Segunda-feira, 9 de Maio de 2022
Nós, membros dos Conselhos gerais e o Coordenador dos LMC, reunidos conjuntamente de 22 a 24 de Abril passado, na casa natal de São Daniel Comboni em Limone, movidos pelo desejo de vos tornar participantes, pelo menos em parte, de quanto se viveu e partilhou, escrevemos-vos esta carta com o desejo de que a comunhão por nós experimentada chegue a cada um e a cada uma, ali onde a Providência nos colocou, para servir e dar a vida pelo anúncio do Senhor crucificado e ressuscitado. […]
Carta à Família Comboniana
8 de Maio de 2022 – Festa do Bom Pastor
«Trabalhemos todos sem outra finalidade
que não seja a de ganhar mais almas para Cristo:
dêmo-nos reciprocamente as mãos; haja um único voto, um único fim,
um único empenho por parte de todos aqueles que amam Jesus Cristo.»
(Escritos 2182)
Caríssimos, todos/as,
Nós, membros dos Conselhos gerais e o Coordenador dos LMC, reunidos conjuntamente de 22 a 24 de Abril passado, na casa natal de São Daniel Comboni em Limone, movidos pelo desejo de vos tornar participantes, pelo menos em parte, de quanto se viveu e partilhou, escrevemos-vos esta carta com o desejo de que a comunhão por nós experimentada chegue a cada um e a cada uma, ali onde a Providência nos colocou, para servir e dar a vida pelo anúncio do Senhor crucificado e ressuscitado.
Foi a primeira reunião que se pôde realizar presencialmente, depois do tempo de isolamento causado pela pandemia com tudo aquilo que significou, com o elevado preço pago, até com a vida, de tantos irmãos e irmãs. Pandemia que obrigou a adiar a Assembleia Geral das MSC e também o Capítulo Geral dos MCCJ que se celebrará no próximo mês de Junho. Este ano, em que as SMC estão a celebrar o 150º aniversário da fundação e em Outubro viverão o Capítulo Geral. Todos estes motivos deram significado a esta reunião, e não menos, a sinodalidade a que a Igreja universal nos convida, e o nosso ser Família Comboniana é, em si mesmo, expressão de uma Igreja sinodal. O caminhar como Família Comboniana não é opcional, não é sequer o encontro dos responsáveis, mas é vida nas comunidades, nas missões concretas onde se vive e se trabalha com objectivos partilhados.
O «encontrar-se juntos» como família nasceu em surdina, mas de facto evoluiu, mais do que como fruto de programação, movido pelo desejo percepcionado e pela consciência de pertencer a uma raiz comum. Encontrar-se juntos é sempre ocasião para crescer na consciencialização de ser parte de uma mesma Família carismática, porque assim nos pensou São Daniel Comboni, para reforçar o empenho de continuar a sentir-nos parte dela e os frutos que cresceram no tempo nos confirmam que este é o caminho certo.
O nosso anúncio e testemunho, para além dos ministérios e serviços que somos chamados a dar, é acima de tudo viver como irmãos e irmãs, membros de uma mesma Família: sem este testemunho até as actividades mais importantes perdem valor. Todos aqueles que experimentaram a colaboração e o trabalho em conjunto como Família Comboniana sabem que não é fácil e, para alguns, isto implica um esforço para poder apreciar o valor da colaboração. Todavia, nós acreditamos sinceramente e vos convidamos a ter este horizonte como uma meta desejável.
Um encontro querido também para avaliar o caminho feito até aqui, tomando como base a carta sobre a colaboração escrita em 2017 e o trabalho sobre a ministerialidade que envolveu um grande número de membros da FC, graças aos empenho e dedicação da Comissão nomeada e de outros colaboradores preparados e qualificados. Agradecemos ao Senhor que nos surpreendeu com aquilo que conseguimos realizar e sobretudo pelos que participaram e gozaram deste percurso.
O Ir. Antonio Soffientini, partilhando a reflexão sobre este tema, feita pela província italiana dos MCCJ, convidou-nos a não colocar um adjectivo, uma «etiqueta» limitante à ministerialidade, porque a ministerialidade tem muitas expressões e não é só dirigida «ao exterior, ad extra», mas também «ao interior, ad intra» e esta última escapa muitas vezes a qualquer mapeamento. São ministerialidade todos os serviços que a vida da FC requer: formação, autoridade, administração, coordenação e acompanhamento em cada fase da vida dos membros, desde o início do caminho até à idade avançada.
Um sinal que permanece
Os moderadores gerais das quatro expressões da Família Comboniana quiseram exprimir a sua unidade e o desejo de ver crescer a semente, que o reconhecimento do Carisma de São Daniel Comboni gerado neles nestes anos e que estes dois dias de encontro reavivaram, confiando-o a uma oliveira plantada em conjunto, no terreno da casa natal de São Daniel Comboni. Assim, próximo das oliveiras seculares dedicadas a vários familiares de São Daniel Comboni, crescerá uma dedicada à Família Comboniana.
Agora permanece o desafio de continuar o caminho e por isso desejamos passar «a estafeta» aos novos Conselhos Gerais dos MCCJ e SMC que serão eleitos nos próximos Capítulos Gerais, pedindo às MSC e aos LMC para fazer como que de «ponte» e ligação, para o futuro caminho juntos.
O Bom Pastor, do Coração Trespassado, nos mostre o caminho e, como prometeu, caminha connosco até ao fim dos tempos.
O Conselho geral das Irmãs Missionárias Combonianas
O Conselho geral das Missionárias Seculares Combonianas
O Conselho geral dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus
O Coordenador do Comité Central dos Leigos Missionários Combonianos
«Este Instituto torna-se, pois, como um pequeno cenáculo de apóstolos para a África, um ponto luminoso que envia até ao centro da Nigrícia tantos raios quantos os solícitos e virtuosos missionários que saem do seu seio. E estes raios, que resplandecem juntos e aquecem, revelam necessariamente a natureza do Centro de onde procedem.»
(Escritos 2648)