P. Manuel João Pereira Correia: “Dedico-vos este meu breve poema”

De facto, trata-se de 40 + 4, um número em que, se queremos forçar a simbologia bíblica, se esconde um período ideal e completo indicado pelo número 40, a que se acrescenta o 4, o número característico de quanto é terrestre (pensemos, por exemplo, aos quatro elementos basilares da natureza ou aos quatro pontos cardeais...). Por conseguinte, uma vida vivida entre o ideal e a terrena fragilidade.

Mas, deixemos estar estas aproximações imaginativas... para mim trata-se, pura e simplesmente, de aproveitar a ocasião para vos mandar uma lembrança, uma saudação de gratidão pela vossa proximidade amiga na minha vida. Peço-vos uma oração, uma simples Avé Maria rezada com um coração amante.
Desejo-vos uma boa semana da Assunção!

E dedico-vos este meu breve poema, pensando a quantos de vós estais a contemplar os vastos horizontes do mar ou da montanha; e especialmente a quantos têm a coragem de sonhar, apesar das duras provas da vida:

Que a minha vida não seja
Uma barca no porto recolhida
Com a vela descida
Come se estivesse enrolada,
De uma longa viagem já chegada,
Não tendo tido, porém, uma saída
Estando ao medo ancorada.

Arrisca, caravela minha,
Larga as velas e voa,
Faz-te ao largo, corajosa,
Que para o alto mar foste pensada.
Entre brisas, ventos e tempestades,
Será a liberdade conquistada,
Pois uma vida sem aventura
É uma vida já naufragada.

Voa, voa, minha caravela
O Mar Infinito por ti espera!

P. Manuel João Pereira Correia, mccj
Castel D’Azzano, 15 de Agosto de 2022