Quinta-feira, 23 de Janeiro de 2025
O padre José Joaquim da Silva Araújo, missionário comboniano, encontra-se actualmente a trabalhar como formador no postulantado de Balaka, no Maláui. Hoje, conta-nos alguns momentos significativos da sua vocação e do seu trabalho missionário além-fronteiras, em particular nas províncias combonianas de Moçambique e do Maláui e Zâmbia.
Nasci em Vila Nova de Famalicão em novembro de 1959 e cresci em Sezures. Sou o mais velho de sete irmãos e duas irmãs.
O desejo de ser missionário foi suscitado pela leitura das revistas missionárias Audácia e Além-Mar por volta de 1975-1976, e expressei-o aos meus pais que, apesar de necessitarem da minha colaboração para prover às necessidades da família (alguns filhos na escola, outros ainda mais pequenos), não puseram obstáculos, antes pelo contrário, afirmaram que fariam todos os esforços e sacrifícios para me darem apoio nessa decisão e vocação.
Encontrei acompanhamento e orientação nos Combonianos em Famalicão, particularmente no padre Emílio Franzolin. A par disso, entusiasmaram-me muito o que lia sobre as missões, os testemunhos de missionários em África e noutras partes do mundo, a leitura mais assídua do Novo Testamento da Bíblia, a participação mais ativa nas atividades da paróquia, e a vida e exemplo do grande missionário bispo São Daniel Comboni.
Ao entrar no seminário comboniano da Maia em 1977, um desafio grande foi o dos estudos. Tive de fazer um curso intensivo para recuperar da meia dúzia de anos sem escola. Com a ajuda de todos à minha volta, também nos anos seguintes no seminário em Famalicão, foi possível avançar, com a paciência necessária.
Concluídas as etapas da formação comboniana do postulantado, em Coimbra, e do noviciado, em Santarém (findo o qual fiz a consagração religiosa), e o estudo da Teologia em Londres, fui admitido aos votos perpétuos e às ordens sacras. Fui ordenado sacerdote em Braga, a 26 de agosto de 1990.
Nos três anos seguintes, fui animador vocacional em Viseu, na modalidade do Seminário Comboniano em Família. Em 1993, fui enviado em missão para Moçambique. Estive quatro anos em Iapala, na arquidiocese de Nampula, e os outros quatro em Mirrote e Mapa, diocese de Nacala. Aprendi muito naquelas comunidades rurais, depois da guerra civil, com muitos refugiados a regressar e muitas comunidades cristãs a serem criadas, muita novidade e entreajuda.
De 2002 a 2007, trabalhei em Portugal: os primeiros quatro anos na Maia, e o último em Santarém, na animação vocacional e missionária. A identificação com o Senhor Jesus Cristo, com a família comboniana e com a missão da Igreja foi crescendo e solidificando-se, não sem dificuldades, e ajudando-me a servir melhor.
Em 2007, fui enviado para o Maláui. Em 2009, fui destinado à Zâmbia. E, desde finais de 2021, tenho trabalhado de novo no Maláui, primeiramente numa paróquia rural, e desde fevereiro de 2024, na casa de formação de Balaka, onde acompanho 24 seminaristas combonianos na sua caminhada vocacional e estudos de filosofia.
Em missão, tudo é desafio para mim, para aprender e servir o melhor possível, com humildade e alegria. Peço e conto com a vossa oração.