Modelos inspiradores da comunidade na Regra de Vida

O padre Carmelo Casile [na foto, à esquerda], que no dia 15 de Fevereiro completou 78 anos, explica-nos a génese deste seu trabalho, com estas palavras:

“A maioria das reflexões nasceram durante o meu serviço, como formador, no noviciado do Peru, a partir de 1985. Mais tarde, revi-as e actualizei-as, em Roma, a partir de 1995, e, de novo, depois do Capítulo de 2015, no período de Setembro a Dezembro do mesmo ano. A minha única intenção foi sempre a de recolher aqueles elementos fundamentais que me pudessem ajudar na elaboração de algumas reflexões para, mais tarde, usar no serviço da formação de base e permanente.”

Em anexo, colocamos estas reflexões – em língua italiana – à disposição dos missionários interessados e, de modo especial, dos confrades que estão ao serviço da formação.

Modelos inspiradores da comunidade
na Regra de Vida

No contexto cristão, o termo “modelo” refere-se a uma maneira de viver a vida cristã que se torna visível e se exprime através de atitudes, gestos, e formas concretas de viver e de agir. Neste sentido, torna-se palavra – não apenas pronunciada, mas que se realiza – que actua o Evangelho e a sua fecundidade histórica e, deste modo, se torna um exemplo para os outros.

Na nossa Regra de Vida, podem-se encontrar vários modelos de vida comunitária, que se reflectem no percurso espiritual do mesmo São Daniel Comboni e que são destacados com o objectivo de animar a comunidade comboniana: princípio e primeiro modelo da comunidade é a Trindade; depois aparecem a comunidade de Nazaré, a comunidade de Jesus com os Doze, a comunidade do Cenáculo, e a comunidade de Jerusalém. Estes modelos são o fundamento do “Cenáculo de Apóstolos”, pensado por São Daniel Comboni, e, depois do Concílio Vaticano II, florescem de novo na vida do Instituto de Daniel Comboni, transformado em Congregação religiosa em 1885.

O termo “modelo” pode ser iluminado e aprofundado, relacionando-o com o termo “ícone”, que deriva da palavra grega “eikôn”, isto é, imagem.

O ícone tem origem na Igreja do Oriente, onde é objecto de um verdadeiro culto, porque considerado uma manifestação do divino. É uma imagem sagrada, pintada com a intenção de favorecer a compreensão do Mistério, nela representado, e de suscitar uma atitude de oração e de contemplação. “O ícone é para nós uma ocasião de nos encontrarmos pessoalmente, com a graça do Espírito, com aquele que ele representa. Quanto mais um crente contempla os ícones, mais se recorda de quem ali está representado e mais se esforça por imitá-lo.”

A Bíblia está cheia de ícones, isto é, de factos, de pessoas, de imagens expressas em palavras, dos quais desencadeiam intensos raios do Mistério de Deus, que vêm até nós, e imprimem nos nossos corações e se tornam para nós modelos de inspiradores de um estilo particular de viver.

Os modelos ou ícones, aos quais nos referiremos, são interdependentes e, juntos, iluminam e inspiram a vida do actual Instituto dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus (MCCJ), nascido do “Cenáculo de Apóstolos”, segundo a inspiração de Daniel Comboni.

Os onze temas das reflexões

1. A Trindade, princípio e modelo da vida comunitária

2. A Trindade, princípio e modelo na vida e na obra de São Daniel Comboni

3. A comunidade de Nazaré e a comunidade comboniana

4. A Virgem da escuta e o missionário comboniano

5. A comunidade de Jesus com os doze e a comunidade comboniana

6. O “Cenáculo dos Apóstolos”

7. A comunidade de Jerusalém e a comunidade comboniana

8. A comunidade comboniana e o “Cenáculo de Apóstolos” de Daniel Comboni

9. A Virgem Maria, Mestra no caminho da reconciliação da comunidade missionária comboniana

10. A animação da comunidade, tarefa de todos

11. A comunidade e a missão