Noticiário mensal dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus

DIRECÇÃO-GERAL

Celebração do milénio etíope: 12 de Setembro de 2007

«Para tudo há um momento e um tempo para cada coisa que se deseja debaixo do céu: tempo para nascer e tempo para morrer, tempo para plantar e tempo para colher, tempo para amar e tempo para perdoar,… e, finalmente, tempo para a paz» (Ecl 3).

Caríssimos confrades,
Dia 12 de Setembro iniciará um ano de graça para o povo da Etiópia.
Enquanto Família Comboniana iniciamos o Milénio em comunhão de oração convosco e com toda a amada população etíope.
Possa este Milénio ser:
1. Um tempo para agradecer a Deus Pai pelas bênçãos e graças que concedeu à Etiópia nestes últimos anos, por aquelas que está a conceder hoje e por aquelas que concederá no futuro.
2. Um tempo para escutar o Senhor. O Senhor nos falará e nós deveremos escutar aquilo que quer dizer-nos. De modo que possamos ver uma sociedade de fé, unidade e paz.
3. Um tempo para escutar o nosso povo. A gente tem muito a dizer-nos: Deus fala através das pessoas, dizendo-nos como servi-las, com um coração semelhante ao do Bom Pastor.
4. Um tempo para amar a missão ad gentes. Possa este novo Milénio ser um tempo de graça e de renovado empenho para a nossa missão comboniana. Milénio significa um tempo novo para uma nova graça e uma nova missão.
5. Um tempo de graça para os pobres. Devemos certificar-nos de que cada um de nós se torne esperança e encorajamento para aqueles que sofrem. Não esperemos que outros venham em seu socorro. Procuremos ser os primeiros a servir aqueles que Jesus serviu.
6. Um tempo de graça como Cenáculo de Apóstolos. Celebrar juntos o Milénio significa ser missionários em conjunto e permanecer juntos no Senhor (Jo 15).
No início das celebrações do Milénio recordamos as palavras do Senhor: «Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos» (Mt 28,20).
Fraternalmente unidos,
P. Teresino Serra (Superior Geral) e o seu Conselho

Secretariados Gerais
Secretariado Geral para a Formação
Dois cursos para educadores (promotores vocacionais e formadores)

No centro de espiritualidade São Daniel Comboni de Layibi (Gulu, Uganda) e no noviciado comboniano de Cotonou (Benin) realizaram-se em Julho e Agosto os dois cursos para os educadores (promotores vocacionais e formadores) da África anglófona e francófona.
Quatro intensas semanas de curso em que participaram 24 confrades no Uganda e 18 no Benin. Deu-se continuidade ao projecto formulado pelo Capítulo Geral de 2003 de favorecer mais profundamente, durante o sexénio, a formação permanente daqueles que estão empenhados no Instituto ao serviço das vocações.
Com o curso de São Paulo (Julho de 2006), em que tinham participado 18 confrades das províncias e delegações da América, são 60 ao todo os confrades que tiveram oportunidade de seguir o curso: mais de metade daqueles que trabalham no sector da Promoção Vocacional (PV) e Formação de Base (FdB). É um importante investimento nas pessoas que, certamente, não deixará de dar frutos.
As duas edições de 2007 tiveram uma boa participação, num clima de fraternidade, de diálogo, de partilha: a experiência de cada um tornou-
-se riqueza e dom para todos. Uma comissão coordenadora, nomeada a seu tempo pelo Conselho Geral (CG), delineou o caminho a seguir, focalizando os conteúdos à volta do tema do acompanhamento e do discernimento. A expectativa é poder chegar, pouco a pouco, a um projecto formativo comum com objectivos claros e pontos de referência sólidos que, com a criatividade e o empenho de cada confrade, possam ajudar o crescimento humano, cristão e vocacional dos jovens candidatos.
Neste sentido, o projecto formativo comum está a clarificar-se cada vez mais à volta do modelo formativo da integração em que a pessoa toda, na sua realidade, está no centro da atenção para um crescimento que tenha em conta as várias dimensões que a constituem, em vista de uma resposta verdadeira, autêntica e gratuita à chamada do Senhor.
É o caminho comboniano delineado já na assembleia de Pesaro de 1999 e que teve certa apresentação no documento de Verificação da Formação de 2001. À medida que se foi avançando, a reflexão tornou-
-se e está a tornar-se mais precisa, sugerindo uma metodologia que volva a acção mais eficaz e profunda.
Falou-se de «educadores combonianos» querendo englobar, neste processo de crescimento da pessoa, de algum modo todos: promotores vocacionais e formadores. E os primeiros a crescer são precisamente aqueles que são chamados a desenvolver um serviço na PV e FdB. Na medida em que se trabalha sobre si mesmos, enquanto pessoas, enquanto consagrados e missionários, ser-se-á capaz de ser acompanhantes credíveis de outros jovens. Todos os participantes sublinharam, nas conclusões do curso, a importância e o desafio deste caminho pessoal.
As semanas vividas em conjunto permitiram, assim, aprofundar o caminho da integração aplicando-o primeiramente a si mesmos e recebendo, ao mesmo tempo, instrumentos úteis para o discernimento e o acompanhamento dos candidatos, para o colóquio formativo, para a releitura das experiências de vida, para a assimilação dos valores e para a verificação das motivações… tudo em vista de um verdadeiro conhecimento e aceitação de si, para chegar, numa experiência de fé, à decisão de responder à chamada de Cristo.
O Instituto Comboniano, perante os muitos problemas da PV e FdB, levantados nestes últimos anos, está profundamente empenhado na reflexão procurando respostas para as exigências da formação e da missão hoje. Algumas destas respostas visam as estruturas e foram feitas algumas opções como mediação para novos caminhos. O que foi vivido nos cursos, na América e na África, abre-nos um novo caminho: a pessoa dos educadores e dos candidatos estão no centro da atenção. Vale a pena continuar neste caminho, e poderá ir-se ainda mais longe!
As semanas de Layibi e Cotonou foram vividas num clima de intensa oração pessoal e comunitária, com momentos de fraternidade e de partilha da experiência missionária dos confrades que desenvolvem a sua actividade no Norte do Uganda (Gulu, Lira) e no Benin.
Não faltaram momentos de passatempo como as duas horas no Nilo, debaixo do olho de hipopótamos e crocodilos, ou a visita à aldeia lagunar de Ganvié (Benin): a «Veneza» da África francófona.
Um obrigado de coração pelo acolhimento e pelo empenho das duas províncias do Uganda e do Togo-Ghana-Benin que se esforçaram para que tudo corresse pelo melhor.
Infelizmente os dois confrades da Eritreia, cuja presença em Layibi estava prevista, não puderam vir, por não terem obtido do governo o visto de saída do país. Acompanhámo-los com a oração e uma sincera solidariedade neste momento tão delicado e difícil para a sua nação.
Foram lançados os fundamentos para uma experiência que deve certamente continuar a nível de pessoas, de províncias, de Instituto. As conclusões a que os confrades chegaram, enviadas ao CG e aos respectivos superiores provinciais e de delegação e seus Conselhos, são rampa de lançamento para um futuro comboniano pleno de esperança e que encontrará novo ímpeto no próximo Capítulo Geral.

Especializações
O P. Ibercio Armengol Rojas Zevallos a 10 de Agosto obteve a Licenciatura Canónica em Sagrada Teologia na Faculdade de Teologia Pontifícia e Civil de Lima com a tese «Eclesiologia de São Daniel Comboni, sua consagração à missão de África». Parabéns!

Profissões perpétuas
Esc. Zieliński Maciej Mikolaj (PO) Cracovia (PO) 14.09.2007

Ordenações sacerdotais
P. Gilver Calongos Maslucán (PE) Jumbilla (PE) 08.09.2007
P. Dunn Álvarez Henry Oswaldo (DCA) Limón (CR) 22.09.2007

Obra do Redentor
Outubro 01 – 15 P 16 – 31 RSA
Novembro 01 – 07 SS 08 – 15 TC 16 – 30 T

Intenções de Oração
Outubro
– Para que a justiça, a paz e a salvaguarda da Criação, sejam cada vez mais encaradas como dimensões constitutivas do anúncio do Reino e parte integrante do carisma comboniano. Oremos.

Novembro – Para que as Irmãs Missionárias Combonianas, reunidas em Assembleia Intercapitular, permaneçam abertas ao Espírito de Deus e façam sua a mística do ousar viver com mais autenticidade e radicalidade o serviço à Missão. Oremos.

Publicações
P. Enzo Santangelo: «Cristo, rispondi?» é um subsídio para uma catequese juvenil, publicado pela Gráfica Campana, 2007. O título original, em português, é «Você procura respostas? Pergunte ao Mestre». Esta é a quadragésima publicação do P. Enzo.

BRASIL NORDESTE

Assembleia Provincial

Realizou-se nos dias 27 de Agosto até 1 de Setembro a assembleia electiva da província. Os primeiros três dias foram de apreciação do documento de Aparecida, com assessoria do P. Ferraro. Pudemos perceber como o documento manteve a opção pelos pobres, consagrou o método ver, julgar e agir, renovou o seu compromisso com as comunidades eclesiais de base. O P. Ferraro fez-nos perceber que para apreciar um texto é preciso conhecer o pre-texto e o con-texto de onde surgiu o documento, fruto de tensões e mediações dentro da Igreja; mesmo assim não perdeu o seu carácter profético. É um dos documentos que saiu mais homogéneo, não apresentando maior dificuldade ao leitor.
Nos dias seguintes, tendo presente o Plano sexenal, a proposta continental dos provinciais como contributo para o processo da Ratio, realizámos oficinas de discernimento no intuito de reavaliar a nossa presença no Nordeste tendo como elemento catalisador a Justiça e a Paz e Juventude pela Paz.
Encerramos a assembleia com a abertura da sondagem para provincial e celebrando o jubileu sacerdotal de ouro do P. Afonso Cigarini e do
P. Giacomo Molinari, desde sempre na nossa província.

1º Aniversário da Páscoa de Dom Franco Masserdotti
Aconteceu no dia 17 de Setembro o primeiro aniversário da morte do nosso querido irmão bispo D. Franco Masserdotti.
Soubemos que em várias partes do Brasil e da Itália houve celebrações. Na diocese, no domingo dia 16 realizou-se uma peregrinação vocacional saindo às 4 da manhã do lugar do acidente rumo à catedral encerrando com a Eucaristia. Houve a participação de todas as paróquias da diocese. Calcula-se que tenham estado presentes 4.000 pessoas.
Na catedral, segunda-feira houve a santa Missa presidida por D. Erwin Krautler, Bispo de Xingu e actual presidente do CIMI. Ele, retomando o livro «Missionários do Reino» destacou o carácter missionário, além fronteiras de D. Franco.
No auditório dos Maristas, antigo Seminário Pio X, foi celebrado um acto público com a presença da sociedade civil resgatando o legado de D. Franco. Bonita a coreografia preparada por alguns alunos que quiseram expressar, através da dança, um pouco da vida de Daniel Comboni e de D. Franco.
Para a ocasião foram preparadas camisolas, calendários, um DVD pela Rádio Boa Notícia e recolhidas num livro as mensagens e homenagens que chegaram por ocasião da morte de Dom Franco.
Quanto ao esclarecimento da ocorrência da morte de D. Franco somos vítimas dos atropelos da justiça do nosso Estado.

CHADE

Trigésimo aniversário da presença comboniana

A província do Chade nasceu da expulsão dos Combonianos do Sudão em 1964 e com a chegada dos refugiados sudaneses à República Centro-Africana. A 15 de Agosto de 1977 chegaram ao Chade os primeiros três Combonianos provenientes da R. Centro-Africana: o P. Claudio Gasbarro, Dom Miguel Angel Sebastián Martínez e o P. Domingos José Delgado.
Por ocasião do trigésimo aniversário, o conselho provincial na sua globalidade reuniu-se em Moissala, a nossa primeira missão, para uma acção de graças com a população. Durante cindo dias festejamos com os cristãos de Moissala participando em diversas actividades: exposição missionária, vídeo sobre Comboni, adoração ao Santíssimo Sacramento, concerto de alguns coros, mesa redonda, transmissão radiofónica, encontro com o grupo pastoral no qual debatemos as perspectivas futuras.
As celebrações concluíram com uma Missa na qual participaram todos os representantes dos sectores desta vasta paróquia. Damos graças a Deus por nos ter permitido trabalhar nesta porção da sua vinha; agradecemos aos cristãos do Chade que acreditaram e fizeram frutificar a palavra que lhes anunciámos e a todos os que foram protagonistas desta missão comboniana no Chade nestes 30 anos.

Semear nas fronteiras do Sahel: 30 anos de história comboniana
Há cinco anos recomeçámos a compilar algum material em vista da redacção da história dos Combonianos no Chade. Para conservar a memória! Acaba de ser publicado o livro «Semer aux frontières du Sahel: 30 ans d’histoire combonienne au Tchad», escrito pelo P. Enrique Javier Rosich Vargas. Agradecemos à província espanhola que financiou boa parte desta obra. Enviámos um exemplar da mesma a cada província e delegação comboniana como presente no nosso trigésimo aniversário.
Este livro é a história dos Combonianos no Chade desde há 30 anos. «Semear nas fronteiras do Sahel» é uma audácia típica daqueles que acreditam e se deixam conduzir pelo Espírito de Jesus, um pouco à maneira da parábola do «semeador» do Evangelho que semeia em sítios pedregosos e entre os espinhos, ao longo do caminho e na terra fértil, em «tempo oportuno e inoportuno», como diria São Paulo. Semear contra toda a lógica humana. Mais de 65 Missionários Combonianos semearam e deixaram o melhor da sua vida nesta fronteira do Sahel no sul do Chade.
Trinta anos de alegrias ao lado de uma população que vibrou ao escutar a Boa Nova de Jesus; trinta anos de aprendizagem e de evangelização ao lado de povos com culturas muito ricas e com línguas tão diferentes como complexas…
Trinta anos com uma única paixão: «semear»; semear porque sabemos que a semente não nos pertence e que é portadora de muita vida para o povo chadiano.

ETIÓPIA

Início do terceiro milénio

O dia 12 de Setembro de 2007 marcou para a Etiópia a transição oficial para o terceiro milénio. O ano 2000, portanto, na Etiópia chegou com quase oito anos de atraso relativamente ao resto do globo que segue o calendário gregoriano, porque este país é o único que conserva o uso do calendário juliano, em base ao qual o nascimento de Jesus se deu precisamente faz agora 2000 anos.
O governo etíope de Meles Zenawi transformou com habilidade as celebrações do novo milénio numa ocasião irrepetível para relançar na cena internacional a imagem de um país em grande desenvolvimento e para recuperar um consenso que nos últimos anos – sobretudo na sequência das contestadas eleições políticas de 2005 – diminuiu de forma preocupante. A decisão de libertar, nos meses precedentes às celebrações do novo milénio, os membros mais autorizados do maior partido da oposição, a Coligação para a Unidade e a Democracia (CUD), e depois deles, quase 18.000 outros prisioneiros de todos os estados da federação etíope, foi uma manobra política acolhida com grande agrado por todos. O esforço que caracterizou as celebrações civis do milénio tanto na capital como nas diversas cidades e regiões do país, foi acompanhado por numerosas iniciativas em campo religioso e eclesial.
As Igrejas ortodoxa, católica e protestante focalizaram a sua atenção mais do que nos aspectos profanos das celebrações, na proposta a todas as comunidades cristãs de viver o alvorecer do novo milénio como um verdadeiro jubileu de agradecimento. As intervenções das autoridades religiosas das diversas Igrejas enfatizaram os temas típicos do jubileu que remontam à experiência do povo de Israel no Antigo Testamento: um ano de graça, de misericórdia, de solidariedade, de reconciliação, de justiça social e redistribuição dos bens e de libertação das cadeias da opressão. Precisamente neste mesmo sentido, também a libertação dos prisioneiros mencionada precedentemente foi interpretada pelas Igrejas como um gesto ‘jubilar’ da parte do governo.
O Gabinete da Comissão de Coordenação para as celebrações do Milénio da Igreja Católica (NMCO) expressou muito bem na sua mensagem de felicitações o espírito que todas as Igrejas e também as autoridades religiosas muçulmanas da Etiópia partilharam. Nela se lê: «A celebração do Jubileu do ano 2000 e do Novo Milénio não nos deve fazer esquecer a realidade de muita da nossa gente: milhares de etíopes estão ainda deslocados ou refugiados nos países limítrofes; milhões vivem ainda na pobreza e passam fome. Muitíssimos sofreram injustamente e foram vítimas inocentes. Muitos são os que não têm casa. Um grande número não tem ainda acesso a serviços básicos como educação, cuidados médicos, água potável, transportes, etc. Muitos perderam os seus entes queridos por causa da trágica pandemia da SIDA e milhões vivem sem se poderem tratar do vírus que os atingiu».
Portanto, enquanto NMCO, auspiciamos que a aurora do Novo Milénio estimule as Igrejas a trabalhar para que seja colmatada a grande diferença social entre a população, promovendo a unidade do país.
Celebrações litúrgicas prolongadas, cheias de cor, de gestos e de símbolos jubilares foram organizadas pelas diversas Igrejas. Particularmente intensas e muito participadas as que foram organizadas em Addis Abeba pela Igreja ortodoxa na vigília do Ano Novo com a presença do Patriarca Abune Paulos e de muitos bispos, sacerdotes, diáconos, cantores e fiéis que em clima de oração viveram uma vigília bíblica que se prolongou pela noite dentro e iluminada pelas centenas de velas distribuídas a todos os participantes. Uma liturgia em que o canto tradicional do wazema, a lenta salmodia em língua ghe’ez e as orações em forma de ladainha criaram uma atmosfera de intensa espiritualidade. A celebração eucarística oficial do milénio por parte da Igreja católica teve lugar domingo 16 de Setembro. Presidida pelo arcebispo metropolita de Addis-Abeba, Abune Berhane Yesus Surafiel, acompanhado pelos bispos das dioceses, dos vigários e das prefeituras apostólicas da Etiópia, contou com a participação de um grande número de agentes pastorais religiosos e de fiéis provenientes de todo o país.
Momento intenso e comovente foi a entrega aos representantes das dez jurisdições eclesiais do país de outros tantos Crucifixos grandes esculpidos segundo o modelo original, da autoria de um artista de Addis-Abeba, que fora benzido pelo Papa no recente Encontro dos jovens em Loreto, e levado novamente para a Etiópia por Dom Abune Musè Gebreghirogis, bispo de Emdebir, uma das dioceses etíopes. Os crucifixos passarão de paróquia em paróquia numa peregrinação que se prolongará por todo o ano jubilar, sublinhando a vocação de cada cristão a tornar-se instrumento de paz, de reconciliação, de justiça, de perdão e de amor até à entrega da própria vida, a exemplo de Jesus Cristo. A oração elevada por todos é que finalmente tanto a Etiópia como o Corno de África e todo o continente possam gozar daquela paz que até hoje permaneceu um grande sonho por realizar.
(P. Giuseppe Cavallini, mccj)

ITÁLIA

Comemoração de Dom Gianfranco Masserdotti

A comunidade comboniana de Brescia organizou uma comemoração no primeiro aniversário da morte de D. Gianfranco Masserdotti (ocorrida a 17 de Setembro de 2006).
O acontecimento teve dois momentos. Começou às 20 horas com uma celebração eucarística na igreja do Bom Pastor, adjacente à casa comboniana. A Missa foi presidida pelo bispo auxiliar de Brescia, D. Francesco Beschi, acompanhado por D. Serafino Spreafico, capuchinho, bispo emérito da diocese de Grajaú, vizinha de Balsas, D. Antonio Menegazzo, administrador apostólico de El Obeid (Sudão), e muitos sacerdotes combonianos e diocesanos. Estavam presentes também os Assistentes Gerais P. Tesfamariam Ghebrecristos Woldeghebriel e Ir. Umberto Martinuzzo. Durante a Missa foram lidas as mensagens do P. Teresino Serra, Superior Geral, e do P. Antonio Guglielmi, administrador da diocese de Balsas, ao passo que D. Francesco Beschi recordou com comoção os seus encontros com D. Franco e sublinhou a lucidez e a credibilidade do seu testemunho missionário. A comemoração prosseguiu no salão da casa comboniana com a apresentação do livro «A braccia aperte», organizado pelo P. Carmine Curci, que descreve a vida, a figura e a espiritualidade de D. Masserdotti, e a inauguração de um grande retrato, uma composição fotográfica que mostra D. Franco com as vestes e as insígnias do seu ministério episcopal e em fundo a igreja bresciana do Bom Pastor e o rosto de um jovem brasileiro. A participação das pessoas tornou evidente que a memória de D. Franco continua viva na Igreja de Brescia, na qual nasceu e cresceu e para a qual permanece um estímulo forte à abertura e à solidariedade com a missão e com os pobres.

NAP

Visita do Ecónomo Geral

O P. Alessandro Guarda, ecónomo geral, no mês de Agosto efectuou uma visita à NAP. Embora o principal objectivo da sua viagem fosse a questão económica, o P. Alessandro teve oportunidade de visitar as comunidades de Cincinati, Chicago e Califórnia. A experiência foi positiva tanto para ele como para nós.

Problemas de imigração que nos tocam de perto
Cento e cinquenta membros da paróquia de São Carlos Borromeo, de Cincinati, onde o P. William Jansen é pároco, foram detidos recentemente e presos com a acusação de serem imigrantes clandestinos. Os Missionários Combonianos estão a fazer o máximo possível para manter contacto com estes desventurados, mas encontram muitas dificuldades por parte das autoridades. Rezemos por uma solução justa e rápida deste problema.

PERU-CHILE

Visita do P. Teresino Serra

Em meados de Agosto (de 6 a 19) esteve connosco o P. Teresino Serra, Superior Geral. Na primeira semana orientou o retiro anual, com mais de quarenta participantes, no qual partilhou connosco alguns aspectos fundamentais da nossa espiritualidade comboniana. Foi uma autêntica experiência de graça e animação. Sucessivamente pôde reunir-se com os membros do conselho provincial e um nutrido grupo de representantes de todas as nossas comunidades para apresentar-nos os principais desafios que, enquanto Instituto, estamos a viver neste momento histórico. Dada a escassa disponibilidade de tempo, pôde visitar apenas as comunidades de Lima: postulado, teologado, CAM, Chorillos e a sede provincial. Agradecemos ao Senhor por estas jornadas que nos ajudaram a manter vivos os vínculos com a nossa família comboniana.

Terramoto no Peru
Nunca poderemos esquecer a experiência que vivemos no dia 15 de Agosto passado, durante o terramoto. Duas paróquias que se encontram nas zonas mais atingidas estão sob a nossa responsabilidade: El Carmen e Sunampe. Há muitos feridos e prejuízos materiais bastante avultados. Mas é preciso assinalar também a cadeia de solidariedade que se veio a criar no meio desta desgraça. Muitas mãos se uniram, no Peru e fora, para vir ao encontro destes irmãos necessitados. Pudemos observar realmente como o Espírito se está a revelar em tantos corações para aliviar o sofrimento dos irmãos atingidos.
A maior parte das igrejas sofreu danos notáveis tal como a casa onde vivem os nossos missionários em El Carmen; felizmente não houve vítimas. Está-se a avaliar os prejuízos para depois empreender algumas iniciativas. O P. Lorenzo Bergantini, pároco de El Carmen, fez um precioso trabalho de coordenação e animação entre os seus fiéis e está a fazer o impossível para se manter presente em todas as comunidades, sobretudo nas que foram mais afectadas. Agradecemos desde já às províncias e às muitas pessoas que nos estão a ajudar, na medida das suas possibilidades. Foi também instaurada uma recolha de fundos para as pessoas que sofreram maiores perdas.

Ordenação
A 8 de Setembro, Festa da Natividade de Maria, a nossa província foi abençoada com a ordenação sacerdotal do jovem Gilver Calongos Maslucán que se realizou na sua terra natal, Jumbilla, departamento do Amazonas, no nordeste peruano, na diocese de Chachapoyas. Ali se reuniram uma dezena de Combonianos, entre sacerdotes, Irmãos, escolásticos e religiosas para acompanhar o novo missionário.
Gilver é o primeiro sacerdote desta comunidade. O pároco recebeu-nos de braços abertos para não falar da população. Foi um verdadeiro acontecimento na terra. Nos dias precedentes tinha-se visitado as escolas, tinha-se falado com as emissoras locais e convidado os habitantes das povoações vizinhas que naquele dia acorreram numerosos para participar na ordenação sacerdotal do primeiro dos seus filhos.
O bispo ordenante, D. Emiliano Cisneros Martínez OAR, um homem particularmente próximo aos seus fiéis, teve palavras de elogio para com o nosso confrade e a sua reflexão foi muito missionária. Disse que era de sublinhar o facto de o primeiro sacerdote desta terra ser um Missionário Comboniano e pediu a todos os participantes que não metessem em saco roto a chamada do Senhor a segui-lo como religiosos, sacerdotes e/ou missionários dispostos a ir pelos caminhos do mundo. O P. Gilver foi destinado à província do Togo-Ghana-Benin.

REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA

Fórum dos jovens

A paróquia Notre Dame de Fátima, Bangui, organizou, de 22 a 26 de Agosto de 2007, o primeiro fórum paroquial dos jovens sobre o tema: radicar a minha vida. A Missa de abertura foi presidida pelo Núncio Apostólico na R. Centro-Africana, Dom Pierre Nguyen Van Tot. Depois do anúncio da abertura do fórum por parte do pároco, P. Gabriele Perobelli, os 115 participantes reuniram-se no Colégio Notre Dame de Chartres onde, durante quatro dias, rezaram e reflectiram em conjunto sobre os problemas concretos da sua vida quotidiana e sobre a sua relação com Cristo. Por meio de intervenções, testemunhos e filmagens, puseram em destaque a sua realidade para se tornarem, na situação actual, sentinelas dos valores humanos e cristãos.
Foram estes os principais temas enfrentados: a análise da realidade centro-africana, os jovens e a bruxaria, os jovens e o aborto, a gestão da vida afectiva e sexual, a redescoberta de Jesus Cristo, Salvador, amigo fiel e homem equilibrado. Entre os testemunhos: uma religiosa, um sacerdote, um casal, casado pela igreja, uma mulher infectada com SIDA, um jovem que vive nesta complexa realidade e que contou o seu modo de a enfrentar.
Todas as noites, após um momento de oração animado pelo P. Léonard Ndjadi Ndjate, capelão dos jovens, foi projectado um filme que, sublinhando o tema tratado durante o dia, envolvia mais profundamente a consciência dos jovens nesta dinâmica de reflexão, debates e testemunhos. Domingo de manhã, 26 de Agosto, teve lugar uma mesa redonda durante a qual, separadamente, as 40 raparigas e os 75 rapazes, trataram, mais uma vez, os principais problemas da sua quotidianidade e depois, juntos, assumiram alguns propósitos por uma vida radicada não mais sobre bases sentimentais e efémeras, mas na pessoa de Jesus Cristo e nos valores humanos. A celebração eucarística com que se encerrou este primeiro fórum paroquial, foi presidida pelo provincial, P. Victor-Hugo Castillo Matarrita. Na homilia, o celebrante convidou os jovens a escolher definitivamente, «com a força que os habita», o excelente princípio do amor de Cristo que afunda no amor do Pai e a viver na não-violência. Audácia, humildade, santidade: são estes os valores humanos que constituem os novos caminhos de uma geração e de uma humanidade renovada e radicada.

SUDÃO DO SUL

50° de ordenação sacerdotal

No dia 1 de Setembro de 2007, na Casa Comboni de Juba, o P.e Pedro Magalasi celebrou as bodas de ouro da sua ordenação sacerdotal. O P.e Padro nasceu há 77 anos em Tombora, no Sul do Sudão e foi ordenado sacerdote missionário comboniano no dia 7 de Julho de 1957. Actualmente trabalha em Duru, na RD do Congo.
De manhã, o P.e Pedro presidiu à celebração eucarística durante a qual recordou os inícios das duas comunidades de Hai Amarat, Juba, e a sua serena partilha dos dons e dos recursos «na boa e na má sorte». Manifestou também a sua alegria pelo regresso a Juba dos Missionários e das Missionárias Combonianas, depois de 14 anos de forçada ausência. Encorajou as duas comunidades a trabalharem em conjunto e a colocarem Cristo no centro da sua vida, e a não trabalhar demais para suprir a falta de missionários. Finalmente, ele falou com entusiasmo do seu trabalho apostólico em Duru. A celebração continuou depois na tarde, com um jantar de festa, que contou com a presença do arcebispo de Juba, Monsenhor Paulino Lukudu, que foi aluno do P.e Pedro, do Diácono Onesimo Kenyi, secretário do arcebispo, e do Ir. Augusto Lopeta membro do Instituto de S. Martinho de Porres.

NA PAZ DE CRISTO
Ir. Antonio Gasparini
(25.02.1924 – 25.07.2007)
P. Paolo Longo (08.12. 1928 – 10.09.2007)

Rezemos pelos nossos defuntos
O PAI
: Francesco Saverio, do P. Donato Goffredo (LP); Emilio, do
Ir. Giuseppe Parise (KH); Edward, do Esc. Miąsik Maciej Tomasz.
A MÃE: Adele, do P. Marco Martinelli (I); Dolores, do Ir. David Enríquez Sánchez (M); Marie-Claire, do Ir. Simon Zissou Tsoklo (CN); Oliva, do Ir. Alberto Visintin (CA).
O IRMÃO: Leonel, do P. Ignacio López Toro (M); Anteo, do P. Severino Crescentini (I).
A IRMÃ: Caterina, do P. Aleardo De Berti jr (I); Giacomina, do
P. Lorenzo Tomasoni (KH); Maria, do P. Egidio Melzani (BS).
AS IRMÃS MISSIONÁRIAS COMBONIANAS: Ir. M. Caterina Baldisserotto; Ir. Serafica Colombo; Ir. Tranquillina Conti; Ir. M. Dionisia Collizzolli; Ir. Rinalda Franchin.

Consulta sempre o nosso Sítio Web: http://www.comboni.org

Familia Comboniana n. 646