela iniciativa encorajando os participantes a praticar desporto e a cultivar a memória de São Daniel Comboni no trabalho dos seus missionários. São as sementes lançadas há muito tempo que começam a dar fruto no coração destes irmãos com os quais partilhámos alguns momentos da nossa vida.
Encontros de famílias
Em 1994 a nossa província convocou pela primeira vez as famílias dos Combonianos peruanos para um encontro fraterno; a partir daquela data continuámos a reunir-nos como família comboniana em Outubro, mês no qual celebramos a festa do nosso Fundador, com o propósito de tornar os nossos entes queridos participantes do caminho que fazemos como Instituto e de os informar da situação dos seus filhos missionários.
Este ano, pela primeira vez, a 8 de Outubro, o encontro teve lugar em três sedes: Trujillo (zona norte), Lima (zona centro) e Arequipa (zona sul), com numerosos participantes. Pensamos que é um modo de agradecer a Deus e às famílias pelo dom dos missionários, recordando aquilo que Comboni escreveu uma vez aos seus pais: «Vós sois os primeiros missionários porque destes a Deus aquilo que tínheis de mais precioso na vida». Pedimos a Deus que proteja os nossos entes queridos e que, de algum modo, os acompanhe no caminho da sua vida.
Bênção de um busto de São Daniel Comboni
Há cinco anos, em 2003, na conclusão dos trabalhos do XVI Capítulo Geral, vivemos com imensa alegria a canonização de São Daniel Comboni. Para os nossos Leigos Missionários Combonianos, sobretudo os que participaram na experiência na Praça de São Pedro, foi um acontecimento inesquecível e, há mais de um ano, pensaram fazer alguma coisa, como o povo de Israel que, quando era testemunha de uma teofania, elevava uma estela ou um altar para recordar aquela graça extraordinária. Assim, deram-se ao trabalho: contactaram um escultor, pediram as licenças necessárias às autoridades civis e fizeram com que a 10 de Outubro pudéssemos colocar e benzer um bonito busto de Comboni numa praça próxima da casa provincial.
Enquanto o busto era levado em procissão da vizinha paróquia, a gente escutava as notas da banda musical da Polícia de Estado e assomava às janelas, curiosa. Na bênção, presidida por Dom Salvador Piñero, bispo castrense, tomaram parte as autoridades civis, um representante do consulado italiano, um bom número de Combonianos de Lima que se tinham reunido para uma meia jornada de reflexão, e muitos amigos provenientes das várias paróquias nas quais estivemos ou estamos presentes, entre as quais San Pio X, Doce Apostoles, ENTEL-FONAVI, Cristo Misionero del Padre. Os Leigos Combonianos, organizadores da iniciativa, estavam radiantes por ter realizado um sonho que estavam a preparar desde há meses, exprimindo deste modo o amor que têm pela obra comboniana.
Setenta anos de presença comboniana no Peru
Em 1938, enquanto a Alemanha estava sob o Terceiro Reich, três missionários da Congregação dos Missionários Filhos do Sagrado Coração de Jesus (Combonianos do ramo alemão), deixavam a sua pátria para levar assistência pastoral aos colonos alemães de Pozuzo, no Peru. Eram o P. Alois Ipfelkofer, o P. Andreas Riedl e o P. Michael Wagner. Foi a porta de entrada no novo continente para aqueles pioneiros que, seguidos de uma longa lista de missionários, deram a sua vida na nossa província do Peru-Chile. Era uma coisa completamente nova para aqueles que tinham estado em África, um capítulo que reuniu belas páginas de dedicação, de disponibilidade e de fidelidade aos mais pobres deste país, sobretudo na serra central. A todos eles, neste ano em que celebramos os setenta anos da chegada, expressamos a nossa gratidão e pedimos a sua intercessão do céu para os que continuam a lutar nesta parte do mundo.
PORTUGAL
Noviciado Europeu
Este ano a comunidade de Santarém celebrou o regresso do noviciado, desta vez já não só de Portugal, mas de toda a Europa, durante a celebração da festa de São Daniel Comboni, no dia 10 de Outubro.
Tal acontecimento é um marco histórico na vida da província comboniana portuguesa, que nos próximos anos irá receber jovens aspirantes à vida missionária vindos dos vários países da Europa. Começamos com dois: Cristóvão, português, vindo do primeiro ano de noviciado que fez em Venegono (Itália), e Arturo, espanhol, depois de uma experiência e discernimento que fez ao serviço da província de Moçambique. A acompanhá-los na sua formação estará o P. Fausto Beretta, vindo de Itália.
O dia começou pelas 10 da manhã com a celebração do início oficial do noviciado e acolhimento dos novos noviços. À tarde, juntou-se a comunidade de Lisboa, para um momento de reflexão orientada pelo P. Ivo Martins do Vale, subordinada ao tema «Certeza na chamada, disponibilidade na resposta em Paulo e Comboni».
Seguiu-se a celebração da eucaristia, presidida pelo provincial P. Alberto de Oliveira Silva, e concelebrada por Combonianos das comunidades de Santarém e Lisboa, na companhia de vizinhos e amigos bem como de alguns leigos que colaboram na animação missionária. Depois da eucaristia, houve ainda uma apresentação multimédia, feita pelo P. José Domingos Sousa Tavares, superior da comunidade, sobre S. Comboni, apresentado como exemplo e pioneiro que nos desafia.
O convívio prolongou-se depois com um pequeno jantar, na companhia de alguns amigos mais próximos dos Combonianos, os noviços, a equipe formativa e as duas comunidades que desta maneira fraterna terminaram o dia que marca o início de uma nova era, seja para o instituto, que para a província, mas sobretudo para a casa e comunidade de Santarém.
R. CENTRO-AFRICANA
Bangui: festa de São Daniel Comboni
A festividade foi celebrada com dois momentos, um espiritual e outro festivo. De facto, dia 6 de Outubro, todas as comunidades combonianas de Bangui (padres, irmãos e religiosas) se reuniram na casa provincial, para um momento de oração e de meditação e para celebrar a Eucaristia.
O P. Léonard Ndjadi Ndjate apresentou uma reflexão subordinada ao tema «Santidade de Comboni. Percepções e convicções», com uma provocação: até onde chega a nossa fidelidade à missão? Comboni é santo devido à sua fidelidade quotidiana à sua vocação missionária: uma vida inteira consumada até à última gota sem nunca se distrair, sem nunca se desencorajar, desviar ou abandonar. Fidelidade a uma missão ad gentes, ad pauperes e ad vitam.
Sexta-feira, dia 10, teve lugar, na casa provincial das Irmãs, a Missa solene presidida pelo P. Godefroy-Médard Longba. Na homilia, o P. Médard salientou a paixão que Comboni tinha pela aprendizagem das línguas, com vista a uma dupla comunicação: comunicação dos mistérios de Deus e comunhão com a cultura e a realidade da gente.
Na diocese de Mbaiki, o bispo comboniano, Dom Perin Guerrino, e o Ir. Sergio Matarese foram ter com as Irmãs Combonianas à missão de Zoméa para celebrar com alegria e simplicidade a festa do Fundador. Depois da Missa, foi partilhado um almoço missionário entre os missionários e os cristãos desta povoação onde, graças a São Daniel e ao testemunho das suas Irmãs, com grande alegria de todos, bantus e pigmeus almoçaram fraternalmente juntos.
RSA
Zola: nova comunidade no Soweto
A 5 de Outubro, na presença do P. Giuseppe Sandri, provincial, do P. Stefano Giudici e do P. Damiano Guazzetti da ACFP, o P. Benno Singer e o P. Francis Thuli Manana foram recebidos com alegria na paróquia de Zola no Soweto pelas cerca de oitocentas pessoas que apinhavam a igreja. O P. Benno e o P. Francis residirão em Zola, mas terão a responsabilidade das três paróquias limítrofes: Zola, Zondi e Phiri. O P. Francis, desde Março de 2007 e durante um período limitado, tinha a seu cargo o cuidado pastoral de Phiri e, recentemente, fora nomeado decano do Soweto pelo arcebispo de Joanesburgo, Dom Buti Joseph Tlhagale, OMI.
A erecção desta nova comunidade numa zona urbana está em linha com o Plano Sexenal da província que tende a reforçar a nossa presença nas zonas urbanas, reduzindo-a ao mesmo tempo nas zonas rurais. No próximo mês de Janeiro entregaremos à arquidiocese de Durban a paróquia de São Martinho de Porres (Pietermaritzburg) e, lá para meados de 2010, a de Glen Cowie à diocese de Witbank.
O Conselho Provincial considera esta deslocação para o Soweto, a famosa «township» (cidade dos negros) de Joanesburgo, que conta cerca de três milhões de pessoas, como um passo em direcção a uma presença mais significativa, como Combonianos, na mais populosa arquidiocese da África do Sul, onde só 6 por cento da população é católica. Nesta arquidiocese está situada também a casa provincial. As três paróquias foram fundadas pelos Missionário Oblatos de Maria Imaculada (OMI): Santa Cruz em Zola em 1960, Phiri em 1969 e mais tarde Zondi. No passado, tinham assumido o cuidado pastoral destas paróquias os OMI, depois os Missionários para a África (Padres Brancos) e por fim os sacerdotes diocesanos.
Em diálogo com o arcebispo, escolhemos estas três paróquias porque, por falta de clero, nos últimos anos, não havia um suficiente cuidado pastoral. Estas paróquias cobrem algumas das zonas mais pobres de Soweto e alguns dos mais vastos campos abusivos, terreno para uma autêntica primeira evangelização. Do ponto de vista linguístico, o zulu é predominantemente falado em Zola e em Zondi, enquanto em Zondi são igualmente usadas o zulu e o shangaan. São faladas também as línguas sotho do sul, tswana e xhosa que podem ser usadas no trabalho pastoral e na liturgia em qualquer parte de Soweto, onde há pessoas de todas as partes da África do Sul e da África (Malawi, Moçambique, Zimbabué, etc.). O inglês está a tornar-se cada vez mais a língua franca.
Os principais desafios que os nossos confrades terão de enfrentar serão o testemunho e a proclamação da Palavra numa cidade onde há muito desemprego (especialmente entre os jovens), criminalidade, gravidezes entre os adolescentes, crise das famílias, SIDA, divisão dos cristãos em milhares de igrejas e seitas e uma crescente presença do Islão. Terão a colaboração de dois diáconos permanentes e de muitos líderes desejosos de reforçar as várias estruturas paroquiais, a começar pelas pequenas comunidades cristãs, pelos conselhos paroquiais, pelos conselhos económicos e pelas numerosas associações católicas para crianças, jovens e adultos. Não obstante os numerosos problemas, Soweto é economicamente, socialmente e culturalmente uma cidade que respira vitalidade, com muita gente de talento, como se pode ver pelas liturgias dominicais, vivas e inspiradas, e pelas muitas actividades nas quais a gente está envolvida.
Confiamos esta nova comunidade a São Daniel Comboni.
TOGO-GANA-BENIM
Festa de São Daniel Comboni
Para o dia 10 de Outubro toda a província marcou encontro no Postulantado de Adidogome. A escolha do lugar foi inspirada pela celebração dos 25 anos de abertura do postulantado. Participou na festa uma centena de pessoas, entre confrades, noviços, postulantes e alguns representantes de associações de leigos amigos e colaboradores combonianos.
Como sempre, tivemos uma manhã de espiritualidade, com a meditação orientada pelo P. Giuseppe Simoni, novo socius do noviciado interprovincial de São Daniel Comboni de Coutonou, e terminada com a eucaristia presidida pelo P. Cesar Pegoraro, que celebra este ano os 50 anos de profissão perpétua. Depois do almoço, em alegre convívio comboniano, reencontrámo-nos para partilhar algumas «notícias da família» e apresentar oficialmente os «novos» chegados à província.
Os 11 novos noviços do 1º ano (6 do Congo, 4 do TGB e 1 do Centrafrica) foram apresentados e com o seu simpático ‘show’ obtiveram uma entusiasta aclamação por parte dos confrades. Com os 11 do II ano, formam duas boas esquadras de futebol. Também os 9 novos postulantes (8 candidatos ao sacerdócio e 1 irmão) receberam a sua parte de aplausos. O postulantado dos candidatos ao sacerdócio entra agora numa nova fase. Desde a abertura em 1983, até 2007/08, são 163 os postulantes que transpuseram as suas portas. Destes, cerca de metade (82) ficaram pelo caminho mas 28 foram ordenados sacerdotes e os outros continuam o seu caminho formativo. Bendito seja Deus!
Para o novo ano pastoral, estão em curso várias mudanças. Duas paróquias foram entregues às dioceses (Akoumape no Togo e Toffo no Benin) em vista de uma nova abertura no norte do Benin. Quase todas as comunidades foram «tocadas» pela rotatividade (interna e externa). Graças a Deus, todas são «canónicas», pela primeira vez ao menos desde há vários anos. Um aplauso de todo especial foi para a equipa que se prepara para abrir a nova presença comboniana na diocese de Djougou, no norte do Benin, num contexto tipicamente muçulmano (Djougou, uma cidade de 40.000 habitantes, é a 98 por cento muçulmana e tem 150 mesquitas). O ‘capitão’ do grupo é um veterano da província, que recuperámos depois de quase 30 anos de «vagabundagem» pelo mundo comboniano: o P. Juan José Tenías Fenollé.
Este ano a celebração da festa de Comboni teve um ‘sabor’ especial. A conferência dos bispos do Togo promulgou no ordo litúrgico que o dia 10 de Outubro será festa para a Igreja do Togo. Além disso, o bispo da diocese de Aneho, Dom Isaac Jogues Agbémenya Kodjo Galgo, dedicou o nascente Seminário Médio diocesano a São Daniel Comboni (Moyen Séminaire St. Daniel Comboni), inaugurado precisamente a 10 de Outubro, em Vogan. Domingo, 12 de Outubro, o bispo marcou encontro connosco na nossa paróquia de Tabligbo para celebrar a nível diocesano a festa de Comboni. No final da solene e bonita eucaristia, dirigiu palavras de amabilidade e de reconhecimento pela obra de Comboni – através dos seus filhos – na sua diocese. De facto, cerca de dois terços das actuais paróquias foram criadas ou servidas pelos Combonianos. Hoje permanecemos apenas na de Tabligbo, depois da recente entrega de Akoumape. A fidelidade à missão leva-nos para outras partes mas a alegria de ver a Igreja local a crescer e desenvolver-se, onde tantos confrades semearam a Palavra e a irrigaram com o seu suor e com o seu sangue, é ocasião de louvor a Deus. Também Comboni estará contente com isto!
NA PAZ DE CRISTO
Ir. Giuseppe Restani (16.12.1916 – 20.08.2008)
P. Vito Coser (14.03.1920 – 13.10.2008)
P. Angelo Dell’Oro (28.12.1911 – 13.10.2008)
O necrológio dos seguintes confrades surgirá na próxima Família Comboniana:
P. Luigi Bano (16.01.1933 – 27.08.2008)
P. Alberto Marra (19.04.1930 – 03.10.2008)
Ir. Ulderico Menini (13.05.1922 – 26.10.2008)
Oremos pelos nossos defuntos
*O PAI: Carlo, do P. Cosimo De Iaco (U).
*A MÃE: Antonia, do Ir. Armando Ramos González (MZ).
*O IRMÃO: Armando, do P. Manuel Gutiérrez Juárez (M); Ivano, do
P. Vincenzo Balasso (EC).
*A IRMÃ: Margret Kiden, do Esc. Evaristo Ravo Christopher (KH).
*AS IRMÃS MISSIONÁRIAS COMBONIANAS: Ir. M. Ondemilla Alberti, Ir. M. Benedetta Bedont, Ir. Paola Belloni.
Familia Comboniana n. 658