Ano Comboniano de Formação Permanente: “Parar para depois recomeçar”

O ACFP oferece a cada um dos missionários a possibilidade de afrouxar o ritmo da sua vida e das suas actividades missionárias, na acção missionária directa, para permitir um encontro mais consciente e profundo consigo mesmo, com Deus, com o fundador São Daniel Comboni e com os seus confrades de missão. É um tempo em que se oferece a proposta de uma experiência que permita ao missionário fazer uma nova síntese da sua vida, em sintonia com o momento existencial que está a viver. Este ACFP acontece depois de pelo menos 10 a 15 anos de serviço missionário, que corresponde ao período da meia idade da vida.

Os meios privilegiados para conseguir efectuar esta reflexão e este aprofundamento são, substancialmente, a escuta da Palavra de Deus, a oração pessoal e comunitária, os retiros mensais e os exercícios espirituais do Mês Inaciano, com os quais se concluiu o ACFP. Favorecem ainda esta caminhada a convivência fraterna – através da partilha da vida e experiência missionária baseada nos valores do carisma comboniano, comum a todos os participantes –, os temas e as conferências sobre o autoconhecimento, a espiritualidade bíblica e missionária, e ainda o acompanhamento psicológico e espiritual.

Os participantes desta edição do ACFP espelham bem a universalidade do Instituto comboniano. O grupo mais consistente provém da América Latina (6), depois da África (5) e da Europeu (3). O mais jovem tem 39 anos enquanto que o mais “maduro” soma 56. A média de idade dos participantes é de 46 anos. Onze dos missionários exerciam o seu ministério missionário em nove países diferentes da África (Chade, República Centro Africana, República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Etiópia, Quénia, Malawi, Moçambique e África do Sul), dois na América Latina (México e Peru) e um na Europa (Itália). Os coordenadores actuais do ACFP são os padres Sindjalim Essognimam Elias, Bernasconi Fermo, e Stocchetti Siro.

O Ano Comboniano de Formação Permanente concluir-se-á no final de Maio 2020 com o retiro do Mês Inaciano, esperando que, depois deste período de paragem, os missionários recomecem e retomem as suas vidas e actividades missionárias mais “santos e capazes”, como desejava São Daniel Comboni dos seus missionários.
P. Filipe Resende
Participante na 19ª edição do ACFP