Natal: “E o Verbo fez-Se carne, e habitou entre nós”

NATAL 2015

“E o Verbo fez-Se carne, e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai, como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade.”
(Jo. 1,14)

“Finalmente, à tardinha chegámos a Belém. Meu Deus! Mas onde quis nascer J. C.? Eu celebrei lá missa na noite seguinte e foi-me muito grato ficar até de manhã nessa bendita gruta que é a delícia do Céu. Como me deliciei nessa gruta, no meio do silêncio da noite, repetindo muitas vezes a oração que compôs S. Jerónimo e que rezava amiúde: «Oh, alma minha, nesta pequena abertura da Terra nasceu aquele que criou o Céu; aqui foi envolto em pobres paninhos.”
(São Daniel Comboni, Escritos 111-112)

Estimados confrades combonianos, amigos, benfeitores e colaboradores, saudações desde Roma. Tendo em vista as festas que se aproximam, o nosso Conselho Geral vem desejar-vos um Santo Natal. Sentimo-nos todos muito unidos para agradecer a Deus, o Emmanuel, pelo seu grande gesto de proximidade connosco e pela sua presença através do menino nascido na humildade. Por isso, faço esta oração:

Sim, meu Deus, creio que és o Emanuel, o Deus connosco, quando no nosso coração e na nossa mente te encontramos, como nosso criador e nossa origem, quando acolhemos, nos aceitamos e amamos a nós próprios e quando nos abrimos para te encontrar nos nossos irmãos e nas nossas irmãs, nas nossas famílias e pelos caminhos da vida.

Sim, Deus-Emanuel, creio que estás presente quando estamos alegres ou a sofrer. Sim, creio que estás connosco quando tratamos de promover a vida em vez da morte, quando nos comprometemos com a reconciliação em vez de com a divisão. Creio que estás entre nós, quando nos amamos reciprocamente e procuramos viver a fraternidade.

Sim, és a nossa força quando vivemos da Misericórdia de Deus, partilhando o perdão de Deus entre nós. És a nossa esperança quando procuramos a verdade, pensando na Paz que virá, mas que já está aqui connosco, na justiça que reinará, mas que já iniciou a existir.

Sim, creio que podemos ver-te no rosto do irmão, necessitado e sofredor, que vive à margem da sociedade; sim, Deus-Emanuel, creio que habitas nas igrejas queimadas das comunidades dos cristãs perseguidos, nas grutas dos refugiados do Sinai, nas grutas dos barcos dos imigrantes, nas periferias humanas, nos hospitais, nas prisões, nas fronteiras dos países ricos.

Sim, creio que tu Deus-Emanuel moras no coração de cada homem e mulher que vive na solidão, na grande cidade, nas casas bem abastecidas e nos palácios dos poderosos… Agradeço-te, meu Deus, porque és um Deus vizinho de nós, e mais ainda porque colocaste a tua morada entre nós.
P. Tesfaye Tadesse Gebresilasie mccj
Em nome do Conselho Geral