Quinta-feira, 6 de Fevereiro de 2014
A revista comboniana «Mundo Negro», publicada em Espanha, concedeu o Prémio da Fraternidade 2013 a Angélique Namaika, religiosa agostiniana da diocese de Dungu-Doruma, na República Democrática do Congo. O prémio foi entregue durante o XXVI Encontro de Antropologia e Missão, realizado em Madrid, na Espanha, nos dias 1 e 2 de Fevereiro sob o tema «Refugiados: vozes para a esperança».

 

A irmã Angélique
com o P. Ramón Eguíluz,
comboniano,
superior provincial
de Espanha.

A irmã Angélique Namaika, uma autêntica voz de esperança, trabalha com sobreviventes dos ataques da guerrilha LRA (Lord's Resistance Army) em regiões remotas do nordeste da República Democrática do Congo (RDC).

A religiosa católica dirige um Centro para Reintegração e Desenvolvimento, ajudando a transformar as vidas de mais de 2.000 mulheres e meninas que foram forçadas a deixar as suas casas e abusadas, principalmente pelo LRA. A ajuda estende-se a milhares de mulheres vítimas da brutal violência sexual e de género", com "histórias de sequestro, trabalho forçado, espancamento, assassinato, violação e outros ataques aos Direitos Humanos.

A própria Irmã Angélique foi, em 2009, forçada a deslocar-se em consequência da violência praticada pelo LRA. Deste trauma, ela tira parte da sua motivação para realizar o seu trabalho quotidiano com as mulheres congolesas mais vulneráveis.

«África é o continente com o maior número de refugiados e a revista Mundo Negro não poderia permanecer à margem deste tema. Alguns dos nossos missionários vivem em áreas marcadas por campos de refugiados ou pela constante migração e deslocamento a que são obrigados milhões de africanos», disse o P. Jaime Calvera, diretor de Mundo Negro.

De acordo com a revista, «a religiosa é um símbolo do trabalho que a Igreja desenvolve em um dos recantos mais perigosos do continente africano e  com um coletivo, os refugiados, que está entre os grupos mais facilmente esquecidos». O prémio acompanha um valor de 10.000 euros.

Em 2013, a irmã Angélique Namaika recebeu o Prémio Nansen, concedido pelo organismo da ONU para os Refugiados (Acnur).