P. Tesfaye e Ir. Lamana visitam os confrades de Moçambique

Na foto desde a esquerda, na Carapira:
Ir. Alberto Lamana, P. Tesfaye Tadesse,
Irmã Ruth Valencia, P. Bogaio Constantino,
Ir. Luigi Quaranta.
 

Além de participar nas celebrações, de visitar as comunidades e de dialogar com cada um dos confrades da Província de Moçambique, faz parte da agenda do superior geral, P. Tesfaye Tadesse Gebresilasie, encontrar-se com o bispo de cada uma das cinco dioceses – Maputo, Nampula, Nacala, Tete e Beira –, onde os combonianos estão presentes.

Ainda em cada diocese, foi escolhida uma das paróquias confiadas aos combonianos para, ali, se celebrar de modo mais solene os 150 anos da fundação do Instituto comboniano, os 70 anos de presença comboniana em Moçambique, e os 25 anos da morte do Ir. Alfredo Fiorini.

O programa da viagem iniciou-se, no Maputo, com uma visita ao Núncio Apostólico, D. Edgar Peña Parra. A seguir, o superior geral visitou a comunidade do postulantado, na cidade da Matola. No dia 20 de Agosto, o salão da Paróquia São Francisco Xavier do Benfica, na periferia da cidade do Maputo, foi pequeno para acolher os fiéis que quiseram participar na celebração eucarística alusiva ao jubileu dos 150 anos do Instituto e dos 70 de presença em Moçambique. A Missa foi presidida pelo arcebispo da arquidiocese de Maputo, D. Francisco Chimoio, concelebrada pelo superior geral, pelo superior provincial e pelos combonianos que residem no Maputo.

Na homilia, D. Chimoio ressaltou o dever de cada cristão, isto é, de seguir os passos de Jesus e de dar a vida pela Salvação da África, a exemplo de São Daniel Comboni. O arcebispo agradeceu também aos combonianos pelo seu empenho missionário no anúncio do Evangelho e na promoção humana, em Moçambique e nos demais países de África e do mundo.

No final da celebração, o superior geral agradeceu a D. Chimoio, aos confrades e a todos os presentes pelo contributo que deram para o crescimento da Igreja moçambicana e do Instituto, ao longo destes últimos 70 anos.

Depois seguiu-se um concerto musical, apresentado pelo coro paroquial, sob o lema que ajudou a preparar este evento: “Com Daniel Comboni, celebremos o jubileu dos 150 anos de missão, revitalizados por uma pastoral conjunta nas comunidades.”

De 22 a 30 de Agosto, o superior geral visitou algumas das comunidades das dioceses de Nampula e de Nacala, nomeadamente o pré-postulantado e o noviciado. A celebração principal do jubilei realizou-se no domingo, dia 27, na igreja paroquial de Carapira. “Para nós – disse o P. Bogaio Constantino –, este lugar foi o coração e o berço da nossa presença em terra moçambicana. Hoje, celebramos nesta paróquia, dedicada ao Coração imaculado de Maria, um acontecimento ímpar e histórico não só para os Combonianos, mas também para toda a Família comboniana e para esta Igreja local. Estamos felizes porque o carisma de São Daniel Comboni, confiado aos seus missionários com as palavras «eu morro mas a minha obra não morrerá», continua vivo e a realizar-se através de cada um de nós aqui presentes.”

Por sua vez, depois de recordar e de agradecer a Deus por tudo o que os combonianos, as combonianas e os leigos missionários combonianos realizaram em Moçambique, dando um belo exemplo de colaboração de uns com os outros, o superior geral citou São Daniel Comboni: “O missionário da Nigrícia, despojado por completo de si mesmo, e privado de todo o afecto humano, trabalha unicamente para o seu Deus, para as almas mais abandonadas da Terra, para a eternidade. Com os olhos postos unicamente no seu Deus, que lhe serve de impulso, tem em todas as circunstâncias com que nutrir-se e alimentar abundantemente o seu coração, desde que, seja num tempo próximo ou longínquo, com mão estranha ou com a própria, venha a recolher o fruto dos seus suores e do seu apostolado. E o seu espírito não interroga Deus sobre as razões da missão d’Ele recebida, mas trabalha confiado na sua palavra e na dos seus representantes, como dócil instrumento da sua adorável vontade e em todas as circunstâncias repete profundamente convencido e com vivo regozijo: servi inutiles sumus; quod debuimus facere fecimus (Lc, 18)” (Escritos 2702).

O P. Tesfaye recordou ainda os anos da guerra e, em particular, a morte da irmã comboniana Teresa Pezze  – não muito longe da Carapira –, no dia 3 de Janeiro de 1985, aos 46 anos de idade.

Sobre os confrades falecidos e, em especial, o Ir. Alfredo Fiorini, o superior geral disse:

“Queremos agradecer ainda ao Senhor da vida pelos nossos confrades já falecidos, em Moçambique. Lembramos, de modo particular, o nosso Irmão Alfredo Fiorini, que foi morto em Miravale, no dia 24 de Agosto de 1992, quando contava apenas 37 anos. Queremos agradecer, 25 anos depois da sua morte, pelo seu testemunho de fé, em Jesus Cristo, pela sua vocação missionária, e pelo seu serviço aos doentes, a quem, como médico, seguia com muita dedicação e carinho. Esperamos que estes nossos antepassados, desde a casa do Pai, continuem a exercer a missão de intercessão por cada um de nós, pela vida do nosso Instituto, e por esta Igreja local.”

Por fim, o P. Tesfaye reconheceu também os limites e as fraquezas dos missionários do passado e do presente. “Com humildade, reconhecemos – disse – os nossos limites e as nossas faltas no anúncio e no testemunho do santo Evangelho. Admitimos que Deus nos chama a uma conversão continua. E confiamos na sua misericórdia. Estamos abertos para nos deixarmos renovar, dia após dia, na nossa vocação e no nosso entusiasmo missionário.”

Por sua vez e na mesma circunstância, a Ir. Ruth Valencia, superiora das Irmãs Missionárias Combonianas, em Moçambique, referiu-se ao trabalho missionário realizado como Família comboniana, ao longo destes 70 anos vividos em comum, no respeito e na estima recíprocos, e no amor à missão e ao povo moçambicano. “Os missionários combonianos ­– disse – fizeram e continuam a fazer causa comum com este povo, tendo experimentado o colonialismo, o marxismo-leninismo, a guerra, e a paz. Em comunhão com as irmãs combonianas, resistiram e desafiaram a prepotência de algumas autoridades, para se colocarem sempre ao lado da verdade e da justiça, mesmo tendo de enfrentar e de sofrer calúnias e ameaças...”

De 31 de Agosto a 3 de Setembro, o superior geral esteve na diocese de Tete. E, finalmente, de 4 a 10 de Setembro, está de visita à arquidiocese da Beira. No dia 11 de Setembro, voltará a Maputo para, no dia seguinte, regressar a Roma.

Celebração eucarística no Maputo, presidida pelo arcebispo D. Francisco Chimoio.

Prepostulantes em Nampula.

Celebração no Muahivire/Nampula.

Noviços em Nampula.

Visita ao cemitério de Carapira.