Quarta-feira, 10 de Agosto de 2022
Os Missionários Combonianos chegaram a Portugal em 1947. Na mensagem para o evento, o Conselho Geral diz: “É com imensa alegria e gratidão que nos juntamos a todos vós na celebração dos 75 anos de presença em Viseu [na foto] e Portugal. Sentimos, de facto que a semente lançada em terra portuguesa naquele longínquo ano de 1947 deu frutos abundantes e saborosos. Não temos dúvidas de que a colheita foi abundante, embora os dias que vivemos nos possam parecer humanamente mais magros e os frutos escassos. Todavia, ainda hoje, a Igreja e a sociedade portuguesa beneficiam enormemente da nossa presença e trabalho missionário.”
75 anos de presença dos Combonianos em Portugal
“O semeador saiu a semear. Enquanto lançava a semente, … parte dela caiu em boa terra.
Cresceu e deu boa colheita, a cem por um.”
(Marcos 4, 3-8)
“As obras de Deus nascem sempre ao pé do Calvário
e que devem ser marcadas com o adorável selo da cruz.”
(S. Daniel Comboni, E. 6085)
Caro P. Fernando Domingues, Superior Provincial, e confrades da Província
Caros amigos, colaboradores e benfeitores
As nossas saudações fraternas na comunhão de Cristo Bom Pastor.
É com imensa alegria e gratidão que nos juntamos a todos vós na celebração dos 75 anos de presença em Viseu e Portugal. Sentimos, de facto que a semente lançada em terra portuguesa naquele longínquo ano de 1947 deu frutos abundantes e saborosos. Não temos dúvidas de que a colheita foi abundante, embora os dias que vivemos nos possam parecer humanamente mais magros e os frutos escassos. Todavia, ainda hoje, a Igreja e a sociedade portuguesa beneficiam enormemente da nossa presença e trabalho missionário.
Foi a 23 de Abril de 1947 que o missionário comboniano italiano P. Giovanni Cotta chegou a Viseu, no centro de Portugal, com grande entusiasmo e assim iniciou a missão comboniana neste país. Foi aqui que ele foi recebido com gratidão por D. José da Cruz Moreira Pinto, bispo de Viseu, depois de ter terminado uma novena a S. José em que pedia a presença de um instituto missionário masculino na sua diocese.
O horizonte geográfico do Instituto foi-se alargando como ponte para outros países de língua portuguesa, especialmente Moçambique e Brasil. Em breve, novas forças da Itália juntaram-se para assegurar o sucesso da fundação deste projecto. É de direito nomear também os primeiros cinco missionários Combonianos que chegaram antes do P. Cotta e se preparavam já para partir para Moçambique: P: Miguel Selis, P. Silvio Caselli e P. Quinto Nanneti, e os irmãos Lamberto Agostini e José Baggioli. Foi a paixão missionária que nos levou a Moçambique e como consequência também a Portugal.
Foi notável o empenho dos missionários na construção da casa, em Viseu, participando em trabalhos que eram fisicamente exigentes e realizados com grande profissionalismo. Na realidade, os trabalhadores locais ficavam surpreendidos ao descobrir técnicas de construção desconhecidas para eles. Isto ajudou-os na sua credibilidade e inserção na sociedade local e na Igreja.
A partir de Viseu, foram abertas novas comunidades, todas elas envolvidas na animação missionária e na formação de jovens missionários. A resposta vocacional da juventude portuguesa foi muito generosa graças ao trabalho sério realizado na promoção vocacional e nos seminários menores. Não podemos esquecer a atenção primorosa dada à vocação do Irmão Comboniano graças a uma visão clara desta figura e da sua importância fundamental na missão do Instituto. Ainda hoje a província conta com um bom número de irmãos dedicados e generosos.
Agradecemos a Deus pelo dom dos Missionários Combonianos portugueses que consagraram as suas vidas à Missão. Esta história de 75 anos foi e é ainda escrita através de belas páginas de vidas dadas com generosidade e paixão pelo Evangelho. Missionários que têm estado presentes em cada circunscrição do Instituto, seja na Europa seja em outras províncias do instituto na África, na América e na Ásia, prestando um serviço qualificado em vários sectores ministeriais tais como formação, animação missionária, trabalho pastoral, economia, promoção humana, …
Nesta ocasião queremos recordar tantos confrades de outras nacionalidades que viveram em Portugal e que contribuíram significativamente para o desenvolvimento da Província.
A casa de Viseu, a casa mãe da província portuguesa, é agora uma comunidade projectada para o cuidado especial dos nossos missionários idosos e doentes; Missionários Combonianos que nos dão um testemunho de uma vida dada por Cristo. Recordamos também os Missionários Combonianos portugueses que estão na Casa do Pai, alguns dos quais ainda muito jovens, e que continuam a interceder pela missão.
Uma das características da província é o espírito de colaboração entre os vários membros da Família Comboniana. Com as Irmãs Combonianas partilhámos uma história comum com os esforços missionários que levámos a cabo em conjunto. A presença das Missionárias Seculares Combonianas é também notável, bem como o movimento mais recente dos Leigos Missionários Combonianos. Encorajamos a província a continuar nesta linha, que é um modelo para todo o Instituto.
Um profundo sentido de gratidão invade-nos quando pensamos à grande rede de colaboradores/as missionários, aos numerosos benfeitores da missão, mulheres e homens que participaram e participam activamente na única missão que o Senhor nos confiou. Recordamos aqueles que já partiram para o Pai e rezamos por todos aqueles que continuam com entusiasmo a ser verdadeiros pilares da nossa missão, através da oração, ajuda material e da sua sincera amizade e participação nas nossas actividades.
Esta é uma ocasião para olhar para trás com gratidão por tudo o que o Senhor fez na nossa história, mas é também um momento para relançar a nossa missão com coragem para responder com criatividade aos novos desafios missionários hoje, no contexto português e europeu.
Pela intercessão de Nossa Senhora de Fátima e de São Daniel Comboni, pedimos a Deus que continue a abençoar a nossa missão em Portugal e no mundo.
Com profunda gratidão ao Senhor e a cada um de vós.
O Conselho Geral
Roma, 1 de Junho de 2022