Noticiário mensal dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus

DIRECÇÃO-GERAL

ASSEMBLEIA INTERCAPITULAR

A Assembleia Intercapitular teve lugar de 2 a 22 de Setembro em Roma, na Casa Geral: 20 dias em que trabalharam juntos os superiores das circunscrições combonianas e os membros da Direção-Geral. Entre relações e intervenções, foram tratados os temas de actualidade para o Instituto e a missão, como a Ratio Missionis, o Código de Conduta, o Fundo Comum Total, a unificação das Circunscrições, a Regra de Vida, os critérios de destinação do pessoal e a preparação do próximo Capítulo Geral.

A Assembleia foi declarada aberta na manhã de domingo 2 de Setembro pelo Superior Geral, P. Enrique Sánchez González, que falou da Intercapitular como de «dom especial» por nos relatar tudo aquilo que vivemos, repercorrer o caminho feito, reorganizar o próximo futuro, enriquecer-nos com as experiências que cada um traz consigo, definindo-a como «uma ocasião para nos sentirmos responsáveis por todo o Instituto».

A Superiora Geral das Combonianas, Ir. Luzia Premoli, enviou uma mensagem ao Conselho Geral, manifestando a sua proximidade na oração a todos os Combonianos reunidos.

Primeira semana

Segunda-feira 3 – O P. Josep Maria Abella Batlle, de 63 anos, Superior Geral dos Missionários Filhos do Coração Imaculado de Maria (Claretianos), orientou a reflexão com a sua relação sobre «Missão e vida consagrada hoje».

Terça-feira 4 – O Superior Geral começou por apresentar o caminho feito pelo Instituto nos últimos três anos. Os dias 4 a 6 foram dedicados à leitura das relações do Conselheiro Geral (CG), dos Secretariados Gerais e encarregados de alguns departamentos e das circunscrições por continentes.

De tarde, apresentaram as suas relações o secretário geral da Evangelização, P. Mariano Tibaldo, da Animação Missionária, P. Jorge Oscar Garcia Castillo, e o coordenador de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC), dos Leigos Missionários Combonianos (LMC) e do Sítio Web do Instituto, P. Arlindo Ferreira Pinto.

Quarta-feira 5 – Apresentaram as suas relações o secretário geral da Promoção Vocacional e Formação de Base, P. Opargiw John Baptist Keraryo, da Economia, P. Claudio Lurati, o Secretário Geral, P. Umberto Pescantini, e o coordenador da Formação Permanente, P. Danilo Cimitan.

Quinta-feira 6 – A manhã começou com a celebração eucarística por grupos continentais: Uma boa ocasião para levar ao altar do Senhor a realidade geográfica e humana de cada um dos lugares em que os Combonianos estão presentes. Toda a jornada foi dedicada às relações dos subcontinentes África anglófona-Moçambique, África francófona e dos continentes América-Ásia e Europa.

Sexta-feira 7 – Os trabalhos da Assembleia foram dedicados à reflexão sobre o tema da «continentalidade». O Ir. Daniele Giusti, assistente geral, fez um breve percurso histórico de como se chegou a este tema e um resumo dos resultados do «questionário sobre a continentalidade».

Sábado 8 – Dia de repouso e passatempo. Durante a manhã os participantes visitaram a pequena cidade de Orvieto com a bela catedral e durante a tarde celebraram a Missa na igreja de santa Cristina em Bolsena.

Segunda semana

Segunda-feira 10 – A segunda semana de trabalhos foi aberta com a apresentação do documento da Ratio Missionis (RM), como tinha sido pedido pelo Capítulo Geral de 2009 à comissão ad hoc.

Terça-feira 11 – Durante a manhã, o P. John Baptist Keraryo Opargiw, secretário geral da Formação de Base, apresentou três temas sobre os quais a Assembleia Intercapitular é chamada a tirar conclusões: o Serviço Missionário dos escolásticos, antes ou depois dos estudos teológicos, a Continentalidade dos Escolasticados e a Inserção dos Escolasticados.

Quarta-feira 12 – Relativamente ao primeiro tema da jornada – o Código Deontológico (CD) – o P. Enrique Sánchez G., o P. Danilo Cimitan e o P. Alberto Pelucchi fizeram a contextualização do atual CD, informando sobre o que está hoje a acontecer na Igreja.

O segundo tema – Fundo Comum Total (FCT) – foi exposto exaustivamente pelo P. Claudio Lurati, ecónomo geral do Instituto, que clarificou sobre o que não é o FCT. O P. Claudio explicou que «o FCT, apesar de incluir aspectos técnicos novos na gestão dos bens, é sobretudo a escolha de um estilo de vida e de opções mais evangélicas como a simplicidade e a sobriedade, a autolimitação no uso dos bens, a adopção de estruturas mais pequenas, simples e em linha com as possibilidades do povo, a procura de iniciativas de autosustentação para diminuir a dependência do estrangeiro».

Quinta-feira 13 – A jornada foi dedicada ao tema «Unificação das circunscrições». O Superior Geral da Sociedade dos Missionários de África, P. Richard Baawobr, relatou à Assembleia a experiência do seu processo de reestruturação. Na segunda sessão da manhã, o Ir. Giusti fez um excurso histórico do caminho comboniano desde o Capítulo de 1985 até ao mandato capitular de 2009, salientando números, serviços, necessidades, valores e dificuldades da possível unificação no Instituto dos Missionários Combonianos. O P. Tesfaye Tadesse Gebresilasie, assistente geral, apresentou as experiências de unificação em outros Institutos.

De tarde houve um tempo de confronto e debate em sala, depois do qual, antes de iniciar o trabalho dos grupos, o Ir. Giusti, em nome do CG, indicou pistas de reflexão muito pragmáticas, quer para as circunscrições que já decidiram ou declararam uma certa propensão para se unir, quer para aquelas que ainda não previram a unificação.

Sexta-feira 14 e sábado 15 – A manhã de 14 de Setembro foi dedicada à apresentação das reflexões dos grupos em sala. A tarde e também o dia seguinte foram deixados livres para continuar os encontros do CG com os superiores de circunscrição.

Domingo 16 – O Cardeal Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, visitou os Missionários Combonianos e presidiu à Santa Missa. Depois da missa houve em breve encontro na sala capitular, seguido de um almoço fraterno.

Terceira semana

Segunda-feira 17 – A última semana dos trabalhos começou com a partilha do P. Venanzio Milani sobre as actividades desenvolvidas pela Comissão para a Regra de Vida, por ele coordenada. O P. Milani recordou a história da Regra de Vida desde 1979 a 2009 – sobretudo desde quando a RV surge com as duas partes num único texto: a parte constitucional com 175 artigos (para alterá-los é necessária a autorização da Santa Sé) e a parte directorial com 529 artigos (para alterá-los basta a aprovação do Capítulo). Tendo presente que em 2013 é o vigésimo quinto aniversário da publicação da edição definitiva da Regra de Vida, o P. Milani fez diversas propostas que serão avaliadas mais tarde pelos superiores das circunscrições.

De tarde o P. Tesfaye Tadesse G., informou sobre a actual situação do pessoal do Instituto e em particular sobre os critérios para a distribuição, sublinhando a importância de tomar em consideração a linha geral do último Capítulo (DC 2009, 125.6): «Haja equilíbrio entre pessoal e empenhos para requalificar a missão segundo as prioridades; com esse fim, se necessário, reduza-se o número das comunidades e das Circunscrições (unificação/fusão/união)».

Terça-feira 18 – Com o objectivo de verificar e avaliar o percurso em acto e programar o próximo triénio, a comissão de síntese – constituída por P. Angelo Giorgetti, P. Girolamo Miante e P. Luis Alberto Barrera Pacheco – assinalou os pontos de maior interesse levantados durante a Assembleia. Foram apontadas algumas advertências concretas sobre tudo aquilo que foi levantado nas várias relações e nas reflexões sobre os assuntos principais do caminho do Instituto: unificação das circunscrições, Fundo Comum Total, Código de Conduta, formação, continentalidade, Ratio Missionis, Regra de Vida e atribuição do pessoal.

De tarde trabalhou-se por grupos linguísticos com o objetivo de examinar os pontos levantados e individuar os empenhos prioritários para os próximos três anos a nível de Conselho Geral, de continentes e de circunscrições.

Quarta-feira 19 e quinta-feira 20 – Todo o primeiro dia e a manhã do segundo foram dedicados à preparação do próximo Capítulo de 2015. O P. Mariano Tibaldo e o P. Antonio Villarino expuseram a investigação que ambos fizeram sobre os estatutos e sobre os procedimentos – desde a preparação ao pós-Capítulo – seguidos pelos Institutos missionários da Consolata, dos Saverianos e do PIME (Pontifício Instituto Missões Estrangeiras). De tarde trabalhou-se por grupos linguísticos.

Ainda na manhã do dia 20, as sugestões dos grupos foram submetidas a um longo debate. Os participantes votaram, em maioria por um Capitulo monotemático (foi sugerido o tema «ser Missionários Combonianos na época da nova evangelização»), a ajuda de um facilitador, a duração do Capítulo fixada em precedência e a necessidade de renovar o Estatuto capitular.

A última tarde foi dedicada ao intercâmbio de ideias sobre algumas actividades no setor da Justiça e Paz. O P. Moschetti falou das conclusões do Fórum Comboniano sobre a Integridade da Criação, realizado em Junho de 2012 no Rio de Janeiro, e do próximo Fórum Social Mundial (22-28 de Março de 2013) ao qual se seguirá o Fórum Comboniano
(29-31 de Março de 2013), em Tunis. O Ir. Simone Bauce falou brevemente daquilo que a província comboniana do Equador está a fazer no âmbito da Justiça e Paz.

A Assembleia Intercapitular encerrou com as palavras do Superior Geral, P. Enrqiue Sánchez G., que agradeceu a todos os presentes pelo seu trabalho destas três semanas e pelo serviço missionário que levam por diante nos países onde os Combonianos estão presentes. Durante a Eucaristia, o P. Enrique comentou cinco palavras-chave: fidelidade, confiança, urgência, esperança e fé.

Profissões perpétuas

Esc. Billo Junior Bertrand C. (RCA)

Grimari (RCA)

18.08.2012

Esc. Najarro Morales Oscar A. (DCA)

Ciudad Guatemala (DCA)

15.06.2012

Obra do Redentor

Outubro          01 – 15 P        16 – 31 RSA

Novembro      01 – 07 SS      08 – 15 TC      16 – 30 T

Intenções de oração

Outubro – Para que o exemplo de São Daniel Comboni, grande animador missionário, inspire toda a Família Comboniana a desenvolver o ministério da animação missionária para ajudar as Igrejas locais a abrir-se à missão ad gentes, à solidariedade e cooperação entre as Igrejas. Oremos.

Novembro – Para que o Senhor conceda aos nossos irmãos e irmãs defuntos, muitos dos quais caíram como o grão de trigo no sulco da missão, o prémio dos justos e a paz eterna. Oremos.

Publicações

P. Giovanni Taneburgo: Sentieri di luce. Editora Cierre Gráfica, 2012, 119 páginas. Trata-se de 14 pequenos capítulos sobre o amor gratuito de Deus por cada um de nós, quando a sua iniciativa encontra a nossa correspondência.

ÁFRICA DO SUL

25º aniversário de sacerdócio

Dia 3 de setembro o P. Jude Eugene Burgers celebrou o 25º aniversário de ordenação sacerdotal na sua paróquia da Santíssima Trindade, na Arquidiocese da Cidade do Cabo. Na celebração estavam presentes o bispo emérito Mons. Edward Robert Adams – que era pároco da paróquia da Santíssima Trindade no ano em que o P. Jude entrara no seminário diocesano – nove sacerdotes combonianos e o P. Peters, sacerdote diocesano e actual pároco, colega de carteira do P. Jude no seminário.

Numa igreja repleta de gente, o P. Jude, que presidiu à Eucaristia, agradeceu a Deus, aos seus pais e a todos os paroquianos por o terem ajudado a crescer na fé católica: «Muitas pessoas contribuíram para o meu crescimento vocacional – disse – e no empenho ao serviço dos pobres. Sou aquilo que sou pela graça de Deus e as vossas orações. Continuai a rezar por mim e por outras vocações». De facto, o P. Jude é também o único Comboniano da Arquidiocese da Cidade do Cabo: por isso encorajou todos a rezar pelas vocações, especialmente pelas vocações missionárias. O P. Vincent Mkhabela, viceprovincial, falou em nome do Superior provincial (que actualmente se encontra em Roma para a Assembleia Intercapitular) agradecendo à família do P. Jude e a toda a paróquia por terem oferecido o P. Jude a Deus e à Família Comboniana. Logo depois da celebração eucarística, um grupo de jovens, dispostos em forma de cruz diante do altar, entoou um belíssimo cântico. Após a bênção final, todos os presentes deslocaram-se ao salão paroquial, onde foi servido um refresco, alegrado pelos cânticos dos vários grupos presentes na festa.

Entrega da paróquia de Mount Frere à diocese

A 9 de setembro, a Província comboniana da África do Sul entregou a paróquia do Sagrado Coração de Mount Frere à diocese de Kokstad. A paróquia, que tinha sido administrada de 1892 a 1989 pelos Franciscanos (OFM) e de 1990 a 2012 pelos Missionários Combonianos, foi confiada pela primeira vez na sua história a um sacerdote diocesano sul-africano que se tornou seu pároco. O bispo Stanislaw Jan Dziuba, Administrador Apostólico da Diocese de Kokstad, presidiu à Eucaristia.

A celebração da passagem de entrega foi preparada pelo P. Mariano Pérez González, comboniano, até agora pároco do Sagrado Coração, e pela comunidade paroquial. Numa igreja apinhada de fiéis, a gente cantou e dançou com grande emoção para expressar a sua alegria e ao mesmo tempo a sua tristeza. Na sua homilia o bispo Dziuba agradeceu aos Combonianos que trabalharam em Mount Frere, mencionando todos os seus nomes. Depois da celebração eucarística, o P. Robert Ochola leu a mensagem enviada de Roma pelo Superior Provincial, P. Jeremias dos Santos Martins. No mesmo dia a comunidade comboniana de Mount Frere foi oficialmente encerrada.

BRASIL NORDESTE

P. Dario vence contra o gigante do ferro

O gigante abatido pelo comboniano P. Dario Bossi, chegado ao Brasil proveniente de Varese, é o colosso mineiro Vale ao qual um juiz, Ricardo Macieira, intimou para suspender os trabalhos de ampliação da sua linha de Caraiás: 900 quilómetros de caminho de ferro, desde as minas de ferro da empresa até ao porto de São Luís, atravessando o estado amazónico do Pará. «Um projeto de 28 mil milhões de dólares que – explica o P. Dario ao telefone –, com a abertura de novas grandes minas e o alargamento do porto, tinha sido feito passar como uma pequena intervenção para desse modo poder escapar à avaliação de impacto ambiental e ao consenso da população». Para dar uma ideia de quão «pequenas» fossem aquelas obras, o missionário acrescenta: «Hoje nesta linha viajam diariamente 24 comboios de 330 vagões; num futuro, uma vez duplicada a linha férrea, pretenderia fazer transitar um comboio a cada 25 minutos, 58 por dia. E uma vez que cada comboio com a sua carga de ferro, poluição e ruído tem o comprimento de 4 quilómetros e a sua passagem demora cinco minutos, isso equivale a penhorar diariamente um quinto de vida às pessoas que vivem ao longo dessa linha».

O P. Dario apoiou a luta dos habitantes dos 27 municípios, 100 comunidades ao todo, que convivem com a linha do comboio. «Em primeiro lugar dos nativos Quilombolas, descendentes dos escravos africanos, que sofrem mais que os outros o impacto deste neocolonialismo que saqueia sem dar».

No seu blog o P. Dario escreveu: «O rio Pindaré desce lento e amplo, de inverno, ao lado de aldeias no profundo interior deste nosso Maranhão. Grupos de famílias estabeleceram-se nas terras das margens do rio: uma pequena reforma agrária que interrompe terras de fazendeiros. Perto da margem corre, em paralelo, outro curso: o caminho de ferro Vale, que transporta 300 mil toneladas de mineral de ferro todos os dias, para exportação. Este comboio do produto não se detém, não conhece obstáculos. Arrasta, mata, acorda com o seu ruído ensurdecedor e fende as paredes de barro das casas pelo meio das quais passa». De forma que quando os trabalhos para a duplicação começaram, apresentou recurso juntamente com o conselho indigenista missionário, à sociedade dos direitos humanos do Maranhão e ao Centro de cultura afro, com a aprovação da «Rede Justiça nos Trilhos» (Giustizia sui binari). O juiz estabeleceu que aqueles trabalhos iam ser suspensos de imediato porque a licença concedida ao Vale pelo Instituto do ambiente era irregular. E tudo foi suspenso. Agora aguarda-se um novo veredicto de segundo grau. (Corriere della Sera – 8 de Agosto de 2012).

COLÔMBIA

Comunicado da Diocese de Tumaco (breve resumo)

Enquanto diocese de Tumaco unimo-nos à dor e ao clamor das pessoas e das comunidades desta Costa do Pacífico Nariñense, onde somos obrigados a viver e a resistir num conflito social e armado que infelizmente já dura há mais de 10 anos e que afecta ainda com os últimos acontecimentos violentos a possibilidade de uma vida digna e tranquila…

Dirigimo-nos ao governo nacional…, à guerrilha da FARC-EP…, a todos os actores armados ilegais que na luta pelo controlo territorial e da economia ilegal mantêm reféns bairros e comunidades inteiras, para que respeitem a coexistência do normal viver das comunidades da Costa Pacífica Nariñense, para que não envolvam a população civil e sobretudo respeitem a vida, que é sagrada.

A palavra de Jesus Cristo «eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância» (Jo 10,10), é válida também para as nossas comunidades afro, indígenas e mestiças da Costa Pacífica Nariñense e exige um esforço comunitário para ser possível caminhar juntos avançando na mesma direção.

 Reflexão do P. Daniele Zarantonello de Tumaco

Há já vários dias que estamos sem eletricidade, a situação é preocupante e difícil de entender. As comunidades vão avançado com a fidelidade e a determinação das primeiras comunidades.

Trabalhamos com paixão: a violência e a exclusão são parte da nossa história, não serão parte do nosso futuro. Aproxima-se a «semana pela paz» que viveremos enquanto diocese de 16 a 22 de Setembro de 2012 com o tema «Pa’ tejer otra historia, hagamos memoria». Façamos memória, não só do passado remoto mas também do mais recente.

Aquilo que vivemos não está nos lábios de ninguém, em Bogotá não se sabe nada e quem sabe, vê os nossos problemas como uma nota de rodapé.

Durante a noite canta-se, retomam-se as notas da resistência negra. De manhã levantamo-nos convocados pela aurora, em cada dia ressurgimos. Tiram-nos a eletricidade mas não nos podem tirar o sol; e a luz que nos acompanha é à prova de bomba, nunca no-la tirarão. A fé não pertence nem aos violentos, nem aos mesquinhos, pertence aos pequenos que resistem.

ITÁLIA

Festa dos familiares dos missionários

Foi em São Tomio, Vicenza, que os familiares dos missionários combonianos originários da diocese de Vicenza se reuniram domingo 12 de Agosto para renovar uma tradição que permanece viva porque aberta à comunidade de Thiene. Este ano, quiseram renovar esta tradição para fazer memória do sacrifício do P. Egídio Ferracin, originário de São Tomio, assassinado no Uganda há 25 anos. Um bom número de combonianos em férias juntou-se a outros da Província italiana e aos seus familiares para esta ocorrência. A Ir. Silvana Guglielmi foi a agradável representante das Combonianas.

Reproduzimos uma parte do testemunho do P. Egidio Tocalli (Agosto de 1987): «Chamavam-te “Cin-Cin”: eras para todos o homem do sorriso permanente. À tua chegada a uma capela costumavas apregoar e rir, fazendo explodir a alegria de todos. Sempre que havia um grande problema numa missão ou uma situação difícil na comunidade, os superiores pensavam de imediato em ti e tu definias-te o “tapa buracos”. Eras um padre ao serviço de todos: dos pobres, dos aflitos, dos doentes. Eras feliz com a vocação missionária. Recordas-nos que “não há amor maior do que aquele que dá a vida pelos seus amigos”».

O padre Arrigo Grendelle, director do departamento missionário terminou a jornada expressando a sua alegria de participar neste momento de fraternidade e levando a saudação e os bons votos do Bispo de Vicenza, que abençoou e encorajou a iniciativa.

MOÇAMBIQUE

Duas celebrações em memória do Ir. Alfredo Fiorini

O Irmão comboniano Alfredo Fiorini foi recordado dia 24 de Agosto passado em duas Eucaristias celebradas a dez mil quilómetros de distância uma da outra: uma em Carapira, em Moçambique, no lugar da morte do Ir. Alfredo, médico, e a outra em Terracina, em Itália, na sua paróquia de origem, onde está sepultado. Ambas as celebrações foram presididas pelos bispos locais, Mons. Germano Grachane, bispo de Nacala, e Mons. Giuseppe Petrocchi, Bispo de Latina. Os dois prelados falaram do martírio e testemunho e, portanto, de um dom não só para um povo ou uma diocese mas para todos e para toda a Igreja universal. Em Carapira fez-se memória também da Irmã comboniana, Teresa Dalle Pezze, de 46 anos, assassinada a 3 de Janeiro de 1985, no mesmo lugar em que foi atingido de morte o Ir. Alfredo.

Em Moçambique, após a Missa, um numeroso grupo de pessoas deslocou-se à Escola Industrial de Carapira onde era organizada uma bela exposição sobre o Ir. Alfredo e a Ir. Teresa, preparada inteiramente pelos estudantes da escola e intitulada «Não é questão de coragem, mas de amor».

Em Terracina, a Missa foi concelebrada por mais onze sacerdotes, entre os quais seis combonianos vindos das comunidades da Cúria e de S. Pancrazio de Roma. A igreja paroquial estava apinhada de fiéis que vinte anos depois recordavam ainda o filho predileto da sua terra. À entrada da igreja encontrava-se uma mostra fotográfica que narrava a vida do Ir. Alfredo pelo prisma do seu fim, o martírio. «Alfredo está lá em cima, na Jerusalém celeste, – disse Mons. Petrocchi com voz comovida – porque deu a sua vida de forma esplêndida, ajudando os últimos, os mais pobres e necessitados. Alfredo é um mártir. E a prova é esta igreja repleta de gente vinte anos depois da sua morte».

PERU-CHILE

De regresso a Itália

O P. Mario Mazzoni partiu para Itália a 28 de Julho deste ano com grande pena dos numerosos amigos e conhecidos com quem tinha estreitado laços em todos estes anos.

O P. Mario foi um dos primeiros Combonianos italianos a ir para o Peru em 1966. Desde então trabalhou incansavelmente na paróquia Los 12 Apóstoles de Chorrillos, em Trujillo e em Cile para a Animação Missionária e como diretor da OMP no Peru. Nos últimos meses acompanhava alguns movimentos leigos como os Cursilhos de Cristandade, Encomi, a Páscoa familiar missionária (com a ajuda dos Siempre sin Fronteras), o Chá missionário e muitas pessoas para a preparação para o baptismo e o matrimónio.

As nossas felicitações ao P. Mario pela sua presença no Peru e pelo seu exemplo de grande dedicação e de vida missionária na província.

 

25º aniversário de sacerdócio

Dia 22 de Julho, na paróquia Cristo Misionero del Padre, foram celebrados os 25 anos de vida sacerdotal do P. Florentino Lafuente Hernández. Estavam presentes os seus familiares, vindos de Espanha, numerosos combonianos, entre os quais o P. Rogelio Bustos Juárez, ex-provincial, vindo do México para a ocasião, e Mons. Jaime Rodríguez Salazar, Bispo de Huánuco. A celebração desenrolou-se num ambiente jubiloso e de grande entusiasmo por parte dos fiéis, a testemunhar o bom trabalho que o P. Florentino e os outros membros da comunidade estão a levar por diante nesta zona. Depois da Missa, todos – incluindo os paroquianos, entre os quais muitos jovens e crianças – tomaram parte no almoço e no espectáculo que se seguiu.

Encontro de JPIC

Nos dias 10 e 11 de Agosto passado, no centro cultural da paróquia Cristo Misionero del Padre, em Chorrillos-Lima, teve lugar um encontro de JPIC, organizado pelo P. Juan A. Calderón Goicochea com a ajuda de alguns leigos. Os presentes eram cerca de cinquenta entre combonianos, combonianas e leigos das comunidades da costa.

O encontro começou com a oração e uma meditação sobre o texto bíblico de Moisés e a sarça ardente (Ex 3, 1-10). Logo depois houve algumas intervenções para explicar o trabalho de JPIC. Por exemplo, o P. Luis A. Barrera Pacheco falou da atenção e do empenho do nosso Instituto sobre este tema, mencionando algumas iniciativas da província como o trabalho com a pastoral afro e nativa da selva. Em seguida, a Ir. Brigitte sublinhou a importância de se abeirar da palavra de Deus, de saber interpretar a sua vontade e de saber ler os sinais dos tempos. Convidou os presentes a reflectir sobre alguns textos bíblicos que indicam de forma clara a responsabilidade do homem para com a criação, responsabilidade que consiste em cuidar dela e respeitá-la. Nesta linha, a comissão de JPIC, apoiada pelo P. Juan, está a trabalhar num projeto sobre a preparação de material didático para jovens, crianças e adultos, sobre os temas de JPIC, que possa ser utilizado na catequese, nas escolas ou em encontros para sensibilizar a gente sobre o assunto.

PORTUGAL

Jornadas Missionárias

A alma da Missão está na doação incondicional e total da vida, segundo o estilo e missão de Jesus. Ao missionário e à Igreja pede-se contemplação, fidelidade e entrega total ao anúncio do Evangelho a todos.

Esta foi uma das conclusões das últimas Jornadas Missionárias que se realizaram em Fátima de 14 a 16 de Setembro e que foram dedicadas ao tema «Vaticano II, 50 anos, Missão, Memória e Profecia». O encontro contou com a presença de cerca de 300 pessoas, entre as quais missionários e missionárias, clero diocesano e um número significativo de leigos e jovens ligados a institutos missionários e dioceses.

O texto final das Jornadas Missionárias refere-se à Carta Pastoral dos Bispos de 2010, Como eu vos fiz, fazei vós também, como aquele documento que melhor traduz em Portugal a doutrina do Decreto Ad Gentes. A Carta consagra os princípios do Vaticano II de que a Igreja existe para evangelizar, que a Igreja local é a protagonista da missão e que o contributo dos leigos é fundamental.

Nas conclusões do encontro foi sugerido que o domingo em que as Jornadas Missionárias terminam se torne «progressivamente a Peregrinação Nacional da Missão».

SUDÃO DO SUL

Aniversário da morte do P. Barnaba Deng

Dia 23 de Agosto deste ano celebrou-se o 47º aniversário do martírio do P. Barnaba Deng, missionário comboniano do Sudão meridional, da tribo Denka.

Após ter terminado os estudos teológicos em Itália, foi ordenado sacerdote em 1962 pelo cardeal de Milão, Montini, que veio a ser depois o Papa Paulo VI. Foi depois destinado à sua terra de origem, que naquele tempo fazia parte de um único Sudão, na diocese de Wau, sob o bispo Ireneo Dud. A sua actividade no Sudão desenvolveu-se num período em que o governo de Cartum tinha intensificado a sua política sistemática de opressão, islamizando e arabizando o sul: tinha-se chegado a fazer do domingo um dia como qualquer outro e a proclamar a sexta-feira, dia dos muçulmanos, único dia de oração e de descanso para todos os cidadãos de qualquer credo. Em todas as escolas tinha sido imposta a língua árabe como única língua para a instrução. Por fim, em 1964, como é conhecido, as autoridades, expulsaram todos os missionários estrangeiros com a acusação de instigar os negros do Sul a pedir a separação do Norte.

Era esta a situação quando o P. Barnaba Deng, ordenado há apenas três anos, foi chamado a dar testemunho de Cristo. Dia 23 de Agosto de 1965, depois de ter sido brutalmente espancado, foi atingido no peito pela bala de um soldado decidido a fazer calar a voz daquele jovem sacerdote que, embora sabendo que arriscava a vida, não tinha hesitado em intervir para defender uma mulher maltratada pelos soldados.

Ir. Fabris celebra 90 anos

O Ir. Valentino Fabris completou 90 anos a 17 de Setembro. O mérito desta longa vida e da sua boa saúde, deve-o – disse – aos genes que recebeu da família, à moderação na alimentação e ao facto de ter preferido sempre trabalhar entre as pessoas.

Na Missa de ação de graças, o Arcebispo de Juba, Mons. Paulino Lukudu Loro, comboniano, observou que o Ir. Valentino, com a sua idade e com o número de anos passados na nação demonstra que não é verdade que os anos – aqueles que Deus nos dá – tornem inúteis as pessoas.

O Ir. Valentino, chegado ao Sudão antes do Natal de 1948, permaneceu sempre aqui – exceto sete anos passados em Itália na formação dos Irmãos – e durante 57 anos ajudou a gente a melhorar a sua vida e a da nação ensinando actividades manuais e técnicas de base.

Actualmente, é encarregado da manutenção da casa provincial de Juba e dos hóspedes.

A Família Comboniana pede a abolição da pena de morte

A Família Comboniana escreveu uma carta aos bispos e aos responsáveis das dioceses do Sudão do Sul e Sudão a pedir-lhes para se empenharem na abolição da pena de morte na Constituição, seguindo o pedido do Papa Bento XVI no Africae Munus, n. 83, «Fazer todos os esforços para eliminar a pena de morte».

Na carta, pede-se aos bispos para escrever ao presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir Mayardit, para pedir uma moratória sobre as execuções, escrever à Comissão de Revisão da Constituição para eliminar a pena de morte na redação final da própria Constituição e pedir às comissões locais de Justiça e Paz para se unirem aos grupos humanitários e da sociedade civil neste esforço.

Rezemos pelos nossos defuntos

*   O PAI: João, do Ir. Francisco J. R. Amarante (MZ).

*   O IRMÃO: Alfons, do P. Josef Uhl (DSP); Antonio Filippo, do P. Giuseppe Narduolo (BS).

*   A IRMÃ: Maria, do P. Sebastian Hopfgartner (DSP); Marie, do P. Donatien Atitse Kokou (ET).

*   AS IRMÃS MISSIONÁRIAS COMBONIANAS: Ir. M. Orazia Di Stefano; Ir. Giuseppina Maria Corna; Ir. Marisa Orueta Ortiz.