Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2025
O Padre Cosmas Musonda é um jovem missionário comboniano zambiano. Logo após o noviciado em Lusaka, foi fazer o curso de Teologia na PUC-Ipiranga, em São Paulo, de 2013 a 2017. Depois de dois anos de serviço à missão, na Zâmbia, foi ordenado sacerdote no dia 6 de Junho de 2019. E regressou ao Brasil para trabalhar na animação missionária e vocacional, entre os jovens, e seguir as comunidades cristãs ao longo do Rio Madeira, a partir da cidade de Porto Velho, capital do estado de Rondônia. O Padre Cosmas conta-nos agora, em primeira pessoa, todo o percurso da sua vocação missionária comboniana. [Missionários Combonianos]

Sou Pe. Cosmas Musonda, da Zâmbia – África. Estou trabalhando na cidade de Porto Velho, RO, acompanhando as comunidades ribeirinhas, e fazendo animação missionária e vocacional. Depois de quase 12 anos de caminhada vocacional e formação, fui ordenado sacerdote missionário comboniano. A minha vocação teve início em uma declaração espontânea que eu dei ao meu professor do ensino fundamental, durante uma sessão de orientação profissional. Aos 12 anos eu disse firmemente a ele: Quero ser padre. No entanto, esse sonho desapareceu com o passar do tempo. Nunca mais pensei nessa vocação até o ensino médio, quando a vocação reapareceu e desta vez foi muito forte.

Como Jesus afirma, “se a semente não cair na terra e morrer, não dará fruto”, era necessário que essa vocação morresse para que pudesse dar frutos duradouros. Entrei em crises e as dúvidas me cobriram. Isso me ajudou a mergulhar mais fundo na minha motivação até optar e dizer SIM ao chamado de Deus. Nesse processo fui descobrindo minha força e pontos de crescimento. Minha humanidade sempre me fez recorrer à ajuda e à graça de Deus. Como São Paulo, falo “o poder de Deus é maior quando sou fraco” (cf. 2Cor 12,9).

A minha decisão de me tornar comboniano surpreendeu minha família e amigos, especialmente meu pai e minha mãe. No entanto, com o tempo e vendo que eu estava convencido da minha vocação, quase todos aceitaram minha decisão e me deram sua bênção e apoio. Acredito que meu chamado é uma bênção para a minha família e para toda comunidade, para dar testemunho do amor e da graça de Deus e poder ser um instrumento do seu amor e misericórdia.

Durante a teologia em S. Paulo, fui testado como o ouro é testado no fogo para poder responder aos “porquês” da minha opção de vida e fortalecer minha motivação. O Brasil se tornou “o meu primeiro amor”, como a “África” foi o primeiro amor de S. Daniel Comboni. Por isso, estou muito feliz e entusiasmado por voltar ao Brasil como sacerdote, após o tempo de serviço missionário no Malawi e na Zâmbia. Sinto que minha missão é testemunhar o Senhor ressuscitado entre os pobres e os mais abandonados. Eu sinto que, mais do que oferecer algo, terei que aprender a confiar em Deus para poder me entregar e ficar próximo do povo de Deus.

Missionários Combonianos