Sábado, 15 de Abril de 2017
A actual situação política, económica e social da República Democrática do Congo é catastrófica. A dizê-lo é um missionário português, P. José Arieira de Carvalho [na foto], que conta já muitos anos de presença naquele país africano: “A actual situação política é caótica. Os políticos apenas procuram os seus próprios interesses. A crise económica atingiu proporções insustentáveis para a população. Os funcionários, na sua maioria, não são pagos e o custo de vida tornou-se muito caro.” A carta do P. Arieira termina desejando a todos os amigos e confrades “Votos de uma Santa e Feliz Páscoa”.

Olá confrades e amigos,
Ao desejar-vos os meus melhores votos de uma Santa Páscoa, aproveito para vos dar algumas notícias deste grande e belo país que é a República Democrática do Congo, que neste momento atravessa uma grave crise a nível político, económico e social. A actual situação política é caótica. É com tristeza que vemos a falta de vontade dos nossos políticos e o seu desrespeito pelo sofrimento das pessoas. Os políticos – tanto os que estão no governo, como os da oposição – apenas procuram os seus próprios interesses na partilha do poder. É um país à deriva sem líderes políticos.

A nível socioeconómico, nada tem mudado. A crise económica atingiu proporções insustentáveis para a população. Os funcionários, na sua maioria, não são pagos e o custo de vida tornou-se muito caro. O aumento de preços de bens essenciais aumenta constantemente. A moeda nacional, o franco congolês, desvaloriza de dia para dia em relação ao dólar. Em algumas províncias do Congo, onde temos as nossas missões, as pessoas sofrem de isolamento e abandono por parte dos seus governantes. Ao nível da segurança, vemos com grande preocupação um aumento de surtos de violência que se estão espalhando por todo o país, o que nos dá a pensar num processo de balcanização do país. Em algumas províncias as fossas comuns são às dezenas.

Para este povo, é a Igreja católica que continua a manter-lhe viva a chama da esperança e a crença em um amanhã melhor.

Quanto à vida no Postulantado, onde me encontro a fazer o trabalho de formador, temos 36 jovens, dos quais 13 finalistas, que deveriam passar para a fase seguinte, o noviciado.

Continuamos a debater-nos com a falta de condições. Neste ano, teremos de construir uma capela e um poço, se encontrarmos meios. Confiamos na Providência a qual nunca nos tem faltado nos momentos difíceis.

Para todos vós e vossas famílias votos de uma Santa Páscoa.
Zé Arieira


Quanto à vida no Postulantado, onde me encontro a fazer o trabalho de formador,
temos 36 jovens, dos quais 13 finalistas, que deveriam passar para o noviciado.